terça-feira, 29 de julho de 2014

Um convite louco, fantástico, futurístico, impactante e de graça

AGOSTO 2014
8º Domingo após Pentecostes – 03 de agosto de 2014
Sl 136. 1 – 9; Is 55. 1 – 5; Rm 9. 1 – 5; Mt 14. 13 - 21
Tema: Um convite louco, fantástico, futurístico, impactante e de graça.
 

Eis que tenho um convite para vocês! Esse convite é muito louco, fantástico, futurístico, impactante e acreditem, de graça.


Ilustração: Quem está com sede eu sugiro que se levante e vá tomar água. Afinal, irei lhes apresentar esse convite muito louco, fantástico, futurístico, impactante e grátis, e não quero que outra água os impeça de saberem qual é esse convite. Enquanto as pessoas matam a sua sede, cantemos um hino.
 
De volta ao púlpito
 
         Eis o convite:
...os que tendes sede, vinde as águas;...” (Is 55.1)
          Sei que muitos não entendem o fato dessas palavras serem valiosas, na verdade mais parece loucura mesmo. Parece não haver nada de fantástico, futurístico e impactante nesse singelo convite.
         Bem, vamos ao estudo do texto e ao final, podemos responder se o simples convite: “...os que tendes sede, vinde as águas;...” (Is 55.1) é valoroso, fantástico, louco, futurístico e impactante.
         O capitulo 54 é de conforto e fé, não por causa do convite ao cântico a Deus por parte dos que sofrem, mas, porque Deus lhes promete uma bênção sem medida e sua proteção.
         Esse convite à confiança prepara o povo de Deus para o convite muito louco, fantástico, futurístico, impactante e de graça, “...os que tendes sede, vinde as águas;...” (Is 55.1).
         É comum o ser humano sentir sede. Afinal, entre 60% a 70% do corpo humano é líquido. Nossas células, músculos, órgãos e ossos vivem submersos em água. Para manter o corpo hidratado, um mecanismo nervoso situado no cérebro nos faz sentir sede. A ingestão de água é uma necessidade natural do organismo, que sem ela tende à falência geral. A perda de água, seja pela respiração, pelas fezes, pela transpiração e através da urina, sem reposição, pode ser fatal dentro de dois a três dias. Sem reposição, o cérebro, que é 74% líquido, seca e provoca dor de cabeça, moleza e confusão mental. O sangue, que contém 83% de água, fica mais denso na falta de água, elevando a pressão. A dica é tomar bastante água.
         Sentir sede é normal. Está com sede? ...os que tendes sede, vinde as águas;...” (Is 55.1).
         Para funcionarem bem, os cerca de um trilhão de células de nosso corpo precisam ser hidratados diariamente. A água é o veículo que transporta as vitaminas, os minerais, a glicose e a proteína até as células. A água permite a maior parte das reações químicas necessárias à manutenção da vida.
         A sede é algo comum a todos. Conseguimos entender o desejo das pessoas que estão com sede. Mas, o que oferecer aos que têm sede espiritual?
         Eis que tenho um convite para vocês! Esse convite é muito louco, fantástico, futurístico, impactante e acreditem, de graça. É um convite para todos os que estão com sede, não de água natural, mas de água espiritual.
         Quando o profeta Isaías convida os que estão com sede, está convidando àqueles que sentem falta de um ingrediente vital na sua vida. Essa falta de algo vital, que dá sentido à vida é a que se refere o profeta ao convidar os que estão com sede.
