Se desejar, faça voluntariamente um pix - 63911639287
24
de outubro de 2021
Salmo126;
Jeremias 31.7-9; Hebreus 7.23-28; Marcos 10.46-52
Texto:
Marcos 10.46-52
Tema:
Expectativa!
Na saída da cidade sempre há alguém
esperando por carona. A expectativa do caroneiro e que passe alguém conhecido e
o leve até o destino.
Todos os anos milhares de pessoas
passavam por Jericó rumo a Jerusalém. Das sete festas, Páscoa (lv 23.4-5); Pães
Asmos (Lv 23.6-8); Primícias (Lv 23.9-14); Pentecostes (Lv 23.15-25); Trombetas
(Lv 23.23-25); Expiação (Lv 23.26-32); Cabanas (Lv 23.33-44); em três (Sucot,
Shavuot, Pessach), cada homem judeu precisava se dirigir ao Templo.
Jesus, seus discípulos e muitas outras
pessoas estavam subindo para Jerusalém. Jericó era a ultima oportunidade para
as caravanas se abastecerem das provisões e seguir viagem. Estavam a 25 km de
Jerusalém, numa subida de 1.000 metros.
Após passar um dia em Jericó, Jesus e
muitos outros seguem viagem. Na saída da cidade, como sempre, havia pessoas
deficientes esperando alguma esmola. João Marcos relata sobre um deles,
Bartimeu (Mc 10.46).
Esse homem era cego! E os cegos eram
tidos como os mais fracos e necessitados entre o povo. A lei de Deus dava uma
proteção espacial a eles (Lv 19.14; Dt 27.18). Qualquer israelita piedoso
socorria um cego (Jó 29.15).
Pedir esmola significava pedir justiça.
A palavra hebraica esmola (tzedakah) deriva de justiça (tzedek). Quando uma
pessoa pedia esmola gritava por tzedakah, os ouvidos judeus entendiam: “faça justiça!
Cumpra a Torá”. Quando alguém não dava esmola era como não cumprir a
Torá, ou seja, era estar fora do caminho de Deus.
O fato é que esse homem que pedia esmola
ouviu alguém dizer que a pessoa que estava passando ali era Jesus de Nazaré (Mc
10.47). Abro parênteses para indicar a importância
do testemunho. Essa pessoa apenas informou para um curioso que queria saber
quem estava vindo cercado por uma multidão, e ao falar que era Jesus de Nazaré,
Bartimeu, apenas cego fisicamente, fez uma bela confissão: “Jesus, Filho de
Davi, tenha pena de mim!” (Mc 10.47).
Muitas pessoas repreenderam e o mandaram
calar a boca. Qual
seria o motivo para querer silenciar esse homem? Seria indiferença social?
Pode até ser. Afinal, a insensibilidade social persiste até os dias de hoje.
No entanto, eu acredito que o motivo de
quererem silenciar Bartimeu era que não reconheciam Jesus assim como Bartimeu.
Em outras palavras, cegos, eram milhares que compunham aquela multidão.
O grito de Bartimeu revela sua
expectativa messiânica. Era como alguém esperando uma carona e sabe que aquele
que o daria carona está passando.
O cego estava vendo e revelou com seus
gritos o que a multidão não via. Jesus era o Messias aguardado pelo povo. Ele
estava indo para Jerusalém para ser o sacrifício perfeito de Deus em prol do
ser humano.
Jesus ouviu seu clamor e entendeu sua
confissão de fé e pediu que o chamassem (Mc 10.49). Jesus anunciou a cura (Mc
10.52).
Cada judeu clamava três vezes por dia
por misericórdia e por esse clamor
entendiam que um dia seria restabelecido o reinado da casa de Davi. Interpretavam
que de acordo com as palavras do Salmo 146.8, quando isso ocorresse, curaria o
mundo começando pelos cegos (Is 29.18; 35.5). Por isso, quando João Batista teve
dúvidas e mandou seus discípulos fazerem perguntas a Jesus, este recomendou que
dissessem a João Batista que “os cegos vêem” (Mt 11.5).
Bartimeu cego viu o que os olhos sãos
não conseguiam ver. Depois de curado, seguiu o caminho, o qual não podia seguir
estando cego.
Bartimeu! Cego, mas, cheio de
expectativa! E sua expectativa não era cega.
Por falar em expectativa, observe que
Tiago e João (Mc 10.37) tinham uma expectativa meramente humana em Jesus, tanto
que Jesus responde dizendo para eles: “não sabeis o que pedis” (Mc 10.38). Em
oposição a Tiago e João, temos o relato de Bartimeu, onde Jesus faz a mesma
pergunta que já havia feita para Tiago e João, “que queres que eu te faça” (Mc
10.36,51). No entanto, a resposta parte de uma expectativa diferente. Enquanto
Tiago e João queriam destaque (Mc 10.37), Bartimeu queria apenas que sua
expectativa, ou seja, que o Filho de Davi, o Messias realizasse a cura do
mundo, começando pelo cego.
Na saída da cidade sempre há alguém
esperando por carona. A expectativa do caroneiro e que passe alguém conhecido e
o leve até o destino. Bartimeu parado na beira do caminho esperando uma esmola
para sobreviver, ao deparar-se com Jesus e curado por ele, passou a seguir
Jesus até o destino final, a cruz. E na cruz, Jesus é a luz do mundo! Amém!
ERT
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