segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Orem sempre!

 26 de setembro de 2021

Salmo 104.27-35; Números 11.4-6,10-16,24-29; Tiago 5.13-20; Marcos 9.38-50

Texto: Tg 5.14-16

Tema: Orem sempre!

 

Tiago, irmão do Senhor Jesus, escreveu uma carta que convida os que creem a prática da fé.

Dentro dessa prática, convida o cristão sofredor a orar e o cristão que já recebeu a bênção de sair do sofrimento a cantar louvores (Tg 5.13). Entre as práticas da fé, Tiago enumera algumas atitudes que tem causado muitos atritos entre pastores e congregados. Ouçamos com atenção as recomendações: “Se algum de vocês estiver doente, que chame os presbíteros da igreja, para que façam oração e ponham azeite na cabeça dessa pessoa em nome do Senhor” (Tg 5.14). “Essa oração, feita com fé, salvará a pessoa doente. O Senhor lhe dará saúde e perdoará os pecados que tiver cometido” (Tg 5.15). “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e façam oração uns pelos outros, para que vocês sejam curados. A oração de uma pessoa obediente a Deus tem muito poder” (Tg 5.16).

1 - Doente – chame os presbíteros para que orem, coloquem azeite na cabeça.

2 – Doente – ao chamar os presbíteros, aproveite e confesse seus pecados e orem;

Qualquer doença traz solidão. Nessa situação é comum que a pessoa fique queixosa e passe a reclamar de muitas coisas, inclusive do pastor que não lhe visitou. Tiago aconselha que o próprio enfermo cristão, tome a iniciativa: “chame os presbíteros da igreja”.

Se a tendência do enfermo é ficar resmungando e dizendo que ninguém o vem visitar, Tiago recomenda que o enfermo chame os presbíteros com a mesma naturalidade que chamam um médico.

Por que chamar os presbíteros da igreja?

Jesus concedeu uma importância especial à visita a enfermos e concedeu à oração conjunta uma promessa especial (Mt 25.36; 18.19).

E na visita aos enfermos há 3 recomendações importantes de Tiago: ore na fé em Jesus, derrame uma unção de óleo, confesse os pecados.

A visita ao enfermo não visa somente a cura do doente. O desejo de Deus é que o enfermo sinta o amor e a presença de Deus. A visita ao enfermo é uma excelente oportunidade para que o doente veja sua situação diante de Deus, confesse seus pecados e receba o bálsamo do perdão.

A unção com óleo, na época era um remédio caseiro contra doença e contusão (Lc 10.34). Contudo, “azeite em nome do Senhor” na Escritura sempre representa um sinal para o Espírito Santo (Êx 29.7; Nm 32.25; 1Sm 9.16; 10.1; 16.12). Simbolizando assim que o Espírito Santo concede força (Rm 15.13; 1Co 2.4; 2Tm 1.7), começando pelo íntimo e chegando ao físico. E em tantas outras partes da Escritura encontramos a cura sem a unção com óleo e com a imposição de mãos (At 5.12; 14.3; 19.11). É preciso destacar que o ponto não está no óleo, nem nas mãos, mas na oração em nome do Senhor, pois no verso 15, ouvimos as palavras de Tiago: “Essa oração, feita com fé, salvará a pessoa doente. O Senhor lhe dará saúde e perdoará os pecados que tiver cometido” (Tg 5.15).

A oração feita com fé significa que está fundamentada na fé no Senhor a quem se ora. É a oração feita por alguém que crê em Cristo, que está na comunhão dos santos, e que confia naquele a quem ora. Essa oração feita com fé, salvará a pessoa doente. Mas, além da cura física, Deus dá o que mais a pessoa precisa: perdão dos pecados.

Se a doença traz solidão e acusação dos pecados – na doença, junto ao presbítero, haverá possibilidade de confissão e perdão.

Na angústia da doença, a pessoa se desnuda. A pessoa já não quer mais preservar a sua imagem. Tudo o que ela deseja é consolo e esse está no perdão. Ela diz coisas que não diria em outra situação. Tenho vivido momentos maravilhosos com pessoas no leito da morte. Momento de confissão, perdão e oração.

