03
de março de 2019
A
transfiguração de Jesus
Salmo 99;
Deuteronômio 34.1-12; Hebreus 3.1-6; Lucas 9.28-36
Texto para prédica: Lucas 9.28-36
Tema: Escutem o que ele diz!
Jesus estava por sair da Galileia e
ir à Jerusalém, a fim de sofrer e morrer. Pedro, no entanto, não se conformava
com o fato de Jesus ter de sofrer e morrer (Mc 8.32; Mt 16.22). Nesse contexto,
Jesus diz que os seguidores teriam de assumir e carregar sua cruz. Eles não
deveriam se escandalizar com as consequências do carregar a cruz e nem se
escandalizar pelo fato de Cristo ir à cruz.
Uma semana se passou, foram dias de
reflexão (v.28), e para que seus discípulos entendessem que após a cruz há
glorificação, Jesus leva Pedro, João e Tiago para um monte. Esse monte está
localizado nas cercanias de Cesáreia de Filipe, ao pé da montanha do Libano. A
tradição indica que seja o monte Tabor, a duas horas sudoeste de Nazaré.
Interessante é que Pedro, Tiago e
João foram testemunhas da ressurreição da filha de Jairo e mais tarde estavam
no momento da prisão de Jesus no Getsêmani.
Curioso é que Lucas ressalta que dois
homens apareceram ali e começaram a falar com Jesus. E Pedro, João e Tiago,
reconheceram os mesmos como sendo Moisés e Elias. A pergunta é como reconheceram Moisés e Elias?
Eles não sabiam como esses homens eram. Os evangelistas não nos explicam como
se deu esse reconhecimento (Mc 9.4; Mt 17.3). É possível concluir que diante
daquela manifestação glorioso, os discípulos tenham reconhecido Moisés e Elias
por esses representarem o começo e o meio da história de Israel. Ou também, por
um representar a lei e o outro os profetas.
Enquanto de Marcos e Mateus apenas
relatam que Moisés, Elias e Jesus estavam conversando (Mc 9.4; Mt 17.3), Lucas
apresenta o conteúdo da conversa. Qual era esse conteúdo? Verso 31: “Eles falavam com
Jesus a respeito da morte que, de acordo com a vontade de Deus, ele ia sofrer
em Jerusalém”.
Os discípulos haviam ouvido da boca
de Jesus a respeito da sua subida a Jerusalém para ser rejeitado, sofrer,
morrer e ressuscitar (Lc 9.22). Após uma semana refletindo sobre esse fato,
agora, num momento de exultação, ouvem Moisés e Elias conversando com Jesus
sobre esse assunto (Lc 9.31). E para que não haja dúvidas quanto a missão do
Filho, o próprio Pai anuncia do céu: “Este é o meu Filho, o meu escolhido. Escutem o que ele
diz” (Lc 9.35).
Pedro não quis entender e aceitar o
fato de Jesus ser rejeitado, preso e morto. Marcos e Lucas dizem que após dizer
que iria para Jerusalém para ser rejeitado, passar por sofrimentos e pela morte
(Mt 16.22; Mc 8.32), Pedro o chama para o lado e diz que isso nunca iria
acontecer.
E quando Pedro, João e Tiago
presenciam a transfiguração, a reação de Pedro é uma só: “Bom é estarmos aqui!” (Lc 9.33),
vamos parar com essa bobagem de ir à Jerusalém. “Vamos armar três barracas: uma para o
Senhor, outra para Moisés e outra para Elias” (v. 33).
A cruz assusta. Ninguém quer sofrer
ou ver alguém que ama sofrendo. No entanto, a cruz é a marca de Jesus. Carregar
a cruz até o Gólgota era a missão dada pelo Pai ao Filho, missão essa que foi
aceita (Fp 2.7).
O diabo não quis que Jesus fosse à
cruz e o tentou de todas as maneiras para que a cruz não fosse carregada por
Cristo.
E quando Pedro, sem entender, mesmo
com tanto tempo para pensar, sugestiona ficar no monte e interromper a
caminhada a Jerusalém, o Pai interrompe e toma a palavra para dizer: “Este é o meu
Filho, o meu escolhido. Escutem o que ele diz!” (v. 35).
A nuvem que cobriu Moisés, Elias,
Jesus, Pedro, Tiago e João era a nuvem que representava a glória de Deus.
Aquela que guiava o povo em sua caminhada rumo a terra prometida. E ouviram a
mesma voz que já haviam ouvido por ocasião do batismo de Jesus.
No entanto, essa voz, a Palavra do
Pai, conforme relatado pelo evangelista Lucas, diz algo extraordinário: “Este é o meu
Filho, o meu escolhido. ...” (Lc 9.35).
Ao ressaltar que Jesus é o escolhido,
o Pai destaca que a sua obra completa toda a obra de Deus. Ele é o cumprimento
da lei (Moisés) e das profecias dos profetas (Elias). E quando o Pai salienta “... Escutem o
que ele diz!” (v.35), Deus está repercutindo a promessa proclamada
pelos lábios de Moisés (Dt 18.15; Is 42.1).
Ao indicar que Jesus ficou sozinho é
uma referência ao fato de ter retornado ao seu estado antes da transfiguração,
sem o brilho esplendoroso.
A transfiguração foi um momento de
visualizar a glória que há para os que estão no caminho da cruz.
Por mais que a cruz seja pesada, não
há como negar que após muitas tribulações nos convém entrar no reino dos céus
(At 14.22).
O problema é que queremos a glória,
mas, não entendemos e relutamos passar pelos sofrimentos. Não queremos a cruz.
Há duas igrejas, na mesma rua. Uma
anuncia: chega de sofrer, deixe a sua cruz pesada –
está sempre lotada e todos falam bem dela. Há os que dizem: “Bom é estarmos
aqui”. A outra igreja, bem pequena, anuncia: carrega a sua cruz
por mais pesada que for. Essa está constantemente vazia, ou com
poucas pessoas. E essas para se animarem constantemente ouvem o pregador dizer:
“Escutem o
que ele diz”.
A glória nunca vem antes da cruz! Só
se o nome de uma pessoa for Glória Cruz, para que a glória venha antes. Caso
contrário, o céu é a herança dos que nesse mundo suportaram com fé a cruz. O
céu é daqueles que se agarraram pela fé na cruz de Cristo, ou seja, na sua
maravilhosa obra. Amém!
Edson Ronaldo
Tressmann
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