segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Uma oportunidade - o Tempo!

Mensagem de ano novo
31 de dezembro de 2016
Sl 90.1-12; Is 30.15-17; Rm 8.31-39; Lc 12.35-40
Tema: Uma oportunidade – o Tempo!


O ano de 2016 foi marcado por guerras, mortes e violações dos direitos humanos mundo afora.
A crise de refugiados bateu recorde de mortes – mais de 7 mil, de acordo com a Organização Internacional de Migrações (OMI).
O furacão Mathew deixou 900 mortos em sua passagem pelo Haiti.
O Equador foi atingido por um violento terremoto, magnitude de 7,8 graus. Mais de seiscentas pessoas morreram e trinta mil desabrigadas.
O traficante mais procurado do século XXI e líder do cartel de Sinaloa foi preso pela terceira vez. A prisão aconteceu nos primeiros dias do ano de 2016.
No início do ano, em janeiro, a OMS (organização Mundial de Saúde) enquadrou pela primeira vez o vírus zika como emergência sanitária mundial. Estima-se que de três a quatro milhões de pessoas em todo o mundo tenha contraído a infecção.
Houve ataques terroristas em Bruxelas por parte do EI (Estado Islâmico). Foram explosões em pontos estratégicos, tais como Aeroporto de Zavantem e a estação de metrô Maalbeck, num saldo de 30 mortos e 300 feridos.
Onze milhões e quinhentos mil arquivos, baseados em informações de um escritório de advocacia do Panamá denunciavam um esquema global de ocultação de patrimônio e dinheiro por parte de líderes mundiais, chefes de estado e figuras públicas.
O avião da empresa EgyptAir com 66 pessoas caiu no trajeto entre Paris e Cairo. Não houve sobreviventes. Recentemente, o Ministério da Aviação do Egito divulgou um relatório que revelou indícios de explosivos nos restos mortais das vítimas, sinalizando que a queda pode ter sido resultado de uma explosão. Outro acidente de avião foi o que vitimou toda uma equipe de futebol. Foram 71 pessoas mortas e pelo que tudo indica, falta de combustível, irresponsabilidade humana.
Países buscaram se isolar de outros. Houve tentativa de golpe militar na Turquia. A cidade de Aleppo, que era o principal centro financeiro da Síria, está reduzida a pó e a população sofre com falta de itens essenciais e com a violência da guerra. O mundo presenciou em pleno século XXI, uma enorme tensão racial nos EUA.
O mundo está angustiado pelos teste nucleares realizados pela Coréia do Norte.
Há somente no Sudão do Sul, conforme a ONU, 3,7 milhões de pessoas passando fome. A fome é o resultado da guerra civil iniciada no final de 2013.
Não foi apenas o Brasil que teve sua presidente destituída do cargo. O mesmo aconteceu com a presidente da Coréia do Sul.

Poderia relatar muitas outras notícias, no entanto, essas apresentam de maneira muito viva e real as situações narradas pelo apóstolo Paulo na sua carta aos Romanos (Rm 8.31-39).
Muitos eventos ocorridos em 2016, são fatos que casam angústia, perseguição, tribulação, fome, desespero. São situações que afetam o corpo e a mente, situações que ferem o corpo e prejudicam a vida.
Em sua oração, assim como relatado no Salmo 90, Moisés pede que “Deus lhe ensine a contar todos os seus dias, para que alcance um coração sábio” (Sl 90.12).
A vida humana é muito breve, não passa de um resumo de uma história eterna.
O sábio Salomão em seu último escrito, após ter vivido muitas experiências, ressaltou que “há tempo para tudo debaixo do céu” (Ec 3.1-8). Com essa expressão, Salomão ensina que em os tempos, permitidos por Deus, precisam ser vividos com fé e esperança.
Todo tempo - bom ou ruim é uma oportunidade de Deus. Uma oportunidade, conforme apresentada pelo profeta Isaías: “Pois somente a tentação ensina a prestar atenção na palavra” (Is 28.19).
As pessoas, quer seja em conversas, ou em publicações nas redes sociais, estão agradecendo por esse ano estar terminando. Qual será o motivo? A julgar pelas notícias, os muitos momentos de aflição, angustia, perseguição, fome, violência, levam muitos a louvar pelo ano trágico que está por terminar. Mas, saber que o ano está terminando e outro iniciando resolverá alguma coisa?
Pode-se perguntar, assim como perguntou o apóstolo Paulo: “O que dizer diante dessas coisas?” (Rm 8.31).
A resposta está na maneira como se vê todos os acontecimentos nos mais variados tempos permitidos por Deus.
Os mais variados tempos, bons ou ruins, são determinados e assim como não é possível dois corpos ocuparem o mesmo lugar no espaço, não é possível viver dois tempos opostos num mesmo momento. Cada coisa tem a sua ocasião.
O capítulo 8 de Romanos é o capítulo das perguntas sem resposta para os que não creem. Mas, aos que creem, mesmo que racionalmente não encontrem respostas, pela fé não apenas a sabem como a vivenciam.
Aqueles que creem que Deus não poupou seu próprio Filho, antes o entregou por nós, tem a respostas certa para as perguntas feitas pelo apóstolo Paulo (vv.31-39).
1 – Se Deus é por nós, quem será contra nós? (v. 31)
2 – Será que Deus não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? (v.32).
3 – Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? (v.33).
4 – Quem condenará os eleitos de Deus? (Rm 8.34).
5 – Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? (Rm 8.35)
O que dizer diante dessas coisas?” (Rm 8.31). Nada! São perguntas sem respostas humanas. Para essas perguntas há somente a resposta da fé.
Paulo não faz nenhuma referência aos desejos humanos. A verdade é que o apóstolo enfatiza que Deus também dará uma cruz ao cristão. Tudo o que Deus realizou por nós foi na cruz e é na cruz que o cristão vive e se gloria.
As circunstâncias e os tempos podem ser os mais variados possíveis e podem mudar a qualquer momento, mas, Deus não muda.
Moisés ensina uma bela oração para o um novo ano: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12). Uma oração de quem já “sabe que é mais que vencedor” (Rm 8.37). Afinal, pela maravilhosa obra do Espírito Santo, todos aqueles que estão em Cristo, por mais que seja atingido por terremoto, fome, perseguição, angústia, tribulação, não será separado do amor de Jesus.
A maravilhosa obra do Espírito Santo faz com que os filhos e filhas de Deus tenham plena e inabalável segurança no amor e na misericórdia de Deus que age em todos os tempos e concede as mais variadas oportunidades.
2016 não é um ano para se esquecer – 2016 é ainda um ano, para isso temos tempo ainda, para louvar a Deus! Afinal, muitas oportunidades foram recebidas das mãos graciosas de Deus para crescimento e testemunho. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Natal é o carimbo de Deus!

