segunda-feira, 11 de março de 2024

Em Jesus - uma nova aliança!

 17 de março de 2024

Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45

Texto: Jeremias 31.31-34

Tema: Em Jesus -  uma nova aliança!

 

...farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá...” (Jr 31.31)

 

A foto da princesa de Gales, tornou-se notícia no mundo inteiro. Motivo? Apesar da falta de brilho no cabelo, unhas opacas, roupas com tom de usadas dos filhos. O que chamou atenção foi a falta da aliança da princesa na mão esquerda.

É de fato necessário usar aliança?

A aliança destaca compromisso e comprometimento com outra pessoa.

No Antigo Testamento, Deus estabeleceu alguns pactos (alianças) com os homens. E pode se dizer que essas alianças possuem um sinal visível assim como as alianças nas mãos dos casados. Um arco íris lembra a aliança de Deus com Noé. As estrelas marcam a aliança de Deus com Abraão. A referência aos Dez Mandamentos marca a aliança mosaica.

Aliança é um acordo ou pacto. Quando uma mulher olha para outro homem ou outro homem olha para uma mulher e vê uma aliança no seu dedo na mão esquerda, indica que a pessoa já tem um pacto, um acordo com outra pessoa. O pacto, o acordo é de amor, dedicação e respeito até o fim da vida de um deles.

O problema das alianças humanas é que geralmente não são cumpridas. Na aliança entre Deus e os homens, o problema são os seres humanos e não Deus.

O profeta Jeremias proclamou a promessa de Deus: “...farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá...” (Jr 31.31).

No hebraico, pacto é berith e significa concerto. Aliança diz respeito ao concerto entre Deus e o seu povo (Pv 2.17).

A nova aliança - proclamada pelo profeta Jeremias, foi anunciada aproximadamente 650 anos antes de Jesus nascer. E é em Jesus que temos o novo acordo de Deus com seu povo.

O pacto mosaico, a lei que não pode ser cumprida pelo ser humano devido a natureza pecaminosa, mostra a necessidade da nova aliança.

A nova aliança é uma maravilhosa mensagem para quem se acha preso a observância legalista que não consegue cumprir.

É preciso ouvir novamente a profecia: “...farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá...” (Jr 31.31).

A profecia nada mais é do que uma revelação. Não se trata de uma revelação humana como infelizmente muitos buscam. A profecia é uma revelação da vontade de Deus. Ao proclamar: “...farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá...” (Jr 31.31), o profeta Jeremias revela o desejo de Deus em fazer uma nova aliança, ou seja, a disposição de Deus em perdoar. Em Jesus, Deus esquece o pecado do seu povo.

Deus não envia profetas por aí para revelar sonhos, ou outras revelações. Os profetas que Deus envia proclamam apenas a vontade de Deus. E a vontade de Deus é que o pecador se arrependa, e assim receba o perdão e creia que pela nova aliança, Cristo, se está salvo.

A nova aliança proferida por Jeremias é proclamada a cada culto na santa ceia. Na noite em que Jesus instituiu a santa ceia, disse: “Bebam todos vocês porque isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos para perdão dos pecados, o sangue que garante a aliança feita por Deus com seu povo” (Mt 26.28).

No sangue de Jesus está a nova aliança. Por causa do sangue de Jesus, a morte, o último inimigo foi destruído. A obra de Jesus nos dá um novo acordo com Deus.

Nada substitui ou muda essa nova aliança. O pecado não é capaz de alterá-la. A única coisa que impede alguém de ser beneficiada por essa nova aliança é recusar-se a crer na mesma.

A nova aliança é constantemente proclamada para que o pecador se arrependa e receba da mesma o perdão.

Nas alianças entre Deus e os homens havia sinais (arco íris, estrelas, arca da aliança), tal como uma aliança na mão da mulher casada e de um homem casado. Os elementos da santa ceia, pão e vinho, são visíveis, no entanto, a santa ceia é a realidade e concretude da nova aliança. Assim como no pão recebemos o verdadeiro corpo de Cristo, no vinho recebemos o verdadeiro sangue de Cristo para perdão dos nossos pecados.

