segunda-feira, 7 de julho de 2014

Boa semente

5º Domingos após Pentecostes
13/07/2014
Sl 65. 1 – 13; Is 55. 10 – 13; Rm 8. 12 – 17; Mt 13. 1 – 9, 18 – 23
Boa semente.
 

         A lógica é muito engraçada!
Para uma boa produção é necessário boa semente e boa terra.
Para um corpo saudável é necessário boa semente na alimentação.
        Essa mesma lógica vale para a vida espiritual. Para que haja produção: amor, testemunho, oferta, é necessário boa semente. Para uma vida espiritual saudável é necessário boa semente na alimentação. Essa semente é a Palavra de Deus.
         Temos duas situações, mas em ambas, o material necessário e indispensável é o mesmo: a boa semente.
         O evangelista Mateus em seu evangelho, capítulo 13, registra três parábolas pronunciadas por Jesus sobre a boa semente. A Parábola do semeador; Parábola do Joio; Parábola do grão de mostarda (Mt 13. 1 – 43).
           Refletindo no ensino da parábola do semeador concluímos que o difícil não é a pessoa ser convertida, difícil mesmo é a pessoa permanecer convertida. Essa dificuldade advém dos conflitos, da cruz que o cristão tem de carregar, do suportar as zombarias, aceitar o desprezo e a desonra, da luta contra o diabo, da renúncia ao mundo com sua vaidade, seus tesouros e prazeres. Todas essas dificuldades conduzem muitas pessoas a se desviarem e perderem a fé.
         A conversão, mesmo que não observemos, acontece com muita frequência. Toda vez que a Palavra de Deus é pregada, semeada, muitos exclamam que a mesma tem razão. A pregação, a semeadura, leva muitas pessoas a crerem na Palavra de Deus, mas, infelizmente, mal saem da igreja e já procuram suprimir essas sensações e se deixam convencer de que tudo o que acabaram de ouvir é conversa de um fanático. Assim domingo após domingo entram num pós-conversão muito perigosa.
         Jesus disse que muitos “...ouvem a palavra ... com alegria(Mt 13.20), mas sufocam a semente que está germinando quando surgem as tribulações.
         As tribulações não se referem às aflições causadas pelo diabo, mas sim ao tédio em relação às coisas espirituais, o relaxamento na oração, a negligência no ouvir da Palavra de Deus.
         Não se iludam! Depois de convertido, o cristão deve propor-se, dia-a-dia, progredir espiritualmente, exercitar-se no amor, na perseverança, na bondade e lutar contra o pecado. Afirma-se que após a conversão cooperamos com a graça divina que age em nós. No entanto, é preciso reconhecer que “sem Jesus nada podemos fazer” (Jo 15.5), “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a boa vontade” (Fp 2.13). Deus é quem acendeu no cristão a nova vida. Pela boa semente, a Palavra, cria e quer continuar a fortalecer nossa fé e ajudar em nossa fraqueza diária para que perseveremos até o fim.
         Nosso Deus é quem realiza todo o necessário para nossa salvação. Quem está morto espiritualmente, quem ainda não está convertido, não importa as obras que realiza, os jejuns, as peregrinações, nada lhe dará uma nova vida. A nova vida é obra divina pela sua boa semente, a Palavra de Deus. “Portanto, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo” (Rm 10.17).
         A boa semente do evangelho converte e mantêm o cristão convertido por meio da sua alimentação constante. Para a conversão, alimentação e produção dos frutos, Jesus semeia através de sua agência agrícola: a Igreja.
         Essa agência agrícola, que semeia a boa semente não deve agir seletivamente. Afinal, o semeador Jesus, ensina que a semente é jogada para todos os tipos de solo. Ele não volta para recolher a semente nos solos que possivelmente não irão produzir.
         A igreja não deve semear de acordo com o solo. O solo não impede a semeadura. Deus em seu amor e misericórdia pelos muitos tipos de solo continua lançando sua semente através da sua agência agrícola.
         Entre a boa planta, germinada e crescida da boa semente se encontra semente ruim, semeada pelo inimigo do bom agricultor.
         Jesus através da atuação dos seus discípulos, a boa terra, continua semeando a boa semente entre os mais variados tipos de solos.
versículo 19 – “quem ouve e não entende;

