19 de outubro de 2025
Décimo
nono domingo após Pentecostes
Salmo
121; Gênesis 32.22-30; 2Timóteo 3.14-4.5; Lucas 18.1-8
Texto:
Gênesis 32.22-30
Tema: A
força está em agarrar-se a Cristo!
O relato da luta
de Jacó com o “homem” em Jaboque para
muitos destaca a identificação do misterioso lutador como figura como do Cristo
pré-encarnado, ou seja, uma aparição de Jesus antes de seu nascimento. Essa
interpretação reforça a crença na intervenção direta de Deus na vida humana e a
proximidade de Cristo com a humanidade desde o início da história da salvação.
A luta em Jaboque
não é apenas um evento aleatório, mas uma manifestação de Deus que prepara o
caminho para a encarnação e a paixão de Cristo. O fato de o “homem” se envolver em uma luta física com Jacó
demonstra um Deus que não é distante, mas que se aproxima e “luta” com seu povo, um tema que ressoa com a
experiência cristã de fé e dúvida.
A luta de Jacó é
vista como uma metáfora para a luta espiritual do cristão. A fé não é uma
experiência estática ou fácil, mas um constante “lutar”
com Deus, suas promessas e as realidades da vida.
Jacó se agarra ao “homem” e exige uma bênção, mesmo após ser
ferido. Isso simboliza a perseverança da fé. Em vez de fugir ou desistir diante
das dificuldades, o crente se agarra a Deus e à sua Palavra. A fé, não é
passividade, mas uma confiança ativa e insistente.
O ferimento no
quadril de Jacó, que o faz mancar, é um detalhe crucial. Pois, de acordo com a
teologia da cruz, a força de Jacó está em sua fraqueza. A bênção não vem da sua
própria força ou habilidade, mas de sua submissão e derrota. O ferimento o
lembra de que a salvação não é conquistada pelo esforço humano, mas recebida
pela graça de Deus. A limitação física de Jacó o força a confiar apenas em
Deus, e não em suas próprias artimanhas, como ele costumava fazer.
A mudança de nome
de Jacó (“suplantador”, “enganador”) para Israel (“aquele que luta com Deus”) é o ponto
culminante do episódio. Essa transformação de identidade representa a nova
realidade de um crente que foi derrotado por Deus.
Jacó “prevaleceu” contra Deus, mas a vitória real
foi ser subjugado por Ele. O novo nome, Israel, significa que ele não apenas
lutou com Deus, mas Deus lutou com ele, e Jacó é agora definido por essa
relação.
A nova identidade
de Jacó não se baseia em seu próprio mérito ou em suas ações passadas, mas na
bênção e na graça de Deus. Jacó não é mais o enganador, mas o patriarca do povo
de Deus, cujo nome reflete uma história de luta e de bênção divina.
A história de Jacó
é um exemplo primordial de que Deus se revela não na força e na glória, mas na
fraqueza, no sofrimento e na humilhação.
A luta de Jacó em
Jaboque é um sofrimento que leva à salvação. A dor e o ferimento no quadril são
a marca da bênção de Deus, um sinal de que ele foi tocado por Deus e, através
dessa experiência de fraqueza, recebeu uma nova vida. Em vez de buscar a bênção
na força e na conquista, Jacó a encontra na submissão e na graça de Deus.
Em Gênesis
32.22-30 temos a história da vida cristã, marcada pela luta, pela fraqueza, e,
finalmente, pela bênção incondicional da graça de Deus, revelada na figura de
Cristo e recebida pela fé. Amém
Edson
Ronaldo Tressmann