segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A igreja em tempos pós-pós-modernos!


26/01/2019
3º Epifania
Sl 27.1-9; Is 9.1-4; 1Co 1.10-18; Mt 4.12-25
Texto para pregação: 1Co 1.10-18
Tema: A igreja em tempos pós-pós-modernos!

Apesar de parecer impossível, havia em Corinto uma igreja (1Co 1.2). Mas, mesmo que a igreja seja um milagre de Deus, por ser composta por pecadores, a mesma têm seus problemas. E os problemas da igreja tornaram-se conhecidos pelo apostolo Paulo através de uma congregada chamada Cloé, que havia viajado a Éfeso, de onde o apostolo junto com Sóstenes, enviou essa carta.
Cloé não era uma fofoqueira, mas, apenas estava preocupada com a situação da congregação e o resultado dessas adversidades era a ocorrência de divisões e contendas. Objetivando dar respostas e conselhos a esses problemas, Paulo escreve essa carta que não é a primeira (1Co 5.9). Os primeiros nove versículos ressaltam como Deus vê a igreja. A igreja é um milagre de Deus (v.2), unida com Cristo (v.5), enriquecida em Cristo (v.5), testemunha de Cristo (v.5), cheia de dons espirituais (v.5,7), espera a volta de Cristo (v.7). Os versos 10 a 31 mostram como as pessoas veem a igreja.
As pessoas veem a igreja como sendo dividida. Qual motivo da desunião? A resposta das nossas confissões é que “sempre permanecerá uma santa igreja. E a igreja é a congregação dos santos, na qual o evangelho é pregado de maneira pura e os sacramentos são administrados corretamente. E para a verdadeira unidade da igreja basta que haja acordo quanto à doutrina do evangelho e administração dos sacramentos. Não é necessário que as tradições humanas ou os ritos e cerimonias instituídos pelos homens sejam semelhantes em toda a parte. Como diz Paulo: "Uma só fé, um só batismo, urn só Deus e Pai de todos, ..." (Ef 4). A divisão que persiste se deve ao entendimento contrário das Escrituras e das doutrinas.
Muitas pessoas atualmente, assim como na época do apostolo Paulo, não seguem a denominação cristã comprometida com a verdade e com a doutrina verdadeiramente cristã. As pessoas, assim como no youtube seguem o canal preferido. E na igreja cristã, o principal é a doutrina da fé.
O apostolo Paulo e o irmão Sóstenes, ao escreverem a carta aos Corintios, destacando quem é a igreja (v.1-9), sabendo que a mesma é um só corpo em Cristo, reprova o sectarismo (v.13). Ou seja, o pastor não ganha pessoas para si, mas para Cristo. O objetivo é levar pessoas à Cristo.
No verso 13, o apostolo faz três importantes perguntas: Está Cristo dividido? A divisão era tão grande, que parecia haver mais de um Cristo e Paulo parecia pregar um, Apolo outro e Cefas outro. Na carta aos Gálatas, Paulo escreve que há apenas um evangelho salvador (Gl 1.6-9).
Porque a igreja de Corinto vivenciou essa divisão? O seu contexto social, intelectual, cultural e religioso criou esse problema. Haviam muitas ideias em Corinto. Era a quarta maior cidade da época. Eram muitos líderes, filósofos, pensadores. E o desejo de se corintianizar era enorme. E ser corintianizado era o mesmo que estar aberto a muitas ideias. Era deixar de ser quadrado. E deixar de ser quadrado é para muitos deixar de pensar dentro da caixinha doutrinária, ou de uma única verdade. Para esses tempos pós-pós-modernos, não há uma verdade absoluta. E assim, quem anuncia uma verdade como sendo absoluta é questionado e taxado de quadrado.
Como a igreja está enfrentando esses tempos pós-pós-modernos? Há os que defendem uma igreja precisa pré-dispor a verdade para tentar levar uma verdade. Mas, uma vez colocada a verdade em cheque, ela sempre será taxada como mentira.
O apostolo Paulo e o irmão Sóstenes, pedem para que não haja divisão, ou seja, que não ocorra cisma. A palavra cisma significa tecido rasgado. O conselho é, não se dividam, assim como se divide um tecido rasgado.
Todo partido traz com ele seus problemas. É só observar no cenário político. Se um partido já não me agrada, eu mudo, ou crio outro. Partido, seja qual for, traz consigo seus infortúnios. Agora, imagina isso na igreja?
Paulo questiona sobre qual partido aquelas pessoas faziam parte. E pergunta ainda: vocês foram batizados em nome de quem? (v.15). Paulo e Sóstenes não estão diminuindo o batismo. Eles estão se colocando em seu lugar. É como sempre gosto de dizer: tive a honra de jogar água em muitas crianças e adultos, mas quem os batizou foi Deus. Fui e sou apenas um servo usado por Deus para tal feito.
As pessoas se orgulham de terem sido batizadas por esse ou aquele, em tal lugar ou em determinada localidade. Mas, não importa quem, local e idade. O importante é que pelo batismo, você pecador, foi coberto com a justiça de Cristo (Tt 3.5).
A divisão trazia e traz consigo um problema. Desvia-se as pessoas do conteúdo da mensagem que é a cruz de Cristo.
O evangelho nos coloca dentro da igreja cristã, a igreja de Cristo. A sabedoria humana nos afasta da comunhão dos santos, nos isola e segrega. E o apostolo fala justamente sobre isso. Ressalta que muitos estão ocupados em ser e viver como mentes abertas, suscetíveis as mudanças da época, da cultura, da filosofia e estão ignorando e levando outros a ignorar a mensagem da cruz de Cristo.
Assim como Jesus foi pedra de tropeço para muitos quando veio para salvar, a mensagem da cruz de Cristo têm se tornado pedra de tropeço para muitos em nossos dias. Qual foi a última vez que você ouviu uma palestra bíblica, doutrinária? Para com isso pastor. Precisamos que as pessoas participem, e elas precisam de um atrativo.
A cruz tornou-se escanda-lo, pois os judeus esperavam milagres, os gregos uma retórica sabia. E na busca e espera pelo milagre e pela sabedoria, judeus e gregos ignoravam o milagre da cruz e a sabedoria de Deus que é Cristo.
A igreja vive, assim como sempre viveu, dias conturbados. E a conturbação é viver sob a cruz. Quem disse que a vida sob a cruz é fácil. Cristianismo tornou-se sinônimo de vida abastada. A mensagem cristã tornou-se palavras de auto ajuda.
As pessoas pós-pós-modernas, gostam da ideia de corintianizar, ou seja, querem ser mente aberta e fecham-se para aquilo que Deus oferece gratuitamente na cruz.
Pessoas querem mostrar seu poder e força pelos argumentos e ignoram o fato de que o “evangelho é o poder de Deus para salvar” (Rm 1.16-17; 1Co 1.18).
Apesar de parecer impossível, há uma só igreja cristã. E essa é composta por àqueles que creem na obra realizada por Cristo na cruz. É a composição dos que foram atingidos pelo poder de Deus, o seu evangelho. E os que ainda não fazem parte da igreja cristã? Continua à disposição a única coisa que a igreja cristã possui para convencer essas pessoas: “o evangelho, a mensagem da cruz, o poder de Deus”. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

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