Todo pecador, em Jesus, têm um novo acordo com Deus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

Discípulo serve!

 17 de março de 2024

Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45

Texto: Marcos 10.35-45

Tema: Discípulo serve!

 

O evangelho de João Marcos narra as reações ante ao anúncio de Jesus de que iria para Jerusalém sofrer, ser crucificado e ressuscitar.

O fato de Jesus seguir na frente não é por destaque. Ir na frente significa que está certo e convencido do que se está fazendo. Todavia, muitos e inclusive os discípulos não compreenderam isso.

Durante a caminhada, Tiago e João sonhavam com honrarias e poder. Esse desejo gerou discórdia e competição entre os discípulos.

Aos seus discípulos, Jesus enumera que ser discípulo envolve servir e não ser servido.

Essa recomendação é muito propícia para a igreja de nossos dias. A maioria da membresia deseja ser servida, todavia, quando surge uma oportunidade para servir, se afugenta.

Aprendemos na Palavra de Deus que toda autoridade procede de Deus. Contudo, a autoridade é realizada no exercício do servir. Servir é: entregar-se em prol de um bem comum para um bem comum.

O Novo Testamento enfatiza com propriedade que servir aos santos é uma prática genuína e recorrente.

Diakoneo, termo que ocorre 37 vezes no Novo Testamento, significa servir.

Servir é ser discípulo daquele que veio para servir.

Queridos irmãos e irmãs na fé. O serviço ou o servir não pode ser atribuição de um pequeno grupo da igreja. Cada pessoa recebeu e recebe de Deus um maravilhoso dom. E esse dom foi lhe dado para servir os demais. O dom individual é muito importante e necessário para o coletivo. Não deixe de fazer uso desse dom, pois a falta do exercício desse dom na coletividade, o corpo todo sofre.

Servir faz parte da natureza de Deus. Jesus de maneira voluntária veio servir. O apostolo Paulo escreveu aos cristãos de Filipos: “...antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo...” (Fp 2.7). Lucas registrou as palavras de Jesus: “Eu entre vós sou como quem serve” (Lc 22.27). Mateus escreveu: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.28).

A igreja é uma composição de discípulos que servem. O corpo precisa da arte de servir!

Alguns pequenos exemplos de servir:

- Jesus “lavou os pés dos discípulos” (Jo 13.5);

- Discípulos “...distribuíram os pães e os peixes que Jesus multiplicou” (Mt 14.19);

- Discípulos “encheram seis potes de água, 80 litros cada pote e Jesus transformou água em vinho” (Jo 2.7);

Jesus realizou milagres. E para a realização dos milagres, houve espaço para servir. Enquanto se serve, Jesus realiza seus milagres.

Para Deus, o servir ocorre também nas pequenas situações. Um exemplo prático: as casquinhas são pintadas e enchidas com amendoim. Tiramos as fotos e divulgamos. Todavia, se muitas pessoas não ajuntassem as casquinhas; as casquinhas não serão feitas, pois faltou o serviço de recolher e guardar as casquinhas de ovos.

Jesus quer discípulos! Ao ordenar: “Ide fazei discípulos de todas as nações...” (Mt 28.19), o ir já é uma espécie de servir. Nesse servir, pelo Batismo e Ensino Jesus vai fazendo discípulos e entre os seus discípulos, o maior é o que serve.

O discípulo é agraciado em ser discípulo. O servir demonstra seu discipulado. O problema é quando durante a caminhada, a exemplo de Tiago e João, alguns querem status, honras, elogios e poder pelo seu servir.

É muito nobre, mas não é cabível que apenas um, ou um pequeno grupo, sirva. É preciso que todos sirvam, pois quanto mais servirem, mais fácil se torna a obra, mas amplo fica o horizonte. Cuidemos com a centralização em torno de uma pessoa. Isso traz sobrecarga, serviços deficientes, obras inacabadas. Centralizar é impedir que outros sirvam. Centralizar é monopolizar e individualizar o que Jesus solicita para todos. Servir é expandir.

Uma alternativa para a descentralização é a delegação. É pedir e deixar com que outros façam. O diácono realiza um serviço pelo servir.

