13 de fevereiro 2022
6º Domingo após Epifania
Lecionário anual
Salmo 2; Êxodo 3.1-14; 2Pedro 1.16-21; Mateus 17.1-9
Texto:
2Pe 1.16-21
Tema:
O Agir do Espírito Santo entre nós – Palavra Escrita e Pregada!
Na
semana passada trouxe a reflexão do Salmo 84.10. Destaquei a importância e
necessidade de se estar, permanecer, reunir, trabalhar no Templo. Estamos
cercados pela desvalorização e desrespeito ao Templo. A igreja está deixando de
se reunir no Templo para adorar, louvar, ofertar ... E as críticas ao Templo
estão sendo aceitas e até difundidas por muitos (cristãos) que deveriam
defender.
Hoje,
conforme leitura (2Pedro 1.16-21), quero destacar as palavras do apostolo,
quando num tempo não diferente do nosso, escreveu para combater ataques a
Palavra de Deus por parte de falsos mestres.
Cristãos
estavam sendo desviados e enganados, passando a dar ouvidos e defendendo “fábulas engenhosamente inventadas”
(2Pe 1.16).
Até hoje, a única coisa que o diabo possui e faz cm muita frequência
é criar, inventar e divulgar fábulas engenhosamente inventadas. Quem não gosta
de contos de fada?
Falsos mestres estavam deturpando as cartas do apostolo Paulo
e as Escrituras da época, o Antigo Testamento e, dessa forma espalhando
mentiras de que as Escrituras Sagradas não eram inspiradas e que a Bíblia se contradizia.
Para opor-se aos falsos mestres, Pedro escreveu: “Nós não estávamos contando coisas
inventadas quando anunciamos a vocês a vinda poderosa do nosso Senhor Jesus
Cristo,...” (2Pe 1.16).
O inimigo da igreja, o leão que ruge (1Pe 5.8), possui
apenas fábulas para destruir a mensagem dada pelo Espírito Santo (1Tm
3.15-16). Pelas fábulas, o diabo, destrói a doutrina (2Pe 2.1) e conduz muitos
a escarnecer a segunda vinda de Jesus (3.3-4).
Para opor as fábulas
engenhosamente inventadas o apostolo Pedro indica a certeza da origem e
a fonte das Escrituras Sagradas. Nesse sentido, os versos 20 e 21 de 2Pedro 1
ensinam extraordinariamente que tanto a interpretação das Escrituras bem como a origem das Escrituras está no Espírito
Santo.
Ouvir
as leituras bíblicas no culto é um momento para escutar o recado do Espírito
Santo. Ao ouvir um sermão, no qual foram gastos horas de estudo e reflexão, é
momento para atentar e perceber a ação do Espírito Santo. O Espírito Santo agiu para que a Sagrada
Escritura fosse interpretada e muitas vezes isso é difícil, afinal, o pastor
gostaria de falar outra coisa, mas, o Espírito Santo o conduziu a interpretar e
falar somente o que o Espírito Santo quis e quer falar. Recorde que Deus
usou um jumento para dar seu recado (Nm 22.28) e o Espírito Santo usou e usa
homens para transmitir sua mensagem. Para que o aviso do Espírito Santo chegue
aos ouvidos das pessoas, utiliza-se da pregação (Rm 10.17). Ao contrário disso,
para que a mensagem do Espírito Santo não chegue aos ouvidos dos pecadores (2Co
4.4), o inimigo tem causado oposição ao Templo, aos Pregadores e líderes e
também a Palavra de Deus, fazendo-a parecer uma fábula engenhosamente
inventada.
Muitos livros já foram banidos ao longo da
história! Isso também aconteceu e acontece com a Bíblia. Vários indivíduos, grupos e até países
inteiros não estavam (e alguns ainda não estão) muito felizes com a Bíblia,
por isso, eles a censuraram e censuram pelas mais variadas razões. As censuras se
deve ao fato do inimigo da igreja e dos cristãos utilizar-se das fábulas
engenhosamente inventadas e ao mesmo tempo fazer parecer que a
Bíblia também é uma fábula engenhosamente inventada.
