1º Domingo de Advento
Sl
80.1-7; Is 64.1-9; 1Co 1.3-9; Mc 11.1-10 ou Mc
13.24-37
Tema: O
verdadeiro cristão.
Acredito que muitos já tenham ouvido a
musica: “Você não vale nada. Mas eu gosto de
você! Tudo o que eu queria era saber por que...”
Quando se diz que alguém “não vale nada”, está se dizendo que a
pessoa “não presta”, “comete muitos erros”, ou “vive aprontando”. Mesmo assim, sem
explicação essa pessoa que aparentemente seria detestada é amada por alguém.
Ser amado mesmo tendo defeitos. É como um
objeto quebrado. Mesmo que não seja útil para aquilo que foi fabricado, não se
joga fora, por causa do carinho que se têm pelo mesmo.
As palavras do profeta Isaías nos levam
a refletir sobre a certeza de que não valemos nada, mas Deus nos ama. O profeta
diz: “Todos nós nos
tornamos impuros, todas as nossas boas ações são como trapos sujos. Somos como
folhas secas; e os nossos pecados, como uma ventania, nos carregam para longe”
(Is 64.6).
Cuidado! Tem muito pastor que se diz evangélico,
mas está comunicando que “todo aquele que
faz isso ou aquilo não é cristão”. A verdade é que frequentemente um
cristão age de modo que não condiz com os princípios cristãos. O apóstolo Paulo
descreve o cristão da seguinte maneira: “Pois eu
sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana.
Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo
fazê-lo” (Rm 7.18). O apostolo Paulo descreve a doutrina da tribulação
espiritual na qual constantemente os cristãos são incorporados, para
confortá-los. O cristão é um ser dividido. Todo cristão sempre visa fazer o
bem, mas infelizmente não atinge seu alvo. O não praticar o bem não quer dizer
que a pessoa em si não seja cristã, pois na sua grande maioria tenta fazer o
bem. Querer o bem é a principal
característica do cristão.
Quem não gostaria de se ver livre do
pecado?
A real condição
de cada pecador é que se sente escravo do pecado. Mas, a diferença do cristão
verdadeiro é que, mesmo que peque, não serve ao pecado com alegria. Reconhece
sua situação e sente pesar, tristeza e vergonha pelos seus pecados que inúmeras
vezes são cometidos involuntariamente.
A grave
enfermidade espiritual é a falta de segurança da parte dos cristãos. Todo
cristão, por mais fiel que seja em sua congregação, por mais ativo e prestativo
que seja, é um miserável pecador. Cada pecador, seja um cristão ativo ou
inativo, necessita da graça de Deus em Jesus.
A vida cristã é
tida como uma corrida em direção a um alvo. No entanto, parece que
quanto mais se corre, mais distante se está do alvo. A cada passo na corrida em
direção ao alvo, se vê o quanto é incapaz de alcançar o prêmio da vida.
Cada pecador quando começa a sua vida na igreja, passa
a viver julgando-se melhor que os outros. Abandona o mundo e os seus
vícios. Mas, na medida em que se confronta com as tribulações, com as
tentações, vê que não pode lutar contra o pecado. Todo
cristão ao ser cristão é atacado com maior violência do que antes de ser
cristão, e sendo atacado com tanta violência, acaba concluindo que a igreja
está lhe fazendo mal, pois se vê pior que era antes. Mas, a verdade é que como
cristão, agora sabe que tudo o que fazia e faz é pecado, por isso se sente pior.
O cristão nunca faz tudo o que deveria.
Pecar por fraqueza ou precipitação não impede que a pessoa seja cristã e nem
deixará de ser cristão por causa disso. Não existe ser humano perfeito, “Todos nós sempre cometemos erros. Quem não comete
nenhum erro no que diz é uma pessoa madura, capaz de controlar todo o seu corpo”
(Tg 3.2). Todo ser humano é pecador, peca por
pensamentos, desejos, gestos, palavras e ações. Todo ser humano é fraco e pobre
pecador. Não consegue banir o pecado do coração, mesmo que se busque e queira
se ver livre do pecado. Não importa os jejuns, os dízimos, as atividades
realizadas na igreja, etc.