         Diante da sede, ou da busca por algo que lhes dê sentido a vida, milhares estão indo saciar sua sede nas mais variadas fontes. Há milhares de pessoas buscando o ingrediente vital para suas vidas nos bens materiais, no prestigio pessoal e social, no álcool, nos prazeres carnais, etc.
         O povo a quem o profeta Isaias envia o convite: “...os que tendes sede, vinde as águas;...” (Is 55.1) está com sede por ter perdido a esperança devido ao cativeiro que estavam enfrentando.
         O cativeiro babilônico, os pecados, a infidelidade e idolatria do povo, os faziam sentir com sede e sem uma fonte segura onde beber água pura. Para essa fonte de água pura o profeta foi enviado para conduzir o povo.
         Eu os guiarei e os levarei até as fontes de água” (Is 49.10; Ap 7.17). Essa promessa e convite a beber água na fonte eram necessários para um povo assediado pela idolatria, pela insegurança do cenário político, pela incerteza quanto ao futuro. Essa promessa e convite são para mim pecador, desesperado por causa dos meus pecados. Desesperado pela insegurança que estou vivendo.
         Escute novamente o convite, um convite muito louco, fantástico, futurístico, impactante e acreditem, de graça: “...os que tendes sede, vinde as águas;...” (Is 55.1).
         Venha beber água! Não H2O. O H2O mata apenas a sede física. O H2O é importante e necessário, sem ela morremos dentro de 4 dias. Mas, a água a qual somos convidados a beber é água pura, a “graça divina”.
         O que é graça divina? É o favor imerecido que Deus nos concede em Cristo Jesus. Por sua misericórdia e compaixão, Deus veio e vem ao nosso encontro para saciar a nossa terrível sede.
    A fé é o recipiente (o copo) pelo qual recebemos e nos apropriamos dessa graça divina e saciamos a nossa sede espiritual.
       O convite continua sendo oferecido a todo pecador: “...os que tendes sede, vinde as águas;...” (Is 55.1). A fonte de água viva é Jesus, nosso Senhor e Salvador.
         Ser convidado a vir a Cristo não é apenas por uma ocasião, por um momento de dificuldade ou aperto. Sem água não hidratamos nosso corpo e morremos em poucos dias. Sem a água, que é Jesus Cristo, morremos eternamente. Venha a Cristo, vem agora, sim, ó vem pecador! Não se pode ir à fonte apenas quando na urgência: cura ou bens materiais.
         O texto do evangelista Mateus (Mt 14. 13 – 21) fala sobre um problema espiritual. As pessoas foram até Jesus apenas pelo alimento físico. Ainda não haviam compreendido que Jesus “é o pão da vida; o que vem até ele jamais terá fome; e o que crê nele jamais terá sede” (Jo 6.35).
         O profeta Isaias faz o convite “...os que tendes sede, vinde as águas;...” (Is 55.1) a pessoas que estavam gastando dinheiro e energia com aquilo que não mata a sede, nem a fome e nem sequer satisfazia a alma. O convite foi dirigido a pessoas presas a essa vida e a esse mundo. Se estivermos vivendo da mesma maneira, ouça com atenção: nunca conseguiremos saciar a nossa sede nem a nossa fome.
         Receba o convite, um convite muito louco, fantástico, futurístico, impactante e acreditem, de graça: ...os que tendes sede, vinde as águas;...” (Is 55.1). Como convidou o próprio Jesus: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7.37).
         Deus nos dá e oferece a si mesmo em seu Filho Jesus para que a minha sede seja saciada hoje, sempre e eternamente. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Herdeiros de um tesouro: alegrai-vos!

