17 de março de 2024
Salmo
119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45
Texto:
Marcos
10.35-45
Tema:
Discípulo
serve!
O
evangelho de João Marcos narra as reações ante ao anúncio de Jesus de que iria
para Jerusalém sofrer, ser crucificado e ressuscitar.
O
fato de Jesus seguir na frente não é por destaque. Ir na frente
significa que está certo e convencido do que se está fazendo. Todavia, muitos e
inclusive os discípulos não compreenderam isso.
Durante
a caminhada, Tiago e João sonhavam com honrarias e poder. Esse desejo gerou
discórdia e competição entre os discípulos.
Aos
seus discípulos, Jesus enumera que ser discípulo envolve servir e não ser
servido.
Essa
recomendação é muito propícia para a igreja de nossos dias. A maioria da
membresia deseja ser servida, todavia, quando surge uma oportunidade para
servir, se afugenta.
Aprendemos
na Palavra de Deus que toda autoridade procede de Deus. Contudo, a autoridade é
realizada no exercício do servir. Servir é: entregar-se em prol de um bem comum para um bem
comum.
O
Novo Testamento enfatiza com propriedade que servir aos santos é uma prática
genuína e recorrente.
Diakoneo,
termo que ocorre 37 vezes no Novo Testamento, significa servir.
Servir é ser discípulo daquele que veio
para servir.
Queridos
irmãos e irmãs na fé. O serviço ou o servir não
pode ser atribuição de um pequeno grupo da igreja. Cada pessoa recebeu e recebe
de Deus um maravilhoso dom. E esse dom foi lhe dado para servir os demais. O
dom individual é muito importante e necessário para o coletivo. Não deixe de
fazer uso desse dom, pois a falta do exercício desse dom na coletividade, o
corpo todo sofre.
Servir faz parte da natureza de Deus.
Jesus de maneira voluntária veio servir. O apostolo Paulo escreveu aos cristãos
de Filipos: “...antes, a si mesmo se esvaziou,
assumindo a forma de servo...” (Fp 2.7). Lucas registrou as palavras
de Jesus: “Eu entre vós sou como quem serve”
(Lc 22.27). Mateus escreveu: “o Filho do Homem
não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.28).
A igreja é uma composição de discípulos
que servem. O corpo precisa da arte de servir!
Alguns
pequenos exemplos de servir:
-
Jesus “lavou os pés dos discípulos”
(Jo 13.5);
-
Discípulos “...distribuíram os pães e os peixes
que Jesus multiplicou” (Mt 14.19);
-
Discípulos “encheram seis potes de água, 80 litros
cada pote e Jesus transformou água em vinho” (Jo 2.7);
Jesus realizou milagres. E para a
realização dos milagres, houve espaço para servir. Enquanto se serve, Jesus
realiza seus milagres.
Para
Deus, o servir ocorre também nas pequenas situações. Um exemplo prático: as
casquinhas são pintadas e enchidas com amendoim. Tiramos as fotos e divulgamos.
Todavia, se muitas pessoas não ajuntassem as casquinhas; as casquinhas não
serão feitas, pois faltou o serviço de recolher e guardar as casquinhas de ovos.
Jesus
quer discípulos! Ao ordenar: “Ide
fazei discípulos de todas as nações...” (Mt 28.19), o ir já é uma
espécie de servir. Nesse servir, pelo Batismo e Ensino Jesus vai fazendo
discípulos e entre os seus discípulos, o maior é o que serve.
O
discípulo é agraciado em ser discípulo. O servir demonstra seu
discipulado. O problema é quando durante a caminhada, a exemplo de Tiago e João,
alguns querem status, honras, elogios e poder pelo seu servir.
É
muito nobre, mas não é cabível que apenas um, ou um pequeno grupo, sirva. É
preciso que todos sirvam, pois quanto mais servirem, mais fácil se torna a
obra, mas amplo fica o horizonte. Cuidemos com a centralização em torno de uma
pessoa. Isso traz sobrecarga, serviços deficientes, obras inacabadas.
Centralizar é impedir que outros sirvam. Centralizar é monopolizar e
individualizar o que Jesus solicita para todos. Servir é expandir.
Uma
alternativa para a descentralização é a delegação. É pedir e deixar com que
outros façam. O diácono
realiza um serviço pelo servir.
Os
diáconos são mordomos do serviço de Deus aos santos. Diáconos servem nos
bastidores, servindo e suprindo a necessidade dos irmãos. Há pessoas que servem
e outros veem, e há aqueles que servem sem outros verem e a igreja também é
beneficiada por seu agir.
Àquele
que serve já tem uma recompensa guardada pelo Pai Celestial, quer seja aqui,
quer seja na eternidade.
O
servir se torna essencial para o andamento do ofício pastoral, evangelístico e
profético da igreja. Foi dito no início da expansão do cristianismo: “...Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus
para servir as mesas” (At 6.2). Para que o específico da igreja
ocorra – pregar, é preciso e é urgente que haja quem sirva. Para
servir é preciso disposição e humildade. Muitas vezes, o servir chega ao ponto
de ter que carregar o próximo nas costas.
Servir
gera um impacto tremendo fora da igreja. Vocês ouvem o bom
testemunho pela cidade devido ao vosso servir. Já ouvimos: uma igreja tão pequena e quantas coisas realizam
(At 2.42-46; 6.1-7). Quando os discípulos servem, a congregação cai na graça
dos homens e se multiplica.
Servir
é pensar no outro. Não visa aplausos, elogios ou qualquer
outra coisa. Visa tão somente estar sob a sombra de Jesus e seguir seus passos,
afinal, seguindo a nossa frente,
Jesus sabe o que está fazendo e é certo o que faz.
O único ofício constante e sem fim na
igreja é servir. Esse servir ocorre pelo fato da igreja
ser composta por pessoas generosas, caridosas, misericordiosas. Isso se deve ao
fato da igreja ter como cabeça Jesus Cristo – o diácono que serviu e serve a igreja.
Jesus
estava caminhando rumo a cruz e muitas pessoas o seguiam (Mc 8.27 – 10.52). O
perigo que se apresentou, se apresenta ainda hoje. O perigo de supor que por
seguir Jesus se merece mais do que àqueles que não o seguem. O perigo é querer
destaque. Um queria estar à direita e outra a esquerda. A direita é o lugar de
mais alta honra e esquerda um pouco inferior. Corre-se o perigo de Tiago e
João, ou seja, preocupar-se consigo mesmo. Corre-se o perigo de julgar-se com direito
de obter méritos por servir.
Ao
invés de honra, Jesus propõe entregarem a vida pelo Reino. E, mesmo tendo dito
sim, poucos dias depois, abandonaram Jesus na hora do sofrimento (Mc 14.50).
Ao
servir, não queira a honra. Por hora, é necessário sofrimento e cruz.
Não
deixe a ideologia secular dominar nossa mentalidade. Não se se contaminem pela
ideologia do privilégio e rivalidade. Não deem lugar para ambição pessoal.
Jesus
fala que o diácono é o doulos. Essa palavra indica um serviço realizado pelas
mulheres e pelos escravos. Ou seja, no Reino de Jesus, o status, o maior, o
melhor são aqueles que servem com amor aos demais. Assim como Jesus serviu, ele
nos servirá quando voltar (Lc 12.37). Amém!
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