segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Interpretação e origem das Escrituras está no Espírito Santo.

23 de fevereiro de 2020
Transfiguração de Jesus
Sl 2.6-12; Ex 24.8-18; 2Pe 1.16-21; Mt 17.1-9
Texto: 2Pedro 1.16-21
Tema: Interpretação e origem das Escrituras está no Espírito Santo.

Onde verdadeiramente Deus se revela? Em sonhos, assim como nos dias de José? Por meio de homens, adivinhos?
As pessoas são engraçadas! Acreditam nas previsões humanas, mas, afirmam não crer na Bíblia justamente porque foi escrita por homens.
Por qual motivo, eu posso crer na revelação das Escrituras?
O apostolo Pedro escreve sua segunda carta para fortalecer a fé dos cristãos que estavam sofrendo ataques de falsos mestres infiltrados nas igrejas. Muitas doutrinas errôneas e atitudes destrutivas já estavam destruindo muitos cristãos, tanto que, Judas recomenda para que se tenha compaixão dos que estão em dúvida (Jd 22).
Os falsos mestres estavam deturpando as cartas do apostolo Paulo, bem como as Escrituras (Antigo Testamento). Espalhavam a mentira de que as Escrituras não eram inspiradas.
O profeta Jeremias condenou os falsos profetas (Jr 23.16), e Ezequiel fez um alerta (Ez 13.3).
Pedro precisou combater falsos ensinamentos que haviam adentrado na igreja pelos falsos mestres que o disseminavam pelo fato de distorcerem as Escrituras. Os falsos mestres fundamentavam-se no fato de que a Bíblia é apenas palavra humana.
O que é a Bíblia? Para muitas pessoas ela é apenas uma coletânea de lendas e mitos.
2Pedro 1. 16: “Nós não estávamos contando coisas inventadas quando anunciamos a vocês a vinda poderosa do nosso Senhor Jesus Cristo, ...” (2Pe 1.16).
O termo Muthoisfábulas, pode significar também alegorias ou profecias fictícias. Os mitos ensinados pelos falsos mestres são heresias destruidoras e rejeitarão Jesus (2.1) e escarnecerão da segunda vinda de Jesus (3.3-4).
Os falsos mestres estavam questionando a esperança da volta de Jesus e anunciavam fábulas inventadas. Diante disso, Pedro nos versos 12 -15 se esforça para reavivar a memória de seus leitores e deixando essa carta escrita. Nos versos 16-18 enumera a condição de testemunha ocular, relatando a transfiguração de Jesus, na qual temos a antecipação da glória do céu. Deus abriu a cortina e mostrou a Pedro, Tiago e João a glória celestial. Nos versos 19-21 revela a certeza, a origem e a fonte das Escrituras sobre a qual está fundamentada a certeza da esperança cristã.
Os versos 17 e 18 é um breve relato do evento da transfiguração (Mt 17.1-8; Mc 9.2-8; Lc 9.28-35).
Ao relatar que “nós mesmos (Tiago, João e Pedro) ouvimos essa voz que veio do céu ...” o apostolo está ressaltando o cumprimento da promessa de Deus a respeito da ressurreição de Jesus (Sl 2.7; At 13.33) que é o seu filho (Hb 1.5; 5.5).
Por Deus cumprir suas promessas conforme já anunciadas nas Escrituras, que não são palavras meramente humanas, Pedro exalta a Bíblia escrevendo: “Assim temos mais confiança ainda na mensagem anunciada pelos profetas...” (2Pe 1.19).
O adjetivo bebaioteron indica confiança, segurança, garantia. Ou seja, as Palavras das Escrituras me fazem caminhar num lugar sólido e seguro. É um lugar firme, inabalável. Literalmente, Pedro está dizendo que na mensagem das Escrituras Sagradas se ter segurança, pois a mesma é inabalável. E nesse sentido segue: “Pois ela é como uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia amanheça e a luz da estrela da manhã brilhe no coração de vocês” (2Pe 1.19).
A “estrela da manhã” é Jesus (Nm 24.17; Ap 22.16). Toda Escritura conduz a Cristo (Cl 2.17). Os falsos mestres, ao contrário, negam a Escrituras, distorcendo a mesma e nos afastam de Cristo.
Querido irmão e irmã em Jesus: sendo a Palavra de Deus um caminho seguro e confiável, um farol que impede que o barco bata nas rochas, Pedro enumera que “Vocês fazem bem em prestar atenção nessa mensagem” (2Pe 1.19), ou melhor, como escreveu o autor a carta aos Hebreus: “Não abandonemos como alguns estão fazendo, o costume de assistir as nossas reuniões ...” (Hb 10.25).
A Escritura, que estava sendo considerada pelos falsos mestres como um livro cheio de lendas e profecias fictícias, é exaltada pelo apostolo Pedro como um caminho seguro e inabalável e uma luz que brilha no escuro.
Pedro combateu o falso ensino de que a Bíblia, escrita por homens não era a Palavra de Deus. 2Pe 1.20 - 21.
As palavras do verso 20 e 21 são extraordinárias, pois nos ensinam duas lições extraordinárias. Tanto a interpretação das Escrituras bem como a origem das Escrituras está no Espírito Santo.