É interessante a ligação que Tiago faz entre doença e pecado (vv. 15 e 16). Nem toda doença é devido a um pecado pessoal, afinal, só há doença por causa do pecado, da natureza pecaminosa, resultado da queda em pecado. Sabendo disso, Tiago recomenda que se chame o presbítero (responsável pelo ensino). Já que o doente está impossibilitado de ir à igreja, chame o pastor.

Sempre brinco com as pessoas que muitos acham que o pastor é bruxo. Pensam que ele tem bola de cristal e consegue por si só saber quem está precisando. Avisem! Chamem!

Muitas vezes, a pessoa quando doente quer falar alguma coisa que pesa sobre a mesma. Quando ficamos doentes é comum querer saber o pôr que. E muitas vezes, as pessoas sobrecarregam a sua consciência com algum pecado cometido e precisam confessar seu pecado e ouvir a boa nova do perdão. Observe que pecado privado, requer confissão privada. Pecado público, requer confissão pública.

Tanto a imposição de mãos, bem como a unção de óleo são símbolos da ação de Deus. Não é que a mão de determinada pessoa ou o óleo de determinada demonização é mais poderoso. A recomendação da oração vem de Deus. Ele prometeu ouvir e atender as orações a seu modo e tempo. Todo o poder é dele e todo louvor precisam ser a ele.

Orar pelo tempo! (vv.17-18)

Creditamos o bom tempo, a boa colheita, as inovações tecnológicas. Tudo isso, é motivo de louvarmos a Deus. No entanto, é preciso orar pelo tempo.

Tiago cita o exemplo de Elias, um ser humano comum como todos nós, mas sua oração fervorosa, ficou sem chover 3 anos e seis meses. (1Rs 17.1).

Israel havia se afastado de Deus e em confronto com o Rei, o povo e os profetas de Baal, Elias orou para mostrar que Deus ainda era Deus e que ele governa todas as coisas. Após o grande período de seca, Elias orou, e choveu e a terra deu as suas colheitas.

As pessoas não estão usando o maior poder que Deus lhes coloca as mãos, a oração.

Não oramos pela produção, pela fertilidade da terra, pela chuva, pelo meio ambiente.

Assim como Elias orou fundamentado na promessa de Deus (1Rs 18.1), podemos nós orar, pois recebemos uma promessa de Deus: “...Enquanto o mundo existir, sempre haverá semeadura e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8.22).

Oramos por causa das promessas de Deus. E muitas são as suas promessas relacionadas a oração, por isso, “orem sempre” (1Ts 5.17).

Tiago termina sua carta falando sobre o maior de todos os perigos que corremos – afastar-se da verdade.

Paulo escreve aos Gálatas dizendo que é preciso falar de Deus para um desviado (Gl 6.1) e, Tiago escreve dizendo que é preciso falar do desviado para Deus (Tg 5.19).

O maior risco é se afastar da verdade. Assim como falado na semana passada, a sabedoria desse mundo se opõe a sabedoria de Deus, que é Cristo, por esse motivo, o autor a carta aos Hebreus escreveu: “por isso devemos prestar mais atenção nas verdades que temos ouvido, para não nos desviarmos delas” (Hb 2.1).

Tiago diz que alguém que se afastar da verdade e enveredar-se no pecado está na morte eterna. E quem fizer com que essa pessoa retorne, tirará essa pessoa da morte eterna e fará com que seus pecados sejam perdoados.

Em sua exortação aos que se afastaram da verdade e que estão longe do Senhor (Mc 9.42-50), Jesus diz: “... se o sal perder o gosto, como é que vocês poderão lhe dar gosto de novo? ...” (Mc 9.50). Por isso, Jesus aconselha “tenham sal em vocês mesmos e vivam em paz uns com os outros” (Mc 9.50).

Se relembrarmos o sermão do Monte (Mt 5 -7), ouvimos Jesus dizendo por essas palavras que os cristãos são o sal de Deus e salgam o mundo (Mt 5.13). Salgamos o mundo com nossas orações. Salgamos os afastados da verdade, quando falamos deles ao Pai celestial.

Precisamos ajudar os que se desviaram da verdade! Ela precisa voltar, para ser salvo da morte, receber perdão, vida e salvação.

Tiago termina sua carta falando de oração. Oração pelos que sofrem, pelos enfermos, e cuidado e restauração aos que se desviaram da verdade.

 

Edson Ronaldo Tressmann

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