terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Na unidade somos capacitados a olhar com verdadeiros olhos.

03/02/13 – 4º Domingos após Epifania
Sl 71. 1 – 6; Jr 1. 4 - 10 e 1Co 12. 31 b – 13.13; Lc 4. 31 - 44
Tema: Na unidade somos capacitados para olhar com verdadeiros olhos


         Como IELB temos planejado ser 300 mil membros até 2014. Mas, e se esse e tantos outros resultados que planejamos não acontecerem? Quem será o culpado? Quem será punido por não se obter os resultados esperados?
         Jeremias tinha cerca de 24 anos quando ouviu o chamado de Deus para que ele fosse um profeta em Judá. Por parte de Deus, esse chamado já havia acontecido mesmo antes de seu nascimento. Esse chamado aconteceu alguns anos antes de Judá ser conquistada e levada definitivamente exilada para Babilônia. Um ministério de 40 difíceis e dolorosos anos.
         O seu chamado foi distintivo devido a sua missão que era levar uma mensagem extremamente dura e antipática para o povo. O povo estava na expectativa de um possível livramento de Deus da conquista Babilônica e esperava uma mensagem otimista. No entanto, Jeremias trouxe uma mensagem pessimista, mas não que a mesma fosse só de desalento. Ele anunciou também as promessas de libertação de Deus, que ocorreria após os 70 anos de cativeiro. Mesmo que o povo não quisesse, iria passar pelo exílio.
         O que Deus disse a Jeremias, e diz a nós ainda hoje é: vai e prega e não se preocupe, pois estarei com você. Não se preocupe com os resultados. Eu cuido disso. Não se impressione com a quantidade, isso não significa muita coisa.

O SENHOR Deus me disse: - Antes do seu nascimento, quando você ainda estava na barriga da sua mãe, eu o escolhi...

         Deus chamou Jeremias para realizar o projeto de Deus e da mesma maneira nos chama para fazer parte de um projeto maior do que os nossos projetos. Acima das nossas metas e propósitos, está o propósito do plano de Deus. Claro que para realizar isso somos capacitados para planejar e executar. Mas, não podemos dar mais ênfase àquilo que queremos como instituição àquilo que verdadeiramente Deus quer que realizemos.

Então eu disse: - Ó SENHOR, meu Deus, eu não sei como falar, pois sou muito jovem.

         Diante de nossos planos e projetos precisamos ter consciência de que não temos muita coisa a oferecer e que somos limitados. E justamente nas nossas limitações que Deus trabalha e atua. Deus não chama apenas pessoas especiais para realizar seu projeto. Ele transforma pessoas comuns em pessoas especiais dentro do seu projeto. O maior exemplo disso são os primeiros apóstolos que a principio eram simples pescadores, e no projeto de Deus foram transformados em pescadores de homens. O chamado de Deus nos torna especial por que através dele fomos inseridos no seu plano de salvação para a humanidade.
         Assim como recebemos inúmeros convites de pessoas, Deus também nos convida para fazer parte do seu projeto. E para realização do projeto de Deus, assim como fez com Jeremias, Ele continua nos capacitando para que possamos realizar a sua obra.

Não diga que é muito jovem, mas vá e fale com as pessoas a quem eu o enviar e diga tudo o que eu mandar. Não tenha medo de ninguém, pois eu estarei com você para protegê-lo.