Ao escrever: “ninguém pode explicar, por si mesmo, uma profecia das Escrituras Sagradas” (2Pe 1.20), o apostolo ataca os falsos mestres.
Afinal, se interpretar as Escrituras não é algo produzido pelo próprio ser humano (1Co 2.13-14), Pedro com essas palavras ressalta que os falsos mestres não são guiados pelo Espírito Santo, mas por suas próprias paixões (2e 3.3). Aos Romanos (Rm 8.5-8), Paulo escreveu que àqueles que tem a sua mente controlada pela natureza humana morrem espiritualmente.
Dessa maneira, entendo que Pedro está ressaltando que os falsos mestres, guiados por suas paixões e perdidos, não compreendem as Escrituras e as distorcem e enganam muitas pessoas.
Quando Jesus ensinou a orar “santificado seja o teu nome”, nos mostrou que a pregação clara e pura da Palavra de Deus é algo divino.
As palavras do verso 20 e 21 são extraordinárias, pois nos ensinam duas lições extraordinárias. Tanto a interpretação das Escrituras bem como a origem das Escrituras está no Espírito Santo.
Diferentemente das fábulas, as Escrituras não são dadas e inventadas pelo homem (1.21).
A Bíblia é a palavra de Deus. Escrita por homens, mas homens inspirados pelo Espírito Santo.
A Sagrada Escritura não demonstra apenas o fato de ser Palavra de Deus, ela também nos diz de maneira particular como Deus deu a sua palavra a nós seres humanos, “as pessoas eram guiadas pelo Espírito Santo quando anunciavam a mensagem que vinha de Deus” (2Pe 1.21b).
Homens mortais como nós, pecadores como nós, foram usados pelo Espírito Santo para escrever o livro de Deus para o ser humano. O apostolo Paulo também escreveu quem é o autor da Bíblia e para qual objetivo foi escrita 2Tm 3.16.
Observe um detalhe em 2Tm 3.16: “somente nessa palavra de Deus, um servo está completamente preparado para fazer qualquer tipo de boas ações”. Ou, como escreveu o próprio Pedro na segunda carta, o pleno conhecimento de Deus nos leva a uma vida frutífera: “... serão cada vez mais ativos e produzirão muita coisa boa como resultado do conhecimento que vocês têm do nosso Senhor Jesus Cristo (2Pe 1.8).
A Bíblia é a voz de Deus - a voz de Jesus para ser testemunhada nesse mundo. O Espírito Santo realizou a obra da escrita da Bíblia, realiza a obra da interpretação das Escrituras e também realiza a obra da vivência, da prática da Palavra de Deus. Por isso oramos: “santificado seja o teu nome”.
A Bíblia foi escrita por homens não diferentes de nós. Não houve nada de especial nesses homens que os tornou escritores da Palavra de Deus. Foram homens resgatados por Jesus que falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. Deus lhes colocou na mente o que deviam escrever: 1Co 2.13.
Não falamos eminspiração de pensamentos” ou “inspiração de pessoas.” Ensinamos, confessamos e ensinamos a “inspiração verbal”, ou seja, a inspiração pela qual o Espírito Santo soprou as mesmas palavras que os santos escritores deviam colocar por escrito. Os escritores da Bíblia foram secretários fiéis das palavras que lhes fora inspirada. Não escreveram o que achavam melhor, escreveram o que de fato era para ser escrito.
A inspiração divina não implica uma substituição dos funcionamentos mentais normais do autor humano. Todos os livros da Bíblia foram escritos por homens que foram movidos e protegidos pela autoridade do Espírito Santo. O Senhor falou por intermédio de Jeremias, Isaías, Daniel, Ezequiel, Oseias, Joel, Habacuque, Naum, Moisés, Paulo, Pedro, Marcos, Mateus e Lucas, sem anular a humanidade de nenhum deles.
Uma breve aplicação
Vejo que na IELB ainda se discute sobre a melhor tradução. ARA, BLH, NTLH, NVI, etc?
Enquanto nós que cremos na inspiração verbal da Bíblia, ficarmos nos atendo a particularidades, perdemos tempo e espaço para falsos mestres que estão distorcendo a pregação pura e clara da Palavra de Deus.
Não estamos errados em querer ser zelosos, mas creio que esse é um zelo, no qual os tradutores das mais variadas versões também tiveram. Com amor, os tradutores se dedicaram para realizar a tradução, seja ela qual for. De nenhuma maneira tentaram enredar alguém ao engano.
A Igreja zela pelo correto ensino bíblico não pela imposição de uma tradução, mas recorrendo constantemente aos originais. Os originais da Bíblia são a bainha do Espirito Santo. São os frutos comestíveis e suculentos.
A palavra é infalível! Na Palavra estamos firmados. Qualquer que seja a tradução, a mesma é falível. Não estamos firmados na tradução, mas na Palavra de Deus.
Da Palavra, ouvimos a voz do Bom Pastor Jesus que se manifesta na Palavra, inspirada pelo Espírito Santo aos escritores humanos da Bíblia. Amém.
Edson Ronaldo Tressmann

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