segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Estímulo diário!

 

10 de outubro de 2021

Salmo 90.12-17; Amós 5.6-7,10-15; Hebreus 3.12-19; Marcos 10.17-22

Texto: Hebreus 3.12-19

Tema: Estímulo diário!

 

Nos versos anteriores ao da nossa reflexão (Hb 3.7-11) há a descrição do fracasso de Israel. Esse incidente está descrito nos capítulos 13 e 14 do livro de Números. A viagem dos israelitas através do deserto estava próximo do fim. A travessia do mar Vermelho, a recepção dos Dez Mandamentos no monte Sinai, a construção do tabernáculo haviam ficado para trás. Nas fronteiras da Terra Prometida num acampamento chamado Cades-Barneia, Moisés ordenou ao povo acampar-se. Foi organizada uma equipe de reconhecimento, constituída de um homem de cada uma das 12 tribos, e enviada para espiar “a terra de Canaã” e avaliar a posição do inimigo, trazer informações ao exército israelita.

Esses homens fizeram como ordenado, mas o relatório da maioria encheu de medo o coração do povo. O relatório que apresentaram a Moisés preocupava a todos (Nm 13.27-30). Uma terra da qual manava leite e mel, mas, havia gigantes que pareciam insuperáveis. O medo fez com que muitos desejassem retornar ao Egito, e, dois membros da equipe (Josué e Calebe) buscavam animar o povo (Nm 14.8).

O povo fora tomado de pânico, e não havia jeito de convencê-los a avançar. A razão cedeu lugar ao medo. Foi um dos mais trágicos episódios da história do povo de Israel. O povo de Deus rejeitou as promessas de Deus e assim foram castigados. Passaram além dos dois que já haviam passado outros 38 anos peregrinando no deserto.

De acordo com o que escreveu Moisés em Dt 1.2, o povo só precisava de onze dias para ir de Horebe a Cades-Barneia, pelo caminho da montanha de Seir. Mas, como preferiram aceitar o conselho dos seus temores em vez de confiar nas promessas de Deus, a viagem de onze dias prolongou-se por quarenta anos.

A situação pode ser resumida em apenas uma palavra: incredulidade. Deus havia feito à promessa: “Eu vos darei esta terra” (Gn 12.1-3,7; 15.18; 17.7-8; 26.4; 28.13; Dt 1.8). Porém o povo deu crédito a capacidade dos gigantes do que a disposição de Deus de cumprir sua promessa.

Os filhos de Israel peregrinaram quarenta anos para fazer uma viagem que podia ser feita em onze dias. Isso por não terem ainda aprendido uma importante lição. A incredulidade fez perder uma geração toda.

Na passagem de Hb 3.7-19 o escritor nos exorta a aprender com o erro de Israel em vez de incidir no mesmo padrão trágico da incredulidade.

Incredulidade foi o problema de Israel, e sem constante vigilância, pode ser nosso também. É tolice pensar que somos mais inteligentes ou mais espirituais do que Israel.

Em Cades-Barneia, Deus serviu-se dos gigantes para testar a Israel (Hb 3.8-9). Deus permitiu que eles se encontrassem com os “filhos de Enaque” para que pudessem recorrer as suas promessas em vez de confiar em sua própria força e capacidade. Israel reagiu com dúvida e ansiedade em face de circunstâncias desfavoráveis.

A incredulidade se encontra na fronteira de duas realidades: a terra prometida era bela e rica, mas, lutar e vencer gigantes, impossível.

O povo estava interessado em possuir a terra prometida, mas, não tinham interesse nenhum em lutar contra gigantes.

No dia-a-dia, é comum darmos “de cara” com um gigante. Isso ocorre quando nossos negócios se complicam, ou morre algum ente querido, ou um filho ou nós mesmos caímos num vício. Os gigantes são variados e os confrontamos todos os dias. Quando estamos em luta com os mesmos somos tentados a pensar que estamos abandonados e que seremos derrotados.

Nessas situações, corremos o risco de virar as costas para Deus, ficar indignados, ou encarar a situação com os olhos da fé, e enfrentar os gigantes na certeza de que Deus tomará e cuidará da nossa causa.

Hebreus 3.1-6 apresenta o que Cristo fez; Hebreus 3.7-11, o que faremos tendo aprendido a lição do povo de Israel.

O autor aos Hebreus diz que enquanto o povo de Israel é exaltado em Cristo (Hb 3.1-6); o povo exaltado em Cristo é exortado a não perder o maravilhoso plano de Deus em sua vida (Hb 3.7-11).

Nesse contexto ouça a exortação: “cuidado para nos vos endurecer na incredulidade” (Hb 3.12) e a recomendação ao estímulo mútuo diário (Hb 3.13).

Enquanto Deus fez uma promessa, Israel respondeu com a incredulidade. Muitas pessoas têm respondido com incredulidade, a exemplo do jovem rico, que confiava em suas realizações.

O trecho de Hb 3.15-19 apresentam duas ideias paralelas: o que fez Israel e qual a resposta de Deus a incredulidade. Apesar de o autor relatar que Israel ouviu (Hb 3.16), o mesmo não entendeu o que Deus esperava deles.

O problema de Israel foi à escolha que fizeram diante desse ouvir. Eles pecaram (Hb 3.17). Eles não creram (Hb 3.19).

O povo não duvidou da capacidade de Deus, mas da disposição de Deus em derrotar esses gigantes. Ou seja, o povo duvidou se Deus iria fazer o que prometeu.

Deus foi provocado (Hb 3.16). O povo da Israel considerou Deus mentiroso (Nm 23.19). Deus foi ofendido (Hb 3.17).

Qual foi a reação de Deus?

Jurou vingança (Hb 3.18). Fez a promessa de que os rebeldes não entrariam na terra prometida e que viveriam como peregrinos no deserto. Essa promessa está fundamentada num pedido do próprio povo (Nm 14.2-3). Deus deu ao povo o que queriam: morrer no deserto. O salmista traz à lembrança esse episódio (Sl 106-13-15).

Estimulemo-nos a confiança diariamente, mesmo que os gigantes pareçam nos derrotar e devorar. Jesus venceu o maior de todos os gigantes: a morte eterna. Amém.

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia

HENRICHEN, Walter A. Depois do Sacrifício. Estudo prático a carta aos Hebreus. Trad. Luiz Aparecido Caruso. Editora Vida, 1996, São Paulo, SP. pp. 34-39

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