segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Carta para um Cristão!

06/09/2015
15º Domingo após Pentecostes
Salmo 146; Isaías 35.4-7ª; Tiago 2.1-10;14-18; Marcos 7.31-37
Tema: Carta para um cristão!

         Uma mera aceitação passiva de certas verdades justifica e salva diante de Deus? A fé justifica e salva porque produz amor e transforma a vida das pessoas?
         Lutero descobriu pela Palavra de Deus que somente a fé salva. Lutero, a luz da Palavra de Deus, deixou claro que aqueles que são salvos, o são pela fé, e essa fé produz amor espontaneamente e frutifica em boas obras. Todo aquele que crê não precisa ser exortado à prática das boas obras, elas são automáticas. Àquele que crê não deixa de viver na fé e na prática de boas obras. Não como senso de dever, mas como algo natural e espontâneo.
         Quando há falta de amor, o problema não é a falta ou a necessidade de coerção à prática do amor. Alguns solicitam que o pastor faça apelos a prática das boas obras. O problema não pode ser encarado e resolvido assim, afinal, onde não há amor e prática de boas obras, se deve ao fato da fé ser apenas uma aceitação passiva de certas verdades. É falta de fé verdadeira!
         Alguém já viu uma árvore produzir frutos porque alguém mandou? Ela produz frutos por ser frutífera. Assim é a fé! O sol brilha e continuará brilhando. Fé é assim!
         Todo aquele que confessa com a boca que considera verdadeira as doutrinas de sua igreja, mas, permanece no estado original, possuído de amor ao pecado, se ainda peca em sua consciência, a fé não passa de simulação. A fé genuína, a verdadeira, purifica o coração.
         Toda pessoa que crê não busca glória para si mesma. Um dos frutos da fé é dar glórias a Deus e fazer com que outros deem glórias a Deus. Ainda temos entre nós, milhares de pessoas que, assim como eram os fariseus, gostam de receber glórias pelas suas ações “vindas da fé”. A fé toma conta do coração humano a ponto de tornar a pessoa humilde diante de Deus e das pessoas.
         O apóstolo Tiago em sua carta aos cristãos diz que todo aquele que considera o rico por ser rico e despreza o pobre por ser pobre, leva em conta a aparência da pessoa, e isso, a fé não tolera. Todo verdadeiro cristão considera a outra pessoa do ponto de vista do seu relacionamento com Deus. No tratamento cristão, um mendigo perdoado por Cristo é tão digno quanto um imperador.  
         Infelizmente há pessoas que confessam com a boca um cristianismo e em seu interior vivem outro “cristianismo”. Há aqueles que meramente e passivamente aceitam certas verdades e dizem estar justificadas e salvas diante de Deus.
    Nos relacionamentos diário, muitas pessoas são julgadas por um único critério: “Fizeram 100 atos, cometeram apenas um deslize, e são mal vistos por esse único deslize”. Essa é a lógica do texto bíblico, da carta aos cristãos: “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2.10).
         Diante de Deus, o que faz o cristão um verdadeiro cristão é o reconhecimento do seu pecado, sua miserabilidade e maldição por causa da sua natureza pecaminosa. O verdadeiro cristão reconhece que sem Cristo está eternamente perdido.
         Jesus Cristo veio para redimir todo pecador. Por mais que se esforce, o cristão não consegue cumprir a lei por completo. O pecado é algo terrível, é uma “anomia” - um ato fora da lei.
         O verdadeiro cristão não anda de cabeça erguida como um criminoso descarado. Quando sua consciência é alarmada por qualquer desvio da lei de Deus, imediatamente reconhece seu pecado e suplica por perdão. E é para esse cristão que o apóstolo Tiago escreve sua carta. Amém!


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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