09
de setembro de 2018
16º
Domingo após Pentecostes
Sl
146; Is 35.4-7; Tg 2.1-10,14-18; Mc 7.31-37
Tema:
Fé sem parcialidade!
Recebemos do apostolo Tiago uma palavra
contra o preconceito: “Não tenhais fé ... em acepção de pessoas” (Tg
2.1).
A maioria das pessoas conhecem a
história do Titanic. Mas, o pouca gente sabe é que após a tragédia, o navio CS
Mackay-Bennett teve a seu cargo a difícil tarefa de recuperar os corpos das
vítimas. Alguns telegramas trocados entre o navio de salvamento e a White Star
Line, a companhia que detinha o Titanic, revelaram a forma como a tripulação da
embarcação lidou com o grande número de cadáveres encontrados à deriva no
oceano.
Os tripulantes do CS Mackay-Bennett se
deram conta do enorme número de cadáveres e, ao chegarem à conclusão que tinham
um espaço de armazenamento limitado, e assim tomaram uma decisão polêmica.
Decidiram dar prioridade aos corpos de passageiros de primeira e segunda
classe, que foram recuperados e devolvidos aos familiares, para que lhes fossem
prestadas as devidas homenagens fúnebres. Os passageiros da terceira classe
foram atirados às águas gélidas do Atlântico Norte.
“Não tenhais fé ... em acepção de pessoas” (Tg
2.1).
Acepção de pessoa
– prosopolempsia
(atitude de parcialidade onde há favoritismo baseado no exterior, aparência,
condição econômica ...).
Querido irmão e irmã em Jesus – o critério exterior de nenhuma forma
deveria ser o fator decisivo na elaboração de nossos conceitos do próximo.
É exatamente por isso que Moisés em Deuteronômio destaca que Deus não faz
acepção de pessoas e não aceita suborno (Dt 10.17).
O apostolo Tiago não nega que há
diferenças entre as pessoas. No entanto, as diferenças precisam superadas e
vívidas na igualdade que a fé dá a todas as pessoas.
Quando na comunidade cristã as pessoas
fazem acepção de pessoas por causa da sua raça, status social, poder ou
autoridade, é preciso questionar a fé. Dessa maneira, ao escrever: “Não tenhais fé
... em acepção de pessoas” (Tg 2.1), o apostolo Tiago está
questionando a fé em Deus dos seus leitores.
Que tipo de fé é essa que faz acepção de pessoas?
Certa vez, um intérprete da lei,
querendo pôr Jesus a prova o questionou sobre as obras necessárias para
alcançar a vida eterna (Lc 10.25). Jesus perguntou ao homem sobre o que a lei
dizia sobre e qual era a interpretação que dava a mesma (Lc 10.26).
A resposta do mestre da lei (Lc 10.27)
mostrava que havia conhecimento sobre a necessidade do amor a Deus e ao
próximo. Mas, tendo constatado que não estava amando seu próximo, tentou se
justificar perguntando sobre quem era o seu próximo (Lc 10.29).
Os intérpretes da lei estavam tão
ocupados com sua vida de aparência que se esqueciam de que não é prejudicial a
vida espiritual o que entra pela boca, mas o que sai (Mc 7.15).
Deus escreveu a sua lei em duas tábuas,
nas quais colocamos os três primeiros mandamentos na primeira tábua e sete
mandamentos na segunda tábua. O 4º ao 10º mandamento enfatiza o amor ao próximo
e de maneira especial como Deus preserva a autoridade, a vida, o sexo no
matrimônio, os bens, a honra, a família e os bens.
Deus prevê e orienta seus filhos à uma
vida de amor para com as outras pessoas.
Deus valoriza e requer uma boa vivência
entre as pessoas pela prática da fé. Esse exercício da fé está sendo questionado
pelo apóstolo Tiago: “Não tenhais fé ... em acepção de pessoas” (Tg
2.1).
A fé em Deus, a honra ao nome de Deus, o
culto a Deus, é manifestado na vida de amor ao próximo. A fé cristã se mostra na ação em prol do outro.
“Não tenhais fé ... em acepção de pessoas” (Tg
2.1).
Ninguém
que está na fé pode levar alguém em consideração pela sua aparência.
Considerar alguém pela sua aparência é algo que a fé não tolera.
O
próximo precisa ser considerado pelo cristão do ponto de vista de seu
relacionamento com Deus. Diante de Deus, todo aquele que foi
resgatado por Cristo Jesus, sendo mendigo ou milionário, possui a mesma
dignidade e como tal precisa considerado.
O
preconceito devido a cor, raça, status social, é condenável aos olhos de Deus.
Tratar alguém pela sua aparência é
deixar de dar glórias a Deus e glorificar esse mundo que trata as pessoas pela
sua aparência.
O
apostolo Tiago não critica a questão da afinidade pessoal.
Ele condena o tratamento diferenciado devido a aparência de alguém.
Sabe-se que há sérios e graves pecados
relacionados ao tratamento desigual por causa de raça, nível social, autoridade
e poder. Não podemos ser uma igreja política: ou seja, tratar bem os ricos e
poderosos esperando alguma vantagem.
Deus em sua lei estabeleceu seu alvo: amor a Deus e ao próximo.
Agimos assim como agiu o mestre da lei,
tentamos nos desculpar e agimos como se não soubéssemos quem é o nosso próximo? O meu próximo é todo aquele que necessita
de auxílio.
A fé
não se separa das obras e as obras não se separa da fé.
As obras necessitam da fé e a fé é apresentada pelas obras. A vida de boa obra
é a transpiração da pessoa na fé. A fé favorece a todos pelas obras. A fé foi dada
gratuitamente por Deus para que seja exercitada em favor de todos, com o
objetivo de salvar o maior número possível. Amém!
Edson Ronaldo TREssmann
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