19/01/2020
2º Domingo de Epifania
Salmo 40.1-11; Isaías 49.1-7; 1Corintios
1.1-9; João 1.29-42
Texto
para prédica: 1Corintios 1.1-9
Tema da prédica: A
igreja de Deus
Peter
Wagner escreveu que 1Coríntios é o livro com mais conselhos práticos para os
cristãos atuais. Estudar 1Corintios é diagnosticar a igreja contemporânea e
como um cirurgião ver internamente seus órgãos.
No
final da segunda viagem missionária, Paulo plantou a igreja em Corinto.
Conforme Lucas em Atos 18.11, Paulo pregou em Corinto por um ano e seis meses. Nesse
tempo pessoas foram convertidos ao evangelho (1Co 4.15). Após esses 20 meses em
Corinto, foi para Éfeso, e de lá mandou essa carta, 1Corinto.
Certamente,
essa não foi a primeira carta aos coríntios, mas, é a primeira das duas que
temos em nossas mãos. Paulo referiu-se a primeira carta que escreveu (1Co 5.9).
Uma pena não sabermos seu paradeiro.
Nos dias do apostolo Paulo, a cidade de
Corinto, possivelmente tinha uma população em torno de 400 mil pessoas. A
quarta maior cidade, ficando atrás de Roma, Alexandria e Antioquia da Síria. Corinto
era um caldeirão cultural composto por gregos, romanos, sírios e egípcios. O
porto proporcionava um constante fluxo de viajantes. Pessoas vinham para participar
ou assistir competições de atletismo. A cidade recebia muitos artistas,
filósofos, empresários e outros. Todos esses visitantes faziam ofertas nos
templos e sacrifícios aos mais variados deuses.
Corinto era uma metrópole vibrante e próspera.
No entanto, o custo foi moral. Fraquezas e vícios do Oriente e do Ocidente se
encontravam e se misturavam, assim, Corinto era descaradamente luxuosa e
decadente moralmente. Foi considerada a cidade que mais incentivava os prazeres
em toda a Grécia antiga. Viver como um
coríntio, ou, ser corintianizado,
tornou-se sinônimo de vida devassa e imoral. Dessa forma, ante toda essa moralidade, o apostolo Paulo,
da cidade de Éfeso, escreveu essa carta visando dar uma resposta sobre um questionamento dos
coríntios (1Co 7.1). E, juntamente com Sóstenes, apresenta o
rosto dos congregados daquela comunidade em Corinto. Muitos estavam buscando se
“corintianizar”
ou seja, levar uma vida de prazeres desenfreados.
Os
problemas daquela igreja tornaram-se conhecidos pelo apostolo Paulo através de
uma congregada chamada Cloé, que havia viajado a Éfeso. Alguns podem pensar que
seja uma fofoqueira, mas, o que essa mulher fez foi relatar que haviam muitas
coisas na igreja em corinto que estavam em desacordo com aquilo que o apostolo Paulo
havia ensinado. Naquela igreja estavam ocorrendo divisões e contendas. Procurando
dar respostas a esses problemas, Paulo escreve essa carta a Corinto. E nesses primeiros
nove versículos, os autores ressaltam como Deus vê a igreja. Dos versículos 10
a 31, mostra como nós vemos a igreja. Acho
oportuno ler esses versos.
Temos muito em comum com a igreja de
Corinto. Problemas afetaram aquela congregação. Esses, se tornaram obstáculos à
epifania, a manifestação de Cristo ao mundo. A boa notícia é que apesar dos
problemas que impediam a epifania em Corinto, aquela gente era “a igreja de Deus
que está em Corinto” (1Co 1.2).
A igreja de Deus (1Co 1.1-3)
1) - é um povo
separado por Deus e para Deus.
Igreja
(1co 1.2). A expressão – ekklesia
– significa um povo chamado para fora. É o povo tirado do mundo e separado para
Deus para uso e propósitos sagrados. A igreja é uma assembleia local e
universal, é o corpo de Cristo.
