terça-feira, 1 de novembro de 2016

O anticristo não deixa ir à salvação!

06 de novembro de 2016
25º Domingo após Pentecoste
Salmo 148; Êxodo 3.1-15; 2Tessalonicenses 2.1-8, 13-17; Lucas 20.27-40
Tema: O anticristo não deixa ir à salvação!

         O apóstolo Paulo nos deixa um texto (2Ts 2.1-17) riquíssimo em temas: Vinda de Jesus Cristo (v. 1); Opondo-se e se levantando contra Deus (v. 4); Revelação do mistério da iniquidade (v.7); Dando graças a Deus por ter nos escolhido (v.13); Permanecer firme e guardar as tradições (v. 15). No entanto, todos esses temas, conduzem o leitor e ouvinte a uma única reflexão: é preciso cuidar para que ninguém tire o Evangelho do centro.
         Numa mensagem apocalíptica, muitos imaginam apenas encontrar os temidos sinais do terremoto, guerra, pai contra filho, filho contra pai, .... No entanto, o apostolo aponta para outro sinal, e esse por sua vez, é sorrateiro, perigoso e pode causar dano eterno. O sinal é apresentado como sendo: “homem da iniquidade” (2Ts 2. 3). Esse homem da iniquidade é inimigo de Deus e de Jesus Cristo.
        Muitos buscam mostrar que o fim do mundo está próximo, encontrando e apontando para os sinais evidentes, mas o que pouco se fala é sobre o anticristo. O anticristo é descrito pelo apóstolo Paulo como sendo “adversário de Cristo, que se exalta sobre tudo que se chama Deus ou se adora como Deus, e se assenta no templo de Deus como se fosse Deus” (2Ts 2.3,4). É difícil saber quem é o anticristo, pois o mesmo faz parte da igreja. Mas, o Espírito Santo moveu Paulo a escrever a sua característica principal: “adversário de Cristo”.
         Milhares de pessoas que se autodenominam cristãs, não sabem o que constitui o anticristo e o domínio do anticristão. As pessoas veem o reinado do anticristo no panteísmo, materialismo, ateísmo, socialismo, niilismo, anarquismo e outros terríveis ismos dos quais a idade moderna se tornou herdeira. No entanto, o anticristo está sentado no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus (2Ts 2.4).
         O papado e o papa são tidos como sendo anticristo. Afinal, ao tentar se aproximar de outros, o faz com a máscara de estar interessado pela causa de Cristo e da igreja cristã, mas, a verdade é que seu real intuito e objetivo é apenas lutar em favor de si mesmo e de seu domínio.
         O anticristo é aquele que encara Jesus Cristo como um novo Moisés, um legislador, e transforma o evangelho em doutrina de obras meritórias ao mesmo tempo em que (o anticristo), condena e amaldiçoa os que ensinam que o Evangelho é a mensagem da graça ilimitada de Deus em Cristo. Assim, o anticristo não está apenas no papado. O anticristo não aceita o evangelho no real e verdadeiro sentido da palavra. O anticristo se interessa mais pelas leis da sua igreja, que pela própria lei de Deus.
         Essa semana muitos vibraram com a visita do Papa Francisco à Suécia para as comemorações dos 500 anos de Reforma. No entanto, quero destacar um fato que merece nossa atenção. Dois meses antes da morte de Lutero, foi aberto o Concilio de Trento. O objetivo era curar feridas mortais que o papado havia recebido pela Reforma proposta por Lutero. Era necessário reconstruir o papado.
         Nesse Concílio, na sexta sessão, foi feito o seguinte decreto: “Se alguém disser que os homens são justificados somente pela imputação da justiça de Cristo ou somente pelo perdão dos pecados, excluindo-se a graça e o amor que através do Espirito Santo são derramados em nossos corações, e lhe são inerentes; ou que a graça pela qual somos justificados nada mais é do que favor de Deus – que seja anátema...
         O papado até tem a cruz, mas sem seu significado em conexão com Cristo. Sempre voltam a Maria para que ela evite que o navio de Pedro afunde.
         O anticristo é “adversário de Cristo”, ou seja, não deixa Cristo sobressair-se, ou ser evidenciado assim como verdadeiramente deveria ser: o salvador, o único e suficiente salvador.
         Queria muito que desse encontro na Suécia o papado fosse convertido a Cristo como sendo seu Salvador, mas, temo na verdade é que aqueles que estão em Cristo se rendam à tradição e excluam Cristo.
         Vive-se numa época apocalíptica, e a grande tentação é seguir qualquer um. Nesse período apocalíptico é necessário estar e permanecer em Cristo, ...porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2Ts 2.13). Sim, o Espírito Santo chama à fé e preserva na fé pela Verdade, por isso, o anticristo é adversário de Cristo, ou seja, não permite que Cristo seja evidenciado, pois, sem Cristo, não há salvação.
         O viver cristão consiste num constante ir. Ir para a salvação. Esse ir para a salvação é um ponto central para o entendimento do texto, afinal, milhares de pessoas vivem suas vidas como se a vida fosse interrompida pela morte. Não há um lugar para ir. Não há um refúgio. Talvez, seu refúgio seja deixar alguém que reze por sua alma, para que a mesma seja liberta do purgatório. Quanta miséria é viver sem a certeza da salvação.
         Não se sabe quando será a vinda de Jesus Cristo, ou mesmo o dia da morte. A preocupação não deve ser o dia e a hora, como uma oportunidade de arrependimento. O Espírito Santo me conduz na fé e na verdade hoje. A minha vida consiste em estar indo em direção à salvação.
         Muitos já se revoltaram contra Deus e o abandonaram. Esse abandono ocorreu e ocorre pelo fato de se deixarem conduzir pelo erro, pela mentira, pelo engano. Foram iludidos assim como Eva e Adão.
         Buscar sinais dos tempos do fim não ajuda em nada. Por busca de sinais, o anticristo, o adversário de Cristo, não deixa que muitos o vejam como alguém que desvia de Cristo e da salvação eterna.
         Ficar exclamando que Jesus breve virá, não auxilia e nem consola as pessoas. É necessário que se diga que o grande perigo é desviar-se da “santificação do Espírito e fé na verdade...” (v.13), ou seja, da verdade do evangelho.
         Ficar preso aos sinais que supostamente se darão no ar, na água e na terra, apenas afastará as pessoas do maior sinal, ou seja, desviar-se do evangelho que é o meio pelo qual Deus nos chamou e chama para alcançar a glória de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!

Rev. M.S.T. Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia


A correta distinção de lei e evangelho, um conjunto de preleções de Carl Ferdinand Wilhelm Walther. Fora proferidas entre os anos de 1884 – 1885 e estenografadas e transcritas por alunos de teologia do Seminary de Saint Louis, EUA.

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