segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Regimentos, Estatuto e Escritura!

23 de agosto de 2015
13º domingos após Pentecostes
Salmo 14; Isaias 29.11-19; Efésios 5.22-33; Marcos 7.1-13
Tema: Regimentos, Estatutos e Escritura!

        O mundo está atravessando uma verdadeira tempestade. Essa tempestade é dada pelo perda e desapego de valores. Sem medir as consequências, grupos das mais variadas siglas buscam resgatar ou eliminar valores humanos e éticos adquiridos ao longo dos anos.
         Em minha opinião é urgente o resgate de valores, não apenas humanos, mas especialmente espirituais.
         Jesus visa resgatar valores espirituais que os fariseus e escribas haviam perdido devido a suas falsas interpretações, ou excessiva valorização das tradições e regimentos humanos.
         Os fariseus e escribas haviam observado uma perda de valor cerimonial por parte dos discípulos de Jesus. Os discípulos de Jesus estavam comendo sem lavar as mãos.
         Ao observarem essa perda de valor cerimonial, os fariseus e escribas perguntam ao mestre Jesus, pois segundo os fariseus e escribas o mestre Jesus devia estar ensinando errado aos seus discípulos. Isso não podia acontecer, alguém precisava ensinar Jesus. Assim, se aproximam de Jesus e dizem: “Por que é que os seus discípulos não obedecem aos ensinamentos dos antigos e comem sem lavar as mãos?” (Mc 7.5).
         Ser repreendido por uma pessoa mais velha é constrangedor, ainda mais, quando se trata de perda de valores. Os discípulos de Jesus estavam escandalizando os fariseus e escribas.
    Os fariseus viviam sob a autoridade de tradições passadas de geração à geração. As tradições, ou seja, as interpretações feitas sobre a lei mosaica valiam mais que as próprias Escrituras. Esse choque, a Escritura e suas interpretações de acordo com a tradição judaica é confrontada por Jesus com as palavras: “Vocês arranjam sempre um jeito de pôr de lado o mandamento de Deus, para seguir os seus próprios ensinamentos” (Mc 7.9).
         Jesus não critica a Escritura, Jesus quer que os fariseus revejam se sua interpretação escriturística vem de fato das Escrituras Sagradas ou visam apenas ressaltar suas tradições e costumes.
         As interpretações apresentadas nas tradições dos fariseus, escribas e essênios sufocavam a Escritura Sagrada. Jesus desejava e deseja que as Escrituras reformassem e reformem as tradições, os costumes, os valores.
         Todas as instituições, sejam eclesiásticas ou seculares, precisam de regimentos e estatutos. No entanto, uma pergunta é necessária: Qual é o limite das instituições com seus estatutos e regimentos?
         Se os fariseus contemplavam em demasia os seus costumes através de uma interpretação equivocada das Escrituras, pode-se dizer que na igreja o mesmo se deu por ocasião da Idade Média. O catolicismo medieval asfixiou a Palavra de Deus dentro do escolasticismo, que era uma tentativa de conciliar o pensamento racional platônico aristotélico com as Escrituras. Diante disso, Deus levantou Lutero que voltou seu olhar a verdadeira exegese bíblica. As Escrituras voltaram a ser o centro e o limite dos estatutos e regimentos. As Escrituras sempre estão acima, mesmo quando a tradição, os valores e a razão entrem em choque.
         Quando se fala sobre valores humanos, é necessário lembrar que a igreja cristã está cercada pelo desejo de imposição de novos valores e tradições. O valor e a tradição que está sendo constantemente bombardeada é a família. Nesse bombardeio, a crítica é para que as pessoas deixem de pensar na família como o modelo tido tradicional, composto por homem e mulher. Lembre-se: a união entre homem e mulher não é tradição ou costume, é, vontade de Deus.
         Para se proteger das ameaças impostas pela lei humana, a igreja, precisa se precaver através de Estatutos e Regimentos. Mas, esses estatutos e regimentos não podem superar a barreira da Escritura Sagrada. É a Escritura, o Evangelho que precisa dar a última palavra, por isso, somos “evangélicos”.
         Assim como foi na época de Jesus, ainda hoje, muitas instituições eclesiásticas não tem mais a Escritura Sagrada como autoridade suprema. Muitas ações dessas ditas instituições eclesiásticas estão baseadas em seu falsa interpretação das Escrituras.

        Talvez pensemos e quem sabe até oramos: “graças a Deus que não somos como essas instituições”. No entanto, não há motivo para glorificação pessoal. Ao constatar a realidade e o perigo de que podemos destacar e valorizar os estatutos e regimentos, precisamos sempre de novo, voltar as Escrituras Sagradas. Esse é o desafio! Essa é a constante urgência! Disse Jesus: “Vocês arranjam sempre um jeito de pôr de lado o mandamento de Deus, para seguir os seus próprios ensinamentos” (Mc 7.9).
         A questão não é apenas requerer o título de verdadeiro intérprete das Escrituras, afinal, todos irão requerer o título. O fato e a verdade é que a Escritura tem toda autoridade, pois, a Escritura interpreta a si mesma.
         A Escritura Sagrada é a nossa autoridade máxima. Que a mesma sempre elucide nossos valores, nossas tradições, nossos costumes, regimentos e estatutos. Amém!



M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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