Os diáconos são mordomos do serviço de Deus aos santos. Diáconos servem nos bastidores, servindo e suprindo a necessidade dos irmãos. Há pessoas que servem e outros veem, e há aqueles que servem sem outros verem e a igreja também é beneficiada por seu agir.

Àquele que serve já tem uma recompensa guardada pelo Pai Celestial, quer seja aqui, quer seja na eternidade.

O servir se torna essencial para o andamento do ofício pastoral, evangelístico e profético da igreja. Foi dito no início da expansão do cristianismo: “...Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir as mesas” (At 6.2). Para que o específico da igreja ocorra – pregar, é preciso e é urgente que haja quem sirva. Para servir é preciso disposição e humildade. Muitas vezes, o servir chega ao ponto de ter que carregar o próximo nas costas.

Servir gera um impacto tremendo fora da igreja. Vocês ouvem o bom testemunho pela cidade devido ao vosso servir. Já ouvimos: uma igreja tão pequena e quantas coisas realizam (At 2.42-46; 6.1-7). Quando os discípulos servem, a congregação cai na graça dos homens e se multiplica.

Servir é pensar no outro. Não visa aplausos, elogios ou qualquer outra coisa. Visa tão somente estar sob a sombra de Jesus e seguir seus passos, afinal, seguindo a nossa frente, Jesus sabe o que está fazendo e é certo o que faz.

O único ofício constante e sem fim na igreja é servir. Esse servir ocorre pelo fato da igreja ser composta por pessoas generosas, caridosas, misericordiosas. Isso se deve ao fato da igreja ter como cabeça Jesus Cristo – o diácono que serviu e serve a igreja.

Jesus estava caminhando rumo a cruz e muitas pessoas o seguiam (Mc 8.27 – 10.52). O perigo que se apresentou, se apresenta ainda hoje. O perigo de supor que por seguir Jesus se merece mais do que àqueles que não o seguem. O perigo é querer destaque. Um queria estar à direita e outra a esquerda. A direita é o lugar de mais alta honra e esquerda um pouco inferior. Corre-se o perigo de Tiago e João, ou seja, preocupar-se consigo mesmo. Corre-se o perigo de julgar-se com direito de obter méritos por servir.

Ao invés de honra, Jesus propõe entregarem a vida pelo Reino. E, mesmo tendo dito sim, poucos dias depois, abandonaram Jesus na hora do sofrimento (Mc 14.50).

Ao servir, não queira a honra. Por hora, é necessário sofrimento e cruz.

Não deixe a ideologia secular dominar nossa mentalidade. Não se se contaminem pela ideologia do privilégio e rivalidade. Não deem lugar para ambição pessoal.

Jesus fala que o diácono é o doulos. Essa palavra indica um serviço realizado pelas mulheres e pelos escravos. Ou seja, no Reino de Jesus, o status, o maior, o melhor são aqueles que servem com amor aos demais. Assim como Jesus serviu, ele nos servirá quando voltar (Lc 12.37). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 4 de março de 2024

Grandeza do Brilho de Deus sobre as mulheres!

 Mensagem em homenagem ao dia da mulher

Texto: Provérbios 31.10-31

Tema: Grandeza do Brilho de Deus sobre as mulheres!

 

A formosura é uma ilusão, e a beleza acaba, mas a mulher que teme o Senhor Deus será elogiada. Deem a ela o que merece por tudo o que faz, e que seja elogiada por todos” (Provérbios 31.31)

 

A mulher tem a habilidade de assumir e exercer vários papéis. Por esse motivo é cobrada e comparada.

Cobranças e comparações fazem parte da vida da mulher.

Não bastasse as cobranças e comparações do marido, há também a dos filhos, da sociedade.

Cobranças e comparações trazem frustrações e uma busca desnecessária. Isso gera baixa autoestima e muitas mulheres já nem se reconhecem mais.

A dama de Provérbios 31 é destacada como sendo “respeitada pelos seus filhos que também falam bem dela, e o seu marido a elogia” (Pv 31.28)

Quando foi à última vez em que foi elogiada?

Quem a elogiou?

Qual foi o motivo de ter sido elogiada?