Mensagem de Natal
25 de dezembro de 2016
Sl 2; Is 52.7-10; Hb 1.1-6; Jo 1.1-14
Tema: Natal é o carimbo de Deus!

Não esqueça o carimbo!
O carimbo mostra a seriedade do documento.
Na China, o carimbo é mais importante que a própria escrita, tanto que, a assinatura só tem valor com o carimbo. Desde a antiguidade até o presente, o carimbo fixa o seu crédito e sua promessa, e dá autenticidade à sua escrita. Artistas chineses ainda hoje seguem o costume de carimbar suas obras e assiná-las.
Jesus Cristo é autenticação da obra de Deus em prol do pecador. “... expressão exata do seu ser ...” Hb 1.3.
Jesus é a autenticação do documento anunciado e escrito pelos profetas. As profecias anunciadas pelos profetas é o documento de Deus. Jesus é o carimbo que autentica o mesmo.  
O autor a carta aos Hebreus registrou que Jesus “expressa a imagem do ser de Deus”. O termo grego charakter significa carimbo ou gravação de cera que autenticava o documento.
Além de autenticar o documento (a Bíblia), o autor a carta aos Hebreus ao ressaltar que “... depois de ter feito a purificação dos pecados” (Hb 1.3), faz uso do termo poiesamenos (ter feito, tendo feito). Esse termo corresponde ao bará da língua hebraica, e significa criar.
O autor a carta aos Hebreus enfatiza que Jesus Cristo não só autentica o documento, as profecias de Deus anunciadas pelos profetas no Antigo Testamento como, compara a obra de Jesus em pé de igualdade com o ato criador de Deus. Em Jesus surge uma nova criação (2Co 5.17).
Esta nova criação, as novas criaturas, precisam saber que “nestes últimos tempos, nos falou pelo Filho”.
Os últimos tempos, dias, é uma referência ao tempo em que se vive, um tempo escatológico. O tempo da preparação para a segunda vinda de Jesus.
Nestes últimos tempos é necessário saber quem é Jesus.
Jesus é o ponto final da obra de salvação. Jesus é a o carimbo que autentica a obra de Deus.
Jesus, assim como proclamado pelo evangelista João, “tabernaculou entre nós”. Isso significa dizer que a glória vista por Moisés no monte Sinai quando recebeu os dez mandamentos, que a glória presenciada pelo povo de Israel no tabernáculo, é a glória vista e recebida em Jesus.
Sendo o tabernáculo, de acordo com a orientação de Deus, a esquina de encontro entre Deus e o seu povo (Ex 36.26; Js 6.24). O fato de Jesus ter tabernaculado entre nós, mostra que Ele é a esquina de encontro do seu povo com Deus.
Não é possível encontrar Deus fora de Cristo.
O ser humano em sua ignorância não compreende o fato de Deus ter se feito homem. Não compreende o fato de Deus ter nascido numa manjedoura e ter morrido numa cruz. 
Não esqueça do carimbo!
Não esqueça que Jesus é a autenticação da obra de Deus em prol do pecador. Sem Jesus, o documento de Deus, a Bíblia, perde todo seu valor. Sem Jesus, as profecias dos profetas e apóstolos não tem nenhum sentido. Sem Jesus, o natal, a páscoa, ou qualquer outro dia não tem sentido. Natal só é natal, só é a boa notícia por causa de Jesus. Amém!

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O evangelho de Deus!

4º Domingo no Advento
18 de dezembro de 2016
Sl 24; Is 7.10-17; Rm 1.1-7; Mt 1.18-25
Tema: O evangelho de Deus!

