segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Amor – o metro com o qual Deus mede a sua vida!

 

02 de fevereiro de 2025

Quarto Domingo após Epifania

Salmo 71.1-6; Jeremias 1.4-10; 1Coríntios 12.31b- 13.13; Lucas 4.31-44

Texto: 1Co 13.13

Tema: Amor – o metro com o qual Deus mede a sua vida!

 

Você conhece o equipamento chamado metro (m)?

Um metro é a unidade básica de medida de comprimento no Sistema Internacional de Unidade (SI). Equivale a 100 centímetros ou 1.000 milímetros.

Há diferença entre um metro aqui e um metro na África?

A medida é universalmente reconhecida e aplicada em todo mundo.

Um metro é igual em todo o mundo - todavia, o jeito de medir as pessoas é diferente em cada país?

Como você mede sua vida? Como são medidos os valores das coisas que você fez, faz, realizou ou realiza?

O padrão da medida utilizado por muitas pessoas é sobre o quanto dinheiro se ganha. Quanto mais dinheiro, mais importante a pessoa parece ser.

Outra medida é o status. Novamente o status está relacionado ao valor econômico, todavia, aqui junta-se a questão acadêmica.

Há também quem meça as pessoas pela produtividade; educação; dons; ...

No mundo o padrão de medida quanto ao valor de alguém dificilmente será alterado. Mas, o apostolo Paulo no capítulo 13 da primeira carta aos Coríntios deseja que a igreja meça o valor de alguém ou avalie alguém com a medida do amor.

Os coríntios estavam começando a classificar as pessoas permitindo que alguns fossem exaltados e outros desqualificados. Por essa razão, o apostolo Paulo enumera a virtude a ser cultivada e que precisa permanecer: o amor. Não se trata de um amor sentimento, mas, de um amor prático. É o amor que busca usar dons e habilidades para servir aos outros. Recordo-me das palavras do apostolo Tiago: a fé sem obras é coisa morta (Tg 2. 17). O amor sem ação não é amor é uma mera hipocrisia.

1Coríntios 13 é denominado “capítulo do amor” na Bíblia. Está entre os capítulos 12 e 14. Ou seja, não é um capítulo isolado e por essa razão, precisa ser analisado a luz do seu contexto.

Esse capítulo faz parte da resposta do apostolo Paulo quanto a pergunta dos Coríntios sobre os dons espirituais. O apostolo que desde o capítulo 10 vem falando sobre ser igreja, desenvolve nos capítulos 12 a 14 sobre os dons.

O desejo do apostolo é ensinar com clareza aos Coríntios que a prática e a busca dos dons espirituais devem sempre ocorrer dentro do contexto do amor.

Qual é a medida do amor?

O amor é a verdadeira medida de tudo o que dizemos, tudo o que temos, tudo o que fazemos.

Sem amor, mesmo nossas melhores realizações não são nada aos olhos de Deus.

O apostolo Paulo se agarra nesse conceito e o aplica a três áreas diferentes da vida.

- discurso de uma pessoa;

- dons de uma pessoa;

- sacrifício de uma pessoa;

Você não pode medir o valor de suas palavras pela imponência de seu discurso (1Co 13.1)

Língua dos anjos - uma maneira comum de se referir ao discurso eloquente. A pessoa que falava nas línguas dos homens e dos anjos falava com grande eloquência e estilo.

Esse cara fala bem.

Falar até papagaio fala.

Pode haver múltiplos dons, até mesmo o de línguas (língua de homens e anjos).

Os coríntios eram muito envolvidos no discurso. Eram oradores e debatedores e valorizavam o discurso forte, fervoroso, ousado e persuasivo. Valorizavam a eloquência e muitos até desprezavam Paulo porque achavam que ele não tinha essa qualidade (Paulo era gago). Na segunda carta aos Coríntios, Paulo o descreve da seguinte forma: “Suas cartas são pesadas e poderosas, mas pessoalmente ele é inexpressivo e seu falar não vale nada” (2Co 10.10). e em sua resposta quanto aos dons, de maneira especial sobre o discurso, o apostolo destaca que de nada adianta ser eloquente (falar as línguas dos homens e dos anjos), se não tiver amor, minhas palavras serão apenas um barulho irritante.