7º Domingo após Pentecostes – 27/07/ 2014
Sl 125; Dt 7. 6 – 9; Rm 8. 28 – 39; Mt 13. 44 – 52
Herdeiros de um tesouro: alegrai-vos!
 
Ilustração: Espalhe pérolas de bijuteria na frente do templo. Na calçada de entrada do templo. Na rua. Uma esquina antes.
         Ao iniciar o sermão pergunte:
         Alguém encontrou algo parecido com isso? (mostrar a pérola) 
         Quem avistou essa pérola, pegou e guardou, ou ignorou a pérola?
         Se eu dissesse que essa pérola é de grande valor? Com certeza haveria uma grande corrida atrás delas nesse momento. Ficaria aqui sozinho, falando para as paredes.
         Na parábola do tesouro escondido e da pérola, Jesus mostra a reação diante do achado de algo de grande valor. Qual é a reação apresentada pela parábola? transbordante de alegria(v. 44).
         Como reagimos quando encontramos algo de grande valor?
        Na época em que Jesus contou essa parábola era comum uma pessoa encontrar pérolas enterradas. Eram tempos de revoluções. O governo mudava constantemente. O banditismo era assustador. Ninguém estava verdadeiramente seguro de seus bens. Isto obrigava as pessoas a dividirem seus bens em três partes. Uma parte era usada no dia-a-dia. Uma segunda parte era investida em pérolas preciosas, que, em caso de fuga, poderiam facilmente ser levadas. A terceira parte dos bens era enterrada em algum lugar no campo do proprietário.
         Jesus faz uso desse acontecimento e diz que alguém encontrou num campo um tesouro de valor inestimável. Ele “transbordante de alegria” não perdeu tempo em investir todos seus bens para aquisição desse terreno.
         O versículo 44 do capítulo 13 de Mateus mostra que àquele homem não estava à procura de um tesouro, ele o encontrou por acaso. A segunda parábola, da pérola (Mt 13. 45 – 46) observamos que o negociador estava à procura de boas pérolas para poder negociar com qualidade, mas, acabou encontrando uma pérola de grande valor, a ponto de vender tudo o que tinha para possuir a mesma.
         As parábolas do tesouro escondido e da pérola mostram dois tipos de pessoas. Uma que sem querer encontra um tesouro de valor inestimável, e outra que está em busca de algo, mas, surpreendentemente encontra algo de inestimável valor.
         Esses dois tipos de pessoas continuam vivendo entre nós. São pessoas que vivem suas vidas rotineiramente, trabalham, se divertem, estudam, etc. Toda a atenção está voltada para as coisas desse mundo. Toda ocupação e esforço visam um melhor salário, um cargo maior na empresa, etc. De repente, essa pessoa se depara com a boa semente semeada pelo semeador, e isso a faz ver o que de fato têm grande valor em sua vida. Jesus Cristo passa a ser o seu maior tesouro.
               Além desse, há também pessoas que estão à procura de algo. Buscam satisfação e prazer nas riquezas. De repente, a semente lançada pelo semeador lhe abre os olhos para o que de fato é valioso: a vida no Reino de Deus. Jesus Cristo passa a ser o maior tesouro da sua vida.
              As duas parábolas (Mt 13. 44 – 46) contadas por Jesus, ensinam que não é a pessoa que busca a Deus ou se esforça para encontrá-lo. Deus é quem nos encontra através do Evangelho que é a boa semente semeada entre nós. Estar e fazer parte do reino de Deus é o tesouro mais valioso que temos.
         Como reagimos quando encontramos algo de grande valor?
         Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp 4.4).
         Fazer parte e viver no Reino dos céus não é merecimento pessoal nem coletivo, é amor e graça de Deus.
         Através da atuação da Igreja Cristã, aliás, esse atuar, ou seja, agir como enviada de Deus é que faz da nossa congregação uma congregação missionária. E agindo como enviada de Deus nesse mundo, lançamos a semente a todos os tipos de solos.
         Deus continua semeando a boa semente do evangelho, sua Palavra. Continua semeando a semente, nós, os filhos do reino, para testemunhar o amor e a graça de Deus em Jesus para que tantas outras pessoas encontrem o verdadeiro tesouro.
         Jesus pagou um alto preço para que eu e você fizéssemos parte do seu Reino. Paulo diz isso na carta aos cristãos da Ásia Menor: “Vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2. 8 – 9).
         Alguém encontrou algo parecido com isso? (mostrar a pérola)
         Quem avistou essa pérola, pegou e guardou, ou ignorou a pérola?
         Se eu dissesse que essa pérola é de grande valor, qual seria a vossa reação?
         Muitos nem sequer perderam tempo para se abaixar e pegar essa pérola (bijuteria). Ao ver já observaram que a mesma não tem valor.
         Será que entendemos o grande valor que temos entre nós, Palavra e Sacramentos? Ou será que perdemos de vista o valioso tesouro que Deus nos deixou?
         As duas pessoas presentes em nossa parábola mostram a situação de muitas pessoas hoje, ou seja, saber reconhecer aquilo que não tem valor diante do que realmente tem valor.
         Vivemos num mundo pós-moderno que prega que não há mais verdades absolutas. Todos os bons costumes, a boa tradição, a religiosidade, tudo está ultrapassado. Em meio a essa geração, infelizmente, milhares têm desconsiderado o tesouro inestimável que Deus deixou para nós, sua Palavra e Sacramentos, por considerarem os mesmos como algo ultrapassado e sem valor.
         Como reagimos quando encontramos algo de grande valor?
         Que nossa reação seja transbordante de alegria, assim como disse Lutero na explicação do segundo artigo: “Jesus deu a vida por mim para que eu lhe pertença, viva submisso a ele em seu reino e o sirva em eterna justiça e bem aventurança em seu reino”. Amém!
 
Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Vivendo como trigo entre o joio

6º Domingo após Pentecostes - 20/07/2014
Sl 119. 57 – 64; Is 44. 6 – 8; Rm 8. 18 – 27; Mt 13. 24 – 30, 36 – 43
Tema: Vivendo como trigo entre o joio
 
 
         O evangelista Mateus em seu evangelho, capítulo 13, registra três parábolas pronunciadas por Jesus sobre semente. Parábola do semeador; Parábola do Joio; Parábola do grão de mostarda (Mt 13. 1 – 43).
         Conforme a parábola do semeador a semente quando lançada cai em todo tipo de solo, beira do caminho, solo rochoso, entre os espinhos e na boa terra. Não adianta planejar e querer semear apenas em terra boa. Por onde quer que a igreja atua, a semente é semeada.
         Para nossa surpresa, Jesus diz que depois de semear a boa semente, o inimigo da Igreja e dos filhos de Deus, semeia semente ruim para que o trigo seja estragado e danificado.
         Não somos enviados para eliminar o joio, precisamos vigiar para que não sejamos danificados e deixemos de ser trigo.
         Sem desejo de eliminar, combatemos o joio com a boa semente de Deus, ou seja, através do perdão, do amor, do testemunho. Afinal, na parábola do joio, Jesus disse que a boa semente são os filhos de Deus espalhados no vasto campo do mundo.
         Jesus havia explicado a parábola do semeador, mas os discípulos ficaram intrigados com a parábola do joio e pediram que Jesus lhes esclarecesse o sentido da mesma.
         Você compreende a parábola do joio?

— O Reino do Céu é como um homem que semeou sementes boas nas suas terras. Certa noite, quando todos estavam dormindo, veio um inimigo, semeou no meio do trigo uma erva ruim, chamada joio, e depois foi embora. Quando as plantas cresceram, e se formaram as espigas, o joio apareceu. Aí os empregados do dono das terras chegaram e disseram: “Patrão, o senhor semeou sementes boas nas suas terras. De onde será que veio este joio?” — “Foi algum inimigo que fez isso!”, respondeu ele. — E eles perguntaram: “O senhor quer que a gente arranque o joio?” — “Não”, respondeu ele, “porque, quando vocês forem tirar o joio, poderão arrancar também o trigo. Deixem o trigo e o joio crescerem juntos até o tempo da colheita. Então eu direi aos trabalhadores que vão fazer a colheita: ‘Arranquem primeiro o joio e amarrem em feixes para ser queimado. Depois colham o trigo e ponham no meu depósito” (Mt 13. 24 – 30)

