terça-feira, 17 de junho de 2025

Em meio a batalha, a segurança! (Salmo 3)

 22 de junho de 2025

Segundo Domingo após Pentecostes

Salmo 3; Isaías 65.1-9; Gálatas 3.23-4.7; Lucas 8.26 - 39

Texto: Salmo 3

Tema: Em meio a batalha, a segurança!

 

A maior necessidade humana é sentir-se seguro. Onde se está seguro? Qual é a verdadeira segurança?

Davi estava dentro do palácio, cercado por soldados, mas, teve que fugir. Davi teve que sair do local de refúgio e esteve verdadeiramente refugiado num campo aberto.

O Salmo 3 é chamado de Salmo da manhã e da noite.

Davi passou a ser odiado pelo próprio filho, o filho favorito, Absalão.

Na calada da noite, Davi teve que fugir, atravessou o riacho Cedrom com alguns seguidores fiéis e se escondeu por um tempo da fúria de seu filho rebelde.

O evento narrado aqui é tipológico, apontando diretamente para Jesus. Jesus também precisou fugir e passou pelo ribeiro Cedrom e foi ao jardim do Getsêmani.

Para entendermos o Salmo3, nessa reflexão meditaremos nas palavras introdutórias do Salmo: “Davi escreveu este salmo quando fugia do seu filho Absalão”. Esse relato é lido no texto narrado por Samuel (2Samuel 15-18).

O Salmo 3 é uma oração de Davi que expressa confiança em Deus durante momentos de adversidade, no caso uma traição de Absalão.

Absalão ficou obstinado em tomar o trono de seu pai e estava disposto a fazer isso a qualquer custo e o filho amado passou a ser um perigoso inimigo. Diante disso, Davi foi obrigado a fugir de Jerusalém para escapar da ira de seu próprio filho.

Junto aos membros de sua casa, Davi atravessou o vale do Cedrom e acampou em Maanaim.

Jesus ao ser traído por Judas também atravessou o vale do Cedrom e seguiu ao Monte das Oliveiras com seus discípulos (Jo 18.1-2). De acordo com uma tradição baseada numa passagem do profeta Zacarias, o Messias começaria a redimir os mortos a partir do Monte das Oliveiras (Zc 14).

O Vale do Cedrom possui um significado simbólico importante. Está associado a momentos de transição, julgamento e arrependimento.

O vale é mencionado em passagens bíblicas que retratam eventos significativos na história do povo judeu. Serve como um lembrete da importância de se arrepender dos pecados e buscar a reconciliação com Deus.

No livro de 2 Samuel, capítulo 15, versículo 23, é mencionado que o rei Davi passou pelo vale enquanto fugia de seu filho Absalão. Nesse contexto, o vale representa um momento de reflexão e arrependimento para Davi, que reconhece seus erros e busca a reconciliação com Deus.

Outro aspecto simbólico do Vale do Cedrom é o seu papel como local de luto. No livro de 2Samuel (2Sm 15.30) é mencionado que Davi subiu o Monte das Oliveiras chorando, com a cabeça coberta e descalço, enquanto atravessava o vale. Esse episódio retrata o momento em que Davi lamenta a traição de seu filho Absalão e expressa sua tristeza e dor.

No Salmo 23 (Sl 23.4), esse vale é mencionado como um lugar de sombras da morte. Assim como no Salmo 23, também no Salmo3, Davi não mostra medo, mas confiança em Deus.

Em 2Samuel (2Sm 18.6), é mencionado que uma batalha ocorreu no vale entre as tropas de Davi e as de Absalão. Essa batalha foi decisiva para o desfecho da história de Davi e Absalão, representando a luta pelo poder e a busca pela justiça.

Davi está passando por uma experiência dolorosa. Davi é vítima da rebelião de seu próprio filho, Absalão, que usurpa o trono. Davi não reage, apenas se quebranta diante de Deus (2Sm 15.23).

Jesus também passou pelo Vale de Cedrom e foi além. Caminhando com os discípulos até o Getsêmani, entregou ao Pai tudo o que tinha, até o seu último e desesperado desejo: “E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39).

