20 de março de 2022
Salmo
85; Ezequiel 33.7-20; 1Corintios 10.1-13; Lucas 13.1-9
Texto:
Lucas 13.1-9
Tema:
Um espelho para todos
Acompanhamos
consternados os ataques à Ucrânia. Além disso, no Brasil vivemos na berlinda
ante a polarização Bolsonaro e Lula.
Não
bastasse isso, ouvimos as mais variadas noticias de tragédias.
Em
meio a essas questões, a igreja é tentada e motivada a emitir sua posição
política e ideológica. Seja qual for a posição ou opinião corremos o risco de
ser tratado apenas como influenciador de uma posição ou outra.
Na
caminhada rumo a Jerusalém, Jesus passou por muitas perguntas tentadoras. Diante
de cada questão, foi tentador tomar uma posição política e ideológica. Se caso
Jesus Cristo tivesse optado por uma ideia ou outra, se tornaria um agitador ou
revolucionário, e a missão da cruz estaria prejudicada.
Após
alertar acerca do juízo vindouro (Lc 12.35-40), “algumas pessoas chegaram” com o
intuito de saber a respeito da atrocidade do procurador romano contra os galileus
revolucionários.
A
questão com teor político e teológico deixou Jesus numa situação difícil. Se
caso tivesse respondido a questão no viés politico ideológico com certeza se tornaria
um agitador revolucionário.
No
entanto, Jesus Cristo respondeu a questão no viés teológico e faz com que cada
um dos arguidores e ouvintes pensasse em algo muito profundo. É como se Jesus dissesse:
bem, se vocês
querem saber se esses supostos terroristas que estavam no templo oferecendo sacrifícios
foram castigados por Deus, eu digo que não.
Para
justificar a resposta, Jesus cita o exemplo de dezoito trabalhadores que
morreram trabalhando quando a torre de Siloé desabou sobre eles.
Ante
os acontecimentos na Ucrânia, muitas pessoas estão perguntando: como é possível crianças
inocentes morrerem na guerra?
Não
podemos nos satisfazer com respostas ideológicas e políticas, afinal, elas
apenas criam mais discórdias.
Jesus
não entra no debate político ideológico, mas responde a pergunta com uma
questão teológica: “Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse
jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do os outros galileus?”
(Lc 13.2).
Do
possível debate politico ideológico, Jesus fez tornar-se uma conversa a
respeito da própria situação dos arguidores e ouvintes.
Dessa
forma, ao citar o exemplo da queda da torre de Siloé, que matou 18
trabalhadores num evento trágico, e que, aparentemente nada justificasse
tamanha tragédia, Jesus desvencilha a ideia de que qualquer evento natural e
trágico, ou causado por outro alguém, seja castigo da parte de Deus por causa
de um ou outro pecado.
A
resposta de Jesus (Lc 13.3-5) é um alerta para que as pessoas parem de olhar para os eventos
como uma punição divina por esse ou aquele pecado e cada qual olhe para si mesmo. É como se
Jesus estivesse dizendo: aproveitem os acontecimentos trágicos e de sofrimento
como um espelho. Se os ataques na Ucrânia estivesse ocorrendo aqui? Como
está sua vida com Deus?
Cada tragédia, sofrimento, morte é uma
oportunidade para refletir sobre a nossa vida.
Em
sua resposta Jesus fala sobre quem aquele povo era. A Palavra de Deus usa a vinha
(Is 5.1-7) e a figueira (Jl 1.7) como imagens para o povo da aliança e assim, Jesus
diz claramente para os seus que eles eram a figueira plantada na vinha, mas,
sem fruto nenhum. Não havia entre eles frutos de justiça (Is 5.7) e de amor ao
próximo (Jo 15.1-7). Assim, Jesus leva os ouvintes ao clímax do diálogo: se vocês
tivessem sido atingidos pela tragédia da chacina ou da queda da torre, o que
lhes aconteceria eternamente?
Sem
esperanças em si mesmas, pois, se fosse por merecimento, eles também mereciam
passar por tragédias semelhantes, Jesus anuncia a longanimidade de Deus (Lc
13.8). Temos mais uma
oportunidade devido a longanimidade de Deus!
Aproveitemos
os eventos trágicos para nos olhar no espelho e ver como está a nossa vida. Agradeçamos
a Deus por estarmos de pé e oremos para que em sua fidelidade não caiamos da fé
(1Co 10.12). Amém!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.