Dama de Provérbios 31: os seus filhos a respeitam e falam bem dela, e o seu marido a elogia. Ele diz: Muitas mulheres são boas esposas, mas você é a melhor de todas”. Que mulher é essa?

Primeiro: Essa dama não se ilude pela beleza, a formosura é uma ilusão, e a beleza acaba, ... (Pv 31.30-31).

Não é pecado cuidar do corpo, se maquiar, se arrumar para sair. O pecado é quando se faz com má intenção. Como se canta por aí: “tô sentindo que não é pra mim...

A Palavra de Deus descreve muitas belas mulheres.

Não é pecado ser bonita, mas a beleza feminina traz muitos problemas. E os homens que o digam.

A Palavra de Deus descreve belas mulheres e que sua beleza causou muitos problemas.

Abigailela era bonita e inteligente, e seu marido mal e grosseiro” (1Sm 25.3)

Por ser bonita de corpo, Bate-Seba chamou atenção de Davi (2Sm 11). Por causa dessa bela mulher, cometeu adultério e assassinato.

Sara era muito bonita (Gn 12) e por isso Abraão mentiu que ela era sua irmã. Tinha medo de ser morto pelos egípcios por causa dela.

Raquel era bonita de rosto e de corpo (Gn 29.17) e Jacó trabalhou por ela 14 anos. O sogro soube o valor da beleza e do que a beleza é capaz.

Tamar, filha de Davi, que por ser bela chegou a ser abusada por seu irmão (2Sm 13)

Abisague (1Rs 1) era tão bela a ponto de ter sido a pivô da briga entre os irmãos Salomão e Adonias.

Não é pecado ser bonita, mas, a beleza não é a característica essencial da Dama de Provérbios 31.

Ao ler Provérbios 31, o motivo dos filhos falarem bem e o marido elogiar a mulher, não é a sua beleza. Aliás, a Dama de Provérbios 31 reconhece que “a formosura é uma ilusão, e a beleza acaba...

A Dama de Provérbios 31, mesmo quando “a formosura e a beleza acabam ...” continua sendo elogiada aos 100kg, quando os cabelos grisalham e quando sua pele enruga.

As mulheres da Bíblia, as heroínas, são destacadas, quer sejam belas ou não, pela característica essencial que possui a Dama de Provérbios 31: temer ao Senhor!

Dorcas: usou seus dons para ajudar pessoas (At 9.36)

Maria: aceitou com disposição ser instrumento de Deus (Lc 1.27)

Hulda: seriedade no estudo e transmissão da Palavra de Deus (2Rs 22.20)

Priscila: abriu sua casa para receber a igreja. Sua hospitalidade ajudou a propagar o evangelho (Rm 16.3-5)

Miriã: louvava a Deus com alegria (Ex 15)

Viúva Pobre: ofertou o que tinha na certeza do cuidado de Deus para o amanhã (Lc 21)

Várias mulheres com uma característica comum: temiam a Deus. A Dama de Provérbios 31 é essa mulher. Uma mulher exaltada pelos filhos e elogiada pelo marido.

As mulheres do século 21 no Ocidente lutam por igualdade e empoderamento; as mulheres do Oriente apenas desejam poder dirigir, abrir uma conta bancária e viajar ao exterior sozinha.

Queridas mulheres – vocês só têm um limite. O limite de Deus. Para vocês não é permitido serem pastoras.

Esse limite não é desprezo. A Palavra narra mulheres ocupando posições estratégicas, de influência e liderança.

A mulher é o complemento da criação de Deus. Tanto é que Adão virou poeta: “Agora sim! Esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos...” (Gn 2.23).

O problema não é a mulher e sua atuação. A questão é o machismo. Onde o suposto macho alfa exige submissão da mulher, mas se esquece que para a mulher ser submissa, cabe ao homem estar disposto a dar a vida por essa mulher (Ef 5.22-25).

Cuidado! A Bíblia não idealiza a mulher. A Bíblia exalta a grandeza da mulher.

Essa grandeza da mulher é descrita em Provérbios 31. Essa grandeza é o brilho de Deus sobre as mulheres!