O primeiro capítulo da carta aos Romanos em si apresenta de maneira transparente toda a mensagem de Paulo aos Romanos. Os versículos 1-6 da carta de Paulo aos Romanos pode ser classificado de: Paulo e o evangelho; os versículos 7 a 13: Paulo e os Romanos; os versículos 14 a 17: Paulo e a evangelização.
É interessante observar que o livro histórico de Lucas (Atos dos Apóstolos) culminou com o relato de que o evangelho chegou a Roma. No livro de Atos, o médico e pesquisador Lucas termina sua apresentação mostrando Paulo pregando o evangelho em Roma. Qual foi o evangelho pregado em Roma?
Possivelmente a carta aos Romanos tenha sido a primeira peça literária cristã que os romanos tiveram conhecimento. Exatamente por isso, Paulo expressa que o evangelho de Deus é Jesus Cristo. Se apresenta como “servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus” (Rm 1.1) 
Não há igreja sem os meios da graça (Batismo, Pregação e Santa Ceia). Não há apóstolo sem evangelho.
Há muitos que ostentam o título de apóstolo. Mas, tal título só pode ser ostentado para quem tem como credencial “pregador do evangelho”.
Saber o que é o evangelho de Deus, auxilia na compreensão sobre quem de fato é verdadeiro apóstolo. Jesus alertou que nos últimos tempos haveria falsos profetas e mestres.
O evangelho tem origem em Deus.
A carta aos Romanos é um livro sobre Deus, sobre o evangelho de Deus.
Paulo inicia essa carta apresentando-se como apóstolo.
Apóstolo significa “enviado”. O termo apóstolo pode ser aplicado aos doze discípulos chamados por Jesus para serem suas testemunhas, e, num sentido mais lato, aos missionários do Evangelho.
Paulo se considera apóstolo por anunciar a notícia do evangelho de Deus. Desculpe-me a ousadia, mas, seu pastor pode receber o título de apóstolo? A igreja, a congregação a qual frequenta, pode ser classificada como apostólica?
A resposta está no fato de pregar ou não o evangelho de Deus!
O apóstolo de Jesus é aquele que se ocupa com a proclamação do evangelho de Deus. Um apóstolo não reparte com outros especulações humanas e filosóficas, ele reparte a mensagem do evangelho de Deus.
O apóstolo está ocupado em repartir o evangelho de Deus, a boa nova do próprio Deus para um mundo perdido. Um mundo que necessita tão somente do evangelho salvador.
Mas do que se trata o evangelho de Deus? É toda a profecia do Antigo Testamento que trata a respeito de Jesus Cristo que veio da descendência de Davi.
O evangelho de Deus é Jesus!
O evangelho de Deus é a boa notícia – a boa noticia de Deus é seu Filho Jesus. Essa notícia é tão extraordinária que Deus enviou anjos para proclamá-la naquela primeira noite de natal.
Ao enfatizar que é servo e apostolo por causa do evangelho, o apóstolo Paulo mostra que o evangelho provém de Deus e que o mesmo é Jesus.
Ao definir espetacularmente que “o evangelho de Deus é Jesus” as portas das Escrituras são escancaradas para o pecador. Jesus é o evangelho de Deus!
A igreja moderna busca ser uma igreja semelhante ao Google. Ou seja, busca resposta imediata para todo o qualquer assunto. Cristãos e supostos apóstolos estão buscando responder sobre tudo, mas, esquecendo-se de “dar razão da sua esperança” (1Pe 3.15).
Muitos púlpitos se transformaram em verdadeiros palanques filosóficos, políticos e sociais. Muitos apóstolos e igrejas ditas apostólicas deixaram de ser o local de onde o evangelho de Deus emana.
Eu, Paulo, servo de Cristo Jesus, ... Deus me chamou e me separou para ser seu apóstolo, a fim de que eu anuncie a boa notícia do evangelho de Deus” (Rm 1.1).
Há boas livrarias, inclusive, há muitos sites na internet onde é possível baixar livros sobre os mais variados temas e assuntos. No entanto, cada culto, cada estudo bíblico, o tema sempre deve ser o mesmo: o evangelho de Deus!
A igreja é de Deus! Precisa preservar a Palavra de Deus. E a Palavra de Deus é seu evangelho – Jesus, aquele que foi enviado pelo Pai para resgatar os pecadores.
A oração da igreja precisa ser um clamor por servos e apóstolos que simplesmente se ocupem em proclamar o evangelho de Deus – Jesus.
Ao escrever a carta aos Romanos, Paulo está em Corinto (inverno de 57/58 d.C), prestes a partir para Jerusalém, de onde ele esperava dirigir-se a Roma e a Espanha (Rm 15.22-32; 1Co 16.3-6; At 19.21; 20.3). O perigo que os cristãos convertidos do judaísmo e do paganismo corriam era se desentenderem em relação ao evangelho de Deus. Para que isso não acontecesse, Paulo lhes anuncia o mesmo tema que havia anunciado aos Gálatas, o puro e doce evangelho de Deus – a salvação pela fé na obra realizada por Jesus, assim como proclamada pelos profetas.
Eu, Paulo, servo de Cristo Jesus, ... Deus me chamou e me separou para ser seu apóstolo, a fim de que eu anuncie a boa notícia do evangelho de Deus” (Rm 1.1).
O evangelho da igreja e do apóstolo não é um evangelho pessoal - é a mensagem do coração de Deus. Um Deus amoroso e misericordioso que enviou seu Filho.
O evangelho de Deus é a mensagem expressa nas páginas das Sagradas Escrituras, no Antigo e Novo Testamento, pelos profetas, discípulos e apóstolos. Essa continua sendo a missão e tarefa primordial de um apóstolo e de uma igreja apostólica. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Inércia Constante!

3º Domingo no advento
11/12/2016
Sl 146; Is 35.1-10; Tg 5.7-11; Mt 11.2-15
Tema: O cristão vive em constância inércia!

