05
de fevereiro 2023
Salmo
112.1-9; Isaías 58.3-9ª; 1Co 2.1-12; Mateus 5.13-20
Texto:
Mateus 5.13-20
Tema:
Sal e luz!
Por quase um século, entre 1858 e 1947, a Índia
foi dominada pelo Império Britânico. Na luta pela independência, muito baseada
na desobediência civil e sem uso de violência, métodos defendidos por Mahatma
Gandhi, um tempero comum teve papel chave: o
sal.
No dia 7 de março de 1930, Mahatma Gandhi fez
o que ficou conhecido como a Marcha do Sal, visando arrancar a independência da
Índia do Império Britânico. Depois de um percurso a pé de 300 km, chegou no dia
6 de abril de 1930 ao litoral do Oceano Índico. Entrou na água e pegou em suas
mãos um pouco de sal. Por este gesto irrisório e altamente simbólico, Gandhi
incentivou seus compatriotas a violarem o monopólio do estado sobre a
distribuição de sal. Este monopólio obrigava a todos os consumidores indianos,
inclusive os mais pobres, a pagarem um imposto sobre o sal e lhes proibia
recolhê-lo eles mesmos. Na praia, a multidão, nutrida de vários milhares de
simpatizantes, imitou o Mahatma e recolheu água salgada em recipientes. Seu
exemplo foi seguido por todo o país. De Karachi a Bombai, os indianos
evaporavam a água e recolhiam o sal em plena luz do dia, desafiando os
britânicos. A Marcha do Sal representou para os hindus o equivalente ao motim
do chá em Boston, que levou os Estados Unidos à independência.
Vocês
são o sal para a humanidade (Mt 5.13).
Como sal, o cristão está onde está para retardar a deterioração. Assim
como o sal era usado para salgar os peixes e evitar que apodrecessem, assim é o
cristão no mundo que se deteriora em meio às trevas.
Ser sal é ser mais corajoso e mais franco na condenação do mal. Ser sal
é protestar contra o mal. O sal arde na ferida. E isso se dá pela correta
exposição das Escrituras.
Nossa segunda vocação é para sermos “a luz do mundo”, pois a verdade do Evangelho é a
luz. Fomos chamados a propagar o Evangelho.
O mundo está em decomposição e precisa de sal; ele é trevas e precisa de
luz. Nossa vocação cristã é para sermos ambas. Jesus Cristo o declarou, e isso
basta. (John Stott. A mensagem do sermão do Monte – contracultura cristã).
Nesses primeiros versículos, Jesus ensina que cada cristão é perfeito
quando vive honestamente para com sua própria pessoa. Quando exerce e
administra corretamente sua função, com a qual ajuda e serve seu próximo de
modo conveniente. Jesus aponta para duas alternativas em que exercemos nosso
ofício ministerial e servimos ao nosso próximo. Sendo sal e luz para o mundo.
O sal nunca salga a si mesmo. Ele salga
carne e tudo o que é necessário na cozinha. Os cristãos são o sal de Deus e
salgam o mundo. Podemos dizer que a congregação composta pelos cristãos é o
saleiro de Deus.
Como posso salgar a minha família,
meu bairro, meu munícipio? A exigência é simples: disposição. Disposição para
que? Ser pobre
espiritualmente, miserável, sedento, manso, sofrer perseguição, injúria e
ofensa, ou seja, estar verdadeiramente em Cristo. Sem
isso, o salgador, não conseguirá salgar nem ser luz de verdade.
Salgar significa pregar corretamente. Pregar é o mesmo que recriminar as
coisas que o mundo julga normal e exaltar o que o mundo acha anormal. “a mensagem da cruz é loucura para os
que estão se perdendo” (1Co 1.18).
Salgar a terra envolve mostrar, jogar sal na ferida aberta daqueles que
se consideram melhores que os outros pela sua piedade e santidade. Pregar o Evangelho
é esfregar sal nas feridas.
Corremos o risco de nos tornar sal
insosso. Isso pode acontecer se desprezarmos o ministério da
pregação e não o quisermos entre nós. Pode acontecer quando não formos mais
denunciados e a nossa miséria e incapacidade sem Jesus não for mostrada de
maneira clara e correta. Podemos nos tornar sal insosso se a Palavra de Deus
for interpretada de maneira falsa e permitir que as pessoas não vejam mais
Jesus Cristo.
Muitas pessoas não querem receber o sal de Deus e ser temperadas para
salgar e iluminar. Há os que detestam os ministros que lhes dizem a verdade.
O Ministério da Pregação e a Palavra de Deus devem brilhar como sol
sobre nossas vidas. Esses dois meios clareiam o caminho pelo qual precisamos
seguir.
Ser sal e luz é render graças a Deus, pois Ele nos consagrou para esse
ministério. Amém
ERT
Edson
Ronaldo Tressmann
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