4º Domingo de Páscoa
07 de maio de 2017
Sl 23; At 2.42-47; 1Pe 2.19-25; Jo
10.1-10.
Tema: Uma igreja cheia do Espírito Santo!
Estamos vivendo o período da páscoa,
próximos ao dia de pentecostes (dia 04 de junho). Os versículos 15-36 de Atos capítulo 2 é um sermão proferido pelo
apóstolo Pedro diante da ação do Espírito Santo que de tão extraordinário fez
as pessoas pensarem que os discípulos estavam bêbados. Diante do
extraordinário, Pedro disse: “...Estas pessoas não estão bêbadas, como vocês estão pensando,
... O que está acontecendo é o cumprimento de uma profecia anunciada pelo
profeta Joel” (Atos 2.15-16).
Mais ou menos 870 após o profeta
Joel, o apostolo Pedro profere essas palavras. Para Deus, uma promessa feita é
o mesmo que uma promessa cumprida. Para os seres humanos, tudo é demorado, mas
para Deus tudo é muito rápido e dinâmico (Sl 90.4).
A promessa, não só a do Pentecostes,
mas todos os eventos relacionados a salvação do ser humano, está registrada nas
Escrituras Sagradas.
Pentecostes é
a ação espetacular do Espírito Santo. Pentecostes é o cumprimento de uma
profecia – a profecia de que o Espírito Santo age para operar o que a razão não
é capaz, ou seja, a fé.
Já desde aqueles dias, por causa da
bebida alcoólica, as pessoas eram capazes de falar uma língua estranha. Outros
estranharam que era muito cedo para alguém estar bêbado.
Quando as promessas de Deus são
cumpridas, o homem em sua racionalidade limitada, não compreende e nem fica
atento as mesmas. Para alguns, o extraordinário era que havia um grupo bêbado
falando estranhamente. Alguns de vocês sabem que um bêbado até fala enrolado,
mas, não dá para dizer que é outra língua.
Quando as pessoas não conhecem os atos
poderosos de Deus estranham qualquer ação que Deus realiza.
A cena do Pentecostes foi extraordinária!
Homens comuns falando diferentes
línguas e comunicando a mensagem a respeito de Jesus Cristo para muitos povos
ao mesmo tempo. Não foi um aplicativo que fez a tradução simultânea, foram
homens que falaram e pessoas que ouviram em sua língua.
A
ação do Espírito Santo foi tão espetacular que houve espanto e admiração. O espanto e a admiração ocorreu
através de duas situações: 1) - aqueles que queriam saber o que isso
significava e, 2) - os que resumiram tudo como algo possível por causa da
bebida alcoólica.
O sermão do apóstolo Pedro,
equilibrado em Lei e Evangelho, mostra as grandes coisas que o Espírito Santo
faz na vida das pessoas. A ação do Espírito Santo é tão poderosa que faz pessoas
regirem com espanto. Traz pessoas a fé, naquela oportunidade, quase três mil
pessoas foram batizadas.
O Espírito Santo é poderoso! Ele não age
apenas num único momento, numa situação específica, (Jo 3.8; Ec 11.5). Sua ação ocorre em várias situações
e seu poder dura por toda uma vida.
A igreja que aumentou em quase três
mil pessoas naquele único dia continuou perseverante. “E todos continuavam firmes, seguindo os
ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e
fazendo orações” (Atos 2.42).
Sobre essa igreja cheia do Espírito
Santo, João Crisóstomo (347 – 407), um grande pregador da igreja antiga, disse
que “era uma
congregação angelical. Não considerava exclusivamente seu nem uma das coisas
que possuía. Dessa igreja cheia do Espírito Santo foi cortada a raiz de muitos
males ... ninguém acusava, ninguém invejava, ninguém tinha ressentimentos; não
havia orgulho nem desprezo ... O pobre não sabia o que era vergonha, o rico não
conhecia arrogância”.