A ênfase no discurso causava divisão entre os Coríntios (quem era melhor: Paulo, Pedro ou Apolo). Apolo era o homem que impressionava os coríntios tanto que Lucas relata no livro de Atos que “Ele [Apolo] era um homem instruído, com um conhecimento profundo das Escrituras. Ele havia sido instruído no caminho do Senhor e falava com grande fervor… ele falou com ousadia… ele refutou vigorosamente os judeus em debate público” (Atos 18.24-28).

Diante dessa situação e realidade, o apostolo Paulo ao responder quanto à questão do uso correto das línguas (1Co 12 – 14), traz o alerta quanto a divisão em dois grupos:

o grupo especial (de elite), que falava em línguas, e o

grupo não especial (não de elite), que não falava em línguas estranhas e nem sequer eram eloquentes.

Enquanto os coríntios se apoiavam no discurso, ao invés de edificar o corpo de Cristo, eles estavam exibindo egoisticamente o dom de línguas para seu próprio benefício.

Os coríntios estavam sendo destruídos pelo discurso. Impressionados com a eloquência e o falar em línguas não mais executavam a principal virtude: o amor.

A medida do valor entre eles estava na eloquência e no falar em línguas.

No mundo atual, somos destruídos pela narrativa. Quem tem a melhor narrativa vence a discussão.

O apostolo Paulo lembra que em todas as nossas palavras, em todas as conversas devemos nos orientar pelo amor.

O que posso dizer para edificar essa pessoa? Encorajá-la? Beneficiá-la? Aproxima-la de Deus? Deus não nos mede pela eloquência ou línguas estranhas, mas pelas palavras de amor.

Podemos e precisamos falar grandes verdades, mas em amor. “Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, mas não tiver amor, sou apenas um gongo que ressoa ou um címbalo que retine”.

Gongo e címbalo são barulhentos, todavia, são ocos e desprovidos de conteúdo.

Sem amor, por melhores que sejam nossas realizações, aos olhos de Deus, não são nada.

O apostolo Paulo se agarra nesse conceito e o aplica a três áreas diferentes.

discurso de uma pessoa;

dons de uma pessoa;

sacrifício de uma pessoa;

Os dons de uma pessoa. “Se eu tiver o dom de profecia e puder sondar todos os mistérios e todo o conhecimento, e se tiver uma fé que move montanhas, mas não tiver amor, nada sou” (1Coríntios 13.2).

A igreja de Corinto era apaixonada por dons espirituais.

No capítulo doze, há uma lista completa: sabedoria, conhecimento, fé, cura, milagres, profecia, discernimento de espíritos, falar em línguas, interpretação de línguas, ajudar os outros, administração.

E não há nada de errado nesses dons espirituais. Os dons espirituais são ideia de Deus e é Ele quem os disponibiliza. Na verdade, os dons espirituais são essenciais para edificar uns aos outros e funcionar como a igreja de Jesus Cristo.

O dom é um presente de Deus e Deus não presenteia com presente ruim. O problema é que a natureza pecaminosa leva cada presenteado a fazer mau uso dos dons espirituais. Alguns tem uma má compreensão dos dons espirituais, outros enfatizam a importância de um e exclusão outros. Infelizmente, os coríntios cometeram um grave erro diante dos dons espirituais.

Enquanto no versículo 1 aprendemos que não se pode medir o valor das palavras pela imponência do discurso, no versículo 2 aprendemos que não se pode medir pela extensão dos dons.

O apostolo Paulo no versículo 2, enumera três dons espirituais: os dons de profecia, conhecimento e fé.

O dom de profecia: é a capacidade dada pelo Espírito Santo de falar as palavras de Deus ao homem. Paulo fala sobre o dom de profecia como o maior dom de todos. Todavia, possui-lo não torna a pessoa melhor que a outra. “Se eu tiver este dom, mas não tiver amor, nada sou”.

O propósito desse dom é para que haja fortalecimento, encorajamento e conforto da igreja.