Durante a fuga, Samuel narra que veio um mensageiro à Davi e disse: “Todo o povo de Israel segue decididamente a Absalão” (2Sm 15.13), esses são tidos como os muitos inimigos de Davi. Por isso, o Salmo 3 é um clamor em meio a uma crise pessoal. Davi está cercado por inimigos e ameaças.

Ao fugir do seu filho rebelde, Davi, mesmo sendo rei, é um pai vulnerável.

Na concepção humana, para muitos, Deus havia abandonado Davi. No entanto, Davi declara firmemente: “Mas tu, ó Senhor, me proteges como um escudo. Tu me dás a vitória e renovas a minha coragem” (Salmo 3.3). Davi sentia-se seguro em Deus.

Na carta aos Romanos, o apostolo Paulo parece parafrasear Davi ao escrever: “Diante de tudo isso, o que mais podemos dizer? Se Deus está do nosso lado, quem poderá nos vencer? Ninguém!” (Rm 8.31; Sl 3.4).

A situação era tão grave que muitos diziam: “Deus não o ajudará!” (Sl 3.2).

Todo o episódio, levou Davi a enfrentar uma luta interna. Ele teve que lidar com a dor emocional (traição) e, a dor espiritual, onde muitos dos que o cercavam, duvidavam sobre os cuidados de Deus. A luta interna foi vencida pela confissão de fé de Davi, onde destaca que Deus o protege.

Você já passou por crises pessoais? O Salmo 3 é um bálsamo para auxiliar o cristão em situações em que precisa lidar com circunstâncias adversas.

Salmo 3.1: Davi declara sua vulnerabilidade.

Salmo 3.2: Davi declara a dúvida daqueles que presenciaram a situação. Diante da gravidade do momento, muitos diziam que nem mesmo Deus o salvaria. Humanamente falando, Davi parecia abandonado.

Salmo 3.3: a metáfora do escudo visa enfatiza a segurança que Davi encontra em Deus. Esse é um maravilhoso contraste com a vulnerabilidade do momento.

A metáfora do Senhor como um escudo conduz a reflexão sobre como encontrar segurança na fé. Davi se sentia protegido por Deus mesmo quando as circunstâncias pareciam sombrias.

Salmo 3.4: Davi reafirma sua confiança de que Deus ouve suas orações e responde ao contrário do que as pessoas estavam imaginando. Temos um testemunho e declaração de fé de que, mesmo em meio as crises pessoais e desespero, Deus está presente e auxilia.

Salmo 3.5: A declaração de confiança em Deus não era vazia e superficial; era algo que norteava sua vida.

Salmo 3.6: o clímax no Salmo. Davi expressa sua confiança em Deus. É a fé em ação num momento paralisante.

 

Na cultura israelita antiga, a honra e o respeito eram valores centrais e a posição de um rei era vista como um reflexo da bênção divina. Dessa maneira, quando estavam presenciando a queda de Davi, um rei escolhido por Deus, diante de seus inimigos e da traição de seu próprio filho, a questão agora era sobre a justiça e a fidelidade de Deus. A literatura sapiencial exemplifica em muitos dos seus Salmos a luta entre a condição humana e a soberania divina.

As palavras de Davi não são um desabafo de dor, mas um convite à reflexão sobre a verdadeira natureza da fé e da confiança em Deus nos momentos de crise pessoal e desespero.

Sentir medo e desespero é natural, todavia, nessas situações precisamos voltar nosso olhar para Deus em busca de ajuda e proteção.

Davi não hesita em compartilhar sua angústia e seu clamor, e isso nos lembra que Deus está sempre disposto a ouvir nossas orações.

A confiança de Davi não era teórica, mas experiencial. Dizer que confia em Deus é uma coisa; viver como quem confia em Deus é outra.

A declaração de confiança em Deus por parte de Davi não era vazia e superficial. Era algo que norteava sua vida, por essa razão declara que “Eu me deito, e durmo tranquilo, e depois acordo porque o Senhor me protege” (Sl 3.5). A confiança em Deus dá coragem (Sl 3.6) nos piores momentos da vida.

