terça-feira, 6 de setembro de 2016

Ignorância e Terrorismo!

11 de setembro de 2016
17º Domingo após Pentecostes
Sl 119.169-176; Ez 34.11-24; 1Tm 1.12-17; Lc 15.1-10
Tema: Ignorância e Terrorismo!

         No dia 11 de setembro de 2016 o mundo lembra 15 anos do fatídico 11 de setembro de 2001. Quase 3 mil pessoas foram mortas num ataque terrorista que passou a ser um divisor de águas na questão terrorista.
         A torre norte do edifício World Trade Center foi atingida por um ataque terrorista no voo 11 da América Airlines às 08:46 horas da manhã e a torre sul foi atingida às 09:03 pelo voo 175.
         Terrorista é todo aquele que infunde terror. Terrorista é uma pessoa partidária do terrorismo em prol de alguma ideologia ou partido religioso. A qualquer momento, numa parte do mundo, é possível que haja um ataque terrorista, afinal, as ideologias lutam entre si e querem se sobressair pela força.
         O apóstolo Paulo admite o terrorismo que infundia contra o cristianismo. Para Saulo, o cristianismo era uma ideologia louca e profana. Todo seu terrorismo era devido a sua ignorância e incredulidade. Ignorância essa que muitos outros tem com respeito aos islâmicos, tendo-os como terroristas.
         A ignorância e incredulidade de Saulo o fez infundir terror, pois: “...assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” (At 8.3), “...prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres” (At 22.4), “...obriguei muitos a blasfemar...” (At 26.11). O próprio apóstolo Paulo, anos mais tarde, confessou sua ignorância.
         Ao referir-se a sua “ignorância”, Paulo fazia referência a algo que o desviava. Esse desvio ocorreu por causa do seu suposto conhecimento, afinal, “circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível” (Fp 3.5-6), “...porque vivi fariseu conforme a seita mais severa da nossa religião” (At 26.5).
         Essa é a ignorância dos terroristas atuais. Seu suposto conhecimento, visa apenas destruir outros conhecimentos por se considerarem superiores. Essa suposta superioridade conduz terroristas destruírem vidas humanas e lugares históricos.
         Apesar de todos os seus atos terroristas para com o Evangelho, Paulo diz que foi alcançado pela misericórdia de Deus.
         O apóstolo Paulo deixou claro em todas as suas epístolas que, mesmo em sua ignorância e terrorismo, recebeu a misericórdia de Deus.
         A misericórdia de Deus transforma o pior dos seres humanos em filho de Deus, “Porque pela graça de Deus sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).
         Paulo não negou seu terrorismo aos cristãos, a ponto de se chamar de “blasfemo, perseguidor e insolente”. Agiu na ignorância e na incredulidade. Não negou seu pecado tratando-se de “pior dos pecadores”.
         Ao contrário do apóstolo Paulo, muitos em sua ignorância e incredulidade, se dizem merecedores da misericórdia divina. Esse suposto merecimento está fundamentado em sus ações, dízimos, jejuns, etc.
         Outros, dizem que Deus é amor e não condenará ninguém em sua ignorância. É como se a “ignorância” fosse um mérito, ou um ato da compaixão de Deus. No entanto, é preciso ressaltar que não foi a “ignorância” de Paulo que o tornou digno da misericórdia de Deus. A “ignorância e incredulidade” de Paulo mostram a terrível situação do ser humano pecador. Devido a essa condição humana, Deus designa ministros do Evangelho para que anunciem com fidelidade “que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior” (1Tm 1.15).
         A declaração do apóstolo Paulo “...noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente...” retrata o insight sobre a verdadeira natureza de um não cristão.
         A ignorância não é falta de conhecimento, mas, estar desviado, ou seja, fora do caminho. Incredulidade é muito mais que mera falta de fé. Na verdade, é hostilidade contra Deus e contra a verdade. E os ataques terroristas de Paulo ante aos cristãos era por que estava afastado de Deus. Por estar fora do caminho e ser hostil a mensagem da verdade, Paulo se voltou contra tudo e contra todos, tornando-se um terrorista contra a fé cristã.
         A misericórdia de Deus encontrou Saulo no caminho à Damasco e o transformou em servo da fé cristã. Se na “ignorância e incredulidade” Saulo matava cristãos, a misericórdia de Deus o fez transformar vida através do evangelho por ele anunciado. A misericórdia de Deus transformou Paulo em ministro do Evangelho, “Cristo não o enviou para batizar, ou seja, fazer discípulos paulinos, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo” (1Co 1.17).
         Ao considerar sua terrível situação antes da conversão, o apóstolo Paulo não o fez por mero formalismo. O seu desejo foi transmitir o precioso ensino de que Deus teve paciência dele por amor.
         Deus revelou o tamanho da sua misericórdia tendo salvo Paulo, a você e a mim. Em nós, não existe motivo nenhum para que Deus nos eleja como seus filhos. A verdade é que Deus em sua misericórdia e amor sempre vem ao nosso encontro, sem merecimento de nossa parte.
         Tendo sido encontrado pela misericórdia de Deus, sou convidado a agradecer, pois, “..., noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. ..., pois o fiz em minha ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1.12-15).
         Toda a condenação ao inferno se deve a ignorância, ou seja, ao estar afastado da graça de Deus em Jesus e a hostilidade a mensagem do Evangelho. Somente a graça de Deus é que permite alguém perseverar na fé até o fim.
         Todo homem chamado e escolhido por Deus para exercer publicamente o ofício da pregação, precisa declarar a pecaminosidade do homem e anunciar o remédio que cura, a misericórdia de Deus. O ministério da pregação consiste em pregar o Evangelho que transforma e abunda em graça. Por isso, não tema ver a profundidade do seu pecado, pois Deus lhe mostrará a grandeza de sua graça em Jesus.
         A misericórdia de Deus transforma um terrorista em pregador do Evangelho. A misericórdia de Deus transforma a ignorância na sabedoria, que é a mensagem da cruz, e a incredulidade em fé. Amém!


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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