Deus fala diretamente aos ouvintes enquanto estão sendo dirigidos através da pregação da Palavra. Dessa forma, Paulo vira a lista de dons dos Coríntios de cabeça para baixo e enumera o dom de profecia como sendo o dom espiritual mais elevado.

O dom do conhecimento: é a capacidade dada pelo Espírito Santo de ter compreensão ou discernimento dos mistérios de Deus. Isso pode envolver uma palavra de conhecimento onde Deus sobrenaturalmente dá a uma pessoa conhecimento direto sobre algo que ela não teria conhecido por meios naturais. Também pode envolver uma compreensão especial ou percepção das Escrituras.

O dom da fé: é a capacidade dada pelo Espírito Santo de confiar em Deus.

Ao enumerar esses dons espirituais, o objetivo do apostolo é destacar que os dons espirituais não são um sinal de maioridade espiritual, mas da graça de Deus que quer por eles beneficiar a todos. É como se o apostolo Paulo escrevesse: você pode profetizar, você pode ter grande conhecimento e grande fé, e ainda não ser nada.

Sem amor, mesmo nossas melhores realizações não são nada aos olhos de Deus.

O apostolo Paulo se agarra nesse conceito e o aplica a três áreas diferentes.

discurso de uma pessoa;

dons de uma pessoa;

sacrifício de uma pessoa;

Dons são importantes! Dons são essenciais para o corpo de Cristo! Todavia, “Se eu der tudo o que possuo aos pobres e entregar meu corpo às chamas, mas não tiver amor, nada ganharei” (1Coríntios 13.3).

Paulo indica dois exemplos de um sacrifício de uma pessoa para com a outra.

Dar tudo o que possui aos pobres;

É muito difícil se desfazer do dinheiro. O dinheiro tem um poderoso controle sobre as almas. Têm pessoas que quanto mais ganha, mais difícil para ela se tornar doar. Gosto de dizer que é triste ver o filho passar fome enquanto a mãe tem dinheiro.

A Bíblia ensina que é mais abençoado dar do que receber. Àqueles que guardam seu dinheiro firmemente nunca saberão o que é ser alegre de verdade.

A Bíblia ensina que precisamos ser generosos, em especial com os necessitados. E para você que gosta de sempre ganhar, há recompensa para quem é generoso. Todavia, minha generosidade não deve ser movida por esse desejo ganancioso de ganhar algo. Disse Jesus: “Quando deres aos necessitados, não o anuncies com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem honrados pelos homens. Eu lhes digo a verdade, eles receberam sua recompensa completa. Mas, quando deres aos necessitados, não saibas a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua doação fique em segredo. Então teu Pai, que vê o que se faz em segredo, te recompensará” (Mateus 6.2-4).

Observe o detalhe no versículo três. O apostolo Paulo não escreve para que apenas se dê muito, mas que se dê tudo.

Entregando seu corpo às chamas; esse é um exemplo de grande sacrifício. É um ato de martírio que resulta em sofrimento pessoal e perda de vida. Doar todo o seu dinheiro já é bastante difícil. Dar a vida é mais difícil.

Muitos dos primeiros cristãos entregaram seus corpos às chamas, aos leões, à espada. Inúmeros cristãos ao redor do mundo hoje continuam a sofrer por sua fé. No entanto, Paulo escreve que mesmo que você dê sua vida no sacrifício final, se você não tiver amor, você não ganhará nada.

Você não pode medir o valor de suas palavras pela imponência de seu discurso. Você não pode medir sua maturidade espiritual pela extensão de seus dons. E você não pode medir o tamanho de sua recompensa pela profundidade de seu sacrifício. As palavras que você fala, os dons que você tem, os sacrifícios que você faz – nada disso tem valor além do amor. O amor é a verdadeira medida de todas as coisas.

Como você mede sua vida? Dinheiro? Status? Conquistas? A maneira bíblica de medir sua vida é o amor.

O amor descrito em 1 Coríntios 13 é um amor altruísta, que busca o bem do próximo em vez de satisfazer os próprios desejos. Esse tipo de amor é um desafio, pois estamos inclinados a pensar em nós mesmos em primeiro lugar.

E para que você coloque o outro em primeiro lugar, Deus em Jesus nos amou primeiro e nos colocou como obra prima de suas mãos. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

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