segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Acertando nosso relógio com o relógio de Deus!

2º Domingo no Advento – 07/12/2014
Sl 85; Is 40.1-11; 2Pe 3.8-14; Mc 1.1-8
Tema: Acertando nosso relógio com o relógio de Deus!

         O homem culturalmente moderno enfrenta um grave problema: impaciência. Os efeitos colaterais da impaciência é o não saber esperar e a pressa. Onde está a solução? A solução é acertar “os ponteiros” para que não se atrase ou adiante em coisas importantes e necessárias. Cada qual vive em meio aos muitos relógios, vivencial, biológico e espiritual. 
         O bordão humorístico: “Ninguém tem paciência comigo” reflete o contexto cultural caracterizado pelo imediatismo. As pessoas estão inseridas numa sociedade caracterizada pela pressa, que gera stress, cansaço e insensatez. Há pressa para e em tudo. Ter paciência tornou-se característica estritamente de um monge. Tempo é dinheiro, não há tempo para se perder, afinal, ninguém quer perder dinheiro.
         Com pressa o ser humano observa com atenção o desenvolvimento da robótica sem notar que em si já se tornou um robô. Um robô que não mais saboreia a comida, não vive com intensidade os momentos familiares, etc.
         Na sociedade da pressa, onde robôs nascem de mães humanas, as pessoas estão se esquecendo de viver o relógio vivencial sem saber que esse relógio vivencial terá seu ponteiro parado a qualquer momento. 
         Na sociedade da pressa, do stress as palavras do apóstolo Pedro em sua segunda carta: “...para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” mostram que a paciência é de fato, característica divina.
         O relógio divino está em outro tique-taque, diferente do nosso. Devido à pressa não se suporta com paciência, as tribulações. Por isso, busca-se, como que num passe mágico, numa varinha de condão livrar do sofrimento. Assim, os falsos mestres, os charlatões da fé crescem desenfreadamente.
         Lembre-se, “...a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Romanos 5.3-4).
         Mesmo que assim como crianças mimadas, se deseje ter as coisas rapidamente e a qualquer momento, saber que Deus é paciente traz alivio. O alivio está no fato de Deus nos dar mais uma oportunidade. Oportunidade para nos arrepender e voltar a viver. Viver o presente que recebemos: HOJE.
         O ser humano mais robotizado que os robôs estão suicidando-se pela impaciência. A impaciência leva a morte pessoas no trânsito, nas relações interpessoais, etc.
         Paciência é uma virtude adquirida. E para nos dar essa virtude, Deus em amor nos põe a prova e nos permite ser tentados para que a fé, o relógio espiritual, seja testado e tenha seus ponteiros acertado.
         O relógio divino é diferente do relógio vivencial. Moisés, um dos maiores líderes do povo de Israel, aprendeu essa lição, tanto que no Salmo 90 testemunhou: “Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite”.
         Foi dura a lição aprendida por Moisés. No entanto, seu relógio precisava ser acertado com o relógio divino. Conforme o médico Lucas na pesquisa apresentada no livro de Atos dos Apóstolos, Moisés havia suposto que ele libertaria o povo quando assim o quisesse. Mas, precisou após 40 anos de deserto, mesmo que educado na melhor faculdade da época, cuidando de ovelhas de seu sogro aprender a lição de que tudo ocorre de acordo com o relógio divino.
    É necessário acertar “os ponteiros” entre o nosso relógio com o relógio divino. Para isso, é importante reaprender com o apóstolo Pedro que Deus “...é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pedro 3.9).
         Ser paciente é saber esperar tranquilamente. E esperar tranquilamente envolve fazer o que é de nossa competência e deixar Deus ser Deus naquilo que nós não temos e nem sabemos o que fazer.
         A vida cristã pode ser comparada a uma Bíblia hebraica, ou seja, é vivida do fim para o começo. A plenitude da vida cristã está na certeza de que haverá “novos céus e nova terra”. Nessa perspectiva, nem mesmo a morte nos separará do amor de Deus em Jesus Cristo.
         Na modernidade robotizada por humanos que vivem estressados e apressados não cabe a pergunta sobre a demora do Senhor Jesus quanto a sua segunda vinda. A atitude precisa ser de gratidão, pois a demora nos dá oportunidade de viver o hoje da melhor maneira possível. Saboreando o relacionamento familiar, desempenhando da melhor maneira a vocação, resgatando laços de amizade e principalmente revendo nossa vida espiritual.
         Maravilhoso é saber que o relógio de Deus é diferente do nosso. Isso nos leva a sentir alegria e motivação para rever coisas importantes que está se perdendo devido à pressa.
         A espera com paciência faz parte do projeto de Deus. Um projeto de fé e vida.
Edson Ronaldo Tressmann

cristo_para_todos@hotmail.com

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