         Deus prepara os seus para os enviarem ao mundo para o qual tem um projeto de salvação. Essa capacitação inicia no batismo e é continuada através da pregação e do sacramento do altar.
         Pelo batismo, Deus realiza em nós duas obras. Primeiro: dá a salvação eterna pelo perdão que nos concede e segundo: enche-nos de dons. E esses dons conforme descrito e estudado por nós em 1Corintios 12 são para unidade de todo o corpo de Cristo que é a igreja cristã espalhada pelo mundo inteiro.
         Muitas vezes, tentados a olhar para nossas habilidades e dons nos sentimos medrosos e receosos diante do primeiro obstáculo. Quando nos encontramos assim como o profeta Jeremias, sendo chamados por Deus, mas reconhecendo nossa fraqueza, há algo positivo nisso. Deus mostra que não temos nada para nos vangloriar de nós mesmos. Pois, assim como o chamado é feito por Deus, da mesma maneira as realizações e conquistas são realizações de Deus.
         Mesmo que capacitados por Deus, precisamos, devido ao nosso pecado, reconhecer que somos apenas um vaso de barro. Mas, ao mesmo tempo, louvar a Deus, porque mesmo fraco como um vaso de barro, através de nós, Deus divide com outros preciosos tesouros, (2Co 4.7).
       Deus nos capacita desde o nosso batismo com variados dons. E todos esses, tem como propósito manter a igreja unida. Os dons não são para prosperidade ou crescimento da igreja. Pelos muitos dons, a unidade é apresentada ao mundo e nos dá a possibilidade de sermos instrumentos para realizar o plano que Deus tem e oferece ao mundo. E assim como somos, com nossas fraquezas, e onde estamos (família, sociedade e igreja), fomos colocados para executar o propósito de Deus, testemunhar para que as pessoas creiam e sejam salvas.
          Alguns são chamados para interceder, outros contribuir, alguns para curar, outros para liderar, etc. Todos esses chamados são executados na congregação local, na família, na sociedade. Como estamos exercendo nosso chamado?
         Não existe um dom melhor que o outro. A verdade é que todos os dons requerem responsabilidade, por isso a advertência de Jesus: ... A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lc 12.48).
         A Igreja não pode querer e buscar ser comparada a uma empresa, uma ONG ou um clube. Numa empresa, ONG ou clube, o que vale são os resultados. Pelos mesmos se adquire uma promoção no cargo e aumento salarial. Lembremos que parte do chamado dado por Deus a nós apresenta que nós somos apenas instrumentos, mas os resultados vêm dEle e todos devem ser creditados a Ele.
         É hora de se arrepender, e a exemplo da comunidade de Corinto, precisamos reiniciar a trilhar o melhor caminho que é o melhor de todos: o amor.
         Estamos sendo tentados a tirar os óculos pelos quais visualizamos que Deus chama, capacita e dá os resultados na sua missão.
         Se me permitem quero usar uma ilustração simples. Digo que a igreja cristã está numa longa viagem. E numa viagem longa, é comum sermos surpreendidos com chuva. E na chuva, o carro não possui desembaçador acaba ficando difícil de prosseguir viagem, pois com os vidros embaçados é difícil permanecer com segurança na pista. Assim se estaciona o carro e espera o tempo chuvoso passar.
         E se em nossa viagem, agora no século XXI, período pós-moderno, estamos em meio a uma grandiosa chuva, cabe-nos alguns questionamentos: Estamos com os vidros embaçados? Será que hora de parar e esperar o tempo chuvoso passar? Ou podemos continuar nossa viagem?
         Paulo havia acabado de dizer que os coríntios eram marionetes. Estavam confusos. E após dizer a realidade, Paulo expressa com clareza que: Deus nos capacita a vermos com verdadeiros olhos. Vermos que é pelo amor que trilha o caminho dos dons. Não adianta termos dons, se não o usamos com amor para com o nosso semelhante. Quantos dons há em nossa igreja? E como os mesmos estão sendo classificados? Muitas congregações num possível perfil de chamado para um novo pastor acabam fazendo do mesmo uma lista quase que inatingível de dons. E assim, os dons distribuídos por Deus para unidade da igreja tornaram-se um assunto de discórdias e até mesmo de desunião. E se muitos resultados planejados não forem alcançados, a culpa é a falta de algum dom do pastor.
         Em nossa viagem eclesiástica, estamos sendo confundidos em meio aqueles que dizem ter o dom de cura, de línguas, etc. E nós pastor, porque não temos esses dons? Queira Deus que consigamos ligar o desembaçador do carro, para podermos continuar nossa viagem em segurança e sabendo que nossa missão não é transformar todos em bons luteranos, mas que nossa missão é simplesmente falar, comunicar a vida.
         Se nosso foco for apenas os números que vangloriam pessoas e capacidades estaremos perdendo o lado bom da missão de Deus. Estaremos deixando de louvá-lo pela sua maravilhosa obra entre nós.
         Busquemos com zelo e amor planejar, mas não precisamos estar tão preocupados se os resultados irão aparecer. Pois, muitas vezes, os números e os resultados nos desviam do verdadeiro olhar. Até onde sei, ainda não somos uma empresa, ONG ou clube. Continuemos com nossos muitos dons realizando o chamado de Deus e o mesmo Deus que nos chamou e chama continuará a cumprir com sua promessa, ou seja, ele dará o crescimento.
         Como IELB, estamos assim como o profeta Jeremias, levando uma mensagem extremamente dura e antipática para o povo. O que comunicamos que é A VIDA, para o povo não tem nada de extraordinário, pois não lhes agrada.
         O povo está na expectativa de um possível livramento, cura, prosperidade. E a mensagem que Deus lhes comunica através de nós, IELB, pela Palavra, Batismo e Santa Ceia não são agradáveis e nem soa bem aos ouvidos do povo. E assim, por não estarmos vendo que nossa missão é simplesmente de comunicar a VIDA às pessoas, mas as mesmas não quererem ouvir, infelizmente, pastores, diretorias e pessoas são julgadas. Chegamos ao extremo de pensar que é necessário a qualificação nos dons, deixando de usar os que temos com amor para com o próximo. Precisamos voltar a trilhar o verdadeiro caminho do amor, pois somos capacitados para olhar com verdadeiros olhos.
         Mesmo que a exemplo de Jeremias estamos trazendo uma mensagem pessimista, a mesma não é apenas desalentadora. Na mensagem que comunicamos que não é nossa, mas de Deus, estamos transmitindo VIDA.
         Continuemos ...
         ... independente dos resultados,
         ... independente se formos ou não 300 mil membros,
         comunicando as promessas de libertação de Deus. A libertação do cativeiro eterno. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

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