A Dama de Provérbios 31, o brilho de Deus sobre as mulheres:

1 – Preciosa

2 – Confiável

3 – Abençoadora

4 – Administradora

5 – Visionária

6 – Previdente

7 – Segura

8 – Generosa

9 – Elegante

10 – Educadora

11 – Piedosa

12 - Exemplar

A Bíblia valoriza a mulher!

A humilhação de Jesus Cristo não foi nascer de mulher, mas, poder se livrar do sofrimento e não o fez.

A Dama de Provérbios 31

É esforçada

Sábia

Altruíta

Otimista

Temente a Deus

Quando a bela morena Sunamita perguntou onde encontrar seu amado, a resposta foi: “siga as pegadas do rebanho” (Ct 1.6-7)

Querida mulher, não deixe de seguir as pegadas do rebanho. Continue na comunhão com seu Amado Jesus e seja temente a Ele. Mesmo se seus filhos não falarem bem de você e nem for elogiada pelo seu marido, lembre-se, ao final Jesus dirá: Tomai posse do banquete celestial que vos está preparado.

Edson Ronaldo Tressmann

João 3.16 - Cápsula do evangelho

Quarto Domingo na Quaresma

10 de março de 2024

Salmo 107.1-9; Números 21.4-9; Efésios 2.1-10; João 3.14-21

Texto: João 3.16

Tema: João 3.16 - Cápsula do evangelho

 

Fazemos parte de uma sociedade da capsula. Se vai ao médico para consultar uma dor e, sai da consulta com uma receita onde numa única capsula se ingere várias substâncias químicas que promete curar a suposta doença.

João 3.16 é a capsula do evangelho de Jesus. Essa cápsula do evangelho foi dada para Nicodemos, um homem com dúvidas sobre coisas celestiais. Um fariseu aprisionado na lei que ele mesmo não conseguia cumprir e membro do Sinédrio que o aprisionava e mantinham pessoas presas com o rigor da lei.

William Barclay, em seu livro New Daily Study Bible: The Revelation of John, descreve João 3.16 como o evangelho em miniatura porque, neste único versículo, temos a essência da boa nova de Cristo. Barclay escreve: Aqui, em vinte e seis palavras gregas, está a totalidade do evangelho”.

“Οὕτως γὰρ ἠγάπησεν ὁ Θεὸς τὸν κόσμον, ὥστε τὸν Υἱὸν αὐτοῦ τὸν μονογενῆ ἔδωκεν, ἵνα πᾶς ὁ πιστεύων εἰς αὐτὸν μὴ ἀπόληται ἀλλὰ ἔχῃ ζωὴν αἰώνιον”

J. I. Packer (teólogo protestante canadense) define João 3.16 destacando que “o amor de Deus... é um amor que não hesita em fazer sacrifícios por seus beneficiários. Ele dá, dá e dá novamente, até que se possa dizer que Ele deu tudo. Na verdade, Ele deu a si mesmo”.

Jesus se compara com a serpente de bronze pendurada na estaca no deserto. Essa era o remédio para curar os hebreus que eram picados pelas serpentes. Dessa forma Jesus enfatiza que sua crucificação é o remédio para o mundo. Jesus é o salvador por sua obra. E todo aquele que crê nessa obra realizada por Jesus, tem a salvação. Não há salvação em nenhum outro lugar (Rm 5.8; 6.23; Is 53.5; 1Tm 2.5; 1Pe 3.18; Ef 2.8-9; Ap 3.20).

“Οὕτως γὰρ ἠγάπησεν ὁ Θεὸς τὸν κόσμον, ὥστε τὸν Υἱὸν αὐτοῦ τὸν μονογενῆ ἔδωκεν, ἵνα πᾶς ὁ πιστεύων εἰς αὐτὸν μὴ ἀπόληται ἀλλὰ ἔχῃ ζωὴν αἰώνιον”  

Assim porque amou Deus o mundo Filho único deu aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna

Οὕτως

Assim

enfatiza a maneira notável como Deus amou o mundo.

γὰρ

porque

razão ou causa do que foi afirmado anteriormente. Ressalta a causa do amor de Deus pela humanidade.

ἠγάπησεν

amou

o amor de Deus, um amor sacrificial e incondicional.