Disse o profeta
Isaías: “Todos nós nos
tornamos impuros, todas as nossas boas ações são como trapos sujos. Somos como
folhas secas; e os nossos pecados, como uma ventania, nos carregam para longe”
(Is 64.6).
Ao dizer “nossas boas ações
são como trapos sujos...” o profeta Isaías anuncia que não importam
quais são e serão as ações, elas, jamais nos purificarão diante de Deus. A
verdade é que Deus nos envolve com o manto da justiça de seu Filho Jesus
Cristo.
O fato é que
somos pecadores, de natureza pecaminosa, e como tal conclui-se junto com Jó: “O ser humano, que é impuro, nunca produz nada que seja
impuro” (Jó 14.4).
Que situação!
“Todos nós nos tornamos impuros, todas as nossas boas
ações são como trapos sujos. Somos como folhas secas; e os nossos pecados, como
uma ventania, nos carregam para longe” (Is 64.6). Acalme-se!
Jesus ensinou cada cristão a orar da seguinte maneira: “Perdoa-nos as nossas dívidas”.
Não se pode
negar que somos pecadores, mas isso não quer dizer que podemos cometer pecados
intencionalmente na justificativa de que, “bem,
eu sou pecador”. Lembre-se, um pecado intencional pode afastar o
Espírito Santo da pessoa. Um cristão sabe o que é perigoso e por isso cuida,
pois sabe e reconhece sua fraqueza.
Cada cristão ao
pecar sente-se prontamente levado a procurar o Pai no céu, confessar seus
pecados e pedir perdão. Todo cristão ao confessar seu pecado verdadeiramente
arrependido sente-se perdoado em Cristo.
Ah milhares de
cristãos sofrendo. Sofrem por que estão cheios de angústia e desespero e
lutam consigo mesmos e clamam: “Oh, maldita pessoa que sou!” Lembre-se!
Ser cristão não é ter pensamentos agradáveis a todo o momento, ser cristão é
ter certeza de que apesar desses sentimentos amargos, é aceito por Deus e que
na hora da morte, será recebido no céu.
Convivo com
pessoas que querem dar um show de santidade. Evitam certos tipos de
conversa, erguem os olhos piamente para os céus, recitam as Escrituras
constantemente, lê a Bíblia nas horas de lazer. Tudo para impressionar as
pessoas, assim como me impressionam. Tudo bem, eu sei que os mesmos são
cristãos, mas não quer dizer que eu que não faço isso não seja um cristão.
A vida cristã é
uma constante luta entre carne e espírito. O Espírito Santo atua através
dos frutos da fé, mas a carne também está presente na vida do cristão. O diabo
nunca descansa, por meio de tribulações e tentações leva o cristão a escorregar
e afastar-se do único remédio que o cura, Pregação, Batismo e Santa Ceia.
Mesmo que tenha
aprendido a lição de que não são nossas ações que nos purificam diante de Deus,
é preciso admoestar a todos, a nos guardar da negligência e da preguiça. A
carne pecaminosa é preguiçosa as coisas do Espírito. Por esse motivo, Deus, a
cada culto, estudo bíblico, escola bíblica, e reuniões de departamentos vêm ao
nosso encontro para nos encorajar e animar ao seu serviço. Somente o
Espírito Santo pela fé nos leva a ação. Sem Deus não somos nada! Sem o manto
da justiça que é Jesus Cristo estamos perdidos. Pois, “Todos nós nos tornamos impuros, todas as nossas boas
ações são como trapos sujos. Somos como folhas secas; e os nossos pecados, como
uma ventania, nos carregam para longe” (Is 64.6). Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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