terça-feira, 10 de julho de 2012

Deus apresenta pela boca do seu profeta o prumo que está em sua mão

15/07/12 – 7º Domingo após Pentecostes
Sl 85. 8 - 13; Am 7. 7 - 15; Ef 1. 3 - 14; Mc 6. 14 – 29
Enfoque mensal: Férias Fundamentadas em Jesus
Tema: Deus apresenta pela boca do seu profeta o prumo que está em sua mão.

Amós
Contexto pessoal
         No versículo 14 do texto de Amós capitulo 7 temos a descrição da profissão do profeta: “pastor de ovelhas e cuidador de figueiras.” Assim sendo, observamos que ele estava próximo ao povo simples, e também da classe média do Reino do Sul (Judá).
         O profeta Amós não esteve somente em Jerusalém, mas também nos mercados do Reino do Norte (Israel) em transações comerciais. Ele testemunhou com seus próprios olhos tudo que se passava na vida das pessoas, seja em termos religiosos, econômicos e comerciais.
Contexto Histórico
        Internacionalmente o período era de vácuo de poder. A Assíria havia perdido momentaneamente a sua impiedosa agressividade. Damasco não incomodava mais ninguém. Jeroboão II e Uzias reconquistaram territórios perdidos anteriormente. O país estava fortalecido e ampliado. Desde o período de Salomão, os dois reinos juntos, agora eram os maiores.
         Internamente o cenário internacional revela que eram tempos de bonança para ambos os reinos. Os sucessos militares transmitiram ao povo segurança interna e prosperidade econômica. É justamente o que acontece no Brasil hoje. Estamos nos sentindo seguros para investir, afinal a taxa de empregos aumentou e desemprego diminuiu. Temos uma moeda que consegue manter-se equilibrada. Assim como naquele período, estamos vivendo vidas abastadas em meio ao luxo a festas.
         Mas, e a realidade religiosa?
         O profeta Amós percebeu a podridão atrás das aparências. Havia um enorme abismo entre ricos e pobres. Os ricos cada vez mais ricos à custa dos pobres que ficavam cada vez mais pobres. O profeta presenciou a injustiça social, o suborno às autoridades, a opressão.
         Era uma situação terrível, assim como é terrível a situação brasileira. Há indícios de corrupção, seja no legislativo, no executivo e no judiciário. A impressão é que a casa caiu e ficamos a espera de alguém que realmente e verdadeiramente ponha tudo no lugar. Quanta podridão! Quanta bandidagem!
         Naqueles dias as igrejas andavam cheias. Pessoas ofertavam. No entanto, Amós percebeu a raiz do problema social da época. A prosperidade era sinal da aprovação divina.
         Como relacionar esse cenário conosco?
         O problema nosso de cada dia nos dá hoje – temos o mesmo problema teológico daquele período. Pessoas cultuavam a Deus com o intuito de garantir o seu favor. E a exploração, a injustiça social se tornou uma espécie de retribuição, “bênção divina. Muitos estão ficando ricos sem se importar como. A bênção, infelizmente não foi derramada por graça, mas sim comprada. O custo foi de 10% da renda que não se sabe a origem.
         Disse o sábio rei Salomão: “O que aconteceu antes vai acontecer outra vez. O que foi feito antes será feito novamente. Não há nada de novo neste mundo” (Ec 1.9). E aqui estamos nós. Vivendo uma realidade idêntica a do povo do antigo testamento. Sendo assim podemos ouvir as mesmas palavras as quais o profeta Amós ouviu e transmitiu ao povo.

Imagem do prumo

7.7 Mostrou-me também isto: eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na mão. 7.8 O SENHOR me disse: Que vês tu, Amós? Respondi: Um prumo. Então, me disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo de Israel; e jamais passarei por ele. 7.9 Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos, os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão. 7.10 Então, Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de Israel; a terra não pode sofrer todas as suas palavras. 7.11 Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel, certamente, será levado para fora de sua terra, em cativeiro. 7.12 Então, Amazias disse a Amós: Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá, e ali come o teu pão, e ali profetiza; 7.13 mas em Betel, daqui por diante, já não profetizarás, porque é o santuário do rei e o templo do reino. 7.14 Respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros. 7.15 Mas o SENHOR me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel

