sábado, 23 de abril de 2011

Deus e sua posição quanto ao Bullying

24/04/11 – Ressurreição do Senhor – Páscoa
Sl 16; At 10.34 – 43; Cl 3.1-4; Mt 28.1-10

Tema: Deus e sua posição quanto ao Bullying
Introdução
            O que é Bullying? È quando uma pessoa quer se sobrepor sobre a outra por meio de intimidação física ou psicológica. O bullying é um assunto presente no nosso dia-a-dia, principalmente entre estudantes. Pois é na escola que acontece diversas situações de bullying. Na internet há vários vídeos que apresentam manifestações de bullying. Alunos, professores e a família são expostos ao ridículo. Todos somos vitimas de bullying, até e infelizmente a igreja.
            Mas, hoje é páscoa – e o que tem haver a mensagem da páscoa com o bullying? A mensagem da páscoa é justamente a posição de Deus quanto ao bullying. A mensagem da páscoa nos leva a prática do nosso dia-a-dia. E a essa prática consiste no amor, perdão, compreensão e respeito, principalmente na diferença.
            E se o bullying está presente na internet ou na TV, é uma amostra daquilo que verdadeiramente está acontecendo, na sociedade, família e infelizmente na igreja. Não se aceita o diferente, não se quer acolher nem integrar. Ora se é gordinho, ora magrinho, outras vezes pobre, patricinha ou mauricinho, do norte, do nordeste, do sul, etc. As diferenças tão importantes e bonitas que traçam nosso país como um dos mais ricos culturalmente acabaram se tornando terríveis práticas de bullying.
Desenvolvimento
            Hoje é páscoa, e a mensagem do Cristo ressuscitado impacta nosso coração a ponto de nos levar à prática do amor, principalmente na diferença de raça, nível social, físico e intelectual. Tudo o que Jesus fez, foi por cada um, e o fez por causa da nossa situação, pecadores. Jesus sempre respeitou as diferenças, entre homem e mulher, entre adultos e crianças, também as diferenças culturais, sociais, físicas e raciais.
            As diferenças não faziam com que alguém fosse excluído da sua graça e do seu amor. Jesus é diferente de nós, como diz Paulo aos Filipenses, “Ele era Deus, mas se fez homem para resgatar a todos nós”. A diferença do Deus santo e nós homens pecadores não criou uma barreira que impedisse Deus de nos salvar, essa diferença foi desfeita no Jesus homem, no Jesus Deus.
            Pedro, um dos 12 discípulos de Jesus, teve uma visão (At 10.9-12). Nessa visão viu no céu como que um grande lençol com muitas espécies de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E diante dessa visão ouviu uma voz que lhe disse: “Pedro, mata e come.” Pedro, muito zeloso na lei, e sabendo que algumas daquelas espécies eram imundas, respondeu: “De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda.” E pela segunda vez, a voz lhe falou: “Ao que Deus purificou não consideres comum. Isto aconteceu três vezes, até aquele objeto ser recolhido ao céu.”
            Enquanto Pedro tentava encontrar o significado dessa visão, homens enviados por Cornélio, centurião da coorte italiana, chegam à casa de Pedro. Cornélio não era judeu, portanto um gentio, um impuro. Pedro, no entanto, vai com eles, e diante de Cornélio, sua família e empregados começa a pregar: “Deus não faz acepção de pessoas,... anunciou e pede para anunciarmos o evangelho da paz...” Aqui está a posição de Deus diante do Bullying. Ele trata a todos igualmente.
            Deus não mostra favoritismo, nem têm favoritos, seu desejo, “salvar a todos”. Enquanto o homem pecador continua distinguindo as nações, as raças, os grupos sociais, as religiões e as igrejas, sempre mais e mais haverá o descarte, o desprezo, e o bullying aumentará cada vez mais.
            Por não se respeitar as diferenças, as pessoas sempre andam em busca daquilo que lhe é favorável. E o que lhes apresenta como desfavorável se torna descartável.
            Deus não faz acepção de pessoas e nos deixou o evangelho da paz.