O Espírito Santo é poderoso e
continua agindo entre os filhos de Deus, “a comunhão dos santos”. O Espírito Santo
continua agindo entre os mesmos para fazer desses santos uma congregação cheia
do Espírito. “E
todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em
amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações” (Atos 2.42).
1 - Uma igreja cheia do
Espírito Santo é uma igreja perseverante nos ensinamentos dos apóstolos.
Lucas, o médico pesquisador que
escreveu o Evangelho de Lucas e o livro de Atos, ambos para Teófilo, quis
relatar em seu Evangelho sobre a pessoa e obra de Jesus em favor dos gentios. Em
Atos, seu objetivo foi mostrar como Deus continua sua ação através do Espírito
Santo e como a mensagem sobre Jesus se espalhou por todos os cantos da terra.
Para que a mensagem sobre Jesus
chegue a todos os locais, o Espírito Santo pelo seu poder os fez e faz “perseverantes”.
1 – na doutrina dos apóstolos;
2 – na ação generosa;
3 – no partir do pão;
4 – no orar;
Uma igreja só é perseverante pelo poder e atuação do Espírito Santo. O Espírito Santo torna pessoas
perdidas em salvas. Quando um perdido é alcançado pela ação poderosa do
Espírito Santo, a mesma se revela na “perseverança”.
Os primeiros alunos
matriculados na escola primária da fé cristã, perseveravam na doutrina, no ensino
dos apóstolos. Quero destacar uma coisa que sempre me chama atenção na IELB. A
igreja tida como luterana, nasceu através do abrir e interpretar a Bíblia. A
correta aplicação da Palavra de Deus, fez com que Lutero lutasse contra uma
igreja que estava enclausurada num sistema filosófico denominado escolástica e
a libertou da mesma, mas, como a mesma não o quis, surgiu assim a igreja
luterana.
Quanto tempo é utilizado para estudo da Palavra de Deus numa reunião de
diretoria? No culto, quanto tempo é utilizado para estudo e reflexão na Palavra
de Deus?
“E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos
apóstolos, ...” (Atos 2.42).
É necessário lembrar que naquele
início de expansão do cristianismo, não havia dogmática, catecismo, mas, havia
o que sempre foi o fundamento, a parede e o telhado da igreja cristã: a Bíblia
(na época o Antigo Testamento).
Naquela época os primeiros alunos
tinham a sua disposição o texto do antigo testamento que já apontava para a
maravilhosa obra de Deus que seria realizada em seu Filho Jesus Cristo. Essa
era a doutrina dos apóstolos, ou seja, salvação por meio da obra realizada por
Jesus Cristo.
Nós, IELB, temos a nossa disposição
muito mais que os primeiros cristãos tinham. Além do Antigo, temos o Novo Testamento,
dois catecismos (maior e menor), dogmática, confissões. E claro, temos a
atuação do Espírito Santo entre nós pela Pregação, pelo Batismo e pela Santa Ceia.
Lembrem-se: os
cristãos que receberam o poder do Espírito Santo não abandonaram o ensino
transmitido por pessoas. Seguiam perseverantes nos pés dos apóstolos,
aprendendo tudo o que era necessário aprender.
A igreja cheia do Espírito Santo
continuava atuando pela poder do Espírito. “E todos continuavam firmes, ... vivendo em amor cristão, ...”
(Atos 2.42).
A “perseverança em torno da Palavra de Deus”,
meio pelo qual o Espírito Santo age, conduzia todos os cristãos a viverem na
generosidade.
A palavra “Koinonia” vem “koinos” que significa comum,
ou seja, “ter
algo comum com alguém”. A koinonia expressa o que partilhamos uns
com os outros, tanto no que damos como no que recebemos.
Lucas, ao fazer a referência ao “viver em amor
cristão” deseja expressar a generosidade de uns para com os outros. Ao
dizer isso, mostra o tamanho dessa generosidade. “Todos os que criam estavam juntos e unidos
e repartiam uns com os outros o que tinham. Vendiam as suas propriedades e
outras coisas e dividiam o dinheiro com todos, de acordo com a necessidade de
cada um” (Atos 2.44-45).
