17
de maio de 2020
6º
Domingo de páscoa
Sl
66.8-20; At 17.16-31; 1Pe 3.13-22; Jo 14.15-21
Texto:
1Pe 3.13-22
Tema: Conselhos fundamentados na morte, ressurreição
e descida ao inferno.
Se
alguém falar mal de você por sua vida em Cristo, por você ser cristão – fique
feliz!
O fundamento para esse conselho está na morte,
ressurreição e descida de Cristo ao inferno.
Diante dos perseguidos que poderiam
desanimar e desistir da vida cristã, o apostolo Pedro volta ao que é
fundamental: Jesus Cristo, sua morte, ressurreição e descida ao inferno.
Os cristãos estavam sendo malfalados
pela sua fé. Se vocês fizerem o bem, alguém irá fazer o mal contra vocês (v.13).
Se vocês sofrerem por causa da justiça
(vida justa), vocês estarão bem aventurados. Não temam o temor dele. Se houver
sofrimento e perseguição por fazerem a justiça não se perturbem (v.14). Aproveitem
e deem testemunho cristão na sociedade (v.15). Santifiquem a Cristo o Senhor no
seu coração.
Santifiquem a Cristo no seu coração
fazendo defesa, estando preparado para dar razão da esperança que tem.
Pedro exorta os cristãos a serem
apologetas, ou seja, fazerem apologia. Essa palavra é usada por Paulo na carta
aos Filipenses destacando que mesmo preso sua tarefa é defender o evangelho.
A verdade é que, o evangelho não precisa
de um advogado humano que o justifique. Mas, diante de um ataque ideológico e
moral é importante estar pronto para falar da esperança que o cristão têm,
mesmo num contexto adverso que se vive. E essa defesa precisa ser com “com mansidão e temor” (v.16).
Num mundo explosivo como o nosso, a
resposta não pode ser arrogante. A resposta em defesa do evangelho precisa partir
da mansidão. Jesus é manso e seus seguidores são mansos. Deem a resposta a fim de que naquilo que eles difamam os cristãos, eles sejam
envergonhados. Mesmo que o cristão esteja sendo, como era o caso,
caluniado e difamado.
Ao escrever: “se a vontade de Deus
assim quiser, é melhor sofrer fazendo o bem do que fazer o mal. Porque também Cristo uma vez pelos pecadores sofreu, o justo pelos
injustos, a fim de conduzi-los para Deus” (v.17-18), o apostolo enfatiza
a morte e ressurreição de Cristo. E ressuscitado, “Nesta nova
realidade, vivificado no Espírito, também aos espíritos em prisão, tendo ido
proclamou” (v.19) desceu ao inferno.
Cristo foi ao inferno numa nova
realidade. Vitorioso. Ressuscitado.
Para que Cristo desceu ao inferno?
Para
fazer uma proclamação. Foi fazer um anúncio. O texto não diz
o que já foi anunciado, mas, pelo uso da palavra, observa-se que foi proclamar sua vitória!
Àquele de quem Jesus veio nos resgatar,
foi o primeiro a ver o vitorioso.
O mundo permeado na pós-pós-modernidade,
ignora a realidade do inferno escancarada ao nós pelo relato do apóstolo Pedro.
Jesus em uma de suas parábolas também destacou a triste realidade do inferno (Lc
16.16-31).
O relato de Pedro além de apresentar a
existência do inferno, mostra que, algumas pessoas estavam lá na companhia do
diabo e dos capetinhas (v.20).
Estavam lá as pessoas que haviam
ignorado a mensagem proclamada por Noé nos 120 anos da graça. Enquanto Deus,
aguardava pacientemente o arrependimento daquela geração, a mesma, preferiu
afastar-se dos caminhos de Deus e assim, destinaram-se ao inferno. É preciso
recordar que Jesus diz claramente que o inferno não foi criado para os seres
humanos (Mt 25.41).
No tempo de Noé, Deus esperava
ansiosamente (apexeteromai). No tempo
de Noé a esperança de Deus estava esperando ansiosamente, assim como o faz em nossos
dias. Toda essa espera paciente de Deus (v.21), se manifestou durante a
construção da arca. As águas do dilúvio são de juízo, mas, 8 pessoas foram resgatadas por meio da água.
Deus que continua paciente com o ser
humano, nos apresenta pelas palavras de Pedro que pelas águas do batismo nos salva
(v.21).
Se nas águas do batismo, oito pessoas
foram salvas, as águas do batismo, salvam as pessoas ainda hoje.
É preciso destacar que o batismo não é uma remoção completa da sujeira da carne.
Pedro, inspirado pelo Espírito Santo,
real autor das Escrituras, usou a palavra grega Ripoz (no N.T. é usada só aqui em Pedro).
A que se refere essa palavrinha? É uma referência
a carne (sarx) e não a corpo (soma).
A palavra sujeira no Antigo Testamento aparece em Jó
14.4 e no livro apócrifo de 1Clemente 17.4. E em ambas situações refere-se a impureza
ética e moral diante de Deus.
O batismo salva, mas não isenta ninguém
do pecado, ou seja, não remove a impureza da carne. O batismo me permite voltar
a Cristo todos os dias e receber o seu perdão. O batismo que salva não tira a
impureza da carne. Somos justos (pelo batismo, pelo que nos entregou) e
pecadores (em nós mesmos).
O
batismo é agente de Deus.
O batismo opera uma boa consciência em
relação a Deus. A ressurreição de Cristo faz do batismo algo que renova a vida,
que dá uma nova consciência, que traz salvação. A pessoa continua pecadora, mas
ela está perdoada do seu pecado. Por isso, a frase “sujeitados a ele
anjos e autoridades e poderes” (v.22), mostra o valor da
ressurreição de Jesus dá ao batismo uma nova realidade. A ressurreição de Jesus
oportuniza um novo tempo. É ânimo para os cristãos que sofrem.
ERT
Edson Ronaldo TREssmann
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