versículo 20 e 21 - “aquele que recebe a Palavra com alegria, mas logo esfria;”

versículo 22 – “o que diante da Palavra de Deus, prefere agarrar-se aos bens materiais. Suas ocupações o impedem de ouvir a Palavra de Deus;”

versículo 23 – “o que ouve e compreende, esse produz muitos frutos.”
         Dos quatro tipos de solo três tem algo em comum: são infrutíferos. Essa infertilidade não se deve a boa semente, mas é uma das características do solo.
         De acordo com Jesus, na parábola do semeador, há um contraste entre aqueles que ouvem e compreendem e os líderes religiosos que ouviam e não entendiam.
         Aos que constantemente se reúnem na casa de Deus e aos líderes das congregações é necessária uma questão: estou ouvindo e compreendendo? Ou, estou apenas cumprindo um ritual religioso vindo à igreja?
         Ao contar a parábola do semeador, Jesus enumera que alguns eventos atrapalhavam que a boa semente produzisse.
         As sementes na beira do caminho são as sementes espalhadas entre aqueles com uma agenda lotada de compromissos e afazeres. As sementes no solo rochoso são aquelas entre os que não suportam a pressão da zombaria e da perseguição. As sementes entre os espinhos são aquelas espalhadas entre os que preferem os cuidados desse mundo, os que estão fascinados pelas riquezas.
         Mesmo que o inimigo da Igreja, o Diabo, de todas as maneiras busque impedir que a Palavra de Deus seja semeada, germine e cresça nos corações (2Co 4.4), jamais conseguirá estragar a vitalidade da boa semente.
Para uma boa produção é necessário boa semente e boa terra.
Para um corpo saudável é necessário boa semente na alimentação.
         Na parábola do semeador, Jesus não quer valorizar somente a boa terra. Jesus ressalta a necessidade de que a boa terra continue frutífera e que mostre pelos seus frutos que de fato é boa terra.
         Corremos o risco de nos tornar terra infrutífera. Afinal, o problema não é ser convertido, o difícil é permanecer convertido. Toda pessoa que começa a crer, o diabo, o mundo e a nossa própria carne, se opõe com toda força pra tirá-los da fé. Por esse motivo, Jesus, o semeador, incentivou a constantemente batermos na sua porta e falarmos aos seus ouvidos em oração.
         Na oração do Pai Nosso pedimos três bênçãos espirituais necessárias. Essas bênçãos são necessárias, pois pedimos que permaneçamos boa terra, que a semente continue sendo semeada entre os vários tipos de solo. Ao orar:
- Santificado seja o teu nome; - Venha o teu reino; - Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu;
         clamamos a Deus que nos permita viver como boa terra, como bons filhos. Pedimos que a boa semente nos faça crer em Jesus e nos mantenha na fé em Jesus. Pedimos pela boa semente de Deus, e que essa boa semente, o Evangelho, seja constantemente semeado entre nós. Clamamos que nosso Deus nos ajude a guardar a boa semente em nós e que não sejamos enfraquecidos a ponto de não produzirmos mais.
         Deus em seu amor e misericórdia semeou e continuará semeando entre nós a boa semente independente do tipo de solo que estiver entre nós. Amém!
 

Edson Ronaldo Tressmann

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.

Aprenda a lição que a figueira ensina (Mc 13.28)

  Último Domingo do ano da Igreja 24 de novembro de 2024 Salmo 93; Daniel 7.9-10;13-14; Apocalipse 1.4b-20; Marcos 13.24-37 Texto : Ma...