A inércia é uma massa (corpo, objeto) que está em repouso ou em movimento em linha reta, a menos que uma força atue sobre esse corpo, objeto.
Ilustração: Uma bola parada. Colocá-la em movimento. Para que o movimento aconteça é necessário que algo atue sobre ela (chute). Após chutada (em movimento) para que a mesma pare é necessário que uma força atue sobre ela (segurar com o pé).
O apóstolo Tiago ressalta que o cristão vive em constante inércia!
Há situações em que a inércia é um constante repouso. É preciso uma força para que do repouso o cristão passe a agir. Há situações em que o cristão em movimento precise de uma força para parar. Parar em seus erros e pecados.
Tiago é o apóstolo que fala sobre a inércia cristã. Tiago é o apóstolo da inércia da fé, uma inércia em movimento.
A exortação de Tiago não é doutrinária. Em especial é uma exortação motivacional para que os cristãos não sejam apenas ouvintes, inertes no repouso, mas praticantes da Palavra de Deus (Tg 1.22).
A vida prática da fé se dá nas mais variadas situações vivenciais do cristão. E como homem de fé, Tiago ressaltou que a força que o fazia agir era a fé viva e eficaz.
Querer o bem é a principal característica de um cristão. Muitas vezes, ele não vai além da boa intenção de praticá-lo. Antes que se dê conta, desviou-se do alvo proposto. E é justamente como um alerta, que o apóstolo Tiago exorta o cristão para que o mesmo não caia na inércia do repouso e deixe de viver a fé diante da eminente volta de Cristo. Tiago fala sobre sofrimento e perseverança diante da volta de Jesus Cristo (Tg 5.7-11).
Ao se referir a perseverança, Tiago faz uso da palavra grega “makrothymia” (paciência).
A paciência é uma ação voltada ao próximo e o enfrentamento das provações e tribulações diante dos sinais da volta de Jesus Cristo.
Tiago exorta a ação prática da fé numa disposição inabalável, num espírito que nunca se deixa abater, com um “coração fortalecido” (Tg 5.8). Do coração fortalecido, os profetas tiveram disposição e espírito inabalável (Tg 5.10).
Tiago exorta a ação prática da fé citando o exemplo da paciência e perseverança de Jó (Tg 5.11).
O cristão vive em constância inércia! Nessa inércia é exortado a agir pela fé é esperar constantemente no coração misericordioso de Deus (Tg 5.11).
O lavrador prepara a terra, semeia a semente, mas, não faz nada além disso. Após preparar a terra e semear, apenas espera. Espera que a semente germine e produza. E enquanto o lavrador permanece inerte, sem movimento, esperando a germinação e o fruto, a semente está em movimento, germinando e crescendo.
Tiago sabia que muitos cristãos corriam o risco de ficarem inertes ante a volta de Jesus Cristo. Os cristãos corriam o risco de deixar de agir na e pela fé. E, é exatamente por isso que exorta a todos os cristãos a movimentarem-se perseverantes diante do sofrimento e das dúvidas ante a volta de Jesus Cristo.
Constantemente os escritores do Novo Testamento consideravam a volta de Jesus como algo próximo. Devido a demora, muitos cristãos estavam desanimando.
O cristão vive em constância inércia! Uma inércia sem movimento.
Os cristãos vivem dias conturbados. Muitas são as provações diante do sofrimento e da espera pela volta de Cristo. O sofrimento e a espera conduz as queixas e murmurações.
Entre os exemplos de perseverança no sofrimento citados por Tiago, vê-se profetas. Entre os quais pode-se citar Isaías, que segundo a tradição foi serrado ao meio; Jeremias, apedrejado pelos seus conterrâneos. Os profetas eram homens de Deus que pacientemente esperaram no Senhor.
Outro exemplo de paciência e perseverança na tribulação foi Jó. Por mais que tenha sofrido, chorado, reclamado, discutido com amigos, Jó esperou em Deus.
O tempo de advento, de maneira especial, o segundo advento que se está vivendo, é de preparação. Nesse tempo de preparação é preciso ouvir atentamente a exortação do apóstolo Tiago: “..., tenham paciência até que o Senhor venha” (Tg 5.7). Amém!


Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Árvore com frutos!

2º Domingo no Advento
04 de dezembro de 2016
Sl 72.1-7; Is 11.1-10; Rm 15.4-13; Mt 3.1-12
Tema: Árvore com frutos!

