terça-feira, 11 de outubro de 2011

Uma vida de equilibrio

16/10/11 - 18º Domingo após Pentecostes
Sl 96.1 - 9; Is 45. 1 - 7; 1Ts 1. 1 - 10; Mt 22. 15 - 22
Tema: Uma vida de equilíbrio

            Mesmo vivendo numa sociedade moderna, alguns assuntos continuam sendo polêmicos. Entre os muitos que poderíamos citar, quero me ater ao assunto de nosso texto, a questão dos impostos. Afinal de contas pagar impostos para que?
O governo faz campanhas contra a sonegação de impostos. E a sonegação existe pelo fato de que os impostos não são devidamente administrados. Muitos dizem que não pagam os impostos corretamente, pois de que adianta se o dinheiro é desviado.
            Milhões e milhões são desviados e não são aplicados onde de fato deveriam ser, e isso causa muito desequilíbrio e traz à tona a polêmica em torno do assunto. Infelizmente, estamos no mundo, e devido à natureza pecaminosa, muitos que se deixam orientar e conduzir pelo velho homem, como verdadeiros bandidos desviam o suado dinheiro com o qual o povo simples paga seus impostos.
            De um lado temos o povo que cobra para que os impostos sejam usados para os seus devidos fins. De outro lado, o governo fiscaliza bares, supermercados, lojas e indústrias para combater a sonegação.
            Um assunto polêmico ainda no século XXI, assim como foi polêmico também no tempo de Jesus.
            Mateus nos transmite em seu evangelho ensinamentos contra àqueles que querem ser o centro, ou seja, contra aqueles que se julgam merecedores da salvação por seus próprios esforços.
            O episódio que temos em nosso texto para nossa conversa, narra um assunto polêmico. E mesmo sendo polêmico, foi trazido diante de Jesus. Quem trouxe o assunto? Um grupo dos fariseus que diziam ter respostas para tudo e que se julgavam melhor que todos os seres humanos. No entanto, não foi diretamente os fariseus que chegaram a Jesus. Enviaram a Jesus alguns herodianos para saber dele o que ele achava sobre o pagamento de impostos a César. Seria isso licito?
            Muitos assuntos polêmicos hoje são levantados apenas para ressaltar o quanto a igreja é ultrapassada. Muitos não querem saber a verdade, deseja apenas mostrar o quanto se julga melhor e moderno. Assim agiram os fariseus. Eles não estavam interessados em saber a verdade sobre os impostos. Desejavam colocar Jesus numa enrascada. Humanamente falando a pergunta feita não tinha resposta. Era uma pegadinha. Se a resposta de Jesus fosse Sim, seria linchado pelos zelotes, grupo que não admitia o pagamento de impostos ao imperador. Seria considerado um opressor dos fariseus, aliado a cúpula romana. Se a resposta de Jesus fosse Não, seria preso pelos herodianos, pessoas que trabalhavam para o governo, seria considerado um revolucionário.
            Assim é hoje – alguns assuntos polêmicos em caso de resposta afirmativa ou negativa podem nos levar a destruição ou até mesmo condenação. O que fazer? O que fez Jesus sobre o polêmico assunto sobre imposto? É preciso saber responder, assim como fez Jesus. E a sua resposta é justamente sobre viver uma vida equilibrada
            Jesus surpreendeu a todos. Pegou uma moeda e perguntou de quem era a gravura na moeda. E diante da resposta, Jesus disse: "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
            Mesmo sendo filhos e filhas de Deus, como cidadãos nesse mundo, temos deveres com a nossa pátria. A Bíblia nos diz que a nossa pátria está nos céus, por isso, também temos deveres para com nosso Deus.
            Vejamos a resposta de Jesus: "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", de acordo com Isaias 45. 1 – 7:
O SENHOR ungiu Ciro como rei. Ele o pegou pela mão direita e lhe deu poder para conquistar nações e derrotar reis. Para que Ciro entre nas cidades, o SENHOR abre os portões, e ninguém pode fechá-los de novo. O SENHOR Deus diz a Ciro: “Eu irei na sua frente e aplanarei as montanhas; arrebentarei portões de bronze e quebrarei as suas trancas de ferro. Eu lhe darei tesouros escondidos, riquezas guardadas em lugares secretos a fim de que você saiba que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que o chama pelo nome. Eu o estou chamando para que você ajude o povo de Israel, o meu povo escolhido. E, embora você não me conheça, eu lhe dou um título de honra. “Eu, e somente eu, sou o SENHOR; não há outro deus além de mim. Embora você não me conheça, eu lhe dou força para lutar. Faço isso para que, de leste a oeste, o mundo inteiro saiba que além de mim não existe outro deus. Eu, e somente eu, sou o SENHOR. Eu sou o Criador da luz e da escuridão e mando bênçãos e maldições; eu, o SENHOR, faço tudo isso. (Is 45.1-7, NTLH) (http://www.sbb.org.br/)
