06 de fevereiro 2022
5º Domingo após Epifania
Dia festivo
Salmo 84; 1Samuel 1.21-28; Hebreus
2.14-18; Lucas 2.22-32
Texto:
Lucas 2.22-32
Tema: Morrer em Paz!
Dia
02 de fevereiro lembramos a purificação de Maria e a apresentação de Jesus. É a
festa da apresentação de Jesus. Pai e mãe levaram o menino Jesus para
Jerusalém, a fim de o apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na Lei divina.
A lei
mosaica prescrevia algumas exigências ante o nascimento de alguma criança. Era
necessário que o primogênito fosse consagrado no ato da circuncisão no sexto
dia do nascimento (Ex 22.28; Lv 12.3) e que a mãe fosse purificada após trinta
e três dias da circuncisão do filho e por essa ocasião a criança fosse dedicada
a Deus.
Estando no Templo de Jerusalém,
por ocasião da purificação de Maria e consagração do Senhor, o justo Simeão
profetiza sobre o menino Jesus dizendo que o mesmo veio para dividir. Uma
profecia aparentemente estranha (Lc 2.34). No entanto, é a marca registrada do
ministério de Jesus. Ele sempre teve conflitos diante das tradições rabínicas e
com os chefes religiosos. O evangelho sempre está em
oposição com a lei. Jesus foi morto, crucificado por causa dessa
oposição. Sua morte, crucificação e ressurreição nos libertam da imposição da
lei que apenas nos condena.
Jesus é a contradição de Deus. A
cruz é a contradição de Deus. A igreja nesse mundo é a contradição de Deus.
Afinal, Jesus, a cruz, a igreja, causam divisão.
Ser cristão é viver essas
contradições, mas, nunca se deixar levar pela razão que deseja deturpar a
mensagem de Deus na obra de Jesus.
A lei exigia a circuncisão (Lv
12.2-3) e nesse dia costumava-se dar nome ao filho. O bebê, assim como
anunciado pelo anjo Gabriel recebeu o nome de Jesus. Após os 33 dias, Maria foi
purificar-se no Templo (Lv 12.4-8).
É digno de nota observar que a
oferta que José e Maria oferecem pela purificação de Maria destaca sua pobreza.
A lei prescrevia um carneirinho ou uma ave, mas, sem condições financeiras para
tal, a oferta poderia ser duas rolinhas ou dois pombos. A oferta queimada
demonstrava a purificação da mãe que cerimonialmente estava impura devido ao
fato de ter dado a luz.
Interessante é que Jesus sendo
santo, Filho de Deus, seus pais o levam ao Templo para a purificação deles,
destacando assim que Jesus veio cumprir toda a lei (Lc 2.22).
No dia 02 de fevereiro a igreja
cristã rememora o mistério da apresentação de Jesus no Templo e se lembra da
revelação de que Jesus é o juiz escatológico prometido pelos profetas (Ml
3.1-3). Ele é o sumo sacerdote misericordioso que veio para expiar os pecados
do povo (Hb 2.17; 1Jo 2.2).
Uma mãe na cerimônia de
prurificação e o filho na cerimônia de dedicação. Um acontecimento simples e
corriqueiro na vida dos israelitas, mas que não passou despercebido por alguém
voltado para as profecias bíblicas e cheio do poder do Espírito Santo (Lc 2.25).
Um homem justo e piedoso, que aguardava a consolação de Israel e cheio do
Espírito Santo, reconhece nesse bebê o enviado de Deus e anuncia que sua obra,
sua mensagem seria causadora de divisão. E já que a espera terminou e a luz
raiou, ele e o povo poderiam descansar em paz.
Simeão aguardava a consolação de
Deus voltado às profecias bíblicas. E assim pode exclamar: “luz para
iluminar as nações e glória do teu povo, Israel” (Lc 2.32).
Iluminado por Jesus e tendo carregado a glória de Deus em seu colo, Simeão diz poder morrer em paz (Lc 2.29-32). Assim como Jesus era sua paz, a paz de muitos, seria também motivo de queda para milhares e a tristeza atravessaria Maria (Lc 2.34), ou melhor, Maria presenciaria a morte de Jesus. E é essa morte que nos ilumina e nos dá paz de espirito e por isso, podemos nós também morrer em paz. Amém!
ERT
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