Salmo 5; Gênesis 4.1-15; 2Timóteo 4.6-8,16-18; Lucas 18.9-17
Texto: Gênesis
4.1-16
Tema: A melhor
oferta!
Por que Caim matou Abel?
A resposta é dada quando se considera
o ponto central de todo o capítulo 4. Esse capítulo está centrado em duas
conversas entre Caim e o Senhor (Gn 4.6; Gn 4.9).
Caim,
sendo irmão mais velho julga Abel inferior na hierarquia familiar, social e
eclesiástica. Caim quer que a sua presença e sua oferta sejam o centro das
atenções, afinal, ele é o mais velho, já fazia suas ofertas bem antes de Abel.
E ao perceber que Deus aceitou a oferta de Abel, sentiu-se desprezado.
Como, a oferta de Abel é melhor que a
minha? É uma dedução
dizer que Deus aceitou a oferta de Abel por meio de fogo enviado do céu (Lv
9.24; 1Rs 18.38; 1Cr 28.26).
Caim não
era “do mal” e Abel “do bem”. Ambos eram pecadores e maus.
Ambos faziam parte da igreja de Deus. Ambos estavam no altar servindo a Deus.
O
problema de Caim, como nos indica Hb 11.4, é que sua oferta não era proveniente
da fé. Tanto Paulo, quanto João, destacam a fé de Abel (Hb 11.4; 1Jo 3.12). O
coração de Caim não estava em Deus, tanto que assassinou seu irmão Abel.
Faltava-lhe amor para com seu irmão.
O
texto diz que Abel trouxe das primícias (Gn 4.4), ou seja, Deus estava em
primeiro plano. Abel, pela sua ofertava confessava que Deus o havia dado o que
tinha. Nesse sentido, o autor a carta aos hebreus ressalta que “Por meio dela, também mesmo depois de morto,
ainda fala” (Hb 11.4).
Caim,
não parou para analisar diante do alerta de Deus (Gn 4.6). Ele já estava certo
de que Abel era um estorvo na sua relação com Deus. Afinal, Abel agora era parâmetro
para julgar se sua relação com Deus estava correta ou não.
Ao invés
de resolver o problema pessoal, a fé, Caim, resolveu resolver o que o
atrapalhava, seu irmão.
É a
triste realidade ainda hoje. O pastor coloca o dedo na ferida, as pessoas se
revoltam, se afastam, deixam de participar da igreja, de ofertar, ...
Ainda
há muita luta dos Caim contra os Abel.
É
necessário lembrar que Jesus estava atrapalhando a adoração dos fariseus, por
isso, todo o levante para que Jesus fosse crucificado. Mataram o filho de Deus,
para que sua suposta adoração continuasse. E sem entender os planos de Deus, a
morte de Jesus é que permitiu a eles e permite a nós a verdadeira adoração. Afinal,
o véu se rasgou de baixo para cima (Mt 27.51).
Sem a
fé é impossível agradar a Deus! Caim é o maior exemplo. Outra coisa, Caim
exemplifica que Deus não se agrada do formalismo das ofertas. Eu não oferto
para manter-me em dia com a igreja, ou ter meus direitos garantidos. Oferto por causa da fé. Assim como a fé sem obras é morta, a
fé sem oferta também é morta. A fé me leva as boas obras diante de Deus. A fé é
a certeza de que a minha oferta, não importa o valor, é aceita por Deus (Lc
21.2-4). As ofertas são um bom termômetro para nossa fé!
Há
uma pesquisa realizada pelo (IDIS – Instituto para Desenvolvimento do
Investimento Social) que indica que apenas 55% das pessoas doam para
instituições religiosas. E que a média das doações é de R$ 250,00 (duzentos e
cinquenta reais) por ano.
Talvez,
alguém logo pense: nossa, estou ofertando
por 15 por ano. Lembre-se: isso
não o torna melhor que os outros. Judas em sua carta em que visa convocar os cristãos
para batalharem pela fé salvadora, alerta para que cuidemos para não cairmos na
ganância de Caim (Jd 11). O problema de Caim era o próprio Caim. Julgou-se
superior a Abel e resolveu dar fim ao que supostamente o estava atrapalhando.
Se há
falta de doações e ofertas, a carência não é dinheiro ou as posses, mas, a fé.
E a fé vem por meio da pregação que trata a respeito de Cristo (Rm 10.17). Pedir para alguém fraco na fé
oferte é o mesmo que pedir para uma pessoa acamada correr uma maratona.
É preciso
recuperar-se, para daí correr. É preciso participar, ouvir atentamente a
Palavra de Deus e por ela ser alimentado na fé e a resposta da fé são as boas
obras, as ofertas, o voluntariado ...
Mas,
o problema é sempre o mesmo. Tem aquela
pessoa que ficou muito tempo sem vir à igreja e veio justamente hoje. A
primeira impressão dessa pessoa será: esse pastor só fala em dinheiro. Mas,
quem participa ativamente sabe que não. Fala-se de acordo com o texto do dia. Mas,
se a sua impressão é essa, lembre-se:
Deus demonstrou amor para Caim quando falo com ele e demonstra amor por você falando
contigo, mesmo que seja esse assunto.
Deus
disse: “Por que você está com raiva? Por
que anda carrancudo?” (Gn 4.5). De acordo com a palavra hebraica, Caim
estava se consumindo de cólera ou se incendiando e Deus amorosamente desejava
trazê-lo de volta. Deus sabe da situação do ser humano após a queda em pecado.
Porque você não participa mais da igreja? Alimentando a sua fé pela Palavra de
Deus, você conseguirá ver claramente como é gratificante ofertar.
Você não é obrigado a ofertar. Por ser filho de Deus pela fé, você é um privilegiado em
poder ofertar, isso mostra que é um filho de Deus.
Deus
alertou Caim e alerta os Caim dos nossos dias: “...o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você
precisa vencê-lo” (Gn 4.7).
A
expressão raiva, carrancudo mostra
que Caim estava desapontado e irado, mas não envergonhado do seu ato referente
a sua motivada ação diante da oferta. O pecado é como um animal agachado que
espera uma oportunidade para atacar (Gn 4.7). Deus já estava alertando para
Caim que algo ruim já estava por acontecer e o mesmo podia ser evitado.
A
palavra de Deus, a voz de Deus, precisou despertar a consciência de Caim para
seu pecado e também para convida-lo ao arrependimento.
Diante
desse texto, temos algumas aplicações:
1 - Não seja como Caim, o fariseu no Templo, visando
tão somente julgar-se superior ao seu próximo.
2 – Abel não confiava em si mesmo, mas em
Deus, o qual pelas suas ofertas o colocou em primeiro plano.
3 – Assim como a oferta de Abel, Deus aceita
nossas ofertas por causa da fé e não por causa da oferta ou da natureza da
oferta, nem da qualidade do ofertante.
4 – Toda vez
que for avisado pela palavra de Deus, arrependa-se! Não endureça o coração como
fez Caim.
5 – Deus quer
nosso arrependimento, por isso fala conosco antes e após o pecado (Gn 4.6,9).
6 – Deus não
abandona seus filhos. Mesmo os errantes. Por isso os convida a se arrependerem
e confiarem no seu amor e misericórdia ofertados em seu filho Jesus. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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