O Salmo 3 nos faz refletir sobre a vida de oração em momentos de crise pessoal e desespero.

Deus sabe o quanto somos fracos devido a natureza pecaminosa, por isso, ao dar seus mandamentos, logo após o primeiro mandamento onde diz que Ele é o único Deus a ser crido, chama os que creem a orar nos momentos de angústia e desespero. Deus deseja ser honrado. Para isso nos convida a não tomar seu nome em vão, passando a confiar em meios que Deus proíbe na sua Palavra quando as coisas vão de mal a pior.

Você tem orado?

A eficácia da oração não está no poder das palavras humanas. Orar não é uma questão de retórica. Muitos estão caindo na tentação de terceirizar a oração. Não deixe de orar. A oração é a pulsação da fé.

Na guerra consigo mesmo e com seu filho rebelde, a arma de Davi era a oração, por essa razão, alguns exegetas chamam esse salmo de grito de guerra. No Salmo, Davi enumera que a batalha é lutada por Deus. E pelos seus, Deus lutou e luta qualquer batalha, e a maior de todas foi vencida na cruz com o brado da vitória: está consumado. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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segunda-feira, 9 de junho de 2025

“O Senhor perdoou o seu pecado” (2Sm 12.13). Experimentando a graça de Deus.

 15 de junho de 2025

Primeiro Domingo após Pentecostes

Salmo 32.1-7; 2Samuel 11.26-12.10,13-14; Gálatas 2.15-21; 3.10-14; Lucas 7.36.8.3

Texto: 2Sm 12.13

Tema:O Senhor perdoou o seu pecado” (2Sm 12.13). Experimentando a graça de Deus.

 

Ao escrever o livro de Atos dos Apóstolos, Lucas destacou Davi como um homem segundo o coração de Deus (At 13.22). Todavia, surge a questão: como esse homem segundo o coração de Deus cometeu adultério e assassinato? Se Davi, segundo o coração de Deus, cometeu esses pecados, o que será de mim?

Ser conforme o coração de Deus, não significa ser perfeito ou sem pecado. Aliás, você também pode ser alguém conforme o coração de Deus. Ser um homem conforme o coração de Deus significa:

1 – Ter consciência da natureza pecaminosa (Sl 51.3,5);

2 – Confessar os pecados em verdadeiro arrependimento (Sl 51.2,4);

3 – Reconhecer que a comunhão com Deus depende da graça de Deus (Sl 51.10);

4 – Não quer perder a comunhão com Deus (Sl 51.11);

5 – O perdão leva ao testemunho (Sl 51.13-15);

Por ter cometido e adultério e com medo, Davi buscou esconder seus pecados. Conforme a lei divina, Davi precisava ser colocado em praça pública e apedrejado. Todavia, diante de um homem arrependido, Deus passou por cima da lei para Davi viver.

O orgulho e a vaidade humana não permiti admitir e corrigir o pecado. Davi escondeu seu pecado. Deus, por amor e misericórdia enviou um confessor para Davi. Natã desempenhou bem seu papel e levou Davi ao arrependimento e fez o maior anúncio da história: “O Senhor perdoou o seu pecado” (2Sm 12.13), ou seja, o Senhor passa por cima da sua lei para salvar. E a resposta de Davi a esse anúncio encontramos no Salmo 32: “feliz é aquele cujas maldades Deus perdoa e cujos pecados ele apaga” (Sl 32.1).

É costume festejar por ocasião do aniversário, seja de nascimento, casamento. Você já experimentou dar uma festa por sua felicidade diante do perdão?

Davi provou da misericórdia de Deus.

A partir disso, Davi foi sendo lapidado nessa graça devido as muitas ocorrências estranhas na sua vida. Teve perdas. E o que dizer das lutas em sua casa.

