segunda-feira, 2 de maio de 2016

Apocalipse! Recheio do bolo! Parte 6 Perigo das previsões humanas!

7º Domingo de páscoa - 08/05/2016
Sl 133; At 1.12-26; Ap 22.1-6,12-20; Jo 17.20-26
Tema: Apocalipse! Recheio do bolo! Parte 6
Perigo das previsões humanas!


         No ano de 1563, o teólogo luterano David Chytraeus (1530-1600) escreveu num comentário sobre o livro de Apocalipse um cálculo sobre a data da segunda vinda de Cristo. Chytraeus foi aluno de Lutero e teorizou o seu entendimento do livro de Apocalipse e seu significado para a igreja da época. Ele sabia que determinar uma data ao juízo final é incorrer num grave erro. No entanto, Chytraeus cedeu a tentação e após uma série de cálculos matemáticos determinou uma data. Segundo sua matemática, acreditava que o anticristo havia sido revelado a partir do ano de 1520, ano da bula papal excomungando Lutero e assim, seu cálculo quanto ao dia do juízo final o levou ao ano de 1695.  
        Analisando os sinais preanunciados por Jesus como sinais dos fins dos tempos, se é tentado a calcular uma data próxima a nós como sendo o dia da segunda vinda de Cristo. Afinal, vive-se a expectativa do retorno glorioso de Jesus Cristo. 
         A tentação de prever um dia certo do retorno de Jesus Cristo tem como consequência conduzir pessoas ao desespero e a incredulidade. As primeiras previsões sobre o dia do Juízo Final datam de 389 a.C. e associavam o término do mundo à derrocada de Roma. A última data previa 21 de dezembro de 2012.
         Já houve cerca de 90 previsões a respeito do juízo Final e todas falharam. Há ainda outras 4 previsões: 13 de abril de 2029 ou 13 de abril de 2036, também pode ser em 2050 ou 2060. Só tenho uma certeza nessas quatro previsões: se alguém estivesse realmente certo do dia exato não haveria outras previsões. E se alguém acertar, como vai comemorar?

         Buscar prever o dia do juízo final é especular algo sobre o qual o próprio Jesus advertiu: “Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade” (At 1.7).
      As previsões sobre o fim do mundo conduzem pessoas ao desespero. Milhares de pessoas cometeram suicídio, como da atriz Sharon Tate (1969). Houve ainda suicídios coletivos. As previsões com respeito ao fim do mundo conduz a incerteza e leva muitos a duvidar desse dia. Afinal, se tantos já erraram, será que haverá realmente o fim?
         Para responder as dúvidas causadas pela curiosidade humana, o apóstolo João descreve a pedido do Senhor Jesus Ressuscitado: “...Estas palavras são fiéis e verdadeiras...” (Ap 22.6). Quais palavras?...as coisas que em breve devem acontecer. Eis que venho sem demora. Bem aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (Ap 22.6-7).
         Todas as previsões foram equivocadas por um único motivo: todas elas são humanas. O próprio filho de Deus, Jesus, não arriscou e nem sequer deu uma data precisa para tal acontecimento.
         O ser humano racional acredita nas previsões humanas pelo motivo das mesmas estarem fundamentadas em cálculos matemáticos. A verdade é que ainda se vive como Tomé, sabe da ressurreição, mas se crê só naquilo que é racional.
         Ao apóstolo João foi mostrado e a nós revelado pelas palavras escritas em Apocalipse: o jardim do Éden restaurado. O povo de Deus vai morar com Deus no novo céu e na nova terra, sustentado pela “rio de água da vida” (Ap 22.1). A queda em pecado barrou o homem ao acesso à árvore da vida, mas, no novo céu e na nova terra, o homem terá novamente acesso. O novo céu e a nova terra é ocupar o lugar que Adão e Eva já tiveram o privilégio de ocupar.
         Juízo Final, Céu, Vida Eterna, são assuntos de fé. Em assuntos de fé, a razão não tem espaço. E por causa disso, há tantos temores, dúvidas e enganos.
         Jesus, o Ressuscitado, transmite ao apóstolo João e ao anjo que, toda a profecia de Apocalipse é verdadeira e que sua vinda será sem demora, mas, não revela a data para tal evento.
         O convite é para que se olhe para o novo céu e a nova terra.   A situação dos cristãos do século XXI é difícil! Não só por causa da perseguição, mas principalmente por que vivem na certeza da ressurreição e ascensão de Jesus, mas, as previsões fracassadas sobre o fim os conduz ao pessimismo e as dúvidas com respeito a volta de Cristo. E é justamente por isso que Deus deixou registrado a visão do novo céu e da nova terra. Essa visão é um convite para que o cristão mantenha sua expectativa e esperança na fé em Jesus Cristo. Amém!


Rev. Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

Bibliografia: Vem, Senhor Jesus. Apocalipse de João. Johannes H. Rottmann. Ed. Concórdia, 1993. pp. 307 - 317


Irena Backus, Reforma Leituras do Apocalipse: Genebra, Zurique, e Wittenberg (Oxford: Oxford University Press, 2000).

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