15
de março de 2020
3º
Domingo na Quaresma
Salmo 95.1-9; Êxodo 17.1-7; Romanos
5.1-8; João 4. 5-26
Texto:
Êxodo 17.1-7
Tema: Cristo - a rocha ferida!
“O povo de Israel ... caminhando de um lugar para o outro,
de acordo com as ordens de Deus, o Senhor. ...” (Ex 17.1).
Fico impressionado com essa informação.
Afinal, se o
povo caminhava de acordo com as ordens de Deus, como pode Deus permitir que se
acampem num lugar onde não têm água?
Uma observação é necessária: o povo de
Deus reclama!
O povo de Deus passa a contender,
reclamar insistentemente e irritantemente com Moisés pela falta de água: “dá-nos água para
bebermos” (Ex 17.2).
“O povo de Israel ... caminhando de um lugar para o outro,
de acordo com as ordens de Deus, o Senhor. ...” (Ex 17.1).
O povo que era conduzido por Deus,
durante o dia por uma nuvem e a noite por uma coluna de fogo (Ex 13.21-22),
pareceu se esquecer dessa condução e ao reclamarem, Moisés os faz lembrar
contra quem reclamavam. Moisés disse: “Por que estão pondo o Senhor à prova?” (Ex
17.2).
Pessoas que só reclamam se colocam como
vítimas. Tudo parece conspirar contra elas. As pessoas disseram: “Por que nos
tirou do Egito? Será que foi para nos matar de sede, a nós, aos nossos filhos e
às nossas ovelhas e cabras?” (Ex 17.3). A reclamação fez o povo
esquecer-se do sofrimento no Egito.
Há pessoas que reclamam de tudo. E
quando reclamam, tudo parece ser ruim na vida dessa pessoa. Quem ouve uma
pessoa reclamando logo pensa: nossa que vida ruim essa pessoa têm!
As reclamações levam as pessoas a se
esquecerem das coisas boas. Inclusive sobre quem nos guia. O próprio Jesus
disse para que não deixemos a ansiedade nos fazer esquecer de que Deus sabe o
que precisamos e que nos concede o necessário para o corpo e a vida (Mt
6.31-32).
A reclamação nasce de uma pessoa que se
julga inferior e fracassada. No entanto, essa não era a realidade do povo de
Deus. Mas, diante de qualquer problema, no caso a falta de água, se sentiam
assim e reclamavam.
A pessoa que reclama sempre coloca a
culpa em outro. A pessoa fica paralisada e sem reação.
Essas observações mostram que o problema
estava no povo e não em Deus. Esse povo não era qualquer um, mas, o povo de
Deus. Moisés, o líder que sabia quem os estava guiando, disse “Por que estão
pondo o Senhor à prova?” (Ex 17.2).
Querido irmão e irmã em Jesus: você tem
reclamado? Quais têm sido suas reclamações? Muitas vezes o rabugento
nem se dá conta que é assim. A reclamação se tornou um péssimo hábito em sua
vida.
O Papa Francisco ganhou recentemente
ganhou do psicólogo e escritor italiano de livros de auto-ajuda Salvo Noe uma
placa com a frase: Proibido Reclamar.
Nada é pior que viver reclamando. Salomão
escreveu que é “melhor
viver no deserto do que com uma mulher que vive resmungando e se queixando”
(Pv 21.19).
“O povo de Israel ... caminhando de um lugar para o outro,
de acordo com as ordens de Deus, o Senhor. ...” (Ex 17.1). E eis que
surge o problema, a falta de água, e o povo passou a reclamar. E Deus, como reagiu
a reclamação do povo? Ex 17.5-6, bata na rocha. Fira a rocha. O apostolo
Paulo escreveu aos coríntios que essa rocha ferida era Cristo (1Co 10.4).
Nossas reclamações muitas vezes nos leva
a esquecer da misericórdia de Deus. Nossas reclamações nos afastam de Deus e
nos impedem de dobrar nossos joelhos (Sl 95.6). Outros deuses são buscados,
quando reclamamos das coisas que Deus nos concede, inclusive quando nos permite
passar sede.
Deus permitiu que a rocha fosse ferida
para que o povo saciasse sua sede.
Deus está caminhando conosco. E o Senhor
que caminha ao nosso lado, é aquele que foi ferido na cruz, mas que
ressuscitado, vitorioso, subindo aos céus disse: “...E
lembrem disto: eu estou com vocês todos os
dias, até o fim dos tempos” (Mt 28.20).
A rocha ferida é Cristo, que venceu e
está conosco. E Cristo é a rocha ferida que foi ferido para saciar a nossa sede
espiritual.
A rocha foi ferida e saciou o povo no
local provação, no local da rebelião e disputa (Massá e Meribá).
Estamos na quaresma. Um período abençoado,
mas cheio de provação, teste e rebelião. Muitas pessoas têm caminhado confiando
em seus jejuns e peregrinações. Muitas pessoas passam fome e sede, tentando saciar
sua sede espiritual por meio de suas realizações.
Quaresma é o período em que caminhamos
rumo a rocha ferida que é Cristo. Assim como Deus providenciou água fresca para
o povo no deserto, em Cristo providenciou a água da vida para seus filhos e
filhas que caminham nessa deserto rumo a pátria celestial. Amém!
ERT
Edson Ronaldo TREssmann
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