5º Domingos após Pentecostes
13/07/2014
Sl 65. 1 – 13; Is 55. 10 – 13; Rm 8. 12 – 17; Mt 13. 1 – 9, 18 – 23
Boa semente.
A
lógica é muito engraçada!
Para uma boa produção é necessário boa semente e boa terra.
Para um corpo saudável é necessário boa semente na alimentação.
Essa
mesma lógica vale para a vida espiritual. Para que haja produção: amor,
testemunho, oferta, é necessário boa semente. Para uma vida espiritual saudável
é necessário boa semente na alimentação. Essa semente é a Palavra de Deus.
Temos
duas situações, mas em ambas, o material necessário e indispensável é o mesmo: a boa semente.
O
evangelista Mateus em seu evangelho, capítulo 13, registra três parábolas
pronunciadas por Jesus sobre a boa semente. A Parábola do semeador; Parábola do
Joio; Parábola do grão de mostarda (Mt 13. 1 – 43).
Refletindo
no ensino da parábola do semeador concluímos que o difícil não é a pessoa ser
convertida, difícil mesmo é a pessoa permanecer convertida. Essa dificuldade
advém dos conflitos, da cruz que o cristão tem de carregar, do suportar as
zombarias, aceitar o desprezo e a desonra, da luta contra o diabo, da renúncia
ao mundo com sua vaidade, seus tesouros e prazeres. Todas essas dificuldades
conduzem muitas pessoas a se desviarem e perderem a fé.
A
conversão, mesmo que não observemos, acontece com muita frequência. Toda vez
que a Palavra de Deus é pregada, semeada, muitos exclamam que a mesma tem
razão. A pregação, a semeadura, leva muitas pessoas a crerem na Palavra de
Deus, mas, infelizmente, mal saem da igreja e já procuram suprimir essas
sensações e se deixam convencer de que tudo o que acabaram de ouvir é conversa
de um fanático. Assim domingo após domingo entram num pós-conversão muito perigosa.
Jesus
disse que muitos “...ouvem a palavra ... com alegria” (Mt 13.20), mas
sufocam a semente que está germinando quando surgem as tribulações.
As
tribulações não se referem às aflições causadas pelo diabo, mas sim ao tédio em relação
às coisas espirituais, o relaxamento na oração, a negligência no ouvir da
Palavra de Deus.
Não se iludam! Depois de convertido, o cristão deve propor-se, dia-a-dia, progredir
espiritualmente, exercitar-se no amor, na perseverança, na bondade e lutar
contra o pecado. Afirma-se que após a
conversão cooperamos com a graça divina que age em nós. No entanto, é preciso reconhecer
que “sem Jesus nada
podemos fazer” (Jo 15.5), “porque Deus é quem efetua em vós
tanto o querer como o realizar, segundo a boa vontade” (Fp 2.13). Deus é quem acendeu no cristão a nova vida. Pela boa
semente, a Palavra, cria e quer continuar a fortalecer nossa fé e ajudar em
nossa fraqueza diária para que perseveremos até o fim.
Nosso
Deus é quem realiza todo o necessário para nossa salvação. Quem está morto
espiritualmente, quem ainda não está convertido, não importa as obras que
realiza, os jejuns, as peregrinações, nada lhe dará uma nova vida. A nova vida
é obra divina pela sua boa semente, a Palavra de Deus. “Portanto, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da
pregação a respeito de Cristo” (Rm 10.17).
A
boa semente do evangelho converte e mantêm o cristão convertido por meio da sua
alimentação constante. Para a conversão, alimentação e produção dos frutos, Jesus
semeia através de sua agência agrícola: a Igreja.
Essa
agência agrícola, que semeia a boa semente não deve agir seletivamente. Afinal,
o semeador Jesus, ensina que a semente é jogada para todos os tipos de solo. Ele
não volta para recolher a semente nos solos que possivelmente não irão
produzir.
A
igreja não deve semear de acordo com o solo. O solo não impede a semeadura.
Deus em seu amor e misericórdia pelos muitos tipos de solo continua lançando
sua semente através da sua agência agrícola.
Entre
a boa planta, germinada e crescida da boa semente se encontra semente ruim,
semeada pelo inimigo do bom agricultor.
Jesus através da atuação dos seus discípulos, a boa terra, continua
semeando a boa semente entre os mais variados tipos de solos.
versículo
19 – “quem ouve e não
entende;”
versículo
20 e 21 - “aquele que recebe
a Palavra com alegria, mas logo esfria;”
versículo
22 – “o que diante da
Palavra de Deus, prefere agarrar-se aos bens materiais. Suas ocupações o
impedem de ouvir a Palavra de Deus;”
versículo
23 – “o que ouve e
compreende, esse produz muitos frutos.”
Dos
quatro tipos de solo três tem algo em comum: são infrutíferos. Essa
infertilidade não se deve a boa semente, mas é uma das características do solo.
De
acordo com Jesus, na parábola do semeador, há um contraste entre aqueles que
ouvem e compreendem e os líderes religiosos que ouviam e não entendiam.
Aos
que constantemente se reúnem na casa de Deus e aos líderes das congregações é
necessária uma questão: estou ouvindo e
compreendendo? Ou, estou apenas cumprindo um ritual religioso vindo à
igreja?
Ao
contar a parábola do semeador, Jesus enumera que alguns eventos atrapalhavam que
a boa semente produzisse.
As
sementes na beira do caminho são as sementes
espalhadas entre aqueles com uma agenda lotada de compromissos e afazeres. As
sementes no solo rochoso são aquelas entre os que não suportam a pressão da
zombaria e da perseguição. As sementes entre os espinhos são aquelas espalhadas
entre os que preferem os cuidados desse mundo, os que estão fascinados pelas
riquezas.
Mesmo que
o inimigo da Igreja, o Diabo, de todas as maneiras busque impedir que a Palavra
de Deus seja semeada, germine e cresça nos corações (2Co 4.4), jamais conseguirá
estragar a vitalidade da boa semente.
Para uma boa produção é necessário boa semente e boa terra.
Para um corpo saudável é necessário boa semente na alimentação.
Na
parábola do semeador, Jesus não quer valorizar somente a boa terra. Jesus ressalta
a necessidade de que a boa terra continue frutífera e que mostre pelos seus
frutos que de fato é boa terra.
Corremos
o risco de nos tornar terra infrutífera. Afinal, o problema não é ser
convertido, o difícil é permanecer convertido. Toda pessoa que começa a crer, o
diabo, o mundo e a nossa própria carne, se opõe com toda força pra tirá-los da
fé. Por esse motivo, Jesus, o semeador, incentivou a constantemente batermos na
sua porta e falarmos aos seus ouvidos em oração.
Na
oração do Pai Nosso pedimos três bênçãos espirituais necessárias. Essas bênçãos
são necessárias, pois pedimos que permaneçamos boa terra, que a semente
continue sendo semeada entre os vários tipos de solo. Ao orar:
- Santificado seja o teu nome; -
Venha o teu reino; - Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu;
clamamos
a Deus que nos permita viver como boa terra, como bons filhos. Pedimos que a
boa semente nos faça crer em Jesus e nos mantenha na fé em Jesus. Pedimos pela
boa semente de Deus, e que essa boa semente, o Evangelho, seja constantemente
semeado entre nós. Clamamos que nosso Deus nos ajude a guardar a boa semente em
nós e que não sejamos enfraquecidos a ponto de não produzirmos mais.
Deus
em seu amor e misericórdia semeou e continuará semeando entre nós a boa semente
independente do tipo de solo que estiver entre nós. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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