   A missão do profeta Amós naquela época e hoje ainda, já que não há nada de novo debaixo do sol, é mostrar ao povo desde o mais humilde ao mais poderoso que a situação é gravíssima, mas que há apenas uma alternativa. Deus apresenta pela boca do seu profeta o prumo que está em sua mão.
         Pra que serve um prumo? Você conhece um prumo? Um prumo é um instrumento que orienta na edificação de paredes. Ele mostra onde está torto e o quanto precisa endireitar. O prumo apresenta a gravidade da situação a qual o povo de Israel estava envolvido.
         Ao apresentar essa visão ao profeta, Deus estava alertando que seu povo estava torto. Estava fora da orientação de Deus. E claro, conforme o texto, a reação é imediata.
         No reino do Norte, em Israel, o sacerdote oficial, da parte da rei era Amazias. E para Amazias, Amós era um intruso. Estava conspirando contra o rei, pois falava de destruição do santuário nacional que estava localizado em Betel. Amazias faz a denuncia e depois fala de expulsão do profeta Amós.
         Amazias, como se diz, “tinha as costas largas.” Afinal, era o sacerdote oficial do reino em Israel. Com certeza sua palavra seria ouvida e acatada.
         Talvez isso nos deixaria assustados. No entanto, Amós respondeu da seguinte maneira: “Não sou profeta por profissão; não ganho a vida profetizando. ...” (Am 7.14a).
         Amós diz que, ao contrário de Amazias, não apela ao rei ou a sua profissão. Ele responde que não está lá para atacar Amazias para roubar-lhe seu ganha pão. Mas está lá profetizando por ser missão divina. O profeta Amós está transmitindo que Deus, por amor a Israel o enviou porque quer e deseja seu arrependimento. O amor de Deus é apresentado pela quantidade de profetas que havia em Israel, sendo maior que em Judá.
         Nossa mensagem continua sendo a do profeta Amós: “Não sou profeta por profissão; não ganho a vida profetizando. ...” (Am 7.14a). Não estamos aqui pregando simplesmente por salário, mesmo que sejamos dignos e merecedores do mesmo. No entanto, como bem disse o apostolo Paulo: “Nós não somos como muitas pessoas que entregam a mensagem de Deus como se estivessem fazendo um negócio qualquer. Pelo contrário, foi Deus quem nos enviou, e por isso anunciamos a sua mensagem com sinceridade na presença dele, como mensageiros de Cristo” (2Co 2.17). Falamos da parte do próprio Deus. E se assim o fazemos, fazemos para lhes apresentar o verdadeiro amor de Deus. Amor revelado em seu Filho Jesus Cristo.
         Estamos inseridos numa sociedade corrupta, onde a cada novo dia observamos e vemos que a casa está caindo. Não precisamos esperar por um super herói, afinal, como filhos de Deus pelo batismo que somos, nós estamos nesse mundo para alertar as pessoas e chamá-las de volta a Deus. E tendo voltado a Deus, estaremos num feliz e abençoado recomeço.
         Os Amazias continuarão a nos atacar. E como o fazem? Não falam sobre pecado, não convidam ao arrependimento, não transmitem o conforto e a segurança do perdão que temos em Jesus. Os Amazias que mercadejam a palavra de Deus irão continuar com suas pregações distorcidas, sem se importar como você arrecada seu dinheiro, pois para eles o que lhes vale e que você os encha do mesmo.
         Deus apresenta pela boca do seu profeta o prumo que está em sua mão. O prumo de Deus continua estendido sobre muitos.  Deus vê o quanto está torto, e lhe convida ao arrependimento. E ao arrependido anuncia e dá seu perdão.
         Contiuemos a exemplo de Amós e também o apóstolo Paulo a pregar o evangelho:
1.4 Antes da criação do mundo, Deus já nos havia escolhido para sermos dele por meio da nossa união com Cristo, a fim de pertencermos somente a Deus e nos apresentarmos diante dele sem culpa. Por causa do seu amor por nós, 1.5 Deus já havia resolvido que nos tornaria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era o seu prazer e a sua vontade. 1.6 Portanto, louvemos a Deus pela sua gloriosa graça, que ele nos deu gratuitamente por meio do seu querido Filho. 1.7 Pois, pela morte de Cristo na cruz, nós somos libertados, isto é, os nossos pecados são perdoados. Como é maravilhosa a graça de Deus, 1.8 que ele nos deu com tanta fartura! Deus, em toda a sua sabedoria e entendimento, 1.9 fez o que havia resolvido e nos revelou o plano secreto que tinha decidido realizar por meio de Cristo. 1.10 Esse plano é unir, no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que existe no céu e na terra. (Ef 1. 4 – 10, NTLH)

         Como é maravilhosa a graça de Deus, pois por amor apresenta pela boca do seu profeta o prumo que está em sua mão. E que essa graça seja para nós aproveitada como Deus em Jesus nos dá, com muita fartura! Pois de um povo rebelde, fez nascer seu filho para um povo rebelde. E a nós, filhos e filhas rebeldes oferece a dá a sua maravilhosa graça em Jesus. 
         E que Deus Espírito Santo nos ajuda a aproveitar essa maravilhosa graça de Deus em Jesus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

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