terça-feira, 17 de março de 2020

Ao Senhor ergo a minha voz e clamo, com a minha voz suplico ao Senhor


22 de março de 2020
Quarto Domingo na Quaresma
Salmo 142; Isaias 42.14–21; Efésios 5.8–14; João 9.1–41
Texto-base: Salmo 142
Tema: “Ao Senhor ergo a minha voz e clamo, com a minha voz suplico ao Senhor” (v. 1)

Zenon era um filósofo estóico. Estóico quer dizer que não sentia dor. Foi feito escravo. E seu senhor um dia lhe pegou no braço e o torceu. O dono de Zenon queria ver se a filosofia dele era compatível com o seu procedimento. De tanto torcer seu braço o quebrou. E como um bom estóico, Zenon disse: “o meu senhor quebrou o meu braço eu agora não vou poder servir-te.”
Ao que o dono respondeu: “Isso não é um filósofo, é um tolo.” Afinal, se quebrarem o meu braço vou gritar de dor e pedir para que não o quebre.
É a situação de muitos cristãos atualmente. Estão confundindo fé com estoicismo. Apanham e aguentam calado. A Bíblia não nos exorta a sermos estoicos, ao contrário, ela nos exorta a abrirmos o coração para Deus e clamar pela sua ajuda. E é essa lição que Davi nos transmite nesse belo salmo.
Ao Senhor ergo a minha voz e clamo, com a minha voz suplico ao Senhor” (v. 1)
Davi está refugiado numa caverna, fugindo de Saul que procura matá-lo. Este episódio marcou profundamente a vida de Davi. Ele ainda é jovem. Há um enorme peso sobre seus ombros. Seu inimigo é pai do seu grande amigo. Está sendo caçado como se fosse o pior dos homens. Refugiado numa caverna, desacompanhado, tem medo de morrer e se vê numa situação, assim como a da caverna, sem saída.
Mesmo em perigo, em vez de ficar chorando, murmurando, Davi, assim como é o objetivo desse Salmo quer ensinar algo. Mas, o que podemos aprender desse homem que está com medo e numa caverna? Bom, prestemos atenção no texto. Queremos defini-lo de três maneiras: a situação de um homem na caverna; sua atitude e seu pedido.
O salmo é uma expressão de alguém deprimido, mas ao mesmo tempo, expressão de confiança em Deus.
Essa expressão de confiança pode ser traduzida da seguinte maneira: “quando estou a ponto de perder a esperança então tu, tu mesmo, conheces a minha situação.”
Essas palavras são fortes para alguém que já enfrentou a depressão. Pessoas deprimidas não conseguem expressar em palavras o que sentem, mas nessa oração de Davi, aprendemos que mesmo que não saibamos, Deus sabe.
Os deprimidos sofrem uma pressão muito grande. É como se algo os empurrasse para o abismo e quisesse lança-los para baixo. O deprimido é como alguém que vive sem esperança. No entanto, nessa hora, como é maravilhoso ouvir a oração de Davi que nos ensina que Deus não nos ignora.
Davi ensina o que é a situação de um homem na caverna, sua atitude e seu pedido. Não podemos confundir as coisas.
O segundo mandamento ensina que não devemos tomar o nome de Deus em vão. O que significa isso? Significa que é justamente na hora das aflições, nos momentos difíceis da vida que devemos buscar a Deus em oração e louvá-lo. Um atitude completamente diferente daqueles que na primeira dificuldade buscam meios condenados por Deus, como a benzedura, a feitiçaria, etc.
Na caverna, na depressão, na dificuldade, temos àquilo que é o principal, temos Deus a quem podemos abrir nosso coração. E abrir o coração, envolve não mascará-lo, não esconder o que de fato estamos sentindo.
Fazemos parte de um contexto, e nosso contexto apresenta a vida cristã com a ideia de que o cristão não passa por dificuldades e problemas. Depressão, para muitos é falta de fé. Será? Afinal, muitos personagens bíblicos enfrentaram a depressão. E entre esses, Davi, nos ensina como enfrentar essa caverna que só sabe como é quem entra nela.
Os versículos 1,2 e 5: “Ao Senhor ergo a minha voz e clamo, com a minha voz suplico ao Senhor. Derramo perante ele a minha queixa, à sua presença exponho a minha tribulação. ... A ti clamo, Senhor, e digo: tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes” apresentam a única alternativa na dificuldade, se entregar à oração.
Do lado de fora da caverna estão Saul e o seu exército, dentro da caverna Davi está sozinho. Davi grita, a oração vem lá de dentro Davi está urrando assim como um leão ferido e acossado por caçadores que está prestes a morrer.
Como terminou a história? O fim da história está em I Samuel 22:1-2. Davi foi libertado. Na caverna, Davi se sentia sozinho, completamente abandonado. Um grupo enorme foi procurar por Davi e este grupo formou o núcleo que garantiu o reinado de Davi de volta.
Como está nossa vida de oração? A oração é a pulsação da fé. O coração é a fé e ele pulsa em nossas vidas um viver em oração. Podemos falar com Deus em todas as situações da vida. Disse o próprio Jesus: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; e o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Mt 7.7 – 8).
Uma bela promessa de Jesus. Ele ouvirá nossas orações. E olhando para o salmista e para a promessa de Jesus, nossa vida de oração acontece justamente na dor. Pois, assim como Davi numa caverna e falou, clamou, gritou para Deus, Jesus diz que sejamos insistentes com ele. Batamos a porta dele, o busquemos e sejamos mendigos pedintes em sua porta.
Que maravilhoso saber que nas piores situações, Deus nos ouve. Não precisamos buscar meios alternativos. Na dor e no sofrimento podemos falar com Deus. Mas pastor eu não sei orar. Mas, o que é oração? É aquele culto divino que prestamos a Deus com nossos lábios. Orar é falar com Deus. E muitas vezes para que eu e você falemos com Deus, Ele em seu amor e misericórdia pressiona a nossa cabeça para baixo para que dobremos nosso joelho e gritemos por socorro. Outras vezes, deus até permite que caiamos no poço, mas justamente para que lá do fundo, ergamos a cabeça e reconheçamos que acima de nós há um Deus e está pronto a nos socorrer.
Orar é falar com Deus. Deus deseja o clamor dos seus filhos. Por isso nos ensinou a orar:
Pai nosso que estás nos céus.
Santificado seja o teu nome.
Venha o teu reino.
Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dá hoje.
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores.
E não nos deixes cair em tentação.
Mas livra-nos do mal.
Pois teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
Deus nos abençoe e que nossa vida de oração seja algo diário, pois, Deus quer que oremos, nos ensinou a orar e deseja o nosso clamor. Em nome de Jesus. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

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