terça-feira, 20 de agosto de 2019

Decodificando o sofrimento!


Salmo50.1-15; Isaías 66.18-23; Hebreus 12.4.24; Lucas 13.22-30
Texto: Hebreus 12.4-24
Tema: Decodificando o sofrimento!

Em dias de redes sociais a senha é fundamental. Muitos autorizam que a senha fique salva no dispositivo e assim é só clicar e as redes sociais estão acessíveis. Mas, de repente acontece algo e precisamos logar para poder ter acesso a conta, e o drama é que se esqueceu a senha.
O mesmo acontece na vida cristã. Tudo está indo bem, de repente, um sofrimento e tribulação. E quando ocorre o sofrimento e com ele a tribulação, inicia-se uma caminhada entre três balizas: Tribulação – provação – tentação.
Ninguém quer sofrer. Porque? O sofrimento é contrário a natureza humana. Deus não criou o ser humano para que sofra, mas, devido à queda em pecado, sofremos. O sofrimento, seja ele qual for mostra o pecado e sua terrível consequência.
Corremos perigo, em desanimar da vida pela fé em Cristo. Afinal, o pecado é afastamento de Deus. E o diabo sabe que, quanto mais longe de Cristo, melhor. Por isso, constantemente nos assedia. E seu assédio é aterrador quando estamos sofrendo, pois, surgem as mais variadas dúvidas do amor e da justiça de Deus em Jesus.
E para que no sofrimento “não cansemos e nem desanimemos” (Hb 12.3), o autor decodifica o sentido do sofrimento e da tribulação. Em outras palavras, ele nos fornece a senha de acesso para continuarmos a navegação.
Tema: Decodificando o sofrimento e a tribulação!
1 – Suportem o sofrimento com paciência, Hb 12.7
2 – Levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos enfraquecidos Hb 12.12
3 – Concessão do título de cidadão do céu Hb 12 22
O código de acesso para navegação tranquila, mesmo em meio ao sofrimento e a tribulação que trazem consigo provação e tentação está na fé Jesus.
Decodificando o sofrimento e a tribulação.
1 – Suportem o sofrimento com paciência, Hb 12.7
         - Deus está com seus filhos no sofrimento - Hb 12.8-9.
Ao permitir o sofrimento, Deus não nos criou para sofrermos, em amor e misericórdia, prova a nossa fé e aproveita para nos corrigir, afinal, o desejo de Deus é nos ter perto dele. Por isso, o seu convite ao arrependimento é constante.
         - Deus educa com o sofrimento, Hb12.10-11
O sofrimento tem um sentido profundo. Não é da vontade, mas é permitido por Deus. O sofrimento mostra o pecado e sua seriedade.
Quando um pai castiga o filho, o faz como objetivo de que observe a seriedade do erro. E ao corrigir o filho, o pai e a mãe esperam que seus filhos os agradeçam no final.
A expressão “pai espiritual” (v.9) só é encontrada nesse texto em todo o NT. Ela descreve a realidade de Deus. Ele é o nosso Pai. E como Pai, permite o sofrimento, a tribulação, a provação, a tentação, não para destruir, mas para nos recompensar com uma vida correta e de paz. Ouça as palavras consoladoras: “Quando somos corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria. Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida correta e de paz” (Hb 12.11).
Quando ouvimos relatos da vida de Abraão, Jacó, Esaú, Davi, Sansão e outros, ficamos fascinados pelos momentos de alegria, sucesso e bênção. Mas, não podemos ignorar seus momentos de lágrimas. Foram as lágrimas e as dores que tornaram os momentos de alegria, sucesso e bênção tão especiais.
Lembre-se: a vida do próprio Jesus, filho de Deus, teve um momento de cruz, sofrimento e tribulação.
No caminho com Jesus, na vida pela fé, também existem lágrimas, sofrimentos, tribulações. Mas, esses momentos são educativos e pedagógicos que Deus utiliza para nosso bem. As experiências difíceis fazem parte da vida de fé (Hb 11.35-40).
O pai espiritual utiliza-se do sofrimento que é decorrente do pecado para nos fazer produzir fruto de justiça.
