15 de outubro de 2017
19º Domingo após Pentecostes
Sl 23; Is 25.6-9; Fp 4.4-13; Mt
22.1-14
Tema: A justificação pela fé
traz uma paz que excede todo entendimento!
Quando o apóstolo Paulo escreveu sua carta aos filipenses a
situação não era tão diferente da dos nossos dias. Eram dias difíceis, dias
onde reinava a perseguição. Cristãos estavam sendo açoitados, presos e muitos
eram mortos.
O apóstolo Paulo estava preso em Roma, escreveu a carta aos
cristãos Filipenses no ano de 61 AD., não é estranho dizer que a mesma foi
escrita hoje.
Paulo visa consolar a comunidade que, nessa situação não havia
esquecido do pregador do evangelho e lhe havia enviado donativos.
Num primeiro momento alguém pode concluir que em meio a
perseguição, a tortura, a morte, e prisão do apóstolo Paulo, não há muito o que
escrever para consolar. No entanto, o Espírito Santo, que guiou mãos e mentes
na composição das letras da Escritura Sagrada, guiou o apóstolo Paulo à aconselhar:
“Alegrai-vos”.
O apóstolo Paulo sabia que a única fonte segura e consoladora em
toda e qualquer situação era e é Cristo, por isso, “Alegrai-vos,
sempre no Senhor, ...”.
A expressão sempre ressalta que Cristo é a fonte da alegria em
todos os momentos e situações. Nada é capaz de roubar daquele que está em
Cristo a certeza do amor, do perdão e a esperança (Rm 8.37).
Muitos cristãos de Filipos que haviam sido presos estavam receosos
com respeito aos seus filhos e parentes. À esses o conselho “Alegrar-se no Senhor” estava ancorada na certeza de que “Perto está o Senhor” (Fp 4.5).
“Alegre-se no Senhor” pois “perto ele está”, ou seja, Jesus conhece os sofrimentos, está
pronto a amparar e fortalecer e virá em breve para julgar os vivos e os mortos.
“Alegre-se no Senhor”, pois a sua “paz excede todo o entendimento e guarda o coração e a mente em Jesus”
(Fp 4.7).
Essa paz só acalma o coração do cristão, aquele que sabe o quanto
era inimigo de Deus e sabe a respeito da obra de Cristo para salvar o pecador.
A paz que excede toda a razão humana só é encontrada no perdão de Cristo.
Deus sempre se ocupou em enviar pessoas para oferecer essa paz. Deus
enviou patriarcas, juízes, reis, sacerdotes, profetas, discípulos, apóstolos.
Além desses, ao longo da história, Deus levantou homens corajosos que lutaram
em favor do evangelho. Um desses homens foi Martinho Lutero.
Na sua época, milhares de pessoas viviam perseguidas pela
inquietação quanto a salvação. Haviam milhares de pessoas que não conheciam a
paz que excede todo entendimento.
Não conhecer e não ter a paz que excede todo o entendimento não
era drama apenas na época da Reforma. É um drama que acompanha a humanidade
desde que Adão e Eva caíram em pecado.
A paz que excede todo o entendimento era carência do povo na época
do profeta Isaías. Para transmitir a paz que excede todo o entendimento,
conforta e consola, o profeta Isaías foi enviado por Deus para transmitir a paz
de Deus.
Através do profeta Isaias, o próprio
Deus está prometendo que vai dar um banquete. Na época de Lutero, as pessoas
não se sentiam dignas de participar do banquete. Você se sente digno de participar desse
banquete? Deus deseja que todos participem do banquete preparado por
ele, mas infelizmente muitos não irão participar por não aceitarem o convite da
paz feito pelo evangelho.
A paz que excede todo o
entendimento não é
alcançada pelos atos de justiça pessoal. Há pessoas que querem se justificar
através de suas obras, de suas peregrinações, jejuns, orações, etc. No entanto,
o profeta Isaías anuncia que “...todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças,
como trapo de imundícia; ...” (Is 64.6).
Deus deseja que todos conheçam a paz
que excede todo entendimento. O profeta Isaías proclamou uma promessa
esplendorosa, Deus dará um banquete, com as melhores comidas e os vinhos mais
finos.
A dignidade para que o pecador tenha
seu lugar no banquete celestial está naquilo que Jesus fez. Deus é o Rei da
parábola (Mt 22.1-14), que além de enviar servos para convidar pessoas ao
banquete, em seu Filho Jesus dá as roupas adequadas para que participem do
banquete (Mt 22.12). Jesus disse: “Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca
morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão” (Jo 10.28). A
obra de Jesus, a justiça conquistada por Jesus dada pela fé torna o pecador
digno de participar do banquete celestial. O apóstolo João apresenta essa
verdade em Apocalipse: “...São as pessoas que lavaram as suas roupas no sangue do
cordeiro, e elas ficaram brancas” (Ap 7.14).
A paz que excede todo entendimento é
o maior anseio da humanidade. Essa paz sempre foi proclamada. O primeiro a
proclamá-la foi o próprio Deus (Gn 3.15). Desde aquele dia no jardim do Éden,
diante da realidade de que o homem longe de Deus estava perdido (Gn 3.9), Deus
se encarregou de enviar pessoas para proclamar a paz que excede todo
entendimento.
A paz que excede todo entendimento
lança o olhar do pecador ao futuro. Como anunciou o profeta Isaías: “acabará com a
nuvem de tristeza... acabará para sempre com a morte... fará desaparecer do
mundo inteiro a vergonha que o seu povo está passando... e enxugará dos olhos
toda a lágrima” (Is 25.6-9).
O profeta Isaias anunciou ao povo as
promessas de Deus. A promessa de perdão e salvação é a paz que excede todo
entendimento. Essa paz é buscada pela humanidade. Foi assim na época de Lutero.
Tanto que ao deparar-se com a paz que excede todo entendimento, uma luz raiou
dentro de Lutero.
Na época do profeta Isaias, muitos
estavam sendo tentados a fazerem o mesmo que os moabitas, ou seja, resistir
contra Deus. Os capítulos 24-27 pode ser considerado a parte apocalíptica da
mensagem do profeta.
Isaías usa uma linguagem que indica o
povo de luto, alguém ameaçado de morte. Nessa situação o povo precisava confiar
em Deus, e não se voltar contra Deus adorando outros deuses e fazendo alianças
com outros povos. Deus iria libertar, como disse Paulo aos Filipenses “Perto está o Senhor” (Fp 4.5). Nessa
certeza, o povo era convidado a confiar e depositar toda sua esperança. Isaías anunciava
da parte de Deus as maravilhosas promessas de Deus e diante delas esperava que
o povo tivesse esperança e confiança.
A paz de Deus excede todo
entendimento na perseguição, na angústia e na ansiedade. A paz de Deus tranquiliza
pessoas angustiadas e ansiosas quanto a salvação. Amém!
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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