            E ainda conforme Amós: “O SENHOR diz ao seu povo: — Eu odeio, eu detesto as suas festas religiosas; não tolero as suas reuniões solenes” (Am 5.21). Jesus está dizendo que Deus ainda é dono da situação.
            Sempre se procurou saber do relacionamento entre Igreja e Estado. As palavras de Jesus: “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” parecem delimitar as relações entre ambos.
            Desde o século IV, teólogos e estudiosos discutem sobre essa limitação. E nós, brasileiros, inseridos numa sociedade altamente pluralista, o debate continua e é polêmico.
            Antes do século IV, quando o cristianismo não era a religião oficial, as palavras de Paulo: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores” (Rm 13.1), a não ser em caso de conflito com os mandamentos de Deus, (Atos 5.29). O dever da obediência aos governantes sempre era qualificado pela condição de que estas autoridades estivessem cumprindo sua tarefa de refrear o mal e de procurar a paz e a segurança.
            Deus instituiu o governo para o bem das pessoas. Por esse braço procura manter a paz e a segurança para seus filhos e filhas nesse mundo. Deus através do governo deseja proteger a vida bem como as propriedades.
            As leis, a cobrança de impostos, são meios, que os governantes usam para cumprir com a finalidade que o próprio Deus tem. Como bons cidadãos, devemos pagar impostos. Não podemos aceitar a alegação de que o péssimo uso por parte das autoridades nos apóie na sonegação. Por isso disse o apóstolo Paulo: "Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra" (Rm 13.7).
            Como filhos e filhas de Deus, sabemos que somos cidadãos dos céus, e por Deus fomos colocados como cidadãos nesse mundo para participar da vida política do país e fazer toda a diferença.
            O cristão é a pessoa mais feliz do mundo. Pois, não apenas tem deveres para com o governo, mas também com Deus. Será isso motivo de felicidade? Jesus apontou para uma vida equilibrada: "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
            Como bem disseram os profetas Isaias e Amós, tudo está nas mãos de Deus. O governo com seus pesados impostos administram o país. No entanto, Deus é quem faz tudo. Ele é criador, sustentador e salvador.
            Entre os muitos assuntos polêmicos, temos ainda a questão do homossexualismo, aborto, etc. E muitos ao opinarem sobre esses temas acabam simplesmente dizendo que o podem fazer pela liberdade de usarem seus corpos com bem quiserem.
            Deus espera de nós uma vida equilibrada, de César o que é de Cesar e de Deus o que é de Deus. E o equilíbrio requer administrar corretamente o tempo, a mente, os bens, a vida, etc. Não é simplesmente gastar todas as nossas energias com nosso trabalho, pois Deus dá aos seus enquanto dormem. Ele continua tendo o controle de todas as coisas. Como disse o salmista: “Em vão trabalhamos, se Deus não nos abençoa” (Sl 127).
            Milhares de pessoas em nossos dias esquecem-se disso. Vivem suas vidas apenas como um pesado fardo a ser carregado. Pessoas que deixaram de viver de uma maneira equilibrada. Não se têm tempo para Deus. Os dias, de domingo a domingo, são ocupados com as coisas de César.
            Os impostos que lhe são pesados, que afadigam seus dias, só podem ser pagos pela bênção de Deus. Que lhe permite ter o trabalho, a força para trabalhar, capacidade para executar seu trabalho. O governo através da lei dos impostos arrecada dinheiro para construir estradas, pontes, hospitais, escolas. Ao contrário disso, Deus em amor nos convida de acordo com as bênçãos que nos dá a contribuirmos para que o seu evangelho continue sendo anunciado: “cada um oferecerá na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o Senhor, seu Deus, lhe houver concedido” (Deuteronômio 16.17).
Uma vida equilibrada. Esse é um assunto que também causa polêmica, mas é assim que Deus deseja que vivamos. Temos e precisamos executar nossos deveres para com a nossa Pátria, um desses é o pagamento de impostos. E como cristãos também temos deveres com Deus. 
Seja na vida nesse mundo, seja na vida com Deus, nosso Pai nos dá tempo, vida e bens para executarmos com responsabilidade e equilíbrio a sua afirmação: “Daí a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus”. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

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