            Será que entre nós há acepção de pessoas? O bullying é prova disso. Será que dentro do lar existem brigas por causa da diferença de gêneros, de trabalho, de ponto de vista, etc? Creio que sim. E ao responder sim a essa pergunta eu me sinto muito mau. Sim! Mau comigo mesmo. Me sinto mau ao reconhecer que faço acepção de pessoas, começando pela minha família, onde todos são tão diferentes. Mas, ao mesmo tempo, que me sinto mau, diante desse texto fico alegre. Pedro reconheceu que estava errado e mudou, ele foi curado do seu mau. E Deus ao me dar o privilégio de estudar esse texto, está dando a mim, nessa páscoa a chance de ser curado também. E a cura e justamente da doença chamada, PRECONCEITO. Mas assim como toda doença para ser curada, precisa ser descoberta e se precisa reconhecer como um doente, eu também preciso passar por esse processo. E se é verdade que nós fazemos acepção de pessoas, e que a sociedade pratica o bullying, precisamos nos reconhecer doentes, e como doentes, precisamos de remédio para sermos curados. E esse remédio é o evangelho anunciado por Jesus Cristo, o EVANGELHO DA PAZ. O remédio dado a nós pela sua Palavra, pelo seu Corpo e seu Sangue. Que esse remédio oferecido e dado pela PALAVRA e SANTA CEIA possa ser constantemente buscado por nós para que possamos ser curados dessa grave doença.
            Alimentemo-nos do EVANGELHO DA PAZ para que possamos sempre mais nos aproximar nas diferenças, e mesmo havendo diferenças possamos permanecer unidos, pois para isso Jesus morreu por nós, para nos unir ao Pai e um ao outro.
            Deus e sua posição quanto ao Bullying
            O remédio deixado por Deus para combater o bullying é a mensagem da páscoa, o EVANGELHO DA PAZ. Pazisso está pressupondo que havia um conflito anterior. E esse conflito era a ruptura entre Deus e os homens. E através da ressurreição de Jesus esse conflito terminou. Nós agora temos paz com Deus.
            Eu e você estamos próximos de Deus, por causa do filho de Deus, JESUS. A vitória de Jesus sobre o diabo e a morte é a nossa vitória. E é essa mensagem maravilhosa que nos motiva a vivermos unidos, assim como nós em Jesus estamos unidos ao Pai Celestial.
            O evangelho da paz é para nos ajudar na nossa vida de paz com todas as pessoas, seja em família, no trabalho, na sociedade, na escola.
            Ainda somos seres humanos, e dizer que não discutimos na família ou na sociedade é hipocrisia, o bullying é visível em todas as relações pessoais. As diferenças existem e sempre irão existir, mas temos o evangelho da paz, o qual nos capacita a vivermos em igualdade mesmo nas diferenças.
            Eu estou em paz com Deus – não porque me comportei bem, mas por causa da fé, dada a mim no batismo e fortalecida na Palavra e Santa Ceia. Jesus conquistou essa paz na cruz. E sabendo que eu estou em paz com Deus, eu sou chamado a promover essa paz, conforme os textos de Colossenses 3.15; Mateus 5.9; Provérbios 12.20; Salmo 34.14.
O mundo precisa de paz, (não apenas da ausência de guerra), mas da paz de Deus e com Deus. Paz - a paz anunciada por Jesus na tarde de páscoa aos seus discípulos,paz seja convosco,” precisa estar alimentando nosso coração, estar viva em nós, pois a acepção de pessoas está tomando conta da humanidade.
As pessoas nessa páscoa precisam ouvir a noticia do evangelho da paz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a da o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). A paz dada por Jesus, foi uma paz em amor. Foi amando a todos que ele se deixou levar à cruz. Em seu amor Jesus não foi compreendido, por isso a dificuldade dos discípulos de aceitarem a morte de Jesus. Em amor precisamos viver essa paz, respeitando as diferenças, primeiramente dentro do meu lar. Eu não preciso perder a minha identidade, mas como diz Paulo: “fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (1Co 9.22). Deus me usa para ser instrumento da sua paz. Tratar o outro assim como Deus em Jesus trata comigo, com amor. Foi para essa paz que Jesus veio ao mundo.