         Aprendemos da parábola do joio que entre a boa planta, germinada e crescida da boa semente, o inimigo da Igreja semeou semente ruim. A semente ruim produz joio e prejudica o crescimento e desenvolvimento do trigo.
         De acordo com a parábola do semeador aprendemos que Jesus através da atuação dos seus discípulos, a boa terra, continua semeando a boa semente entre os mais variados tipos de solos. E entre a terra boa, o inimigo semeia semente ruim.
         A boa semente de Deus nesse mundo é a “palavra” e também os “filhos do reino”. Essa boa semente é única, inigualável e excelente. É única em sua procedência, conteúdo e poder. Ela vem do reino, prega o reino, está a serviço do reino e conduz ao reino. Todos os que nascem dessa semente, Palavra, são transformados em boa semente “filhos do reino” e estão espalhados para que o reino cresça.
         O apóstolo Pedro anunciou ao povo de Deus espalhado pelo império romano, Pois vocês, pela viva e eterna palavra de Deus, nasceram de novo como filhos de um Pai que é imortal e não de pais mortais” (1Pe 1. 23). Jesus espalhou e espalha seus servos no campo (mundo) para que a semente continue sendo semeada, “Foi ele quem “deu dons às pessoas”. Ele escolheu alguns para serem apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres da Igreja (Ef 4.11).
         Assim como na parábola do semeador o problema não é a boa semente. O problema é o inimigo do bom agricultor. Quem é o inimigo do bom agricultor Jesus?
         Na Idade Média falava-se demais do diabo, e muitos foram mortos sob a acusação de pactuarem com ele. Se houve extremos no passado a ponto de levar pessoas à morte, vivemos em nossos dias o extremo da ridicularização. Muitos tratam o diabo apenas como uma personificação do mal.
         O diabo é ativo, está sempre pronto para atacar. Quando o dono do campo termina sua semeadura, o inimigo vai atrás e lança sua semente ruim.
         Precisamos cuidar com os momentos oportunos do diabo (Lc 4.13). Ele aproveita as oportunidades da melhor maneira. Na parábola do joio a oportunidade que o inimigo teve foi a noite, e ele aproveitou para semear semente ruim em meio a boa semente.
         Estejamos vigilantes! Nosso inimigo está ativo. Está ativo no indiferentismo doutrinário, no secularismo, na mornidão e na apatia cristã.
         É muito fácil semear joio, afinal, a terra está preparada para o plantio do trigo. O inimigo aproveita a boa terra e a terra preparada para semear semente ruim. O inimigo quer estragar o plantio de trigo.
         O joio só pode ser diferenciado do trigo depois de grande. Ai é que está o perigo. Muitas vezes estamos entre o joio, mas não sabemos, pois ainda é pequeno. O indiferentismo doutrinário começa por pequenas porções. Permite-se um hino equivocado aqui, um ensino contrário acolá, e assim, não importa mais as verdades bíblicas. O joio engana muita gente enquanto é pequeno.        Somos enviados a viver como filhos da luz (trigo) em meio aos filhos das trevas (joio). Falamos a mesma língua, frequentamos os mesmos lugares. Trabalhamos juntos. Aconselhamos uns aos outros nas tribulações. Somos colaboradores seja no trabalho e no lazer. Mas, é preciso lembrar que há um enorme contraste. Os filhos de Deus pertencem a Deus e os filhos do maligno pertencem ao maligno.
         Mesmo que muitos desses filhos do maligno sejam pessoas respeitosas, de alta posição social, influentes, o que vale, e isso, com a graça de Deus nós temos, é o verdadeiro relacionamento com Deus.
         Assim como os servos apresentados por Jesus na parábola, também nos assustamos com o joio que cresce nesse mundo. O joio é motivo real de tristeza, o joio mostra o real estrago do inimigo sob a igreja e os cristãos.
         Semeamos a boa semente todos os dias, seja nos cultos, nos estudos bíblicos, nos departamentos, através do rádio, da internet, mas, infelizmente de maneira absurda o joio cresce e se desenvolve. Não nos conformamos com o joio, nosso desejo é eliminá-lo.
         Mesmo que estejamos entre o joio e ver seu constante crescimento, devemos viver entre o joio ou se afastar do joio?
         A resposta a essa questão está na oração feita por Jesus: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Assim como eu não sou do mundo, eles também não são. Que eles sejam teus por meio da verdade; a tua mensagem é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei” (Jo 17. 15 – 18).
         Muitos estranham o fato de Jesus não querer que se arranque o joio. No entanto, o desejo de Deus para que não se arranque o joio é justamente para que o trigo não seja danificado. A preocupação de Jesus é com o trigo.
         O joio pode facilmente ser encontrado onde há incredulidade com seus mais variados frutos, mas, infelizmente é preciso lembrar que exteriormente muitos parecem ser filhos do reino e não são. Assim sendo, corremos o risco de arrancar trigo em lugar de joio, e deixar joio em lugar de trigo.
         Deus concede ao pecador um prazo determinado para arrepender-se dos seus maus caminhos e busque o salvador Jesus. Não podemos encurtar esse prazo por nossa vontade. É vontade de Deus que cada pecador se arrependa e conheça a verdade sobre Jesus e seja salvo.
         Como sementes de Deus semeadas no campo, testemunhemos o amor e a misericórdia do amor de Deus em Jesus através do amor para com o próximo, uma vida de perdão e de oferta e serviço ao reino de Deus. Amém!
 