A Bíblia que foi essencialmente escrita
por judeus e que para muitos há partes estranhas, diz-se pelo Talmude (escritos
sobre a lei e a tradição judaica) com o Tratado Megillah 4.10 que tais textos
estranhos que aparecem na Torá não devem ser lidos na sinagoga. Isso impede as
pessoas de ouvirem o relato fidedigno da Torá.
Em 1199, o Papa Inocêncio III proibiu
o estudo bíblico privado por grupos não escolados porque acreditava que levaria
a má interpretação e, portanto, heresia. E no Conselho de Toulouse de 1229
houve a proibição de se guardar e ter qualquer livro da Bíblia.
Um problema para a Igreja Católica foi que John Wycliffe,
reformador inglês do século XIV, traduziu a Bíblia para o inglês. Esse homem
foi queimado na fogueira mesmo antes de ser julgado. Antes de morrer Thomas
Arundel proferiu as seguintes palavras para Wycliffe chamando-o de “miserável
pestilento de memória maldita, sim, o precursor e discípulo do anti-cristo que,
como complemento de sua maldade, inventou uma nova tradução das Escrituras em
sua língua materna." E a Bíblia passou a ser de propriedade
exclusiva da Igreja Católica.
No entanto, Deus deseja dar seu
recado de perdão, vida e salvação. E através da história, atua para que os seus
sejam resgatados.
Pela invenção da imprensa (1490) e o
avanço na alfabetização, várias traduções dos vernáculos da Bíblia começaram a
aparecer em diferentes línguas. A preocupação da igreja católica (ICAR) foi
adotar a Vulgata Latina como Bíblia padrão e proibir versões protestantes da
Bíblia. Assim, por não saber ler latim, a Bíblia permaneceu um livro bastante
inacessível.
Em 1842-43, a Sociedade Bíblica
(protestante) distribuiu Bíblias para a população católica de Camplain, Nova
York, ao que o sacerdote francês Pe. Telmont certificou-se de queimar uma série
dessas Bíblias.
É preciso acentuar que não foram
apenas os católicos que censuraram a Bíblia, essa prática também foi comum
entre muitos protestantes. Houve situações e que os donos de terra pediam aos
missionários britânicos que editassem partes da Bíblia ao tentar educar
escravos. Em 1804 ocorreu a Revolução Haitiana em que a aristocracia francesa
foi massacrada. Dessa forma muitas partes da Bíblia passaram a ser usadas para
justificar a escravidão.
O curador do museu da Bíblia, Anthony
Schmidt destaca que cerca de 90% do Antigo Testamento e metade do Novo
testamento foram ignorados e deixados de lado nessas Bíblias para justificar a
escravidão. Apenas 232 de um total de 1.189 capítulos foram incluídos nesses
estudos. Capítulos e versos sobre a igualdade e até mesmo o livro de êxodo foi
ignorado. Os proprietários de escravos
britânicos estavam determinados a evitar uma repetição nas Índias Ocidentais
Britânicas. Então, qualquer coisa bíblica que pudesse encorajar uma rebelião de
escravos seria censurada.
Houve também e é
marca para muitos a questão do nazismo. Esse grupo foi especialistas na apropriação,
moldagem e adoção de outras culturas, religiões e iconografia. O Cristianismo e
a Bíblia não foram exceção. O objetivo era fazer da Bíblia um livro nazista.
Assim, ao remover referências judaicas e substituir os Dez Mandamentos por
máximas de lealdade ao líder e ao partido a coisa fluiu.
O nazismo baniu algumas palavras e
incluiu a palavra aleluia, substituiu figuras bíblicas por deuses pagãos. E hoje, muitas fábulas engenhosamente
inventadas tem isso como base e milhares estão sendo enganados.
