2º Domingo no Advento – 07/12/2014
Sl
85; Is 40.1-11; 2Pe
3.8-14; Mc 1.1-8
Tema:
Acertando nosso relógio com o relógio de Deus!
O
homem culturalmente moderno enfrenta um grave problema: impaciência. Os efeitos
colaterais da impaciência é o não saber esperar e a pressa. Onde está a solução?
A solução é acertar “os ponteiros”
para que não se atrase ou adiante em coisas importantes e necessárias. Cada
qual vive em meio aos muitos relógios, vivencial, biológico e espiritual.
O bordão humorístico: “Ninguém tem paciência comigo” reflete o
contexto cultural caracterizado pelo imediatismo. As pessoas estão inseridas
numa sociedade caracterizada pela pressa, que gera stress, cansaço e insensatez.
Há pressa para e em tudo. Ter paciência tornou-se característica estritamente de
um monge. Tempo é dinheiro, não há tempo para se perder, afinal, ninguém quer
perder dinheiro.
Com
pressa o ser humano observa com atenção o desenvolvimento da robótica sem notar
que em si já se tornou um robô. Um robô que não mais saboreia a comida, não
vive com intensidade os momentos familiares, etc.
Na
sociedade da pressa, onde robôs nascem de mães humanas, as pessoas estão se esquecendo
de viver o relógio vivencial sem saber que esse relógio vivencial terá seu
ponteiro parado a qualquer momento.
Na
sociedade da pressa, do stress as palavras do apóstolo Pedro em sua segunda
carta: “...para
o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” mostram
que a paciência é de fato, característica divina.
O
relógio divino está em outro tique-taque, diferente do nosso. Devido à pressa
não se suporta com paciência, as tribulações. Por isso, busca-se, como que num
passe mágico, numa varinha de condão livrar do sofrimento. Assim, os falsos
mestres, os charlatões da fé crescem desenfreadamente.
Lembre-se,
“...a
tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência,
esperança” (Romanos 5.3-4).
Mesmo
que assim como crianças mimadas, se deseje ter as coisas rapidamente e a
qualquer momento, saber que Deus é paciente traz alivio. O alivio está no fato
de Deus nos dar mais uma oportunidade. Oportunidade para nos arrepender e
voltar a viver. Viver o presente que recebemos: HOJE.
O
ser humano mais robotizado que os robôs estão suicidando-se pela impaciência. A
impaciência leva a morte pessoas no trânsito, nas relações interpessoais, etc.
Paciência
é uma virtude adquirida. E para nos dar essa virtude, Deus em amor nos põe a
prova e nos permite ser tentados para que a fé, o relógio espiritual, seja
testado e tenha seus ponteiros acertado.
O
relógio divino é diferente do relógio vivencial. Moisés, um dos maiores líderes
do povo de Israel, aprendeu essa lição, tanto que no Salmo 90 testemunhou: “Pois mil anos,
aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite”.
Foi
dura a lição aprendida por Moisés. No entanto, seu relógio precisava ser
acertado com o relógio divino. Conforme o médico Lucas na pesquisa apresentada
no livro de Atos dos Apóstolos, Moisés havia suposto que ele libertaria o povo
quando assim o quisesse. Mas, precisou após 40 anos de deserto, mesmo que
educado na melhor faculdade da época, cuidando de ovelhas de seu sogro aprender
a lição de que tudo ocorre de acordo com o relógio divino.
É
necessário acertar “os ponteiros”
entre o nosso relógio com o relógio divino. Para isso, é importante reaprender
com o apóstolo Pedro que Deus “...é longânimo para convosco, não querendo que nenhum
pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pedro 3.9).
Ser
paciente é saber esperar tranquilamente. E esperar tranquilamente envolve fazer
o que é de nossa competência e deixar Deus ser Deus naquilo que nós não temos e
nem sabemos o que fazer.
A
vida cristã pode ser comparada a uma Bíblia hebraica, ou seja, é vivida do fim
para o começo. A plenitude da vida cristã está na certeza de que haverá “novos céus e nova terra”. Nessa
perspectiva, nem mesmo a morte nos separará do amor de Deus em Jesus Cristo.
Na
modernidade robotizada por humanos que vivem estressados e apressados não cabe
a pergunta sobre a demora do Senhor Jesus quanto a sua segunda vinda. A atitude
precisa ser de gratidão, pois a demora nos dá oportunidade de viver o hoje da
melhor maneira possível. Saboreando o relacionamento familiar, desempenhando da
melhor maneira a vocação, resgatando laços de amizade e principalmente revendo
nossa vida espiritual.
Maravilhoso
é saber que o relógio de Deus é diferente do nosso. Isso nos leva a sentir
alegria e motivação para rever coisas importantes que está se perdendo devido à
pressa.
A
espera com paciência faz parte do projeto de Deus. Um projeto de fé e vida.
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
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