        O que é necessário para que uma árvore produza bons frutos?
        Pelo aprendizado recebido na educação natural, sempre soube que uma boa adubação é certeza para que a árvore produza bons frutos. No entanto, há situações em que fica-se curioso com algumas árvores que mesmo sem estar numa boa terra, ou nem ter recebida adubação alguma, bons frutos são produzidos. Essas situações sempre me deixaram intrigado e incomodado. Assim, numa dessas conversas “ao pé do ouvido” com essas pessoas que dedicaram uma vida inteira no campo, fiquei surpreendido com um agricultor que certa vez me disse: “se a árvore não dá fruto, prega três pregos, e ferindo-a, verá que dará muito fruto”.
           O que é necessário para que uma árvore produza bons frutos?
        A resposta dessa questão está num belíssimo sermão proferido por João Batista. Um verdadeiro prego fincado nos seus ouvintes, com o qual tinha um só objetivo: “arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3.2).
          A admoestação ao arrependimento foi a divisa que caracterizava sua pregação. João, o Batista, se fixava numa mudança completa de mente e coração. O arrependimento era necessário para o advento do Messias.
          Quando João Batista proferiu essa mensagem, estava com 30 anos de idade. Residia nas montanhas e terras ásperas em direção ao Mar Morto, nas planícies ou campos que de lá se estendiam para o vale do Jordão. Jesus, a quem João se referia em seu sermão e a quem preparava o caminho, morava na pequena cidade de Nazaré.
        João, apelidado de Batista, era um pregador e admoestador. Proclamava e anunciava solenemente a vinda do reino do céu. João Batista era pregador de uma só mensagem: “arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3.2).
         Mesmo tendo uma só mensagem, João, o Batista, não era qualquer homem. Foi alguém pré-anunciado pelo profeta Isaías, quando esse transmitiu palavras de conforto a Jerusalém: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus” (Is 40.3). Foi também pré-anunciado pelo profeta Malaquias: “Eis que envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; ...” (Ml 3.1).
         João Batista tinha apenas um sermão e esse com um único propósito: Preparar. O sermão de João Batista tinha por objetivo ferir as pessoas, ferir corações e mentes, para a vinda do grande Rei da Misericórdia (Kretzmann).
           João Batista juntamente com Jonas, o profeta, em minha opinião, foi um dos pregadores mais felizes da história. Ambos, em pouco tempo conseguiram atingir muitas pessoas.
       No caso de João Batista, o sucesso do sermão foi instantâneo. Primeiro: vieram os da circunvizinhança. Pessoas de todos os lados do Jordão. Segundo: a mensagem foi buscada por ter atingido aqueles de dentro da Judéia e, terceiro: a mensagem atingiu e foi buscada pelos moradores de Jerusalém.
           É preciso deixar claro que o poder esteve na Palavra e não na pessoa de João Batista. Por mais que João Batista tenha sido pré-anunciado por Isaías e Malaquias.
        João Batista convidava as pessoas a se arrependerem. Os ouvintes estavam cheios de culpa. João Batista os chamava de “raças de víboras” (Mt 3.7). Os ouvintes eram árvores sem frutos, e tudo que desejavam era perdão para os seus pecados.
         A confissão de pecados, feita por indivíduos, era coisa nova em Israel. Havia a confissão coletiva no grande dia da Expiação (Lv 16), e em certos casos, uma confissão individual (Nm 5.7). Mas, uma confissão pessoal e instantânea, cada pessoa por si mesmo, era algo novo e magnifico.
          Assim como é em nossos dias, tudo que é novo e excepcional conduz a curiosidade. O texto não diz nada sobre tal, mas, pode-se deduzir que por curiosidade e fascinação, os fariseus que insistiam na observância exterior da lei e das tradições dos anciãos e os saduceus racionalistas que rejeitavam todos os escritos inspirados, com exceção dos livros de Moisés, foram ouvir e procurar o batismo. No entanto, esses, a julgar pela resposta de João Batista não foram batizados, afinal, os mesmos não produziram frutos dignos de arrependimento.
        Diante de árvores sem frutos, João Batista sabia que os fariseus e saduceus estavam lá por outro objetivo. Esses imaginavam que podiam forçar a entrada no reino dos céus. Assim, ouviram a exigência: “produzi, pois, frutos dignos de arrependimento...” (Mt 3.8).
         Produzir frutos – João Batista exige mudança completa de coração, “porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lc 12.34). De nada valeria os fariseus e saduceus serem admitidos e batizados sem mudança de coração. Ou seja, sem estar firmes naquele que João Batista não era sequer digno de carregar as sandálias (Mt 3.11).
          João Batista sabia que os fariseus e saduceus ali estavam pelo simples fato de se julgarem merecedores, afinal, eram descendentes de Abraão. Assim, eles pensavam e argumentavam (Jo 8.33,39). Por serem filhos de Abraão mereciam todas as bênçãos de Deus, inclusive o Batismo que João Batista oferecia.
         Querido e querida, em muitas mensagens tenho ressaltado que não adiante ser apenas batizado e filiado a igreja. A palavra de Deus é clara ao dizer: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). Observe: quem não crer será condenado. Não quero entrar profundamente no mérito da questão, mas, é necessário pensar que apenas o rito batismal, como mero costume, é ter a mesma atitude dos fariseus: sou batizado na igreja.
           É necessário viver o batismo na vida diária, ou seja, a cada novo dia, arrepender-se, viver sob a graça do perdão e do amor de Deus em Jesus. Só vive o batismo na vida diária aquele que já está na fé verdadeira. E na fé verdadeira produz verdadeiros frutos.
      João Batista, como que pregando um prego na árvore exclama: “produzir bons frutos”. Pare de viver no “ex opere operato”, ou seja, não frequente a igreja por frequentar. É necessário arrepender-se.
         Arrepender-se envolve mudar de rumo, mudar de mente. “Jesus nos batiza com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11). Isso quer dizer que todo aquele que se arrepende de seus pecados recebe o perdão, o consolo, e todo aquele que não se arrepende e não recebe Jesus como seu salvador, não entrará no reino de Deus. Amém!


Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Palavra aos desigrejados!

