05/08/12 – 10º Domingo após Pentecostes
Sl 145.10-21; Ex 16. 2 - 15; Ef 4. 1 - 16; Jo 6. 22 - 35
Tema: Conselhos práticos para superar as diferenças.
Todas as pessoas são diferentes uma da outra. E é justamente dentro da igreja que as diferenças são observadas e até geram certo stress. Afinal, o agir e pensar do outro não me agrada e assim as separações e o afastamento é o efeito da diversidade.
Sabemos que não somos iguais, mas viver as e nas diferenças não é matéria fácil. Nesse sentido, o texto bíblico de hoje, a pregação do apóstolo Paulo quer nos estimular a agir e reagir na diferença. Se o apostolo Paulo nos ensina em seu sermão sobre isso, podemos observar que o problema é antigo.
Sempre gosto de ressaltar que uma das maravilhas de Deus, o fato de sermos diferentes, sermos seres únicos, é usado como arma do inimigo para nos destruir através do isolamento. E para evitar a desgraça que o inimigo quer causar na igreja, no corpo de Cristo, o apostolo Paulo nos dá conselhos práticos assim como fez aos cristãos de Éfeso. Vamos ouvir e aprender Conselhos práticos para superar as diferenças.
O apóstolo Paulo foi um daqueles pastores prático. E sua praticidade é visível nas suas 13 cartas registradas na Bíblia. O capítulo 3 de Efésios é uma excelente amostra disso. Nesse capitulo recebemos o ensino de que o grande mistério de Deus é ter unido pela fé numa mesma igreja judeus e não judeus. Conforme o apóstolo Paulo a fé é o maior e melhor presente que Deus havia concedido àqueles cristãos em Éfeso, “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus” (2.8).
Sempre quando falamos de Deus, atribuímos ao Pai a obra da criação, ao Filho a obra da redenção e ao Espírito Santo a obra da santificação. E a obra da santificação consiste em operar a fé por meio do Batismo e da Pregação da Palavra, e junto à fé, nos dá dons, capacidade para agirmos em favor de todos, para o bem de todos e não apenas para uso particular. Observemos que os dons partem do maior e melhor dom, a fé.
Na unidade da fé somos uma família. E como família, cada um é diferente. Os dons, distribuídos para unir, pois aquilo que me falta encontro no meu irmão, estava causando desunião e discórdia em muitas comunidades naquela época, bem como em Éfeso. Como o diabo é ardiloso! Dons são presentes extraordinários. Deus quer que seu corpo, a igreja, funcione através de todos os dons. Mas, nosso inimigo que não quer o bem da igreja, dispersa a todos através do ciúme, inveja e acomodação.
Para resolver essa situação Paulo dá conselhos práticos aos cristãos, e esses conselhos valem para nós ainda hoje em pleno século XXI.
Toda vez que o apóstolo Paulo fala sobre o uso dos dons, ele usa a metáfora do corpo. E nesse sentido, sempre instrui a todos que o objetivo dos membros do corpo não é desunir o corpo, mas unir o mesmo, fazer com que o corpo funcione em harmonia. Todos os membros do corpo são diferentes, mas cada um exerce uma função importante para todo o conjunto, para edificação do próprio corpo.
Da mesma forma Paulo ao usar essa metáfora na questão dos dons, que são diferentes, ele instrui que esses dons não foram dados por Deus para beneficio próprio. O propósito de Deus é comunitário. O objetivo principal é enriquecer a igreja que é o corpo de Cristo. Com a diferença de dons, Deus está interessado na saúde interna da igreja, pois ao dar dons, deseja unir a igreja, e essa união não vem de nós, mas como diz Paulo no v.3 “Façam de tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá”. É o Espírito que nos une, na mesma fé, num único e verdadeiro Deus. E nisso consiste a obra da santificação.
Deus sempre atuou na história para nos unir a Ele novamente. Deus enviou seu Filho Jesus Cristo para nos salvar. Deu e dá o seu Espírito para nos trazer à fé verdadeira. E junto à fé nos capacita para o seu serviço, dando a cada um de nós dons. E pelas vocações enriquece o corpo que é a igreja, atua na família e na sociedade.
Deus concede a sua igreja pastores, leigos, servas fiéis e consagradas, músicos, oradores, belíssimos talentos de trabalho com ornamentação, pessoas que se dispõe a limpar a igreja, dá ainda pessoas que ofertam o máximo para manter a pregação, etc. E tudo isso é concedido pelo Espírito para que o corpo se desenvolva. E nesse desenvolvimento, em meio a todas essas coisas maravilhosas, infelizmente o que acaba acontecendo? A velha natureza, o pecado, nos conduz ao egoísmo e individualismo. E assim a destruição do corpo de Jesus Cristo. E todo o propósito de Deus, que é unir a igreja, acaba servindo de base para que as pessoas se desunam e deixem que a igreja fique doente.