Provar da misericórdia de Deus não é fácil. Sempre há alguém para apontar o dedo e duvidar dessa graça que nos é oferecida e derramada em Cristo Jesus. O próprio apostolo Paulo teve que lidar com isso. Possivelmente você conheça alguém da qual já se ouviu: nossa, essa pessoa é da igreja? É cristã? Quem diria!

Muitas pessoas exclamam que nunca mataram e nem roubaram supondo que dessa forma estão bem. Mas, e os pecados do coração? Do pensamento? Da fala? Da falta de ação?

Meus pecados também são passíveis de condenação. Mas, Deus passou por cima da sua lei para me salvar. Deus matou o seu próprio Filho para que eu não fosse morto.

Pois, quanto à lei, estou morto, morto pela própria lei, a fim de viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim” (Gl 2.19-20).

Cada culto, lembro e vivo esse perdão. Perdão dado pela Palavra, na pregação, na santa ceia e no Batismo.

Para provar da misericórdia divina, só há um requisito: coração arrependido tal como o de Davi: “eu pequei contra Deus” (2Sm 12.13). Davi reconheceu que sua situação era inadmissível e sabia que estava fadado a morte. Essas palavras foram transliteradas pelo apostolo Paulo ao escrever: Quão miserável eu sou! (Rm 7).

Os relatos bíblicos desse culto (Salmo 32.1-7; 2Samuel 11.26-12.10,13-14; Gálatas 2.15-21; 3.10-14; Lucas 7.36.8.3) devem ser lidos num local onde de fato as pessoas têm consciência de seus pecados e sabem que a única alternativa é a morte, pois, não conseguem mais ver solução de acordo com a lei de Deus. Digo isso, pois muitas vezes não conseguimos entender a grande misericórdia de Deus com o pecador, do qual eu sou um e até o pior.

Talvez o seu pecado não seja escandaloso, mas, é pecado. E tal como um pecado escandaloso, também precisa de perdão. Do mesmo jeito, Deus precisou passar por cima da lei para perdoá-los.

Ser conforme o coração de Deus não significa ser perfeito ou sem pecado. Significa saber que Deus em Jesus perdoou o meu pecado. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

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terça-feira, 3 de junho de 2025

Pentecostes - a partir da ação do Espírito Santo, Deus disponibiliza a salvação

08 de junho de 2025

Dia de Pentecostes

Salmo 143; Gênesis 11.1-9; Atos 2.1-21; João 14.23-31

Texto: Atos 2.1-21

Tema: Pentecostes - a partir da ação do Espírito Santo, Deus disponibiliza a salvação

 

O relato de Lucas em Atos 2.1-21 descreve um momento fundamental na história da Igreja Cristã. O livro de Atos dos Apóstolos é intitulado pelo teólogo Justo González como "Os Atos do Espírito Santo". Ou seja, é um livro que reflete a atividade tangível do Espírito Santo entre o povo de Deus.

Desde o Antigo Testamento, Pentecostes (festa das semanas) era apenas uma festa, até que 50 dias depois da Páscoa em que Jesus ressuscitou, Pentecostes inaugurou a nova era da igreja.

Os discípulos foram instruídos por Jesus para aguardarem em Jerusalém a vinda do Espírito Santo.

Pedro, o pregador do dia, destacou que tal evento por mais estranho que fosse para as pessoas que o haviam presenciado era o cumprimento da profecia de Deus anunciada pelo profeta Joel (Jl 2.28-32).

Pedro chama a atenção para o fato do profeta Joel ter anunciado esse dia como se referindo aos últimos dias. E essa é a nova era que vivenciamos a partir de Pentecostes, os últimos dias. Já vivemos os últimos dias a quase 2 mil anos.

A comunidade, cerca de 120 pessoas, estava reunida e se reunia para orar e esperar esse dia já anunciado por Jesus.

Não será isso que precisamos em nossos dias. Orar e esperar, afinal, se estamos vivendo os últimos dias, pode ser que a qualquer momento Jesus retornará ara julgar vivos e mortos.

Naquele dia houve manifestações tangíveis e sensoriais da presença de Deus. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e por eles o Espírito Santo começou a falar.