27 de novembro de 2016
1º Domingo no Advento
Sl 122; Is 2.1-5; Rm 13.11-14; Mt 21.1-11ou Mt 24.36-44
Tema: Palavra aos desigrejados!
Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1)

         Entre os muitos problemas que afligem a igreja destaca-se a onda do “cristianismo sem igreja”. A sociedade está insatisfeita com muitos religiosos que apenas tem explorado a fé das pessoas, e assim tem elaborado um cristianismo diferente, despersonalizado e individualista. Esse por sua vez é caracterizado como “cristianismo sem igreja”.  
         O sermão é pregado para pessoas que estão numa congregação local e é pela perspectiva do Salmo 122 é necessário falar sobre os desigrejados. A razão para se falar sobre isso está no fato de que muitos que hoje fazem parte de uma congregação local correm o risco de se tornar um desigrejado. Muitos dos que hoje fazem parte da estatística dos cristãos sem igreja, algum dia fizeram parte de uma congregação. É necessário, urgente e imprescindível transmitir o recado do Rei Davi através do Salmo 122: a importância da adoração e da comunhão.
    “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1).
   O salmo 122 foi escrito num momento muito especial. Davi havia unificado o reino de Israel. Havia conquistado Jerusalém dos Jebuseus. Os jebuseus por ocasião da conquista da terra de Canaã deveriam ter sido expulsos, mas, não o foram. Assim, Jerusalém ficou sendo a cidade de Jebus (dos Jebuseus - Jz 19.10-12). Logo após a conquista de Jerusalém, o rei Davi a tornou capital do reino e o local da sede do governo nacional.
         Em Jerusalém o rei Davi construiu o tabernáculo e colocou a arca da aliança. Em Jerusalém, o rei Davi planejou construir o Templo, mas não o pode (1Cr 17.1-14).
         A arca da aliança foi conduzida da casa de Obede-Edom à Jerusalém ao som de trombeta, gritos de guerra e muitos cânticos. Davi dançava alegremente (1Cr 15.25-28). Nesse episódio, Davi foi inspirou pelo Espírito Santo à compor o salmo 122, onde o objetivo é mostrar a importância da adoração e da comunhão.
         A arca da aliança, bem como o tabernáculo representavam a presença de Deus entre o seu povo. Assim, havia alegria em poder estar na companhia do Senhor. Ir à Casa de Deus, é ir ao local onde a presença de Deus se faz ver através da proclamação da Palavra e dos Sacramentos.
       “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1). Nessas palavras não se pode simplesmente dizer que o salmista ignora outros motivos de alegrias. O fato é que Davi apenas diz que ao ser convidado à ir na Casa do Senhor, se alegra.
       Seria maravilhoso se as pessoas ainda hoje se alegrassem ao ser convidadas para estar na Casa do Senhor. Afinal, estar na casa do Senhor é estar na companhia de Deus.
         Desde o momento em que se deixa a própria casa até chegar ao templo, muitos episódios acontecem. Alguns desses episódios entristecem, outros alegram. Devido aos episódios entristecedores muitas pessoas preferem ter ficado em casa.
         Em algum momento em um culto, você já sentiu vontade de nem ter vindo ao culto? Porque? Qual motivo? Bem, eles podem ser os mais variados. Mas, a nossa alegria está em receber a visita de Deus através da Pregação da Palavra e no Sacramento. Deus vem ao nosso encontro!
         “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1).
         Ao deixar a própria casa é necessário lembrar que não se está indo apenas para um encontro com outras pessoas, mas para um encontro com Deus.
         O salmo 122 é um salmo de peregrinação. Seu ponto alto não é a peregrinação, mas, o término da peregrinação. A alegria está em saber onde se está indo (Sl 55.14) e para que se está indo (Dt 16.16-17). Em comunhão todos louvavam a Deus (Sl 42.4).
         “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1). O auge desse Salmo é a chegada em Jerusalém as portas do Templo. Ao deixar sua casa, recorde-se: aAlegria ao ir à Casa do Senhor” (Sl 122.1) está no encontro de Deus conosco no Templo.  
         Assim como na época em que o Salmo foi escrito, todos se reuniam, mesmo sendo diferentes, de tribos (estados) diferentes, uniam-se na mesma fé. Naquele momento as diferenças ficavam de lado, era um único povo, num só propósito. A comunhão no Templo representava união política, social e fraternal.
         O rei Davi por muitas vezes presenciou o desequilíbrio na ordem política e social. Essa situação havia sido resolvido com a conquista de Jerusalém e, a comunhão no tabernáculo era a prova dessa ordem estabelecida. Para que o desequilíbrio político e social não ocorresse novamente, o rei Davi exorta ao encontro com Deus e a oração pela paz de Jerusalém (Sl 122.6).
         A paz em Jerusalém representava e produzia paz para todos os israelitas. Davi não pensa apenas na estabilidade religiosa, mas também política e social. Essa estabilidade seria fonte de segurança e paz para todos.
         A visão profética anunciada ao profeta Isaías (Is 2.1-5) fala da exaltação de Jerusalém e do Templo como sendo no futuro, o local de encontro de todas as nações (Ml4.1-3). O profeta Isaías fala desse reino de paz cumprido em Jesus, o descendente da Davi, o “tronco de Jessé... rebento, o renovo” (Is 11.1).
         Ao saber que Jesus é a paz de Jerusalém e a paz do mundo. Exultar “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122.1) é justamente alegrar-se por se estar indo à fonte da paz para buscar e receber a paz.

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Dia de Lembrança!

20 de novembro de 2016
Ultimo Domingo do Ano da Igreja
Salmo 46; Malaquias 3.13-18; Colossenses 1.13-20; Lucas 23.27-43
Tema: Dia de lembrança!