 
 
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Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Boa semente

5º Domingos após Pentecostes
13/07/2014
Sl 65. 1 – 13; Is 55. 10 – 13; Rm 8. 12 – 17; Mt 13. 1 – 9, 18 – 23
Boa semente.
 

         A lógica é muito engraçada!
Para uma boa produção é necessário boa semente e boa terra.
Para um corpo saudável é necessário boa semente na alimentação.
        Essa mesma lógica vale para a vida espiritual. Para que haja produção: amor, testemunho, oferta, é necessário boa semente. Para uma vida espiritual saudável é necessário boa semente na alimentação. Essa semente é a Palavra de Deus.
         Temos duas situações, mas em ambas, o material necessário e indispensável é o mesmo: a boa semente.
         O evangelista Mateus em seu evangelho, capítulo 13, registra três parábolas pronunciadas por Jesus sobre a boa semente. A Parábola do semeador; Parábola do Joio; Parábola do grão de mostarda (Mt 13. 1 – 43).
           Refletindo no ensino da parábola do semeador concluímos que o difícil não é a pessoa ser convertida, difícil mesmo é a pessoa permanecer convertida. Essa dificuldade advém dos conflitos, da cruz que o cristão tem de carregar, do suportar as zombarias, aceitar o desprezo e a desonra, da luta contra o diabo, da renúncia ao mundo com sua vaidade, seus tesouros e prazeres. Todas essas dificuldades conduzem muitas pessoas a se desviarem e perderem a fé.
         A conversão, mesmo que não observemos, acontece com muita frequência. Toda vez que a Palavra de Deus é pregada, semeada, muitos exclamam que a mesma tem razão. A pregação, a semeadura, leva muitas pessoas a crerem na Palavra de Deus, mas, infelizmente, mal saem da igreja e já procuram suprimir essas sensações e se deixam convencer de que tudo o que acabaram de ouvir é conversa de um fanático. Assim domingo após domingo entram num pós-conversão muito perigosa.
         Jesus disse que muitos “...ouvem a palavra ... com alegria(Mt 13.20), mas sufocam a semente que está germinando quando surgem as tribulações.
         As tribulações não se referem às aflições causadas pelo diabo, mas sim ao tédio em relação às coisas espirituais, o relaxamento na oração, a negligência no ouvir da Palavra de Deus.
         Não se iludam! Depois de convertido, o cristão deve propor-se, dia-a-dia, progredir espiritualmente, exercitar-se no amor, na perseverança, na bondade e lutar contra o pecado. Afirma-se que após a conversão cooperamos com a graça divina que age em nós. No entanto, é preciso reconhecer que “sem Jesus nada podemos fazer” (Jo 15.5), “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a boa vontade” (Fp 2.13). Deus é quem acendeu no cristão a nova vida. Pela boa semente, a Palavra, cria e quer continuar a fortalecer nossa fé e ajudar em nossa fraqueza diária para que perseveremos até o fim.
         Nosso Deus é quem realiza todo o necessário para nossa salvação. Quem está morto espiritualmente, quem ainda não está convertido, não importa as obras que realiza, os jejuns, as peregrinações, nada lhe dará uma nova vida. A nova vida é obra divina pela sua boa semente, a Palavra de Deus. “Portanto, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo” (Rm 10.17).
         A boa semente do evangelho converte e mantêm o cristão convertido por meio da sua alimentação constante. Para a conversão, alimentação e produção dos frutos, Jesus semeia através de sua agência agrícola: a Igreja.
         Essa agência agrícola, que semeia a boa semente não deve agir seletivamente. Afinal, o semeador Jesus, ensina que a semente é jogada para todos os tipos de solo. Ele não volta para recolher a semente nos solos que possivelmente não irão produzir.
         A igreja não deve semear de acordo com o solo. O solo não impede a semeadura. Deus em seu amor e misericórdia pelos muitos tipos de solo continua lançando sua semente através da sua agência agrícola.
         Entre a boa planta, germinada e crescida da boa semente se encontra semente ruim, semeada pelo inimigo do bom agricultor.
         Jesus através da atuação dos seus discípulos, a boa terra, continua semeando a boa semente entre os mais variados tipos de solos.
versículo 19 – “quem ouve e não entende;

