1º Domingo após Natal – 28/12/2014
Sl 111; Is 61.10-62.3; Gl 4.4-7; Lc 2.22-40
Tema: Filhos e herdeiros!
Segundo a cultura
greco-frigia, o pai determinava uma data para emancipação de seus filhos. O
apóstolo Paulo, sociólogo, cientista político, antropólogo, fez uma interpretação
teológica desse detalhe cultural na carta aos Gálatas escrevendo que Deus
determinou uma data para a emancipação de seus filhos. Essa data se deu com a
vinda do Filho Jesus na carne por ocasião da concepção e nascimento. O apóstolo
Paulo diz que a liberdade dos Gálatas era restrita, mas, pela fé em Jesus foram
emancipados. Isso é dito pelas palavras: “Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos
servilmente sujeitos às coisas elementares do mundo”.
O que significa
estar sujeito às “coisas elementares do mundo”? A expressão “coisas
elementares do mundo” é uma das mais discutidas no Novo Testamento.
Ela ocorre apenas em duas cartas. Na carta aos Gálatas (Gl 4.3,9) e na carta aos
Colossenses (Cl 2.8,20).
A
expressão “coisas elementares do mundo”
mesmo que ocorra apenas duas vezes na Bíblia, recebe muitas interpretações. Sem
discutir as interpretações, concluo que de acordo com Hebreus 5.12, “Depois de tanto
tempo, vocês já deviam ser mestres, mas ainda precisam de alguém que lhes
ensine as primeiras lições dos ensinamentos de Deus. Em vez de alimento sólido,
vocês ainda precisam de leite” o apóstolo Paulo se refere as “coisas elementares” como sendo a prática
religiosa de judeus e gentios quanto a sua salvação.
A
expressão “coisas elementares do mundo”
é uma referência a tudo aquilo em que as pessoas depositam a sua confiança à
parte de Deus revelado em Jesus Cristo. “Coisas
elementares do mundo” é quando “algo” se torna seu deus e da qual a
pessoa se torna escrava.
“As coisas elementares do mundo” se refere por
um lado, a
lei e todas as suas regulamentações do Antigo Testamento e por
outro lado, aos
falsos deuses e seus rituais e valores cultivados pelos cristãos gentios na
Galácia antes da sua conversão.
Tanto
a lei quanto as suas regulamentações, os Gálatas estavam sujeitos enquanto “menores de idade”. Por ocasião da plenitude do tempo, os Gálatas
foram declarados maiores de idade.
O que significa
plenitude do tempo?
“Plenitude do tempo”
é muitíssimo abrangente, mas se refere ao nascimento do Filho de Deus,
Jesus Cristo.
As
palavras: “Mas,
quando chegou o tempo certo, Deus enviou o seu próprio Filho, que veio como
filho de mãe humana e viveu debaixo da lei para libertar os que estavam debaixo
da lei, a fim de que nós pudéssemos nos tornar filhos de Deus” (Gl
4.4,5) definem a pessoa e o oficio de Jesus.
Jesus Cristo
foi enviado para uma finalidade - “viveu debaixo da lei para libertar os que
estavam debaixo da lei,...”.
Tanto
a pessoa de Cristo, bem como a natureza de Cristo e o oficio de Jesus fazem de
nós herdeiros da vida eterna. A “plenitude do tempo” significa dizer que Jesus
Cristo ab-rogou e redimiu os que estavam sendo oprimidos pela lei. Jesus foi
enviado para resgatar os que estavam sendo mantidos cativos sob a lei. Conforme
as palavras do apóstolo João no evangelho (Jo 8.15 e 12.47), Jesus julga e
condena a lei.
Como posso
estar seguro de que sou filho de Deus? Deus me torna seu filho pelo
envio do Espírito Santo ao meu coração Isso ocorre por ocasião do Batismo e
pela Pregação da Palavra.
O
testemunho interno do Espírito Santo assegura que de fato e de verdade, sou um
filho de Deus. Tanto a pregação, quanto os milagres bem como a oração
evidenciava que os Gálatas eram filhos de Deus.
O
apóstolo Paulo na carta aos Gálatas, bem como na carta aos Romanos (Rm 8.26,15,16),
afirma que a oração é uma ação do Espírito Santo que age no cristão. O Espírito
Santo é companheiro e motiva à oração. Vale lembrar uma das mais célebres
frases de Lutero: “A oração é o pulsar da fé”.
Quando
oramos e nos expressamos “Pai, meu Pai” é evidência de confiança no auxilio de um pai amado.
Sendo Deus nosso Pai e nós seus filhos, o apóstolo Paulo diz que “...Deus lhes
dará tudo o que ele tem para dar aos seus filhos” (Gl 4.7).
O
filho é herdeiro da herança. A herança é tudo o que Deus dará aos seus filhos,
sendo tudo aquilo que foi prometido a Abraão, ou seja, a salvação.
As
palavras “herdeiros,
filhos” são importantes e merecem um destaque. Ambas implicam que a
salvação não é obra própria. É algo dado pelo Pai. Somos herdeiros da salvação
oferecida e dada por Jesus.
Jesus, o Filho de Deus, enviado por
Deus e que se fez carne para ocupar nosso lugar na cruz é o sacrifício perfeito
oferecido ao Pai para nossa salvação. Essa obra perfeita de Jesus nos torna filho
livre, filho maior de idade. Assim, temos uma relação de fé com Deus. Não
viemos ao culto por que a lei manda, não ofertamos porque a lei determina. Na
verdade, servimos a Deus de maneira livre e desinteressada. Tudo o que a lei
determinava, em Cristo, o fazemos de maneira livre, sem o peso da regra e da
lei. Amém!
Pr. M.S.T. Edson
Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
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