7º Domingo de páscoa - 08/05/2016
Sl 133; At 1.12-26; Ap 22.1-6,12-20; Jo 17.20-26
Tema: Apocalipse! Recheio do
bolo! Parte 6
Perigo das previsões humanas!
No
ano de 1563, o teólogo luterano David Chytraeus (1530-1600) escreveu num
comentário sobre o livro de Apocalipse um cálculo sobre a data da segunda vinda
de Cristo. Chytraeus foi aluno de Lutero e teorizou o seu entendimento do livro
de Apocalipse e seu significado para a igreja da época. Ele sabia que determinar uma data ao juízo final é
incorrer num grave erro. No entanto, Chytraeus cedeu a tentação e após
uma série de cálculos matemáticos determinou uma data. Segundo sua matemática,
acreditava que o anticristo havia sido revelado a partir do ano de 1520, ano da
bula papal excomungando Lutero e assim, seu cálculo quanto ao dia do juízo final
o levou ao ano de 1695.
Analisando
os sinais preanunciados por Jesus como sinais dos fins dos tempos, se é tentado
a calcular uma data próxima a nós como sendo o dia da segunda vinda de Cristo.
Afinal, vive-se a expectativa do retorno glorioso de Jesus Cristo.
A
tentação de prever um dia certo do retorno de Jesus Cristo tem como
consequência conduzir pessoas ao desespero e a incredulidade. As primeiras
previsões sobre o dia do Juízo Final datam de 389 a.C. e associavam o término
do mundo à derrocada de Roma. A última data previa 21 de dezembro de 2012.
Já
houve cerca de 90 previsões a respeito do juízo Final e todas falharam. Há ainda
outras 4 previsões: 13 de abril de 2029 ou 13 de abril de 2036, também pode ser
em 2050 ou 2060. Só tenho uma certeza nessas quatro previsões: se alguém estivesse
realmente certo do dia exato não haveria outras previsões. E se alguém
acertar, como vai comemorar?
Buscar
prever o dia do juízo final é especular algo sobre o qual o próprio Jesus advertiu:
“Não vos
compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva
autoridade” (At 1.7).
As
previsões sobre o fim do mundo conduzem pessoas ao desespero. Milhares de
pessoas cometeram suicídio, como da atriz Sharon Tate (1969). Houve ainda
suicídios coletivos. As previsões com respeito ao fim do mundo conduz a
incerteza e leva muitos a duvidar desse dia. Afinal, se tantos já erraram, será que haverá
realmente o fim?
Para
responder as dúvidas causadas pela curiosidade humana, o apóstolo João descreve
a pedido do Senhor Jesus Ressuscitado: “...Estas palavras são fiéis e verdadeiras...”
(Ap 22.6). Quais
palavras? “...as coisas que em breve devem acontecer. Eis que venho
sem demora. Bem aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste
livro” (Ap 22.6-7).
Todas
as previsões foram equivocadas por um único motivo: todas elas são humanas. O
próprio filho de Deus, Jesus, não arriscou e nem sequer deu uma data precisa
para tal acontecimento.
O
ser humano racional acredita nas previsões humanas pelo motivo das mesmas
estarem fundamentadas em cálculos matemáticos. A verdade é que ainda se vive
como Tomé, sabe da ressurreição, mas se crê só naquilo que é racional.
Ao apóstolo João foi mostrado e a nós revelado pelas palavras
escritas em Apocalipse: o jardim do Éden restaurado. O povo de Deus
vai morar com Deus no novo céu e na nova terra, sustentado pela “rio de água da
vida” (Ap 22.1). A queda em pecado barrou o homem ao acesso à árvore
da vida, mas, no novo céu e na nova terra, o homem terá novamente acesso. O
novo céu e a nova terra é ocupar o lugar que Adão e Eva já tiveram o privilégio
de ocupar.
Juízo Final, Céu, Vida Eterna, são assuntos de fé.
Em assuntos de fé, a razão não tem espaço. E por causa disso, há tantos
temores, dúvidas e enganos.
Jesus, o Ressuscitado, transmite
ao apóstolo João e ao anjo que, toda a profecia de Apocalipse é verdadeira e
que sua vinda será sem demora, mas, não revela a data para tal evento.
O
convite é para que se olhe para o novo céu e a nova terra. A situação dos cristãos do século XXI é
difícil! Não só por causa da perseguição, mas principalmente por que vivem na certeza
da ressurreição e ascensão de Jesus, mas, as previsões fracassadas sobre o fim os
conduz ao pessimismo e as dúvidas com respeito a volta de Cristo. E é justamente
por isso que Deus deixou registrado a visão do novo céu e da nova terra. Essa visão
é um convite para que o cristão mantenha sua expectativa e esperança na fé em
Jesus Cristo. Amém!
Rev.
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
Bibliografia: Vem, Senhor Jesus.
Apocalipse de João. Johannes H. Rottmann. Ed. Concórdia, 1993. pp.
307 - 317
Irena Backus, Reforma Leituras do
Apocalipse: Genebra, Zurique, e Wittenberg (Oxford: Oxford University Press, 2000).
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