segunda-feira, 13 de julho de 2015

Autoridade com Responsabilidade!

19 de julho de 2015
8º Domingo após Pentecostes
Salmo 23; Jeremias 23.1-6; Efésios 2.11-22; Marcos 6.30-44
Tema: Autoridade com Responsabilidade!

         A vida de um profeta nem sempre é fácil!
         O profeta Jeremias por mais que amasse seu povo e sua pátria, precisou proclamar a mensagem de Deus a um povo que vivia sua rebeldia contra tudo o que Deus anunciava. A mensagem do profeta Jeremias era de submissão. Por causa dessa mensagem passou a ser odiado e visto como traidor por pessoas da sua pátria, cuja a qual tanto amava. A mensagem de Deus ao povo através do profeta era que ficassem felizes mesmo com a destruição de Jerusalém e o exilio babilônico. O cativeiro só seria realizado pela Babilônia não devido ao seu poderio bélico, mas devido a permissão de Deus.
         Eram dias difíceis que o profeta estava enfrentando. Na verdade, era o período mais caótico e fatídico daquele século depois da queda da Samaria. Havia uma disputa pela supremacia mundial entre: Assíria x Babilônia x Egito. E justamente a esse jogo político, o profeta Jeremias precisava se opor, fazendo com que o povo olhasse para Deus. A mensagem era de submissão e não de união a um desses países devido ao seu exército.
         Já que a mensagem não havia sido bem vinda, surgiram as mais variadas facções, idolatrias, e ainda, o partido pró-Egito.
         Nesse tempo caótico e fatídico, o povo hebreu, recebeu da parte de Deus muitos profetas, tais como, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Naum, Habacuque, Obadias e Sofonias. Observe, praticamente a metade dos profetas num só período.
         Mesmo sendo um período caótico e fatídico, os conselhos de Deus estavam sendo proclamados, no entanto, infelizmente, milhares não deram ouvido.
         No texto de estudo (Jr 23.1-6) ouvimos a referência do profeta Jeremias a “pastores” por 3 vezes. É necessário entender que a referência a “pastoresé uma referência a todos os chefes, rei, pregadores, etc.
         Após Davi ter sido feito rei em Israel, se tornou comum usar a figura de pastor para o “chefe, rei”.
         Com essa imagem, o profeta Jeremias acusa, quer seja o rei, quer seja o falso profeta, de que as ovelhas que não lhes pertence estão sendo desviadas.
         Pode-se dizer que em pleno século XXI o profeta Jeremias está dizendo: “Ai dos políticos, pastores, pregadores, professores, pais, que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto”.
         O rebanho, as ovelhas, não são propriedade dos pastores, ou seja, o povo não pertence ao governo, os congregados não pertencem aos pastores, os filhos não são propriedade dos pais. As ovelhas são presente. Como presente de Deus precisam ser cuidados por aqueles a quem Deus lhes deu responsabilidade. Aos políticos, vale lembrar que “toda autoridade procede de Deus” (Jo 19.11). Aos pastores é necessário dizer que os congregados são “filhos de Deus, mediante a fé em Cristo Jesus;...” (Gl 3.26), e ainda, “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus” (1Co 3.6). Aos pais a recordação é sempre bem-vinda, “Herança do Senhor são os filhos” (Sl 127.3).
         Todos os pastores precisam ouvir as palavras do profeta Jeremias: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto” (Jr 23.1).
         Quando nos vemos como “pastores” das ovelhas que Deus colocou sob a nossa responsabilidade, observamos nossos muitos pecados. Políticos, pregadores, professores, médicos, engenheiros, pais, etc, somos encarregados para cuidar das ovelhas que não nos pertencem.
         O rei Joaquim através de uma política desregrada estava ocasionando a intervenção babilônica. No entanto, o povo revoltou-se não com essa política desregrada, mas com aquele que acusava essa política e dizia sobre o fim da mesma.
         No entanto, através das Palavras do profeta Jeremias, Deus está consolando seu rebanho. As palavras soam como um convite ao arrependimento por parte daquele que está desviando a ovelha, e ao mesmo tempo, são palavras de consolo e ânimo a um rebanho que por condução equivocada está se deixando levar ao equívoco.
         Deus irá intervir! Porque? O povo deveria saber. Praticamente metade dos profetas atuaram nesse período para que todos soubessem da intervenção divina.
         Deus irá intervir! Pelo simples fato de que se trata de seu rebanho. Deus ama seu rebanho, “...O Bom Pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10.11).
         O profeta Jeremias anuncia ao rebanho que por mais rebelde e equivocado, Deus, o dono do rebanho irá intervir de três maneiras. Primeiro: repatriando os exilados, “...recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos;...” (Jr 23.3). Segundo: levantará pastores que se ocupem da sua função, ou seja, simplesmente serão “pastores que as apascentem,...” (Jr 23.4). Terceiro: enviará o Salvador, “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: Senhor, Justiça Nossa” (Jr 23.5-6).
         Nessa promessa, as ovelhas precisavam fixar a sua esperança. Esperança essa que não teria fim, como tantas outras têm. Afinal, essa esperança seria concretizada e hoje sabemos que foi por ocasião do anuncio do anjo: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc 1.31-33).
         A mensagem continua sendo proclamada! Deus irá intervir! No entanto, a próxima intervenção será definitiva, pois virá para julgar os vivos e os mortos.
         Em Jesus, Deus já interveio. Jesus é a Justiça Nossa, ou seja, tão logo o pecador, o mau pastor, deposite a sua confiança na satisfação vicária que Cristo preparou pelos pecados do mundo mediante sua perfeita obediência, é justificado, ou seja, declarado justo perante Deus.
         Os maus pastores não são chamados a se transformarem moralmente por suas próprias forças. Eles, assim como as ovelhas são convidadas a se arrependerem e crerem nas divinas promessas de graça que lhes são oferecidas no Bom Pastor Jesus, pois “...todo aquele que nele crê recebe a remissão de pecados” (At 10.43). Amém!


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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