17º Domingo após Pentecostes
– 05/10/14
Sl
80.7-19; Is 5.1-7; Fp 3.4-14; Mt 21.33-46
Tema: Perseguição de fora e de dentro
O
texto de Provérbios 22.6 recomenda: “Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não
se desviará dele”.
Na
carta de Paulo aos Filipenses, em especial 3. 4 – 14, podemos ver no que a
educação religiosa inadequada pode acarretar. A educação religiosa de Paulo foi
zelosa a ponto de leva-lo a cometer assassinatos, prender pessoas inocentes e
aterrorizar a vida de muitos.
Quando
acontece alguma tragédia ouvimos o comentário: “o que falta é uma religião!” Será realmente a falta de uma religião?
Sem
querer desestimular ninguém, mas é necessário que pensemos de fato se é
simplesmente a falta de uma religião que leva pessoas a cometerem atrocidades.
O maior exemplo foi Saulo. Um jovem educado religiosamente, mas, como ele mesmo
disse: “...era tão
fanático, que persegui a Igreja....” (Fp 3.6).
Podemos
dar graças a Deus por vivermos num país livre civilmente na questão religiosa. Infelizmente
muitas pessoas, milhares, sofrem pela perseguição religiosa. Segundo dados do
Instituto Internacional de liberdade Religiosa (International Institute of
Religious Freedom – RIFI) que conta com atuação de profissionais de diferentes
países, a perguição religiosa seja por pressão ou até mesmo pela violência está
intensificada em 50 países. Cerca de cem milhões (100) de cristãos são
perseguidos. Cem (100) indivíduos perdem sua vida a cada mês em razão de sua fé
em Jesus Cristo.
A
maior fonte de perseguição em 2013 foi o extremismo islâmico. Os fanáticos
acabam distorcendo a religiosidade e por excessivo zelo acabam maculando a
imagem religiosa. Dos 50 países listados abaixo, 36 são perseguidos pelos
fanáticos islâmicos, principalmente na África. Em 2014 essa perseguição
continua aumentando, principalmente na África.
A
lista dos 50 países são: 1. Coreia do Norte; 2. Somália; 3. Síria; 4. Iraque; 5. Afeganistão; 6. Arábia Saudita; 7. Maldivas; 8. Paquistão; 9. Irã; 10. Iêmen; 11. Sudão; 12. Eritreia; 13. Líbia; 14. Nigéria; 15. Uzbequistão; 16. República
Centro-Africana; 17. Etiópia; 18. Vietnã; 19. Catar; 20. Turcomenistão; 21. Laos; 22. Egito; 23. Mianmar; 24. Brunei; 25. Colômbia; 26. Jordânia; 27. Omã; 28. Índia; 29. Sri Lanka; 30. Tunísia; 31. Butão; 32. Argélia; 33. Mali; 34. Territórios Palestinos; 35. Emirados Árabes Unidos; 36. Mauritânia; 37. China; 38. Kuwait; 39. Cazaquistão; 40. Malásia; 41. Bahrein; 42. Comores; 43. Quênia; 44. Marrocos; 45. Tajiquistão; 46. Djibuti; 47. Indonésia; 48. Bangladesh; 49. Tanzânia; 50. Níger. (os países destacados em cor azul fazem parte da lista de
visitantes do blog http://sermoescristoparatodos.blogspot.com Oro a Deus para que sua Palavra anunciada pelo Blog tenha feito uma
grande diferença na vida desses e de tantos outros cristãos. Só em ter recebido
a visita de um desses cristãos perseguidos já valeu a pena toda a dedicação a
esse trabalho).
Entre
esses 50 países, os 10 países mais hostis aos cristãos por causa de sérios
problemas em seus governos são: Somália, Síria, Iraque, Afeganistão, Paquistão,
Iêmen, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Maldivas e Irã.
Ser
cristão em qualquer um desses países é prova de resistência. Os cristãos são
atualmente o grupo religioso mais perseguido do mundo.
Diante
das tragédias não basta dizer que o que está faltando à determinada pessoa é
religiosidade. Infelizmente, há um exacerbado fanatismo, assim como houve com
Saulo transformado por Deus em Paulo.
Sabemos da perseguição fora da igreja, mas será que dentro da própria igreja há
perseguição? Dias atrás li que se os cristãos parassem de se
atacar mutuamente, o cristianismo seria mais bem visto e compreendido. Na
verdade, apontar possíveis erros de outras
denominações cristãs e não cristãs não pode ser
caracterizado perseguição. Afinal, se assim fosse, Saulo teria deixado de perseguir
os cristãos e teria passado a perseguir como Paulo o judaísmo.
Apontar os erros faz parte do amor
cristão. No entanto, não posso me tornar um fanático e anunciar que quem não
faz parte da minha denominação religiosa está destinado ao inferno. Precisamos ter e manter o equilíbrio.
A maior perseguição que o cristianismo sofre
internamente é quando se deixa de reconhecer salvo em Cristo e passa-se a
buscar a salvação através de ações, omissões, flagelação, sacrifícios, etc.
O
apóstolo Paulo ensina que a salvação é por graça e sem nenhum merecimento
humano: “Portanto, a
promessa de Deus depende da fé, a fim de que a promessa seja garantida como
presente de Deus a todos os descendentes de Abraão. Ela não é somente para os
que obedecem à lei, mas também para os que crêem em Deus como Abraão creu, pois
ele é pai espiritual de todos nós” (Rm 4.16). A salvação se dá através da fé, não em função das boas qualidades
que acompanham a fé. Foi Jesus Cristo
quem redimiu o mundo, fez e sofreu tudo aquilo que as pessoas precisavam fazer
e sofrer. Jesus realizou e sofreu por nós.
Não
fazemos nada, absolutamente nada para nossa salvação. Cristo já fez e realizou
tudo por nós. Paulo anuncia aos Filipenses: “...considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito
mais valor, isto é, conhecer completamente Jesus Cristo, o meu Senhor. Eu
joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo e estar
unido com ele. Eu já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha
obediência à lei. Pois agora é por meio da minha fé em Cristo que eu sou
aceito; essa aceitação vem de Deus e se baseia na fé” (Fp 3.8-9). Somos justos diante de Deus por causa da justiça de Jesus
Cristo.
Educar
a criança no caminho em que deve andar é evitar o fanatismo religioso. É evitar os supostos meios de se alcançar aquilo
que por Jesus Cristo já foi alcançado e nos é dado gratuitamente.
Permaneçamos
firmes na fé, pois, a perseguição acontece dentro da congregação quando a mesma começa a colocar como requisito de salvação obras e
sacrifícios. Mesmo na igreja cristã não somos ainda perfeitos, continuamos
nossa corrida, e será assim até a linha de chegada. Para que essa corrida não
seja em vão, “conservemos nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a
nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa” (Hb 12.2).
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com