Dia de Pentecostes - 15/05/2016
Sl 143; Gn 11.1-9; At
2.1-21; Jo 14.23-31
Tema: Pentecostes - Aula de pregação!
Em
minha ainda curtíssima carreira de pregador, muitas vezes fui surpreendido ao
final do culto com a afirmação: Pastor, você disse algo maravilhoso. Tocou em meu coração.
Muitas
foram as vezes em que após pregar, refletindo novamente sobre tudo o que disse,
duvidei de ter dito o que disse. Quantas vezes de maneira espantada, reagi: Não acredito que disse isso!
Por
mais que se tenha um sermão escrito, (os tenho sempre um ano antes de
proclamá-lo) a pregação falada proporciona um momento único. Durante a
proclamação sempre se acrescenta uma frase que não está escrita. E é justamente
aí que acontecem as surpresas: não acredito que disse isso!
2016
marca meu 12º ano de pregação da Palavra de Deus. É o quinto ano que público as
mensagens semanalmente no blog http://sermoescristoparatodos.blogspot.com.
De acordo com a série trienal C, é a quarta vez em que me dedico ao texto de Atos 2.1-21. Devido
a metodologia de escrever e publicar os sermões, me veio a mente que o apóstolo
Pedro dá através dessas palavras uma belíssima aula de homilética.
Há
uma bela lição nesse episódio. Qual?
Merece
destaque o fato do texto (At 2.1-21) em
si não dizer expressamente o que a igreja, ou, o povo de Deus precisa fazer.
Mas, mesmo assim, o Espírito Santo através
dessas palavras faz uma implicação e aplicação missionária. Lucas, o médico,
registrou o sermão do apóstolo Pedro (Atos 2.1-21) para enfatizar que o Espírito Santo é quem move a
igreja a dizer em muitas situações o que ela por si ainda não sabe e nem vivenciou.
Por
ocasião do dia de Pentecostes, o apóstolo Pedro fez uma pregação
aproveitando-se do pensamento do povo de que todos os discípulos de Jesus
estavam bêbados. Entre suas palavras, a frase: “...derramarei o meu Espírito sobre toda a carne;...”
(At 2.17), mostra que Pedro disse isso pelo poder do Espírito Santo e não por
si mesmo.
Convido
todos a se surpreenderem com um fato interessante. No capitulo 10, ou seja,
algum tempo depois de ter surpreendido a todos com seu sermão, Pedro estava com
dúvidas com respeito aos alimentos puros e impuros.
Em
Atos 2, observa-se um apóstolo Pedro com sua boca livre pelo poder do Espírito
Santo, enquanto que em Atos 10, vemos um apóstolo Pedro preso a lei cerimonial
da sua época.
O
que com a boca, pelo poder do Espírito Santo, o apóstolo Pedro havia
confessado, “...derramarei
o meu Espírito sobre toda a carne; ...” (At 2.17), precisava pelo
poder do Espírito Santo viver. Atos 10 mostra que aquilo que Deus em Jesus
torna puro não é mais impuro.
Um
sermão é uma amostra viva do poder do Espírito Santo. Afinal, o Espírito Santo
age no falar e no ouvir. Foi assim como o apóstolo Pedro em Atos 2 e Atos 10. O
apóstolo Pedro foi surpreendido pelo poder do Espírito Santo em seu sermão no
dia de pentecostes. Foi surpreendido no episódio de Atos 10. Foi também
surpreendido pela pregação do apóstolo Paulo em Antioquia da Síria (Gl
2.11-21).
O
sermão pode ser escrito por determinado pastor, mas, toda sua ação, pesquisar,
escrever, publicar, proclamar, é uma ação inteira do Espírito Santo. O apóstolo
Pedro em seu sermão proclamou o cumprimento da profecia anunciada pelo profeta
Isaías e Joel, “...derramarei
o meu Espírito sobre toda a carne; ...” (Is 44.3; Jl 2.28). Após
proclamar esse sermão, teve o privilégio de viver esse cumprimento levando o
evangelho até os confins da terra (Atos 10).
O
verdadeiro professor de homilética e o verdadeiro pregador é o Espírito Santo.
Inúmeras
vezes, os pregadores dizem algo que não vivem, ou que ainda não aprenderam na
prática. Mas, um verdadeiro sermão é falar o que o Espírito Santo diz e que
está registrado na Bíblia, o livro de sua autoria. Livro em que para escrevê-lo
usou homens. Em nenhum momento ressaltou qualidades humanas, mas, revelou as
imperfeições humanas e aquele que as cura.
O
pregador não é enviado, não é chamado apenas para pregar o que entende através
das pesquisas. Pregador não é uma profissão, é uma vocação, dada a poucos,
assim como a vocação de mãe não é dada a todas as mulheres. Pregar é falar o que muitas
vezes não se compreende.
O
dia de Pentecostes traz uma mensagem sublime. Deus derrama o seu Espírito sobre as
pessoas através da pregação, por mais louca que a mesma pareça ser naquele
momento.
O
poder da atuação do Espírito Santo é tão incrível que se for analisar o antigo
testamento, o Espírito Santo é raramente mencionado. Aparece em especial na
proclamação do profeta Isaías e Ezequiel. Assim, jugando pelo antigo
testamento, muitos concluem que a “operação” do Espírito
Santo é algo especial e não universal. Através dessas pouquíssimas ocorrências,
pode-se dizer: o Espírito
Santo age, mas não quer ser o centro. Na verdade, ele aponta para o centro.
O
evento denominado Pentecostes é muito mais do que um simples dia dentro do calendário
litúrgico eclesiástico. Pentecostes é a marca de que a obra do Espírito Santo é
universal e voltada a todas as raças. Afinal, em Jerusalém, judeus, homens
piedosos, romanos, gregos, etc, ouviram e ficaram perplexos com a mensagem do Espírito
Santo.
Pentecoste marca o real autor,
motivador e causador da missão, o Espírito Santo.
A mensagem de Pentecoste anuncia que
o Espírito Santo é o evangelho derramado para as pessoas.
A mensagem de Pentecoste anuncia
que todas as raças, classes sociais, recebem o Espírito Santo.
O Espírito Santo não concede um dom apenas à um seleto grupo. O Espírito
Santo concede o maior de todos os dons, a FÉ, a todos que são atingidos pelo
poder da sua Palavra.
Pentecostes marca o alvo do
Espírito Santo: a salvação das pessoas! Amém!
Rev.
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
Muito bom e interessante essa reflexão..
ResponderExcluirGostei muito e aprendi sobre a pregação... Como já fiz culto de leitura, sei que falamos palavras que não esta escrito no roteiro/esboço da pregação... aprendo muito com os seus textos...