Mensagem de ano novo
31 de dezembro de 2016
Sl 90.1-12; Is 30.15-17; Rm 8.31-39; Lc 12.35-40
Tema: Uma oportunidade – o Tempo!
O ano de 2016 foi marcado por
guerras, mortes e violações dos direitos humanos mundo afora.
A crise de refugiados bateu recorde
de mortes – mais de 7 mil, de acordo com a Organização Internacional de
Migrações (OMI).
O furacão Mathew deixou 900 mortos em
sua passagem pelo Haiti.
O Equador foi atingido por um
violento terremoto, magnitude de 7,8 graus. Mais de seiscentas pessoas morreram
e trinta mil desabrigadas.
O traficante mais procurado do século
XXI e líder do cartel de Sinaloa foi preso pela terceira vez. A prisão
aconteceu nos primeiros dias do ano de 2016.
No início do ano, em janeiro, a OMS
(organização Mundial de Saúde) enquadrou pela primeira vez o vírus zika como
emergência sanitária mundial. Estima-se que de três a quatro milhões de pessoas
em todo o mundo tenha contraído a infecção.
Houve ataques terroristas em Bruxelas
por parte do EI (Estado Islâmico). Foram explosões em pontos estratégicos, tais
como Aeroporto de Zavantem e a estação de metrô Maalbeck, num saldo de 30
mortos e 300 feridos.
Onze milhões e quinhentos mil
arquivos, baseados em informações de um escritório de advocacia do Panamá denunciavam
um esquema global de ocultação de patrimônio e dinheiro por parte de líderes
mundiais, chefes de estado e figuras públicas.
O avião da empresa EgyptAir com 66
pessoas caiu no trajeto entre Paris e Cairo. Não houve sobreviventes.
Recentemente, o Ministério da Aviação do Egito divulgou um relatório que
revelou indícios de explosivos nos restos mortais das vítimas, sinalizando que
a queda pode ter sido resultado de uma explosão. Outro acidente de avião foi o
que vitimou toda uma equipe de futebol. Foram 71 pessoas mortas e pelo que tudo
indica, falta de combustível, irresponsabilidade humana.
Países buscaram se isolar de outros.
Houve tentativa de golpe militar na Turquia. A cidade de Aleppo, que era o
principal centro financeiro da Síria, está reduzida a pó e a população sofre
com falta de itens essenciais e com a violência da guerra. O mundo presenciou
em pleno século XXI, uma enorme tensão racial nos EUA.
O mundo está angustiado pelos teste
nucleares realizados pela Coréia do Norte.
Há somente no Sudão do Sul, conforme
a ONU, 3,7 milhões de pessoas passando fome. A fome é o resultado da guerra
civil iniciada no final de 2013.
Não foi apenas o Brasil que teve sua
presidente destituída do cargo. O mesmo aconteceu com a presidente da Coréia do
Sul.
Poderia relatar muitas outras
notícias, no entanto, essas apresentam de maneira muito viva e real as
situações narradas pelo apóstolo Paulo na sua carta aos Romanos (Rm 8.31-39).
Muitos eventos ocorridos em 2016, são
fatos que casam angústia, perseguição, tribulação, fome, desespero. São
situações que afetam o corpo e a mente, situações que ferem o corpo e
prejudicam a vida.
Em sua oração, assim como relatado no
Salmo 90, Moisés pede que “Deus lhe ensine a contar todos os seus dias, para que alcance
um coração sábio” (Sl 90.12).
A
vida humana é muito breve, não passa de um resumo de uma história eterna.
O sábio Salomão em seu último
escrito, após ter vivido muitas experiências, ressaltou que “há tempo para tudo
debaixo do céu” (Ec 3.1-8). Com essa expressão, Salomão ensina que
em os tempos, permitidos por Deus, precisam ser vividos com fé e esperança.
Todo tempo - bom ou ruim é uma oportunidade de Deus. Uma oportunidade,
conforme apresentada pelo profeta Isaías: “Pois somente a tentação ensina a prestar atenção na palavra”
(Is 28.19).
As pessoas, quer seja em conversas,
ou em publicações nas redes sociais, estão agradecendo por esse ano estar
terminando. Qual
será o motivo? A julgar pelas notícias, os muitos momentos de
aflição, angustia, perseguição, fome, violência, levam muitos a louvar pelo ano
trágico que está por terminar. Mas, saber que o ano está terminando e outro iniciando
resolverá alguma coisa?
Pode-se perguntar, assim como
perguntou o apóstolo Paulo: “O que dizer diante dessas coisas?” (Rm 8.31).
A resposta está na maneira como se vê
todos os acontecimentos nos mais variados tempos permitidos por Deus.
Os mais variados tempos, bons ou
ruins, são determinados e assim como não é possível dois corpos ocuparem o
mesmo lugar no espaço, não é possível viver dois tempos opostos num mesmo
momento. Cada coisa tem a
sua ocasião.
O capítulo 8 de Romanos é o capítulo
das perguntas sem resposta para os que não creem. Mas, aos que creem, mesmo que
racionalmente não encontrem respostas, pela fé não apenas a sabem como a
vivenciam.
Aqueles que creem que Deus não poupou
seu próprio Filho, antes o entregou por nós, tem a respostas certa para as
perguntas feitas pelo apóstolo Paulo (vv.31-39).
1 – Se Deus é por nós, quem será contra
nós? (v. 31)
2 – Será que Deus não nos dará
graciosamente com ele todas as coisas? (v.32).
3 – Quem intentará acusação contra os
eleitos de Deus?
(v.33).
4 – Quem condenará os eleitos de Deus? (Rm 8.34).
5 – Quem nos separará do amor de Cristo?
Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou
espada? (Rm 8.35)
“O que dizer diante dessas coisas?” (Rm 8.31). Nada! São perguntas sem respostas
humanas. Para essas perguntas há somente a resposta da fé.
Paulo não faz nenhuma referência aos
desejos humanos. A verdade é que o apóstolo enfatiza que Deus também dará uma
cruz ao cristão. Tudo o que Deus realizou por nós foi na cruz e é na cruz que o
cristão vive e se gloria.
As circunstâncias e os tempos podem
ser os mais variados possíveis e podem mudar a qualquer momento, mas, Deus não
muda.
Moisés ensina uma bela oração para o
um novo ano: “Ensina-nos
a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Sl
90.12). Uma oração de quem já “sabe que é mais que vencedor” (Rm 8.37). Afinal,
pela maravilhosa obra do Espírito Santo, todos aqueles que estão em Cristo, por
mais que seja atingido por terremoto, fome, perseguição, angústia, tribulação,
não será separado do amor de Jesus.
A maravilhosa obra do Espírito Santo
faz com que os filhos e filhas de Deus tenham plena e inabalável segurança no
amor e na misericórdia de Deus que age em todos os tempos e concede as mais variadas
oportunidades.
2016 não é um ano para se esquecer –
2016 é ainda um ano, para isso temos tempo ainda, para louvar a Deus! Afinal, muitas oportunidades foram
recebidas das mãos graciosas de Deus para crescimento e testemunho. Amém!
Rev. Edson Ronaldo Tressmann