Dia
11 de março de 2018
4º
Domingo na Quaresma
Sl
107.1-9; Nm 21.4-9; Ef 2.1-10; Jo 3.14-21
Tema:
Não perca o foco!
Você
sabe com quem Jesus estava conversando quando disse: “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que crê não pereça, mas tenha a vida
eterna” (Jo 3.16)?
Jesus
chegou ao ponto decisivo de sua resposta à pergunta de Nicodemos.
Qual foi a pergunta de Nicodemos? Jo 3. 4. “Nicodemos perguntou: Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será
que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?”. Aos Romanos (Rm 8.3-4), Paulo explicita que sem Jesus, sem
a cruz é impossível nascer de novo. Se é necessário que alguém nasça novamente
é sinal que o mesmo está morto. O apostolo Paulo aos cristãos da Ásia Menor (Ef
2.1) escreve que quando as pessoas dão um passo em falso na sua caminhada o
resultado é a morte. E para que viva, é necessário que sejam levados a
conhecer seus pecados e reconhecer a salvação em Jesus.
Nicodemos quer saber
como nascer de novo, e Jesus o indica pela história da serpente de bronze. Qual é a lição
dessa história apresentada em Números 21.4 – 9?
Texto Bíblico
Então os israelitas saíram do monte Hor pelo caminho que vai até o golfo
de Ácaba, para dar a volta em redor da região de Edom. Mas no caminho o povo
perdeu a paciência e começou a falar contra Deus e contra Moisés. Eles diziam: —
Por que Deus e Moisés nos tiraram do Egito? Será que foi para morrermos no
deserto, onde não há pão nem água? Já estamos cansados desta comida horrível! Aí
o Senhor Deus mandou cobras
venenosas que se espalharam no meio do povo; e elas morderam e mataram muitos
israelitas. Então o povo foi falar com Moisés e disse: — Nós pecamos, pois
falamos contra Deus, o Senhor, e
contra você. Peça a Deus que tire essas cobras que estão no meio da gente.
Moisés orou ao Senhor em favor do
povo, e ele disse: — Faça uma cobra de metal e pregue num poste. Quem for
mordido deverá olhar para ela e assim ficará curado. Então Moisés fez uma cobra
de bronze e pregou num poste. Quando alguém era mordido por uma cobra, olhava
para a cobra de bronze e ficava curado.
O povo de Deus, libertado da escravidão
egípcia, após 2 anos no Sinai, está caminhando na região do Neguebe, ao sul da
terra prometida. Estão Cades Barnéia.
Cades Barnéia já chama a atenção, pois,
Cades (Kadosch, significa santo). No entanto, santo a maneira e compreensão cananítica. Cades era santo porque
para os cananeus um santo eram aqueles
que adoravam um dos muitos deuses, de maneira especial os deuses da
fertilidade.
De acordo com o capítulo 20 vemos que o
povo de Deus perdeu dois dos seus três grandes líderes (Miriam e Arão).
Não bastasse a morte de dois líderes,
outro fato foi que o rei Arade sabendo da presença do povo de Deus em terras
cananeias, ataca o mesmo e leva alguns cativos. O povo fica transtornado.
Esses episódios geraram uma
intranquilidade ao povo. E em meio a essa insegurança, o povo pede a Moisés
para que interceda junto a Deus e saiba se devem ou não atacar o rei Arade. E a
resposta de Deus é: Ataque!
O povo ataca e vence. No entanto, o povo
passou a se sentir todo poderoso. A vitória subiu à cabeça. O povo quis ir de
Hor direto para a terra prometida, afinal, estavam muito próximos. E pensavam
que poderiam vencer qualquer inimigo por si mesmos. E contrariando o momento de
alegria do povo após as tragédias, Deus orienta que o povo tome outra direção.
Partiram do monte Hor
(Nm
21.4).
Um verbo muito frequente em números - “Viajar”
ou seja, “levantar
acampamento”. No entanto, esse “levantar acampamento” acontece por orientação
divina. O povo viaja porque Deus quer. Essa viagem acontece “pelo caminho do
mar vermelho, a rodear a terra de Edom” (Nm 21.4), atravessam a
Palestina e a Transjordânia, uma terra árida e difícil.
“porém o povo se tornou impaciente no caminho”
(Nm 21.4). O termo “impaciente” é a tradução do verbo hebraico que
pode ser traduzido como encurtar, significando que o povo encurtou, mas não por
cansaço e sim por ira. O povo ficou tão nervoso e raivoso por não poderem ter
ido direto a terra prometida estando tão próximos que se sentiram cansados.