Θεὸς

Deus

a fonte de todo amor e bondade.

τὸν κόσμον

o mundo

aponta o alcance universal do amor de Deus.

Υἱὸν

Filho

ressalta a divindade e a missão redentora.

μονογενῆ

único

singularidade de Jesus.

ἔδωκεν

deu

Indica o sacrifício supremo de Deus ao enviar Jesus e pendurá-lo numa estaca.

πιστεύων

aquele que crê

Fé é o recipiente para receber a salvação. E como escreveu Paulo (Ef 2), essa fé é um presente de Deus.

μὴ ἀπόληται

não pereça

Contraste da situação.

ἀλλὰ

mas

contraposição de situações diante da oferta de Deus.

ζωὴν αἰώνιον

tenha a vida eterna

a promessa de vida eterna para os que creem na obra de Jesus.

Assim como para produzir cada capsula para cada doença, cada palavra foi devidamente escolhida para a capsula do evangelho.

Só não é salvo quem não quer. Deus continua oferecendo sua redenção em Jesus e o faz isso pelo presente da fé. Fé que Deus dá por sua Palavra, quer seja no Batismo, quer seja na pregação. A capsula do evangelho foi dada por Jesus Cristo e é para você.

Em João 3.16 temos a natureza amorosa de Deus (ἠγάπησεν). Deus deseja redimir e salvar a humanidade.

Jesus e sua obra são únicas e só por Jesus Cristo temos a salvação (μονογενῆ).

João 3.16 é a mensagem clara e pura sobre a salvação.

João 3.16 é a promessa de vida após a morte (ζωὴν αἰώνιον).

João 3.16 muda a minha perspectiva de vida. Sou amado e tenho vida, mesmo diante da possibilidade da morte aqui nesse mundo.

Enquanto muitos dizem que não valho nada, por boca de Jesus aprendo que sou amado e que ninguém me ama mais do que Jesus Cristo.

As palavras de Jesus, a cápsula do evangelho é nossa esperança para bem viver aqui e agora, certos da eternidade em Jesus.

João 3.16 enfatiza o plano e o objetivo de Deus: salvar; a origem da salvação: o amor de Deus; o resultado da obra de Jesus e da igreja: vida eterna ao que crê. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Viva a liberdade! (Ex 20)

 

Salmo 19; Êxodo 20.1-17; 1Coríntios 1.18-31; João 2.13-22

Texto: Êxodo 20.1-17

Tema: Viva a liberdade!

 

A Bíblia é a Palavra de Deus, todavia, a única parte da Bíblia que foi escrita por Deus, aliás, pelo seu dedo (Ex 31.18; 24.12; 32.12; 34.1; Dt 9.10) foram os Dez Mandamentos.

200 palavras escritas diretamente por Deus para nos instruir. Palavras pelas quais Deus aborda aspectos essenciais da existência humana.

Certo escriba questionou Jesus sobre o mandamento mais importante, o maior dos mandamentos (Mt 22.36). Bem, vocês já ouviram a leitura dos dez mandamentos e faço a vocês a pergunta que foi feita à Jesus: qual dos dez mandamentos é o maior?

Jesus, respondeu que os dez são os maiores. Não há entre eles, um que seja maior. Todos são necessários e importantes. Jesus respondeu: “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento ... Ame o seu próximo como você ama a si mesmo” (Mt 22.37,39).

Os mandamentos abordam a minha vida com Deus e minha vida com meu próximo. Os mandamentos indicam o caminho a ser seguido. E o caminho a ser seguido é um caminho de relacionamento. O relacionamento com Deus e com o próximo.

Sempre ao ler os Dez Mandamentos, chama a minha atenção as palavras: “Eu sou o Senhor, seu Deus, que o tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Ex 20.2).

Deus ao dar seus mandamentos primeiramente destaca que é o libertador. E tendo libertado, deseja que seu povo viva de uma forma livre. Nesse sentido, as palavras do apostolo Paulo aos cristãos da Galácia muitos nos auxiliam a compreender também as palavras escritas pelo próprio Deus: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Por isso, permaneçam firmes e não se submetam, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).