A
perseverança no amor
cristão, no cuidado cristão é perturbador
a igreja do século XXI. Há possibilidade de cuidarmos dos necessitados se só
captamos recursos para manter a estrutura eclesiástica? Em Querência
temos cerca de 12 mil habitantes. Desses, cerca de 4 mil pessoas passam
dificuldade. Será que 8 mil não conseguem cuidar de 4 mil. O cálculo é simples,
2 pessoas, cuidam de uma. O problema é o individualismo.
Na época em que se deu o primeiro Pentecostes,
havia uma comunidade de líderes essênios, a comunidade de Qumran, a leste de
Jerusalém que prescrevia que todo judeu que fazia parte do povo da aliança
deveria socorrer o pobre, o necessitado e o estrangeiro. No entanto, aquele que
desejava aderir a comunidade de Qumran precisava entregar todas as “suas propriedades e
seus ganhos ao tesoureiro da congregação...”.
Ao contrário desse rigor da lei da
comunidade de Qumran, pelo poder do Espírito Santo, as pessoas doavam de livre
e espontânea vontade. Os verbos “vendiam e distribuíam” no original grego está
no tempo imperfeito, indicando assim que a venda e a partilha eram ocasionais,
em resposta às necessidades específicas e de livre e espontânea vontade.
A generosidade é sempre voluntária – todo
cristão é chamado à generosidade, em especial aos pobres e necessitados. Os necessitados são oportunidades que Deus nos dá para servir.
O Antigo Testamento traz inúmeras
exortações a generosidade. Entre seu povo, Deus visava inculcar a tradição de
cuidado para com o pobre. Deus ordenou que a décima parte fosse dada aos
levitas, que viviam do ensino da lei de Deus, ao estrangeiro, ao órfão e a
viúva (Dt 26.12). A igreja cheia do Espírito se apresenta pelo socorro ao
necessitado (At 2.45; 4.34-35; 1Jo 3.17).
Não podemos escapar do desafio desses
versículos. Quando há necessitados a nossa volta, é a pregação de Lei
anunciada a cada um de nós que possuímos bens e pouco ou nada fazemos em favor
dos necessitados.
“E todos continuavam firmes, ...partindo o pão de casa em
casa...” (Atos 2.42).
Nem todos haviam vendido as suas
casas. Todas as reuniões era uma preciosa oportunidade para celebrar a santa
ceia. Na santa ceia, Deus nos dá algo: Perdão.
“E todos continuavam firmes, ... fazendo orações”
(Atos 2.42).
A comunhão entre os cristãos não é só
manifestada pelo socorro aos necessitados. Ela é manifestada também pela
oração. As orações também auxiliam pessoas que delas precisam.
Essa igreja cheia do Espírito Santo “estava cheia de
temor” (Atos 2.43). O serviço, o louvor, a honra dos filhos de Deus
era dado porque Deus havia visitado a cidade. Havia sido crucificado. Havia ressuscitou
e agora pelo poder do Espírito Santo testemunhava essa verdade.
A igreja cheia do Espírito Santo que
perseverava na doutrina dos apóstolos; que agia com generosidade; que
participava da santa ceia e que orava, era uma igreja que testemunhava. “Louvavam a Deus
por tudo e eram estimados por todos. E cada dia o Senhor juntava ao grupo as
pessoas que iam sendo salvas” (Atos 2.47).
A igreja cheia do Espírito Santo
estava ocupada em evangelizar. O Espírito Santo é missionário. Ele agiu para
que quase três mil pessoas juntamente com outros perseverassem na doutrina, na
generosidade, no partir do pão e nas orações. Isso com um objetivo: que outros
fossem acrescentados as fileiras cristãs. Amém!
Pr
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
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