versículo 20 e 21 - “aquele que recebe a Palavra com alegria, mas logo esfria;”

versículo 22 – “o que diante da Palavra de Deus, prefere agarrar-se aos bens materiais. Suas ocupações o impedem de ouvir a Palavra de Deus;”

versículo 23 – “o que ouve e compreende, esse produz muitos frutos.”
         Dos quatro tipos de solo três tem algo em comum: são infrutíferos. Essa infertilidade não se deve a boa semente, mas é uma das características do solo.
         De acordo com Jesus, na parábola do semeador, há um contraste entre aqueles que ouvem e compreendem e os líderes religiosos que ouviam e não entendiam.
         Aos que constantemente se reúnem na casa de Deus e aos líderes das congregações é necessária uma questão: estou ouvindo e compreendendo? Ou, estou apenas cumprindo um ritual religioso vindo à igreja?
         Ao contar a parábola do semeador, Jesus enumera que alguns eventos atrapalhavam que a boa semente produzisse.
         As sementes na beira do caminho são as sementes espalhadas entre aqueles com uma agenda lotada de compromissos e afazeres. As sementes no solo rochoso são aquelas entre os que não suportam a pressão da zombaria e da perseguição. As sementes entre os espinhos são aquelas espalhadas entre os que preferem os cuidados desse mundo, os que estão fascinados pelas riquezas.
         Mesmo que o inimigo da Igreja, o Diabo, de todas as maneiras busque impedir que a Palavra de Deus seja semeada, germine e cresça nos corações (2Co 4.4), jamais conseguirá estragar a vitalidade da boa semente.
Para uma boa produção é necessário boa semente e boa terra.
Para um corpo saudável é necessário boa semente na alimentação.
         Na parábola do semeador, Jesus não quer valorizar somente a boa terra. Jesus ressalta a necessidade de que a boa terra continue frutífera e que mostre pelos seus frutos que de fato é boa terra.
         Corremos o risco de nos tornar terra infrutífera. Afinal, o problema não é ser convertido, o difícil é permanecer convertido. Toda pessoa que começa a crer, o diabo, o mundo e a nossa própria carne, se opõe com toda força pra tirá-los da fé. Por esse motivo, Jesus, o semeador, incentivou a constantemente batermos na sua porta e falarmos aos seus ouvidos em oração.
         Na oração do Pai Nosso pedimos três bênçãos espirituais necessárias. Essas bênçãos são necessárias, pois pedimos que permaneçamos boa terra, que a semente continue sendo semeada entre os vários tipos de solo. Ao orar:
- Santificado seja o teu nome; - Venha o teu reino; - Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu;
         clamamos a Deus que nos permita viver como boa terra, como bons filhos. Pedimos que a boa semente nos faça crer em Jesus e nos mantenha na fé em Jesus. Pedimos pela boa semente de Deus, e que essa boa semente, o Evangelho, seja constantemente semeado entre nós. Clamamos que nosso Deus nos ajude a guardar a boa semente em nós e que não sejamos enfraquecidos a ponto de não produzirmos mais.
         Deus em seu amor e misericórdia semeou e continuará semeando entre nós a boa semente independente do tipo de solo que estiver entre nós. Amém!
 

Edson Ronaldo Tressmann

Aprenda a lição que a figueira ensina (Mc 13.28)

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