27 de novembro de 2016
1º Domingo no Advento
Sl 122; Is 2.1-5; Rm 13.11-14; Mt 21.1-11ou Mt 24.36-44
Tema: Palavra
aos desigrejados!
“Alegrei-me
quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1)
Entre
os muitos problemas que afligem a igreja destaca-se a onda do “cristianismo sem
igreja”. A sociedade está insatisfeita com muitos religiosos que
apenas tem explorado a fé das pessoas, e assim tem elaborado um cristianismo
diferente, despersonalizado e individualista. Esse por sua vez é
caracterizado como “cristianismo sem igreja”.
O
sermão é pregado para pessoas que estão numa congregação local e é pela
perspectiva do Salmo 122 é necessário falar sobre os desigrejados. A razão para se
falar sobre isso está no fato de que muitos que hoje fazem parte de uma
congregação local correm o risco de se tornar um desigrejado. Muitos
dos que hoje fazem parte da estatística dos cristãos sem igreja, algum dia
fizeram parte de uma congregação. É necessário, urgente e imprescindível transmitir
o recado do Rei Davi através do Salmo 122: a importância da adoração e da comunhão.
O
salmo 122 foi escrito num momento muito especial. Davi havia unificado o reino
de Israel. Havia conquistado Jerusalém dos Jebuseus. Os jebuseus por ocasião da
conquista da terra de Canaã deveriam ter sido expulsos, mas, não o foram. Assim,
Jerusalém ficou sendo a cidade de Jebus (dos Jebuseus - Jz 19.10-12). Logo após
a conquista de Jerusalém, o rei Davi a tornou capital do reino e o local da
sede do governo nacional.
Em
Jerusalém o rei Davi construiu o tabernáculo e colocou a arca da aliança. Em
Jerusalém, o rei Davi planejou construir o Templo, mas não o pode (1Cr 17.1-14).
A
arca da aliança foi conduzida da casa de Obede-Edom à Jerusalém ao som de
trombeta, gritos de guerra e muitos cânticos. Davi dançava alegremente (1Cr
15.25-28). Nesse episódio, Davi foi inspirou pelo Espírito Santo à compor o
salmo 122, onde o objetivo é mostrar
a importância da adoração e da comunhão.
A
arca da aliança, bem como o tabernáculo representavam a presença de Deus entre
o seu povo. Assim, havia alegria em poder estar na companhia do Senhor. Ir à Casa de Deus, é ir ao local onde a
presença de Deus se faz ver através da proclamação da Palavra e dos Sacramentos.
“Alegrei-me
quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1). Nessas
palavras não se pode simplesmente dizer que o salmista ignora outros motivos de
alegrias. O fato é que Davi apenas diz que ao ser convidado à ir na Casa do
Senhor, se alegra.
Seria
maravilhoso se as pessoas ainda hoje se alegrassem ao ser convidadas para estar
na Casa do Senhor. Afinal, estar na casa do Senhor é estar na companhia de
Deus.
Desde
o momento em que se deixa a própria casa até chegar ao templo, muitos episódios
acontecem. Alguns desses episódios entristecem, outros alegram. Devido aos
episódios entristecedores muitas pessoas preferem ter ficado em casa.
Em algum momento em um culto, você já
sentiu vontade de nem ter vindo ao culto? Porque? Qual motivo? Bem, eles podem ser os mais variados. Mas, a
nossa alegria está em receber a visita de Deus através da Pregação da Palavra e
no Sacramento. Deus vem ao nosso encontro!
“Alegrei-me
quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1).
Ao
deixar a própria casa é necessário lembrar que não se está indo apenas para um encontro
com outras pessoas, mas para um encontro com Deus.
O
salmo 122 é um salmo de peregrinação. Seu ponto alto não é a peregrinação, mas,
o término da peregrinação. A alegria está
em saber onde se está indo (Sl 55.14) e
para que se está indo (Dt 16.16-17). Em
comunhão todos louvavam a Deus (Sl 42.4).
“Alegrei-me
quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1). O auge desse
Salmo é a chegada em Jerusalém as portas do Templo. Ao deixar sua casa,
recorde-se: a “Alegria ao ir à Casa do Senhor”
(Sl 122.1) está no encontro de Deus conosco no
Templo.
Assim
como na época em que o Salmo foi escrito, todos se reuniam, mesmo sendo
diferentes, de tribos (estados) diferentes, uniam-se na mesma fé. Naquele
momento as diferenças ficavam de lado, era um único povo, num só propósito. A comunhão no Templo representava união política, social e fraternal.
O
rei Davi por muitas vezes presenciou o desequilíbrio na ordem política e
social. Essa situação havia sido resolvido com a conquista de Jerusalém e, a
comunhão no tabernáculo era a prova dessa ordem estabelecida. Para que o
desequilíbrio político e social não ocorresse novamente, o rei Davi exorta ao
encontro com Deus e a oração pela paz de Jerusalém (Sl 122.6).
A
paz em Jerusalém representava e produzia paz para todos os israelitas. Davi não
pensa apenas na estabilidade religiosa, mas também política e social. Essa
estabilidade seria fonte de segurança e paz para todos.
A
visão profética anunciada ao profeta Isaías (Is 2.1-5) fala da exaltação de
Jerusalém e do Templo como sendo no futuro, o local de encontro de todas as
nações (Ml4.1-3). O profeta Isaías fala desse reino de paz cumprido em Jesus, o
descendente da Davi, o “tronco de Jessé... rebento, o renovo” (Is
11.1).
Ao
saber que Jesus é a paz de Jerusalém e a paz do mundo. Exultar “Alegrei-me
quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1) é justamente alegrar-se
por se estar indo à fonte da paz para buscar e receber a paz.
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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