10
de outubro de 2021
Salmo
90.12-17; Amós 5.6-7,10-15; Hebreus 3.12-19; Marcos 10.17-22
Texto:
Hebreus
3.12-19
Tema:
Estímulo
diário!
Nos versos anteriores ao da nossa
reflexão (Hb 3.7-11) há a descrição do fracasso de Israel. Esse incidente está
descrito nos capítulos 13 e 14 do livro de Números. A viagem dos israelitas
através do deserto estava próximo do fim. A travessia do mar Vermelho, a
recepção dos Dez Mandamentos no monte Sinai, a construção do tabernáculo haviam
ficado para trás. Nas fronteiras da Terra Prometida num acampamento chamado
Cades-Barneia, Moisés ordenou ao povo acampar-se. Foi organizada uma equipe de
reconhecimento, constituída de um homem de cada uma das 12 tribos, e enviada
para espiar “a
terra de Canaã” e avaliar a posição do inimigo, trazer informações
ao exército israelita.
Esses
homens fizeram como ordenado, mas o relatório da maioria encheu de medo o
coração do povo. O relatório que apresentaram a Moisés preocupava a todos (Nm
13.27-30). Uma terra da qual manava leite e mel, mas, havia gigantes que
pareciam insuperáveis. O medo fez com que muitos desejassem retornar ao Egito,
e, dois membros da equipe (Josué e Calebe) buscavam animar o povo (Nm 14.8).
O
povo fora tomado de pânico, e não havia jeito de convencê-los a avançar. A
razão cedeu lugar ao medo. Foi um dos mais trágicos episódios da história do
povo de Israel. O povo de Deus rejeitou as promessas de Deus e assim foram
castigados. Passaram além dos dois que já haviam passado outros 38 anos
peregrinando no deserto.
De
acordo com o que escreveu Moisés em Dt 1.2, o povo só precisava de onze dias
para ir de Horebe a Cades-Barneia, pelo caminho da montanha de Seir. Mas, como
preferiram aceitar o conselho dos seus temores em vez de confiar nas promessas
de Deus, a viagem de onze dias prolongou-se por quarenta anos.
A
situação pode ser resumida em apenas uma palavra: incredulidade. Deus havia feito à
promessa: “Eu
vos darei esta terra” (Gn 12.1-3,7; 15.18; 17.7-8; 26.4; 28.13; Dt
1.8). Porém o povo deu
crédito a capacidade dos gigantes do que a disposição de Deus de cumprir sua
promessa.
Os
filhos de Israel peregrinaram quarenta anos para fazer uma viagem que podia ser
feita em onze dias. Isso por não terem ainda aprendido uma importante lição. A incredulidade
fez perder uma geração toda.
Na
passagem de Hb 3.7-19 o escritor nos exorta a aprender com o erro de Israel em
vez de incidir no mesmo padrão trágico da incredulidade.
Incredulidade foi o problema de
Israel, e sem constante vigilância, pode ser nosso também. É tolice pensar que
somos mais inteligentes ou mais espirituais do que Israel.
Em
Cades-Barneia, Deus serviu-se dos gigantes para testar a Israel (Hb 3.8-9).
Deus permitiu que eles se encontrassem com os “filhos de Enaque” para que
pudessem recorrer as suas promessas em vez de confiar em sua própria força e
capacidade. Israel reagiu com dúvida e ansiedade em face de circunstâncias
desfavoráveis.
A
incredulidade se encontra na fronteira de duas realidades: a terra prometida era
bela e rica, mas, lutar e vencer gigantes, impossível.
O
povo estava interessado em possuir a terra prometida, mas, não tinham interesse
nenhum em lutar contra gigantes.
No
dia-a-dia, é comum darmos “de cara” com um gigante. Isso ocorre quando
nossos negócios se complicam, ou morre algum ente querido, ou um filho ou nós
mesmos caímos num vício. Os gigantes são variados e os confrontamos todos os
dias. Quando estamos em luta com os mesmos somos tentados a pensar que estamos
abandonados e que seremos derrotados.
Nessas
situações, corremos o risco de virar as costas para Deus, ficar indignados, ou
encarar a situação com os olhos da fé, e enfrentar os gigantes na certeza de
que Deus tomará e cuidará da nossa causa.
Hebreus 3.1-6
apresenta o que Cristo fez; Hebreus 3.7-11,
o que faremos tendo aprendido a lição do povo de Israel.
O
autor aos Hebreus diz que enquanto o povo de Israel é exaltado em Cristo (Hb 3.1-6);
o povo exaltado em Cristo é exortado a não perder o maravilhoso plano de Deus
em sua vida (Hb 3.7-11).
Nesse
contexto ouça a exortação: “cuidado para nos vos endurecer na incredulidade”
(Hb 3.12) e a recomendação ao estímulo mútuo diário (Hb 3.13).
Enquanto Deus fez uma promessa, Israel
respondeu com a incredulidade. Muitas pessoas têm respondido com
incredulidade, a exemplo do jovem rico, que confiava em suas realizações.
O
trecho de Hb 3.15-19 apresentam duas ideias paralelas: o que fez Israel e qual a resposta de Deus a
incredulidade. Apesar de o autor relatar que Israel ouviu (Hb 3.16), o
mesmo não entendeu o que Deus esperava deles.
O
problema de Israel foi à escolha que fizeram diante desse ouvir. Eles pecaram
(Hb 3.17). Eles não
creram (Hb 3.19).
O
povo não duvidou da capacidade de Deus, mas da disposição de Deus em derrotar
esses gigantes. Ou seja, o povo duvidou se Deus iria fazer o que prometeu.
Deus
foi provocado (Hb 3.16). O povo da Israel considerou Deus mentiroso (Nm 23.19).
Deus foi ofendido (Hb 3.17).
Qual foi a reação de
Deus?
Jurou
vingança (Hb 3.18). Fez a promessa de que os rebeldes não entrariam na terra
prometida e que viveriam como peregrinos no deserto. Essa promessa está
fundamentada num pedido do próprio povo (Nm 14.2-3). Deus deu ao povo o que
queriam: morrer no deserto. O
salmista traz à lembrança esse episódio (Sl 106-13-15).
Estimulemo-nos
a confiança diariamente, mesmo que os gigantes pareçam nos derrotar e devorar.
Jesus venceu o maior de todos os gigantes: a morte eterna. Amém.
ERT
Edson
Ronaldo Tressmann
Bibliografia
HENRICHEN,
Walter A. Depois do Sacrifício. Estudo prático a carta aos Hebreus. Trad.
Luiz Aparecido Caruso. Editora Vida, 1996, São Paulo, SP. pp. 34-39
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