Por suas palavras, escritas por seu dedo, Deus assim como nos informa Jesus, ensina que a verdadeira liberdade está numa vida com Deus e numa vida com o próximo.

Viva a liberdade!

Não viva preso a idolatria (Ex 20.4-6).

A idolatria tem aprisionado pessoas. Quantas são as obrigações da idolatria? Uso essa ou aquela roupa de acordo com meu signo?

A idolatria é uma cadeia sem grades.

A idolatria se revela por muitos rostos e Deus, como escreveu Paulo aos Colossenses se revela no rosto de Jesus Cristo (Cl 1.5; 2.19).

Viva a liberdade!

A idolatria oferece acesso irrestrito para que eu fale com as mais variadas divindades dependendo da situação na qual me encontro. E Deus, oferece-me a oportunidade de orar para ele. Deixar de orar para Deus e recorrer a outros deuses é tomar o nome de Deus em vão. Adorar outros deuses em lugar de Deus é tomar o nome de Deus em vão (Ex 20.7).

Enquanto a idolatria oferece muitas vozes e, uma voz para cada situação, Deus me liberta, permitindo a mim ouvir apenas a sua voz (Ex 20.8-11).

Todavia querido irmão e irmã na fé, quero recordar um fato muito simples. Um exemplo: - chega em sua casa um completo estranho. Essa pessoa diz que determinada pessoa da sua família está te esperando em determinado lugar. Você irá para esse encontro? Todavia, chega em sua casa alguém conhecido e diz que determinada pessoa está te esperando em determinado lugar. Você irá nesse encontro?

Só damos crédito e razão para uma voz conhecida. Só ouço quem eu conheço.

Uma vez por semana, Deus quer e deseja falar comigo. E por sua Palavra Deus fala. Se porventura, deixo de ouvir essa voz, outras vozes podem passar a falar comigo e se tornarão meus conselheiros. Só ouço quem eu conheço.

Viva a liberdade!

Os mandamentos abordam a verdadeira liberdade que se dá numa vida com Deus e numa vida com meu próximo.

E a vida com meu próximo se inicia numa vida em família. A família é tão importante, que Deus deixou um mandamento para isso (Ex 20.12; Ef 6.2).

A base para o sucesso e para uma vida longa está na promessa de Deus em relação a sua convivência com seu pai e sua mãe.

A vida é algo extremamente sagrada (Ex 20.13). E tão sagrada que ela pertence a Deus. Deus a dá e Deus a tira (Jó 1.21).

Quantas vidas são perdidas por não se valorizar a vida.

Viva a liberdade!

Deus quer a sua felicidade, por isso, dá a cada um a bênção do casamento. O sexo é uma bênção dentro do casamento.

Outra grande bênção são as bênçãos materiais e Deus nos prestigia com a bênção do direito à propriedade particular. O que é seu é seu! O que é meu é meu!

Além da bênção do sexo, da propriedade particular, recebemos de Deus a bênção de um bom nome. E não nos convém acabar com o bom nome de alguém por uma fofoca, ou comentário sem necessidade.

Dentro da minha liberdade, Deus concede a bênção de valorizar a bênção da liberdade do outro. Minha liberdade termina onde se inicia a liberdade do outro. Como filho, tenho liberdade de brincar com meus pais, mas, não tenho liberdade de faltar com respeito ao meu pai e a minha mãe. Tenho liberdade de possuir bens materiais, mas, sem querer prejudicar o outro.

Nesse sentido, Deus nos indica a liberdade para guardar nosso coração. A cobiça, assunto presente em dois mandamentos, visa nos alertar sobre o perigo da inveja, de querer ter bênçãos que Deus no seu amor reservou conceder a outro.

Os mandamentos abordam a minha vida com Deus e minha vida com meu próximo. Os mandamentos indicam o caminho a ser seguido. E o caminho a ser seguido é um caminho com Deus e com o próximo. Não deixe de seguir esse caminho, o caminho indicado por Deus.

Para o meu melhor viver, Deus libertou-me em Jesus. Amém!

 

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

A vida de um seguidor de Jesus Cristo!