Em 2009, capelães militares da Base
Aérea de Bagram, no Afeganistão, estavam prestes a distribuir Bíblias traduzidas
para os afegãos. O problema é que converter um muçulmano no Afeganistão é
considerado um crime capital e para corrigir a situação, as Bíblias foram
queimadas. Isso foi considerado desnecessário por grupos cristãos e os EUA não
emitiram nenhuma nota pelo ocorrido.
Em 2014, o governo malaio confiscou
centenas de Bíblias porque a Sociedade Bíblica havia traduzido a palavra
"Deus" como "Alá". O governo
malaio estava preocupado que a palavra usada pelos cristãos causasse agitação
civil. A comunidade cristã da Malásia recorreu da decisão e venceu.
O primeiro-ministro chinês Xi Jinping
achou que seria uma boa ideia reescrever a Bíblia porque ela é muito
ocidentalizada. O objetivo era torná-la mais harmônica com a ideologia
comunista, bem como incluir elementos Budistas e Confucionistas. Isso não foi
adiante, mas, o Estado ainda controla a
distribuição de Bíblias e quaisquer outros textos cristãos. Há relatos de que
alguns textos foram alterados. Na parte do Evangelho de João, no qual Jesus
salva a adúltera, por exemplo, consta que ele a apedrejou.
Em 2015, a Bíblia ficou em sexto
lugar na lista dos livros mais contestados do Escritório de Liberdade
Intelectual da Associação Americana de Bibliotecas (ALA).
A ALA recebeu várias reclamações sobre
o conteúdo sexual e a violência da Bíblia. Algumas pessoas, por acreditarem na
separação entre Igreja e Estado, também afirmaram que as bibliotecas não devem
manter o livro.
Em 2017, o comediante Elijah Daniel
decidiu publicar uma Bíblia "hella
gay", que era essencialmente uma sátira. O
livro viu Deus ser substituído por Rihanna, Adão e Eva se tornando Adão e Steve
e Satanás virou Donald Trump. Na Amazon este livro se tornou um
best-seller. Muitos cristãos não estavam felizes com a sátira, então a Amazon
realmente acabou banindo o livro.
Queridos irmãos
trago essas notícias para que vocês vejam como anda toda a questão envolvendo a
Bíblia, suas distorções e como é até árduo para Deus manter suas Escrituras e a
Interpretação das mesmas para que as pessoas sejam salvas.
As Escrituras Sagradas não são fábulas
engenhosamente inventadas, ao contrário, é a mensagem dada por Deus através de homens e nem por isso
indigna, ao contrário, por ser Palavra de Deus “temos mais confiança...” (2Pe 1.19).
O adjetivo bebaioteron (confiança)
ressalta que as Palavras das Escrituras me fazem caminhar num lugar sólido e
seguro em contraponto as fábulas que buscam tirar essa solidez e segurança em
nossa caminhada cristã.
A Escritura Sagrada é uma lâmpada (Sl 119.105) é uma luz que brilha em
um lugar escuro (2Pe 1.19). O objetivo da
Escritura é dar luz em meio à escuridão para que a estrela da
manhã brilhe nos corações (2Pe 1.19).
Essa estrela da manhã é Jesus (Nm 24.17; Ap 22.16). Dessa estrela da manhã, o deus deste mundo (2Co 4.4) quer
tirar as pessoas. Para atingir esse intento, distribuiu fábulas que
enganam e afastam as pessoas da verdade que é Cristo. Cuidado
querido irmão e irmã, ele já tem conseguido fazer isso com muitos e quer fazer
contigo.
Você
está prestando atenção na mensagem das Escrituras? O que
têm afastado você e está te impedindo de ouvir a mensagem das Escrituras? Ouça a recomendação da Palavra de Deus: “não abandone o costume de assistir as nossas reuniões” (Hb 10.25) e “prestem atenção nessa mensagem” (2Pe 1.19).
Lembre-se
que tanto a Bíblia escrita, bem como a Palavra pregada é obra do Espírito
Santo. Aproveite, pois entre nós o Espírito Santo continua agindo e o objetivo
é operar, manter e fortalecer a fé salvadora. Amém!
ERT
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