Somos unidos na fé, mantidos unidos numa mesma igreja cristã espalhada pelo mundo inteiro, e tudo isso é feito por Deus para o bem comum. E sendo tudo para o bem comum, façamos de tudo para manter o bem comum. Esse é o conselho prático do apóstolo Paulo.
No corpo de Cristo que é a igreja, não existe um dom melhor que o outro, existe sim, um elo que nos une apesar de todas as diferenças, esse elo é a FÉ. Na fé somos membros do corpo de Cristo, somos filhos do mesmo Pai, e habita em nós o mesmo Espírito. Pela Fé somos aceitos por Deus, como disse Jesus: “Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e dêem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome” (Jo 15.16), e o apóstolo Paulo afirma: “Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras sagradas: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus”” (Rm 1.17). Deus nos aceita pela Fé que é um presente dado por Deus. Somos escolhidos por Ele, e pela fé somos capacitados a produzir frutos através dos dons que Deus nos dá. E esses dons têm como objetivo refletir o verdadeiro DOM, a FÉ através da vida que faz uso correto dos seus dons.
E pelo maravilhoso dom da fé, somos aconselhados pelo apóstolo Paulo a fazer de tudo para conservar por meio da paz que nos une a união que o Espírito dá. Somos aconselhados a permanecer amarrados, ligados, assim como todas as partes do corpo são ligadas. Só podemos nos manter unidos por causa da unidade que também há em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Três pessoas, um só Deus, mas todos trabalham juntos para nosso bem, para nossa salvação.
Dentro da igreja que é o corpo de Cristo, não importa qual seja o dom, não há um dom melhor que o outro. Através de nossos dons, Deus une a igreja. E a igreja é mantida pelo amor de Deus.
Vale ressaltar a palavrinha “amor”. O termo é “ágape.” Ou seja, amor de Deus por nós. E ao usar essa palavra o apóstolo de certa forma está aconselhando a cada cristão a tomar uma atitude madura e sadia em prol do seu irmão, que tem um dom para servir, mas que possui o mesmo dom, a fé. Ao fazer uso do termo ágape, palavra quem do vocábulo agan, somos remetidos a um conselho prático. Somos ensinados a agir, sem nos importar com qual é o dom da outra pessoa, mas, recebê-la com alegria; acolhe-la e amá-la ternamente. Como diz a própria sequência do texto: estar satisfeito, estar contente sobre ou com as coisas que temos recebido. Isso inclui os dons que Deus nos concede.
Ser invejoso com o dom do outro, é estar agravado pelo dom recebido de Deus.
Não podemos como corpo de Cristo, nos desunir, por estarmos insatisfeitos com aquilo que recebemos de Deus. Afinal, o que era necessário para a salvação, Deus nos concedeu e concede: a FÉ.
Não podemos como corpo de Cristo, estando na mesma fé, e tendo um só Senhor, nos desunir começando a classificar esse dom e aquele como melhor que outro. Todos os membros do corpo são importantes. E tudo o que Deus fez e faz é para unir a igreja. Ele deu e dá à sua igreja a Palavra, os Sacramentos. Meios pelos quais Deus fala e alimenta seu corpo. E por esses alimentos une cada vez mais pessoas diferentes num mesmo corpo e Espírito.
Conselhos práticos para superar as diferenças. Essa é a lição desse texto. E tendo aprendido essas lições que as atitudes egoístas e individualistas sejam evitadas. Recebemos do apóstolo Paulo conselhos práticos para conviver em meio ao único dom que é a fé exercendo os nossos muitos dons.
Que façamos com amor, tudo para preservar a união que o Espírito nos dá. Com amor, através dos nossos dons, recebamos todos com alegria, acolhendo e amando ternamente a todos os irmãos. Afinal de contas, dom por dom, todos nós temos um único e maravilhoso dom idêntico, a FÉ. E pela FÉ somos salvos.
Termino com as palavras da espístola de Judas: “Porém vocês, meus amigos, continuem a progredir na fé, que é a fé mais sagrada que existe. Orem guiados pelo Espírito Santo. E continuem vivendo no amor de Deus, esperando que o nosso Senhor Jesus Cristo, na sua misericórdia, dê a vocês a vida eterna” (Jd 20-21)
Edson Ronaldo Tressmann
(44) 9856 8020
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