         A tecnologia avançou, mas a mesma através da rede social facebook constantemente faz relembrar fatos ocorridos a alguns anos atrás. Por mais que se tenha perdido o hábito de olhar álbuns fotográficos, a humanidade em seu avanço tecnológico precisa constantemente relembrar. Relembrar o passado é reviver com intensidade!  
         O próximo final de semana, o último domingo no calendário eclesiástico é considerado o domingo da lembrança. O último domingo da igreja é considerado o “Domingo do Cristo Rei”.
         Essa designação é uma viva expressão de fé. Uma fé confessante, ou seja, o ano “terminado” foi um ano abençoado pelo Cristo Rei. O Cristo vencedor da morte, do diabo e do mundo, aquele que ressuscitou, governou o ano e sua igreja.
         O último domingo da igreja é o domingo de lembrança – a lembrança de que é “o Cristo Rei” que os cristãos seguem e confessam.
         Quem e qual é o Cristo Rei que os cristãos seguem e confessam?
         Essa questão precisa ser refletida e respondida com muita calma. Para tal, é preciso relembrar as palavras anunciadas pela carta do apóstolo Paulo aos Colossenses (Cl 1.13-20), também as palavras do evangelista Lucas (Lc 23.27-43). As palavras anunciadas por esses dois homens inspirados pelo Espírito Santo, lembram e relembram o Cristo Rei.
         O apóstolo Paulo relembra aos Colossenses que “Ele (Jesus) nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13).
           Jesus é o rei libertador das trevas, do domínio do diabo, do pecado e da morte eterna. O Rei Jesus domina no e pelo seu amor. Por causa desse amor, o apóstolo Paulo relembra que Jesus “transportou (e transporta) para o Reino do Filho do seu amor”.
         O “Filho do seu amor” é uma referência direta a obra do Cristo Rei. Jesus é o enviado de Deus para oferecer e dar a redenção.
     Redenção é um dos termos fundamentais da Bíblia. O mesmo compreende toda a história da salvação desde a remissão dos pecados até à ressurreição dos mortos. Redenção provém do latim “redimere” que é tradução do termo grego “lutrosis” ou “apolutrosis” e significa libertação através do pagamento de um resgate; soltura de quem está em escravidão ou prisão por dívida não paga.
          Ao escrever que os colossenses são “...filhos da promessa” o apóstolo Paulo relaciona os mesmos como descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Dessa maneira relembra aos Colossenses que eles eram escravos e foram libertados à exemplo da libertação da escravidão egípcia.
        É necessário lembrar e relembrar constantemente que “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1. 13 – 14), afinal, ter sido transportado significa que o cristão foi redimido.
       A lembrança da redenção era necessária e urgente. Muitos cristãos colossenses eram ex gentios que haviam sido transportados para uma nova vida pelo perdão. A lembrança da redenção recolocaria aqueles cristãos na certeza da salvação, haj visto que muitos estavam sendo ameaçados pela heresia colossense. Uma heresia que havia desviado muitos do padrão doutrinário cristão. O desvio ocorreu por causa das muitas correntes de pensamentos de fora da doutrina. Essas correntes se infiltraram na igreja por serem atrativas (2.16 – 17; 2.11; 3.11; 2.21; 2.23; 2.18; 1. 15 – 20; 2.2 – 3.9; 2.2; 2.4,8). Muitos cristãos passaram a compreender que o evangelho precisava ser complementado por algo.
        Ao saber que por causa da distorção do entendimento quanto ao evangelho, alguns cristãos de Colossos haviam se desviado da verdade, o apóstolo Paulo escreve uma carta onde exalta a superioridade de Jesus Cristo. O apóstolo mostra que Jesus é Senhor da criação e da reconciliação, Jesus é o mediador entre Deus e os homens.
         Jesus é o Rei!
     Quando Jesus foi enviado para realizar a missão da salvação, a expressão “Jesus é Rei” passou a ser escandalosa. Os judeus não suportavam a ideia de que o Cristo Rei fosse humilde, indefeso e aparentemente fraco. Pilatos não acreditou (Jo 18.37) que aquele homem diante dele no tribunal era o tão esperado Messias dos judeus.
       Assim como Pilatos, os líderes religiosos também duvidaram: se tu és o Messias...desça da cruz ... (Mc 15.32). Os soldados manifestaram: salve, rei dos judeus! ... (Mt 27.29). Um bandido exclamou: não és tu o Cristo ... (Lc 23.39). Acima da cabeça de Jesus, n alto da cruz registram: o Rei dos judeus (Jo 19.19). E em meio a toda essa zombaria e descrença do Cristo Rei, de onde não se esperava, surgiu uma bela confissão: quando vieres no teu reino... (Lc 23.42, um ladrão arrependido).
       O último Domingo da Igreja é o domingo da lembrança: Jesus é o Rei! É o domingo onde o cristão é relembrado sobre o Jesus da cruz. É na cruz que o cristão descobre qual e quem é o Rei Jesus que segue e confessa.
         Os cristãos de todas as épocas esperavam que Jesus viesse em glória e com seu exército de anjos em majestade e glória para julgar os vivos e os mortos. Mas, o que muitos haviam esquecido é que antes desse dia que está por vir, era necessário passar pela cruz. Na cruz o cristão lembra e relembra o Cristo Rei.
       Jesus é o Rei enviado para se manifestar na cruz. Todos aqueles que creem que “Ele (Jesus) ... libertou do império das trevas e ... transportou para o reino do Filho do seu amor, ...” tem o que o Rei oferece e dá ... a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1. 13 – 14). Amém!

Rev. M.S.T. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Recomendação aos ociosos!

13 de novembro de 2016
26º Domingo após Pentecoste
Salmo 98; Malaquias 4.1-6; 2Tessalonicenses 3.6-13; Lucas 21.5-28
Tema: Diante fim, viva normalmente!

