segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Palavra aos desigrejados!

27 de novembro de 2016
1º Domingo no Advento
Sl 122; Is 2.1-5; Rm 13.11-14; Mt 21.1-11ou Mt 24.36-44
Tema: Palavra aos desigrejados!
Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1)

         Entre os muitos problemas que afligem a igreja destaca-se a onda do “cristianismo sem igreja”. A sociedade está insatisfeita com muitos religiosos que apenas tem explorado a fé das pessoas, e assim tem elaborado um cristianismo diferente, despersonalizado e individualista. Esse por sua vez é caracterizado como “cristianismo sem igreja”.  
         O sermão é pregado para pessoas que estão numa congregação local e é pela perspectiva do Salmo 122 é necessário falar sobre os desigrejados. A razão para se falar sobre isso está no fato de que muitos que hoje fazem parte de uma congregação local correm o risco de se tornar um desigrejado. Muitos dos que hoje fazem parte da estatística dos cristãos sem igreja, algum dia fizeram parte de uma congregação. É necessário, urgente e imprescindível transmitir o recado do Rei Davi através do Salmo 122: a importância da adoração e da comunhão.
    “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1).
   O salmo 122 foi escrito num momento muito especial. Davi havia unificado o reino de Israel. Havia conquistado Jerusalém dos Jebuseus. Os jebuseus por ocasião da conquista da terra de Canaã deveriam ter sido expulsos, mas, não o foram. Assim, Jerusalém ficou sendo a cidade de Jebus (dos Jebuseus - Jz 19.10-12). Logo após a conquista de Jerusalém, o rei Davi a tornou capital do reino e o local da sede do governo nacional.
         Em Jerusalém o rei Davi construiu o tabernáculo e colocou a arca da aliança. Em Jerusalém, o rei Davi planejou construir o Templo, mas não o pode (1Cr 17.1-14).
         A arca da aliança foi conduzida da casa de Obede-Edom à Jerusalém ao som de trombeta, gritos de guerra e muitos cânticos. Davi dançava alegremente (1Cr 15.25-28). Nesse episódio, Davi foi inspirou pelo Espírito Santo à compor o salmo 122, onde o objetivo é mostrar a importância da adoração e da comunhão.
         A arca da aliança, bem como o tabernáculo representavam a presença de Deus entre o seu povo. Assim, havia alegria em poder estar na companhia do Senhor. Ir à Casa de Deus, é ir ao local onde a presença de Deus se faz ver através da proclamação da Palavra e dos Sacramentos.
       “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1). Nessas palavras não se pode simplesmente dizer que o salmista ignora outros motivos de alegrias. O fato é que Davi apenas diz que ao ser convidado à ir na Casa do Senhor, se alegra.
       Seria maravilhoso se as pessoas ainda hoje se alegrassem ao ser convidadas para estar na Casa do Senhor. Afinal, estar na casa do Senhor é estar na companhia de Deus.
         Desde o momento em que se deixa a própria casa até chegar ao templo, muitos episódios acontecem. Alguns desses episódios entristecem, outros alegram. Devido aos episódios entristecedores muitas pessoas preferem ter ficado em casa.
         Em algum momento em um culto, você já sentiu vontade de nem ter vindo ao culto? Porque? Qual motivo? Bem, eles podem ser os mais variados. Mas, a nossa alegria está em receber a visita de Deus através da Pregação da Palavra e no Sacramento. Deus vem ao nosso encontro!
         “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1).
         Ao deixar a própria casa é necessário lembrar que não se está indo apenas para um encontro com outras pessoas, mas para um encontro com Deus.
         O salmo 122 é um salmo de peregrinação. Seu ponto alto não é a peregrinação, mas, o término da peregrinação. A alegria está em saber onde se está indo (Sl 55.14) e para que se está indo (Dt 16.16-17). Em comunhão todos louvavam a Deus (Sl 42.4).
         “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1). O auge desse Salmo é a chegada em Jerusalém as portas do Templo. Ao deixar sua casa, recorde-se: aAlegria ao ir à Casa do Senhor” (Sl 122.1) está no encontro de Deus conosco no Templo.  
         Assim como na época em que o Salmo foi escrito, todos se reuniam, mesmo sendo diferentes, de tribos (estados) diferentes, uniam-se na mesma fé. Naquele momento as diferenças ficavam de lado, era um único povo, num só propósito. A comunhão no Templo representava união política, social e fraternal.
         O rei Davi por muitas vezes presenciou o desequilíbrio na ordem política e social. Essa situação havia sido resolvido com a conquista de Jerusalém e, a comunhão no tabernáculo era a prova dessa ordem estabelecida. Para que o desequilíbrio político e social não ocorresse novamente, o rei Davi exorta ao encontro com Deus e a oração pela paz de Jerusalém (Sl 122.6).
         A paz em Jerusalém representava e produzia paz para todos os israelitas. Davi não pensa apenas na estabilidade religiosa, mas também política e social. Essa estabilidade seria fonte de segurança e paz para todos.
         A visão profética anunciada ao profeta Isaías (Is 2.1-5) fala da exaltação de Jerusalém e do Templo como sendo no futuro, o local de encontro de todas as nações (Ml4.1-3). O profeta Isaías fala desse reino de paz cumprido em Jesus, o descendente da Davi, o “tronco de Jessé... rebento, o renovo” (Is 11.1).
         Ao saber que Jesus é a paz de Jerusalém e a paz do mundo. Exultar “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1) é justamente alegrar-se por se estar indo à fonte da paz para buscar e receber a paz.

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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