O vento, o fogo e as línguas não estranhas, mas vernacular, causou espanto e perplexidade na multidão, a ponto de alguns zombarem dizendo que eles estavam cheios de vinho, ou popularmente, “bêbados”.

Por parte de alguns houve ceticismo que os levaram a questionar: “o que será que isso quer dizer?” (At 2.12).

Pedro faz uma interpretação do evento a luz da profecia divina proclamada por Joel. Deus promete e age para fazer acontecer o que prometeu. Dessa forma, “todas as pessoas ... anunciarão a minha mensagem; os moços terão visões, e os velhos sonharão. Sim, eu derramarei o meu Espírito sobre os meus servos e as minhas servas, e naqueles dias eles também anunciarão a minha mensagem” (At 2.17-18).

No evento do Pentecostes, Deus chamou a atenção da multidão por meio do vento, o fogo e as línguas não estranhas para que as grandes coisas que Deus tem feito fossem anunciadas (At 2.11).

Deus quer ser escutado para que todo o que invocar o seu nome seja salvo (At 2.21). Ou melhor, a partir da ação do Espírito Santo, Deus disponibiliza a salvação.

Em Pentecostes temos uma mudança escatológica. Os tempos agora são os últimos dias.

Pentecostes marca a disposição da salvação pelo poder do Espírito Santo. Pentecostes é um dia em que refletimos sobre o poder do Espírito Santo pela Palavra.

Alguns denominam o Espírito Santo como o “membro tímido da Trindade”. Essa definição é dada pelo fato de o Espírito Santo não chamar atenção para si mesmo, mas para promover Jesus Cristo.

Dessa forma, a festa de Pentecostes é um ataque aos entusiastas que buscam promover o Espírito Santo por meio de experiências e sentimentos subjetivos.

A obra do Espírito Santo é apenas uma: entregar os benefícios da obra de Jesus Cristo aos pecadores.

Pentecostes é uma história do agir de Deus em sua igreja.

Pensa-se muito sobre Pentecostes como sendo apenas um evento do derramamento do Espírito Santo, todavia, a obra do Espírito Santo foi e continua sendo, derramar Cristo sobre as pessoas.

A obra do Espírito Santo não é oferecer transe a uma pessoa e colocá-la como alvo, pelo contrário, Pentecoste é o dia em vemos o Espírito Santo colocando o foco em Jesus Cristo.

Dia de Pentecostes é dia para refletir sobre o que o Espírito Santo nos oferece e dá. Primeiro, o Espírito Santo leva ao arrependimento. Arrependimento é uma obra divina. O Espírito Santo promove lágrimas. E desse arrependimento conduz a fé. Em outras palavras, o Espírito Santo age na pregação da Palavra, pois conduz ao arrependimento e a fé.

A partir disso compreendemos nossa missão como igreja: somos proclamadores. Temos tudo o que precisamos. Temos a Palavra e pela Palavra o Espírito Santo faz toda a obra.

Dia de Pentecostes é dia para refletir sobre a importância e a necessidade da Palavra. A Palavra pregada oferece e dá o que Cristo conquistou na cruz: perdão, vida e salvação. Amém.

Edson Ronaldo Tressmann

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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Efeitos colaterais da bênção (Gn 11.1-9)

 08 de junho de 2025

Dia de Pentecostes

Salmo 143; Gênesis 11.1-9; Atos 2.1-21; João 14.23-31

Texto: Gênesis 11.1-9

Tema: Efeitos colaterais da bênção.

 

Ao ir ao médico o paciente busca ser restaurado de um problema de saúde. O paciente é medicado e assim que adquire o remédio, ao ler a bula, fica confuso sobre o uso ou não daquele medicamente. Afinal, os efeitos colaterais são tantos que o paciente fica assustado e receoso em tomar o remédio.

Os efeitos colaterais não significam defeito na medicação. Na verdade, os efeitos colaterais são como um documento para proteção jurídica para o laboratório. Para o médico, os efeitos colaterais do medicamento se tornam uma vulnerabilidade. Pois em alguns casos a prescrição de um remédio se torna um dilema.

