02 de outubro de 2016
20º Domingo após Pentecostes
Sl 62; Hc 1.1-4; 2.1-4; 2Tm 1.1-14; Lc
17.1-10
Tema: O justo vive pela fé, conserve vivo o dom
de Deus!
A
palavra mais ouvida ultimamente é justamente a conservação!
É
necessário conservar a biodiversidade. Afinal, a mesma contribui para a
economia direta, por meio dos alimentos, produtos farmacêuticos, manutenção dos
ciclos ambientais, água, clima, nutrientes, ... Fala-se sobre a conservação dos
oceanos. Os oceanos precisam ser conservados, pois os mesmos dão
estabilidade ao clima, regula a umidade, abriga as algas marinhas e essas são
as responsáveis pelo oxigênio. E a maior de todas as conservações é justamente
a natureza. Ela é o sustentáculo da vida no planeta. Ela mantêm o
equilíbrio entre O2 e CO2, ou seja, é responsável pela manutenção do clima na
terra e em todas as atividades básicas para a sustentação da vida.
Conservar é a
palavra da moda!
Quando
Deus criou o homem e o colocou como cuidador, era necessário conservar. Sem a
biodiversidade, os oceanos e a natureza, a vida nesse mundo será transformada
em morte.
O
apóstolo Paulo na sua carta ao jovem pastor Timóteo fala sobre conservação, no
entanto, sobre a conservação de algo que não apenas culmina com a vida aqui e
gora, mas com a vida eterna. Paulo diz: “Por isso quero que você lembre de conservar vivo o dom de
Deus...” (2Tm 1.6).
A
segunda carta de Paulo a Timóteo é considerada a última de suas cartas. Nessa
epístola o apóstolo Paulo faz um resumo do Evangelho. Timóteo é aconselhado a conservar vivo o dom de Deus para manter-se firme numa
sociedade que estava em colapso. Isso também ocorre conosco, afinal, cada
um está na fronteira entre os “tidos” velhos valores que permanecem pela
população idosa e os “novos” valores impostos pela população jovem e
moderna.
Timóteo
era um jovem com saúde física e emocional fraca. Sofria de dores no estômago
(gastrite ou algo até mais grave). Sua doença emocional não há como
diagnosticar corretamente. No entanto, o medicamento é “conservar o dom de Deus”.
Esse
conservar é manter a chama do fogo acessa. Manter
a chama da fé acessa só é possível através do Espírito Santo. Pessoas procuram
a Igreja para batizar seus filhos, mas, infelizmente não vivem o batismo na
vida diária.
“Conservar vivo o
dom de Deus” não é tarefa humana, é uma ação do Espírito Santo. O
Espírito Santo executa essa tarefa através dos meios da graça, Pregação e Santa
Ceia. Sem fé morre-se
eternamente. Por isso, cuidado! Todo
aquele que está em pé pode cair.
“Conservar vivo o
dom de Deus” também é distribuir algo que se recebeu.
Timóteo
havia recebido o dom do ministério. Cada pessoa ao ser batizada recebe junto
com o dom da fé, o dom para exercício da sua vocação.
Qual era a
vocação de Timóteo? O ministério da pregação.
Ao
ser aconselhado para “conservar vivo o dom de Deus”, Timóteo estava
sendo instruído que era preciso habilidade para expressar em termos apropriados
as coisas que precisavam e precisam ser cridas. Paulo disse: “Mantém o padrão
das sãs palavras que de mim ouvistes com fé e com amor que está em Cristo Jesus”
(2Tm 1.13). O justo vive pela
fé, conserve vivo o dom de Deus.
A
segunda carta ao jovem pastor Timóteo é conhecida como a carta de despedida. Nela,
Paulo deseja deixar seu legado, o ministério em boas mãos. Haviam outros
colaboradores, mas Timóteo foi o escolhido. Assim, Paulo solicita que Timóteo “conserve vivo o
dom de Deus”. Mas, como é possível conservar vivo o dom de Deus?
1 – De
acordo com 2Tm 1.10 - mediante o
evangelho. No evangelho está o poder de Deus.
2 – 2Tm
1.14 – guardando-se na são doutrina, mediante o Espírito Santo.
Conforme
escreveu aos filipenses, Paulo, por ser zeloso quanto a lei de Deus, se tornou
perseguidor da igreja (Fp 3.4-6). No entanto, quando conheceu a sã doutrina
através do próprio Jesus, por ocasião da queda de seu cavalo (At 9.4), Paulo,
tornou-se defensor do evangelho, considerando todo seu passado na lei de Deus
como lixo (Fp 3.7).
Por
causa do evangelho, Paulo sofreu atentados. Pela lei perseguia, no evangelho,
passou a ser perseguido. Pela cadeia levava cristãos à cadeia, pelo evangelho,
foi levado à cadeia.
Em
toda essa mudança radical, o apóstolo Paulo soube que só foi possível resistir
mediante o evangelho. Deixar tudo aquilo que aprendeu durante sua vida como
verdadeiro e passar a seguir a doutrina de Jesus só era possível pelo poder do
Espírito Santo que atua pelo evangelho.
“Conservar vivo o
dom de Deus” – não
era um desafio para a pessoa de Timóteo. Era a indicação de que, sem o
Evangelho e o Espírito Santo, não havia sequer o dom à ser conservado.
“Conservar vivo o
dom de Deus” – é manter-se conectado com o evangelho que para muitos
é vergonha, escândalo, mentira.
Em
sua despedida, Paulo lembra a Timóteo que a fé faz parte de sua vida. No
entanto, pregar a fé, anunciar o evangelho, não seria tarefa simples e fácil. E
para manter-se vivo na fé, conservar o dom de Deus, só seria possível pelo
evangelho.
“Conservar vivo o
dom de Deus” – é distribuir o que se recebe. Paulo não guardou a fé
e o evangelho para si mesmo. Poderia ter feito como Nicodemos e tantos outros
cristãos anônimos. Poderia ter se guardado da perseguição e dureza de servir a
Cristo, mas, pelo Espírito Santo, dispôs-se a anunciar o evangelho. Afinal, em
Cristo, a morte já havia se tornado vida (Fp 1.21).
“Conservar vivo o
dom de Deus” – é saber que Deus, através do Batismo e da Pregação do
evangelho, colocou e coloca algo dentro de nós. O justo vive pela fé, conserve vivo o dom de Deus.
Deus
concede um dom, o dom da fé. Esse dom não é uma conquista. Pelo dom da fé, sou
enviado para viver intensamente a vida cristã.
Todos
os dons espirituais são recebidos como um presente de Deus. Esses dons são por
ocasião do batismo. O batismo, bem como a pregação da Palavra é o meio pelo
qual Deus nos equipou e equipa para o ministério nesse mundo: conservar vivo o dom
de Deus.
Ser ministro de Deus nesse
mundo é usar nossa vida cristã para o bem de todos.
No ministério diário, na execução da nossa vocação, somos
fracassados quando encararmos o dom concedido por Deus como nosso poder ou
nosso carisma. Tanto o querer como o realizar uma boa ação não procede de nós mesmos,
mas de Deus, que dispensou a cada filho batizado muitos dons para benefício
mútuo. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
Pastor e palestrante.
(44) 9856 8020 – cristo_para_todos@hotmail.com
whats - 44 - 9872 3963
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