Assim, “o povo falou contra Deus” (Nm
21.5), ou melhor, de acordo com o verbo hebraico “afrontou”. Essa afronta é
indicada pelo “porque?”
Lâmâh, uma pergunta que visa uma
reação. O porque é uma pergunta afrontosa.
Mas, a afronta não termina nessa
pergunta, vai além da mesma. O povo diz: “nos fizeste subir da terra do Egito para morrermos no
deserto, onde não há pão nem água?” (Nm 21.5).
O povo afronta a Deus dizendo que não existe pão
(alimento e não há água). Mas, Israel tem tudo isso. Para afrontar a Deus, não
citaram as codornizes e todas as coisas boas que Deus lhes havia dado.
O povo afronta a Deus dizendo que por
sua culpa estavam à beira de um precipício, estavam impacientes: “nossa alma tem
fastio deste pão vil” (Nm 21.5). O povo estava desanimado nessa
caminhada que parecia não ter fim.
O povo falava contra Deus sem julgamento
e sem critério. Ao dizerem “pão vil”, por vil referiam-se a uma planta que
não era apetitosa, sem gosto, desprezível. Esse é o ataque mais forte que temos
registrado nas Sagradas Escrituras contra Deus. O povo se queixa contra a providência
divina.
Desde o capítulo 17 de Números, Deus
reage com palavras, dando uma oportunidade ao povo. Mas, aqui em Números 21, é
a primeira vez que isso não acontece. Deus não interfere com palavras, mas com
ação.
Já que a pergunta afrontosa esperava uma
reação, a reação de Deus foi “mandar, enviar” serpentes abrasadoras,
voadoras, brilhosas. Muitos foram picados e morreram.
Diante da reação de Deus, o povo
reconhece sua situação: “e veio o povo a Moisés e disseram: pecamos”
(confissão).
“E disse Deus a Moisés, faze ...” Fazer
o que? “algo
que seja abrasador e coloca sobre o estandarte”. A serpente abrasadora era uma
bandeira, um símbolo que orientava para onde olhar. Era um mastro que sinalizava.
“E acontecerá
que todo que for mordido e olhar para ela, então vive” (Nm 21.8).
“Olhar para ela” – o verbo nâvât significa não
apenas olhar, mas, concentrar-se no que se está vendo. Focar atenção. Desviar o foco
de outras coisas e prestar atenção só naquilo.
Assim, em seu diálogo com Nicodemos,
Jesus enfatiza que é preciso ficar-se apenas em Jesus, o amor encarnado de Deus
pelo ser humano.
Corremos
perigo!
A salvação está em jogo.
Nicodemos, assim como muitos líderes
religiosos de sua época haviam deixado de focar sua atenção no salvador.
Estavam olhando para si mesmos.
Vivemos agora o período da quaresma, e
muitos olham para suas realizações quaresmais e estão deixando de focar sua
atenção na cruz de Jesus.
Jesus estava dizendo à Nicodemos que só
havia um meio de salvação para aquela geração no deserto: era necessário que uma serpente de bronze fosse
levantada e que qualquer pessoa que focasse sua atenção na mesma seria salva.
Por esse motivo, diz à Nicodemos, desse modo.
Jesus precisa ser levantado no alto de uma cruz e todo aquele que crê nesse
Jesus, tem a vida eterna.
Respondendo
à Nicodemos, Jesus afirma que o passo decisivo para tornar-se nova pessoa é
focar sua atenção em Cristo, pois só ele dá vida.
Jesus estava dizendo: Nicodemos pare de
se agarrar na religiosidade aparente. Agarre-se à Cristo! Tão somente a Cristo.
Uma vida sem Cristo não é vida. E é exatamente isso que Paulo escreve aos
cristãos da Ásia Menor: Ef 2.1-10.
O mundo continua mundo e como mundo
no final do capítulo 2 do evangelho de João vemos Jesus falando sobre a
natureza humana. A mesma é má, corrupta e vive queixando-se de Deus, por isso,
Jesus precisou ser pendurado.
Corremos
perigo!
O perigo é deixarmos de olhar
para a cruz de Jesus. O perigo é deixarmos de apontar para a
Cruz. Sem a cruz, sem Jesus, deixaremos que as ovelhas que não são nossas,
morram pelas mordidas do Diabo.
Não
importa como está sendo e como será a nossa caminhada – é necessário manter o
foco! E o foco é o amor de Deus em Jesus: “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que crê não pereça, mas tenha a vida
eterna” (Jo 3.16).
Sem Jesus estamos mortos!
Focados em Jesus estamos vivos!
Edson Ronaldo
Tressmann
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