            E essa paz é produzida e alimentada em mim pelo Espírito Santo. Produzida no batismo e pelo ouvir da Palavra e é alimentada na Palavra e na Santa Ceia, por isso é tão necessário estar sempre voltando à casa do Pai, no templo, para receber perdão para perdoar, receber alimento para alimentar.
            Na história da humanidade sempre se julgou pela aparência, vejamos como exemplo o profeta Samuel. Quando foi enviado por Deus para Belém para ungir um novo rei em lugar de Saul, ao ver Eliabe, ele logo pensou que esse homem seria o novo rei, mas Deus disse: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Sm 16.7).
            Acepção de pessoas – Jesus não fez. Morreu por todos, na mesma cruz, morreu por todos a mesma morte, e ressuscitou para todos. Jesus não sofreu, morreu e ressuscitou diferentemente por cada pessoa. De um único jeito e do mesmo jeito realizou a missão de Deus por e para todos, judeus, gregos, brasileiros, homens, mulheres, crianças, etc.
            Pedro aprendeu uma grande lição, não há favoritismo, não deve haver partidarismo, reaprendeu aquilo que a lei de Moisés já previa: “Não farás injustiça no juízo, nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça julgarás o teu próximo” (Lv 19.15).
            Pedro! Quanta lição aprendeu durante sua atividade ao lado de Jesus? Aprendeu que a atitude de Deus para com as pessoas não é determinada por critérios externos ou pela aparência. Cornélio, sua família e seus servos eram aceitáveis, mesmo não sendo judeus. Pois a própria Escritura diz que “todo aquele que nele crê recebe a remissão dos pecados” (v.43). , esse é o critério de salvação, perdão e paz com Deus.
            Eu tenho fé e estou salvo, perdoado e em paz com Deus. E os outros? Que sejamos acolhedores e integradores das mais variadas pessoas ao evangelho da paz. O evangelho da paz que une pessoas mesmo na diferença.
            Páscoa é o evangelho da paz, pela morte de Jesus na cruz eu tenho paz com Deus, e estando em paz com Deus sou chamado a viver em paz com minha família, com meu semelhante, superando o preconceito e não praticar o bullying, ou seja, querer me sobrepor ao outro pela força.
            Eu fui alvo da missão de Deus em Jesus, e agora os outros diferentes de mim fazem parte da missão de Deus que foi confiada a mim. Fui resgatado por Deus em Jesus na cruz, e agora faço parte do grande comissionamento “Ide, por todo o mundo e pregai o evangelho, fazendo discípulos de todas as nações, batizando os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Eu fui atingido por essa Palavra, alguém diferente de mim, veio e pregou a mim, e assim fui feito discípulo de Jesus e agora Deus deseja que “todos” sem distinção de diferenças também seja atingidos. Pois como diz o próprio Lucas em Atos 15.8 “Ora, Deus, que conhece corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera.”
            Como é maravilhoso nessa manhã de páscoa, ouvir que Deus em Jesus me faz viver em paz com Ele, que me deu seu Espírito Santo e assim me deu a salvação para que eu também possa viver em paz com meus irmãos e irmãs.
Conclusão
            Há diferenças que incomodam e geram acepção de pessoas? Ouçamos o evangelho da paz, alimentemo-nos no evangelho da paz, na vida, na ressurreição de Jesus. Saciemos nosso coração, nosso corpo e nossa mente na santa ceia que ainda hoje é a demonstração do grande amor de Deus por nós, “fazei isto em memória de mim.” Jesus morreu na cruz por todos para unir todos a Deus, e ainda hoje deseja unir a todos, mesmo em meio as diferenças, pois para Deus não há diferença entre as pessoas.
            Páscoa é a certeza de que Deus nos ama, que ressuscitou, vencendo a morte, o diabo e o inferno para que eu, você tão diferentes um do outro possamos ter a vida eterna. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

Um comentário:

  1. vou pregar pela 1ª vez para crianças, creio que é de Deus, ter achado isso que o pastor escreveu sobre bullying, pois acredito que pregarei sobre este tema.
    Obrigada

    Deus o abençoe.

    Lilian Ramos

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