 Segundo Domingo na Quaresma

25 de fevereiro de 2024

Salmo 22.23-31; Gênesis 17.1-7,15-16; Romanos 5.1-11; Marcos 8.27-38

Texto da prédica: Marcos 8.34

Tema: A vida de um seguidor de Jesus Cristo!

 

Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34).

 

Se alguém quer me seguir - a frase grega enfatiza que seguir Jesus não era apenas um consentimento da vontade e sim pleno propósito de coração. Seguir Jesus é uma resolução determinada.

Seguir a Cristo é um convite, não uma obrigatoriedade.

Por essa razão, Jesus passa a enumerar as implicações desse seguir.

Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34).

Seguir Jesus é esquecer seus próprios interesses.

Muitas pessoas da multidão para a qual Jesus falava, estavam seguindo Cristo por algum interesse, quer seja numa cura, num milagre ou algum benefício.

Muitas vezes, seguir a Jesus Cristo, não traz o que se espera para o seguidor. Alguns ao iniciar o seguimento a Jesus, o fazem na expectativa de algum retorno, quer na saúde ou até mesmo financeiro.

Seguir a Cristo á fazer parte de um novo projeto de vida. Não é um projeto pessoal. Não é o que eu quero.

Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á” (Mc 8.35).

Seguir Jesus não é um seguimento por interesse pessoal, afinal, mesmo sendo seguidor, surge a doença, as desavenças, as dificuldades e se o seguir deve-se a um interesse pessoal, será como perder a vida. E algo que se iniciou com alegria e empolgação, torna-se frustrante.

Não se pode ter uma noção equivocada sobre a natureza do Reino de Deus.

No Reino de Deus, diferentemente desse mundo, não há pragmatismo ou imediatismo.

Seguir Jesus é aderir a causa de Jesus e do evangelho. Cada cristão, bem como toda a igreja, está voltado para o outro. O beneficiário é o outro.

Essas palavras de Jesus não compõe um sermão trágico. O ensino de Jesus Cristo é:

                    - Libertar-se de si mesmo e do seu ego;

                    - A vida passa a ter um novo sentido, a causa do evangelho;

                    - A prioridade é salvar o outro;

                    - A vida não é mais minha e eu posso fazer o que quiser;

                    - Nessa vida, estou cercado por sofrimentos;

O carregar a cruz é seguir no caminho da execução. A crucificação não visava apenas tirar a vida. Aquele que carregava uma cruz para nela ser crucificado estava exposto as muitas situações desonrosas. Judeus e Romanos tinham a morte na cruz, o carregar a cruz, como algo de extrema vergonha (Hb 6.6; 11.26; 12.2; 13.12; 13.13).

Carregar a cruz era caminhar para a morte e enquanto isso, ser era chutado, cuspido, amaldiçoado. Carregar a cruz era estar isolado e ver as pessoas balançarem a cabeça ao ver o carregador da cruz.

Carregar a cruz e negar-se a si mesmo era aceitar o desprezo da sociedade.

Dessa forma, ao dizer: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34), Jesus enumerava o quão custoso era segui-lo.

Davi escreveu: “O teu amor é melhor do que a própria vida, e por isso eu te louvarei” (Sl 63.3).

A vida não se resume apenas ao aqui e agora. Não é pecado trabalhar, buscar uma vida melhor. Todavia, Jesus salienta que nada é mais importante e tão valioso, a ponto de querer viver apenas aqui e agora.

Fora de Jesus não há vida!

O discípulo de Jesus não está isento de perseguição, sofrimento, tribulação. E o perigo, é justamente, envergonhar-se de seguir a Cristo a quem o discípulo passou a seguir julgando-o como um milagreiro.

A palavra envergonhar (aparneomai) significa negar. A mesma transmite a ideia de um discípulo que se desliga legalmente de Jesus Cristo diante de um tribunal.

Aos seus discípulos que por seguirem Jesus passam por situações adversas, são zombados e ridicularizados, mais uma vez ouvem a proclamação: “...quando vier na glória do seu Pai com os santos anjos” (Mc 8.38). O Jesus vencedor virá publicamente.

Não pense que só por ser ridicularizado, perseguido, que tudo está equivocado. Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34). Amém

Edson Ronaldo Tressmann

Em Jesus - uma nova aliança!

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