Podemos falar sobre os efeitos colaterais das bênçãos divinas.

Seja qual for a bênção, ocorre muda a vida da pessoa.

Quando frequentava as aulas de catecismo, eu não conseguia entender o motivo pelo qual o pastor dizia que Deus não atende algumas orações. Se Deus é Deus, por que não atende essa oração? Com o passar dos anos e na vivência com pessoas no pastorado, aos poucos estão vendo que algumas bênçãos causam efeitos colaterais e acabam prejudicando quem foi abençoado. E claro que, isso nos leva a questionar: se Deus sabia que iria causar dano, por que concedeu essa bênção?

A bênção e o abençoador não é o problema. O problema é a reação, a liberdade cristã ante a bênção.

O Senhor quer abençoar e abençoa. Tanto que, quando seu povo se reúne em torno da sua Palavra e Sacramento, Deus os despede com sua bênção.

Nunca vi uma bênção ser problema, mas o uso da bênção tem se tornado um dilema e tem causado muitos efeitos colaterais na vida cristã.

Entre as bênçãos muito desejada pelas pessoas está o dinheiro e a saúde. Mas, essas bênçãos também trazem seus efeitos colaterais.

Dinheiro: O dinheiro não é um problema. Na verdade, é solução para muitas coisas. É uma bênção. Salomão descreve a riqueza como um dom (Ec 5). Todavia, a Palavra de Deus anuncia que o dinheiro é a raiz de muitos males. O dinheiro que é bom pode levar alguns a se perder.

Biblicamente falando, ao conceder uma carteira recheada, Deus também gostaria de ser louvado com uma boa oferta para manutenção da sua obra (Rm 12).

A bênção chega, e com ela, é necessário vir a gratidão, mas, os louvores são dados ao esforço, a inteligência, a capacidade.

Saúde: com saúde se está apto a realizar qualquer atividade. Todavia, muitas vezes, essa bênção é prejudicada por uma vida desregrada. Sem sono de qualidade, sem alimentação adequada, vícios desenfreados, exercícios extremados.

O apostolo Tiago escreveu: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1.17).

Ao chamar Deus de Pai das Luzes, o apostolo o declara como criador dos corpos celestes. Tiago deseja transmitir que assim como os luminares, criados por Deus, funcionam com perfeição, realizando todo o propósito para o qual foram criados e assim abençoando a todos, da mesma forma, Deus é imutável e apenas concede bênçãos.

Deus não muda a ponto de passar a trazer tentações sobre as vidas. Deus não muda os bons propósitos que têm para a vida de seus servos. No entanto, quando a bênção chega, muitos abençoados se perde.

Gênesis capítulo 11 relato a construção da torre de Babel. 130 anos após o dilúvio, o povo era abençoado com uma só língua, acampamento em um vale fértil e unidos. Diante dessas bênçãos, surge a maravilhosa e boa ideia: vamos fazer tijolos queimados e construir uma torre e ficarmos aqui unidos.

O povo que havia recebido a bênção de se multiplicar e se espalhar, resolveu com uma ideia boa e atraente, abandonar o desejo de Deus.

Ao nos fazer lembrar sobre o Pai das Luzes, o apostolo nos faz ver a origem da bênção. Deus oferece bênçãos sem fim. Por suas bênçãos, Deus mostra o quanto nos ama. Todavia, se porventura em algum momento nossas bênçãos sofrerem confusão, assim como Babel, lembre-se de que Deus não irá mudar os bons propósitos que têm para a vida de seus servos. A intervenção em Babel, a confusão das línguas, foi uma ingerência que visava realizar os planos de Deus.

A causa do dilúvio, foi também a causa da Torre de Babel, a pecaminosidade humana. Por essa pecaminosidade, nosso inimigo nos assedia e quando recebemos a bênção, nos leva a nos prejudicar com “as mesmas”, assim como levou Ninrode em Sinar.