As
palavras: “igreja
de Deus que está em Corinto” (1Co 1.2), mostram que, apesar da “cara corintiana que
envergonha a todos”, Deus realizou um grande milagre. Existe uma
igreja! A igreja persiste!
O fato da igreja
existir e persistir em Corinto e também entre nós, não se deve ao fato de
sermos pessoas boas, mas, ao fato de que Deus ama seus filhos.
Apesar de não
haver justificativa para sermos a “igreja de Deus”, pelo poder do evangelho ainda
somos “chamados
para ser santos”.
Os “santos”
são aqueles que pertencem a Deus por causa de Jesus Cristo. Os “santos”
não são pessoas especialmente devotas e perfeitas no âmbito da igreja. Os “santos”
são aqueles que pertencem a Deus. Esses “santos”
recebem a saudação: “Graça e paz”.
Essa saudação só
foi possível porque os Coríntios tiveram sua “cara” transformada pelo evangelho. A
graça, “charis”, “chairen” é desejo de bem estar e
felicidade. Bem estar e felicidade possibilitado pelo evangelho.
Apesar
de nossa “cara”
apenas trazer “vergonha”,
até fazendo com que outros se afastem e nem se interessem pela igreja, Deus
continua se manifestando ao mundo, numa verdadeira epifania através de seus “santos e sua
igreja”.
É
maravilhoso ouvir que, apesar de tantas dificuldades morais, culturais,
emocionais, intelectuais, em Corinto, pelo poder do evangelho houve uma igreja.
O mesmo louvor se deve entre nós. A igreja é a demonstração do amor de Deus
para seus filhos.
A igreja de Deus 2) – têm um dono.
A
igreja não é minha, não é sua, não é nossa. A igreja é de Deus. Pertence a Deus,
porque ele a comprou com o sangue de seu Filho (At 20.28). É assim, sabendo do
seu dono, que Paulo escreve a igreja de Deus em Corinto e a nós igreja de Deus
em Querência do Norte.
Deus
não nos deu procuração para que a igreja seja nossa. A igreja ainda é do Senhor
Jesus.
A igreja de Deus
3) –é chamada para santidade
Em
Cristo, somos santos (1Co 1.2). Estar em Cristo é ser santo. Deus
nos torna santos quando nos concede a fé através dos meios da graça.
As
palavras do apostolo Paulo: “aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser
santos, ...” (1Co 1.2), parecem ser contraditórias, pois se em
Cristo já se é santo, porque diz que se é chamado a ser santo?
Não
é contradição! Quem está em Cristo é convidado a permanecer em Cristo a vida
inteira. Cuidado para não se corintianizarem a ponto de deixar Cristo.
A igreja de Deus
4) –é uma família universal
“... com todos os
que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, ...”
(1Co 1.2).
A
igreja de Deus é maior que nossa denominação, maior do que nossa igreja local.
Ela é composta por todos os que invocam o nome do Senhor Jesus Cristo em todos
os lugares da terra. Quem está em Cristo faz parte da igreja de Deus espalhada
por todo o mundo. Jesus, não é uma propriedade pertencente a determinada igreja.
Em Jesus, a igreja é enriquecida. O apostolo escreveu: “... em tudo, fostes enriquecidos nele, ...”
(1Co 1.5).
O
termo grego Plutocracia – enriquecido, é referência a uma pessoa muito
rica. O cristão não é uma pessoa pobre. Na verdade, é uma pessoa muito rica (Ef
1.3).
A
igreja é enriquecida em toda a palavra, em todo conhecimento, com todos os dons
espirituais (1Co 1.7; 2Co 8.7), ou seja, recebe todos os recursos necessários para
realizar a missão de Deus.
Louvemos
ao nosso Deus, afinal, somos “a igreja de Deus que está em ...” (1Co 1.2) e “em tudo, fostes
enriquecidos nele” (1Co 1.5). Não somos apenas
enriquecidos, mas também “confirmados” (v.6), “chamados” (v.9) e “recebemos” (v.4) a graça de Deus.
Toda essa obra de Deus, não
poderia ser desfeita devido aos obstáculos humanos que atrapalham o progresso
do evangelho e a manifestação de Cristo à outros. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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