10 de outubro de 2021
Salmo 90.12-17; Amós 5.6-7,10-15; Hebreus 3.12-19; Marcos 10.17-22
Texto: Marcos 10.17-22
Tema: Ajoelhou-se
para falar e levantou-se triste depois de ouvir!
Ajoelhou-se para falar
e levantou-se triste depois de ouvir!
Um homem, conhecido como
jovem rico, tem sua história
registrada por três de quatro evangelistas. O relato quer nos ensinar varias e preciosas
lições. Desejo exprimir uma possível reflexão do mesmo.
Conforme João Marcos
(Mc 10.17-22) esse homem se aproximou de Jesus e se ajoelhou.
O ato de ajoelhar
significava intensidade e sinceridade. É um gesto de submissão completa. Ajoelhar-se
perante alguém indica que se reconhece a autoridade dessa pessoa.
O homem rico reconhecia
a autoridade de Jesus como bom mestre.
Entre os judeus, havia a ideia de que Deus é bom, e o melhor de todos os homens
era apenas um representante da bondade absoluta de Deus. Dessa forma, ao
ajoelhar-se diante de Jesus e chama-lo de bom
mestre, o homem rico (Mc 10.17-22), reconhecia a autoridade de Jesus como
sendo um representante da bondade de Deus e achava que ele também o fosse. E
para classificá-lo como tal, diz que observava todos os mandamentos.
Querendo receber de
Jesus o título de bom, o homem foi
questionado sobre a observação dos mandamentos da segunda tábua que falam sobre
a vida diante do próximo. Ao responder que observava os mesmos, Jesus coloca o
dedo na ferida fazendo-o refletir que não era um representante da bondade de
Deus, pois lhe faltava prático amor ao próximo. Jesus disse: “Falta mais uma
coisa para você fazer: vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e
assim você terá riquezas no céu” (Mc 10.21).
Esse pobre homem rico,
ajoelhado, considerando Jesus um representante da bondade de Deus e desejando
esse título, ouve de Jesus que ele não representava a bondade de Deus, afinal,
não era capaz de vender seus bens e doar aos pobres.
Ajoelhou-se para falar
e levantou-se triste depois de ouvir!
Depois de falar que
observava os mandamentos que indicava seu relacionamento com o próximo, Jesus
indica que esse homem amava a si mesmo e principalmente o dinheiro.
Salomão disse que “quem ama o
dinheiro nunca fica satisfeito...” (Ec 5.10) e o apostolo Paulo
escreveu a Timóteo que “o amor ao dinheiro é uma fonte de todos os tipos de
males...” (1Tm 6.10).
Jesus disse que o maior
entre todos é aquele que serve (Mc 10.43). E assim, diante dessa narrativa (Mc 10.17-22)
cabe a pergunta: O que temos e somos serve aos outros?
De nada adianta querer
ajoelhar-se, supostamente observar os mandamentos e, não passar disso.
Ao dizer de maneira
humorada que “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de
uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mc 10.25), Jesus
enfatiza o perigo que corre a alma humana. Seu alerta é para que se tenha
cuidado com uma vida dividida. Não é possível supostamente cumprir a lei
referente ao próximo sem amá-lo verdadeiramente. Cuidado! Não deixe o terreno,
o passageiro, tirar o eterno.
Jesus olha com amor (Mc
10.21) para esse pobre homem rico. Com olhar misericordioso, Jesus aponta seu
pecado e o quanto estava distante de Deus imaginando estar perto pelo aparente cumprimento
da lei.
Ajoelhou-se para falar
e levantou-se triste depois de ouvir!
Um homem que dizia amar
o próximo por não cometer adultério, não matar, não roubar, não dar falso
testemunho, honrar pai e mãe, mas, quando desafiado a vender seus bens e doar
aos necessitados, saiu triste.
Por amor a esse pobre
homem rico, Jesus apontou seu pecado e a raiz da sua pobreza espiritual. Ele amava
ao dinheiro.
Quantas pessoas dizem
que nunca mataram, roubaram, adulteraram e assim buscam ser taxados de bons e
até merecedores do céu e das bênçãos de Deus. Assim como foi com esse pobre
homem rico, Jesus continua a olhar com amor e deseja incutir cada qual do seu
pecado e fazê-lo refletir. Quantas vezes nos ajoelhamos para falar e nos levantamos
triste depois de ouvir!
Precisamos ser
convencidos do nosso pecado para verdadeiramente nos ajoelhar diante do Pai e
dizer: nada tenho observado da tua lei, pequei e peco pelo meu olhar, pensar,
falar, fazer e deixar de fazer. Tenho amado mais o que tenho e sou e desprezei
o meu próximo a quem deveria amar. Obrigado Senhor por meu amar mesmo assim.
Amém!
ERT
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