Meu pai contava uma história de um homem que estava juntando dinheiro para comprar um caminhão. Tendo ido sacar o dinheiro, recebeu voz de assalto dizendo: o dinheiro ou a vida. E o homem respondeu, pode levar a vida, pois o dinheiro é para comprar o caminhão.

As pessoas recebem bênçãos e mais bênçãos, mas agimos como esse homem. Sem o principal, como gozaremos da outra bênção.

Quais são suas bênçãos?

Essas bênçãos estão te atrapalhando ou estão contribuindo?

No dia de Pentecostes, enquanto o povo era abençoado em ouvir a manifestação do Espírito Santo, o Diabo semeou o ceticismo, fazendo as pessoas a questionarem sobre o que de fato significava aquilo.

Temos a bênção de sermos membro no corpo de Cristo. Essa bênção é atacada, tanto que na oração do Pai Nosso fomos ensinados a orar: seja feita a sua vontade assim na terra como no céu. Pedimos a Deus para que diante da bênção da pregação da Palavra e do Espírito Santo que nos leva a fé por essa Palavra, que vençamos os ataques do inimigo que visa nos fazer duvidar e deixar de ouvir essa Palavra.

Os descendentes de Noé eram abençoados com a possibilidade de poderem se comunicar sem problemas na comunicação. A língua era única. Enquanto peregrinavam, em um vale fértil, resolveram se estabelecer ali e não continuar sua peregrinação como era a vontade de Deus.

As bênçãos, levaram àquelas pessoas a agirem contrários a vontade de Deus. Deus interveio para que seu plano prevalecesse.

Deus continua intervindo e muitas vezes até causa confusão, para a partir disso realizar o que lhe apraz.

Numa semana, durante sete dias, muitas são as bênçãos. Entre as muitas bênçãos, uma delas é a pregação da Palavra. Deus não quer estragar seu lazer, não quer prejudicar seu final de semana. Ele quer te abençoar com perdão, vida e salvação. Pelo poder do Espírito Santo, Deus quer fortalecer sua fé e assim ajudar a seguir nos caminhos e planos de Deus em meio as bênçãos que te concede.

Necessitamos da ação do Espírito Santo em nossa vida para sabermos lidar com as bênçãos que o próprio Deus nos proporciona. Amém.

 

Edson Ronaldo Tressmann

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Só há uma união boa.

 08 de junho de 2025

Dia de Pentecostes

Salmo 143; Gênesis 11.1-9; Atos 2.1-21; João 14.23-31

Texto: Gênesis 11.1-9

Tema: Só há uma união boa.


Do fim do dilúvio até o início da construção da torre de Babel se passaram 130 anos.

Gênesis capítulo 10 mostra o mapa genealógico, a tabela das nações, mostrando como os filhos de Noé – Sem, Cam e Jafé, começaram a se espalhar e Gn 11 narra como isso aconteceu.

Observe um simples detalhe. Muitas são as vezes em que as bênçãos acabam se tornando obstáculos para fazermos a vontade de Deus. Gênesis 11 narra 3 bênçãos:

- Uma só língua;

- Unidade e harmonia;

- Vale fértil;

Após o dilúvio, Deus ordenou para que os descendentes de Noé (Sem, Cam e Jafé) se espalhassem por toda a terra e Deus prometeu que nunca mais destruiria a terra com dilúvio e para isso, onde quer que estivessem, ao avistarem o arco íris no céu, se lembrassem dessa promessa.

Por 130 anos, os filhos Sem, Cam e Jafé, tiveram muitos outros filhos. Ninrode, filho de Cam e neto de Noé, teve a iniciativa de construir uma cidade e nenhum problema quanto a isso. O problema se deu quando a construção de uma torre visava unificar o povo em torno dela e assim, ter na mesma seu refúgio se caso houvesse outra grande enchente. Estando próximas e unidas, a torre seria sua salvação.

Diante desse contexto, a reflexão que proponho para o culto de Pentecostes é: toda união é de fato, boa?

No culto passado, com base no Salmo 133, meditamos sobre a bênção que é a união; o desafio e o convite. Todavia, nos convém continuar a reflexão e questionar: toda união é realmente boa?

