segunda-feira, 27 de julho de 2015

Pão de Deus! Parte I

02 de agosto de 2015
10º domingo após Pentecostes
Salmo 145.10-21; Êxodo 16.2-15; Efésios 4.1-16; João 6. 22-35
Tema: Pão de Deus! Parte I

         A cada fato novo que uma criança aprende, surge a pergunta: para que isso? Porque assim? O que é isto? A novidade ou o desconhecido gera inquietações e são transformadas em perguntas.
         O livro de Êxodo, que conta muitos episódios do povo hebreu, desde a saída da escravidão do Egito e boa parte da caminhada pelo deserto, narra a sua infância espiritual. Era preciso que o povo de Deus crescesse na fé e na confiança de que esse Deus, era o mesmo Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
         Em Êxodo capítulo 16, há o relato acontecido dois meses após a libertação da escravidão que havia perdurado 430 anos (Ex 12.41; Gl 3.17). Em sessenta dias, sem contar as dez pragas no Egito, o povo hebreu havia presenciado grande feitos de Deus. Mas, mesmo já tendo presenciado a abertura do mar vermelho, era necessário que o povo aprendesse lições para sua maturidade cristã. Conforme Moisés relata em Deuteronômio 8.3,16 o propósito de Deus com o maná era ensinar suas criancinhas, que em toda e qualquer situação da vida e em toda e qualquer necessidade da vida, se é dependente de Deus e de sua Palavra.
         Toda a história da libertação do povo hebreu da escravidão do Egito está envolvida pela promessa e cumprimento da promessa de Deus. Crer na eficácia da promessa é o ponto central de todo episódio.
         Conforme os relatos de Êxodo, o povo de Deus ainda está na infância e precisa crescer. Por isso, Deus, ouvindo a reclamação do povo, como crianças mimadas, lhes diz que “ao crepúsculo da tarde, comereis carne, e, pela manhã, vos fartareis de pão, e sabereis que eu sou o Senhor, vosso Deus” (Ex 16.12). 
         As criancinhas de Deus ao acordar pela manhã, se depararam diante de um grande milagre. E a surpresa os fez questionar: “Que é isto?” Em hebraico, a expressão “O que é isto?” é “mãn”, “maná”.
         A pergunta “Que é isto?” (Ex 16.15) recebeu como resposta: “Isto é o pão que o Senhor vos dá para vosso alimento” (Ex 16.15). Pão esse que o salmista Asafe chama de “cereal” do céu e pão dos anjos (Sl 78.24,25). Para alguns comentaristas a expressão “pão dos anjos” padece de precisão, mas, pode-se afirmar que o correto é dizer “pão dos poderosos”, ou melhor, “pão de Deus”, assim como enfatiza Jesus no evangelho de João 6.33 “Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo”.
         O episódio apresentado pelo apóstolo João (Jo 6.22-35) mostra que Jesus é o verdadeiro maná, “...o pão de Deus que veio do céu”.
         Jesus se apresentou como o pão de Deus para uma multidão que buscava um sinal para crer. Os judeus sabiam a respeito do fato bíblico ocorrido no deserto com o povo hebreu e compreendiam que o maná enviado aos seus antepassados era um sinal de Deus para que o povo cresse. Por isso, desejavam receber de Jesus um sinal idêntico.
         Diante do pedido de um milagre, Jesus responde que “o pão do céu foi enviado por Deus” para alimentar uma multidão faminta espiritualmente. 
         Qual será, em pleno século XXI, a importância do “pão do céu” enviado da parte de Deus? A importância está no fato de muitas pessoas ainda, como crianças, estarem procurando apenas algo que lhes satisfaça nessa vida, e como disse o apóstolo Paulo: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1Co 15.19). A importância está no fato de muitas pessoas ainda não saberem “o que fazer para realizar as obras de Deus?” (Jo 6.28).
         Jesus disse: “Eu sou o maná enviado da parte de Deus” e “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6.35). Amém


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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