         Muitas são as frases memoráveis ditas pelos personagens do seriado mexicano Chaves. Uma das que me lembro foi pronunciada pelo personagem Madruga: “Não existe trabalho ruim. O ruim é ter que trabalhar”.  
         Ruim é ter que trabalhar – é uma frase dita por aquelas pessoas que não veem objetivo nenhum no seu trabalho. Milhares de pessoas trabalham com a filosofia do desenho animado Simpsons, não fazem greve, mas atuam relaxadamente”. Há milhares de pessoas que trabalham, no entanto, seu trabalho visa tão somente uma boa casa, um bom carro .... É um trabalho voltado ao capitalismo consumista.
         A epístola do apóstolo Paulo aos tessalonicenses, em especial - 2Ts 3.6-13 – limita-se ao assunto trabalho. Se porventura algum leitor estender a mesma até o verso 16 poderá compreender o trecho como uma disciplina comunitária. Mas, é possível, mesmo sem a leitura dos versos 14 ao 16, refletir sobre a disciplina comunitária quanto ao trabalho.
         A segunda carta aos Tessalonicenses foi escrita numa situação histórica especifica. Essa determinada situação histórica conduziu muitos cristãos daquela congregação a um problema característico. O problema era resumido da seguinte maneira: se Cristo estava para voltar - não havia necessidade de trabalhar. Para piorar a situação, aconteceu que além de não estarem trabalhando, estavam se intrometendo na vida de outras pessoas (2Ts 3.11), “as pessoas se intrometiam em coisas que não lhes dizia respeito” (1Tm 5.13).
         A ociosidade não era devido ao desemprego, mas pela falsa interpretação de que estando próximo o fim, não havia necessidade do trabalho. Porque trabalhar? Investir? Construir? O trabalho passou a ser realizado numa perspectiva meramente humana.
         Os sinais apontavam a iminente volta de Cristo. Diante do fim, era necessário viver sem preocupação com as coisas desse mundo. A única dedicação cristã deveria ser a oração, a reflexão e o aumento no número de adeptos.
         A mensagem sobre a iminente volta de Cristo estava desanimando muitos quanto ao trabalho. A consequência disso foi o rápido empobrecimento de um pequeno grupo da congregação. E esse grupo, devido a ociosidade acabou precisando ser sustentado. Passaram a ser um peso para outros cristãos.
         Nessa situação, o apóstolo Paulo manda um recado: A congregação tem permissão para assumir uma santa preguiça? A ociosidade diante de uma falsa interpretação preocupou o apóstolo Paulo. A ociosidade colocava em cheque a mensagem do evangelho. O trabalho passou a ser tido como algo mundano e deveria ser desprezado já que todos estavam diante da volta de Cristo.
         Enquanto esteve em Tessalônica, o apóstolo Paulo hospedou-se na casa de Jasom (Atos 17.5). Mesmo sendo apóstolo e hospedado na casa de um irmão na fé, Paulo trabalhou para pagar seu sustento (1Co 9.3-14; 2Co 11.7-10). E ao escrever a segunda epístola aos Tessalonicenses, Paulo recomenda que os cristãos esperem a volta de Cristo vivendo na normalidade do dia-a-dia. Dentro dessa normalidade, era necessário continuar trabalhando em prol do sustento.
         Ao encararem o trabalho como carnal e sem necessidade diante do retorno de Cristo, o apóstolo Paulo apresenta o mesmo sob outra perspectiva. O trabalho é agradável a Deus. Cada qual precisa saber os benefícios do trabalho.
         O apóstolo Paulo recomenda que os cristãos não deixem de trabalhar e de viver sua vida normalmente por causa de entusiastas que estão atrapalhando o evangelho. O trabalho do cristão é feito com tranquilidade (2Ts 3.12).
         Ao expressar sobre a tranquilidade (Hësychia) do trabalho, o apóstolo fala sobre a paz e o sossego do mesmo. Essa paz e sossego provém da certeza de que tudo quanto se possui e é, são bênçãos divinas.
         É necessário lembrar que apenas um pequeno grupo na congregação em Tessalônica estava encarando o trabalho como algo mundano realizado tão somente para o mundo e para benefício do mundo. Assim, recomendações, tal como a de Jesus “...não andeis ansiosos pela vossa vida...vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;...” (Mateus 6.25,32) passou a ser compreendida como estímulo a preguiça. E para combater essa falsa interpretação o apóstolo Paulo escreve a segunda carta aos Tessalonicenses.
         O cristão trabalha tranquilamente neste mundo, ou seja, em paz e sossego, reconhecendo que o mesmo é uma bênção de Deus. O trabalho do cristão é diferente dos outros trabalhos. A diferença está no fato do cristão não estar amarrado ao sacrifício material, capitalista e consumista que o trabalho impõe. O cristão sabe que seu trabalho não visa apenas as coisas desse mundo. O cristão compreende que seu trabalho é uma realização de amor ao próximo. O trabalho cristão visa servir ao próximo. Nessa perspectiva a recomendação do apóstolo Paulo é que cada um espere pelo senhor servindo ao seu próximo, pois, em Jesus, todo pecador foi servido por Deus. Amém!


Rev. M.S.T. Edson Ronaldo Tressmann

Aprenda a lição que a figueira ensina (Mc 13.28)

  Último Domingo do ano da Igreja 24 de novembro de 2024 Salmo 93; Daniel 7.9-10;13-14; Apocalipse 1.4b-20; Marcos 13.24-37 Texto : Ma...