Essa expressão é emprestada do AT (Pv 11.30). Deus espera que seus filhos produzam frutos (Sl 1.3; Jr 17.8; 10.1-8). O que é esse fruto da justiça? É levar para outro o que a árvore produz. A árvore é Cristo e os frutos são amor e misericórdia. Em outras palavras, o fruto da justiça, é levar ao outro a vida que recebemos de Deus em Cristo.
O fruto da justiça em meio ao sofrimento é manter-se firme na confiança em Deus, o Pai espiritual.
O fruto da justiça (Rm 6.22; Fp 1.11; Hb 12.11; Tg 3.18) é a santificação, ou seja, manter-se numa comunhão mais profunda com Deus. Afinal, no sofrimento, andamos em meio as balizas da tribulação, provação e tentação o nosso inimigo quer nos afastar dessa comunhão com Deus.
Decodificando o sofrimento e a tribulação.
1 – Suportem o sofrimento com paciência, Hb 12.7
2 – Levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos enfraquecidos, Hb 12.12
A citação é de Isaías 35.3. O mesmo texto citado por Jesus quando indagado por João Batista se Jesus era o Messias (Mt 11.5), ressaltando que o fim messiânico anunciado pelos profetas se realizou em nEle, Jesus.
No sofrimento, quando se abate sobre nós as tribulações, as provações e as tentações, a igreja precisa proclamar o Cristo. Nesse sentido, as palavras: “Levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos enfraquecidos” Hb 12.12, nada mais é do que permanecer firme, pois, por trás de tudo isso há um propósito maior.
O verbo grego é anorthoo – reconstruir, erigir. Entre os médicos da época era uma expressão usada para ressaltar o fortalecer. Ou em caso de ossos quebrados e deslocados no sentido de ajustar. Assim sendo, é como se o autor estivesse ressaltando para que não andassem como fracassados, que não podiam mover o corpo.
A metáfora baseada na fisiologia, descrevendo um corpo dominado por uma tremenda fraqueza, era justamente para que não se sentissem assim, pois todo o sofrimento tinha como fim ultimo disciplinar e mostrar que eles eram filhos de Deus. Não importava o que estavam enfrentando, Deus os livraria ao final de tudo, assim como prometeu por boca do profeta (Is 35.3-4).
O manter-se firme tem um propósito missionário (Hb 12.14, 15). Pois, se os sofrimentos, com suas tribulações, provações e tentações enfraquecerem os firmes, o que será dos que ainda não caminham firmemente.
O autor destaca a caminhada que tem um alvo. E essa caminhada é marcada por meio de sofrimentos e tribulações. E ao exortar para que fortaleçam as mãos e os joelhos e no intuito de ressaltar o alvo final, monte Sião (v.22), assembleia festiva (v.22), Deus (v. 23), Jesus (v. 24).
Levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos enfraquecidos” (Hb 12.12).
Decodificando o sofrimento e a tribulação.
No sofrimento surgem as tribulações, provações e tentações, por isso, o Espírito Santo por meio do autor humano da carta aos hebreus nos exorta (Hb 12.14-24).
         - Tenham paz com todos e a santificação Hb 12.14
         - Não abandone a graça de Deus Hb 12.15
         - Não desrespeite as coisas sagradas Hb 12.16-17
Lembre-se: Em Cristo vocês ultrapassaram a lei (Ex 19.16-22; 20.18-21; Dt 4.11-12; 5.22-27) e chegaram a graça de Deus (Gl 4.26; Hb 11.10; Ap 21.2).
Os versos 22 a 24 descrevem todo o testemunho do NT de três maneiras. E esse testemunho não pode ser esquecido em meio ao sofrimento, tribulação, provação e tentação.
É preciso se lembrar do lugar da salvação, a igreja da salvação e o rei da salvação.
Assim como Abraão, Isaque e Jacó (Hb 11.10,16), a igreja, mesmo em meio ao sofrimento espera pela cidade vindoura (Hb 13.14). Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

CHAMPLIN, R.N. O novo testamento interpretado versículo por versículo. Volume 5. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2014.

LAUBACH, Fritz. Carta aos Hebreus. Comentário Esperança. Editora Esperança, Curitba, PR, 2013

WIERSBE, Warren W. Novo Testamento 2. Comentário Bíblico expositivo. Editora Geográfica, Santo André, SP, 2017.

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