O apostolo Paulo na carta aos Coríntios escreveu uma citação do poeta grego Menandro, que na época era, digamos um influenciador e conhecido pelos gregos: “as más conversações corrompem os bons costumes” (1Co 15.33). Há uma frase moderna que diz assim: “se você se deitar com os cachorros, se levantará com pulgas”.

Ao citar essa frase de um poeta pagão, Paulo deseja destacar aos coríntios que eles estavam deixando de crer na ressurreição por causa da conversa dos judeus.

Numa era repleta de influenciadores é preciso ter cuidado por quem você se deixa influenciar!

Muitas conversas parecem ser boas, muitas uniões parecem ser agradáveis. Todavia, muitas conversas e uniões contaminam com argumentos que parecem ser legítimos e válidos, mas, distorcem a verdade e até corrompem os bons costumes.

A torre de Babel se iniciou com uma bela teoria, mas, essa tese era contrária a vontade de Deus.

Será que toda união é realmente boa?

Buscar viver em união, incentivar a união é louvável, no entanto é preciso analisar que nem toda união é boa.

Pense nos jovens que por causa de más influências caíram no caminho das drogas ou outros vícios. Quantos, por argumentos que aparentemente são bons, abandonaram a igreja. E a união nas seitas?

Uma união má deve ser rompida. Em Babel, a união foi desfeita pelo próprio Deus. Na verdade, a união não era má, a finalidade dessa união era má. A concórdia entre eles alimentava algo ruim, ir contra os planos de Deus. Há algum tipo de união que está alimentando algo ruim para você, ou sua vida?

O argumento para a construção da Torre era Boa. A ideia era excelente. Havia harmonia na edificação. Todavia, ia contra os planos de Deus.

Quando Deus quer realizar e fazer prevalecer seus planos, não há carruagem, muros, mar e torre que o impeça.

Será que a voz do povo é a voz de Deus? Algumas uniões e harmonias estão levando pessoas para longe dos planos de Deus. A voz da maioria nem sempre têm a razão.

O que dizer sobre a tese de que juntos, somos mais fortes? Tudo depende em torno do que está a unidade. Qual é a finalidade da união. A torre de babel foi uma unidade contrária ao conselho de Deus. E juntos eles estavam realizando seu plano. Eram fortes juntos, mas, a finalidade dessa força não contava com a força de Deus.

Deus tolera planos maus e ímpios, no entanto, dentro da sua medida e limite. Deus não é indiferente e desinteressado. “Então o Senhor desceu para ver a cidade e a torre ...” (Gn 11.5), ou seja, nada é desconhecido por Deus.

A causa do dilúvio foi a mesma causa da Torre: pecado. Vivemos diante dessa mesma realidade e por causa do pecado, algumas uniões são prejudiciais.

A expressão cujo cume toque os céus destaca a soberba humana. Acredita-se que havia medo de uma nova inundação, assim, as estruturas da cidade e a torre e uma sociedade integrada tinha como pano de fundo o medo de não serem destruídos.

Temos aqui um duplo pecado:

 - ir contra a vontade de Deus;

 - falta de confiança na promessa de Deus.

Babel é a insistência humana em querer se opor a vontade de Deus. E na festa de Pentecostes, recordamos a vontade de Deus em querer ir ao encontro do ser humano, mesmo esse estando afastado da presença de Deus.

No dia de Pentecostes se destaca a única e verdadeira união, a igreja cristã. Só há Igreja, a verdadeira união por causa do poder do Espírito Santo.

Nessa união, a Igreja, somos o corpo que completa Cristo (Ef 1.23). Pela Palavra e Sacramento, Deus concede Dons e Talentos para que o evangelho continue sendo espalhado, com intuito de que outros recebam o evangelho e assim sejam salvas. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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Em meio a batalha, a segurança! (Salmo 3)

  22 de junho de 2025 Segundo Domingo após Pentecostes Salmo 3; Isaías 65.1-9; Gálatas 3.23-4.7; Lucas 8.26 - 39 Texto: Salmo 3 Tem...