23
de fevereiro de 2020
Transfiguração
de Jesus
Sl
2.6-12; Ex 24.8-18; 2Pe 1.16-21; Mt 17.1-9
Texto:
2Pedro 1.16-21
Tema:
Interpretação
e origem das Escrituras está no Espírito Santo.
Onde verdadeiramente
Deus se revela? Em sonhos, assim como nos dias de José? Por meio de homens, adivinhos?
As
pessoas são engraçadas! Acreditam nas previsões humanas, mas, afirmam não crer
na Bíblia justamente porque foi escrita por homens.
Por qual motivo, eu
posso crer na revelação das Escrituras?
O
apostolo Pedro escreve sua segunda carta para fortalecer a fé dos cristãos que
estavam sofrendo ataques de falsos mestres infiltrados nas igrejas. Muitas
doutrinas errôneas e atitudes destrutivas já estavam destruindo muitos
cristãos, tanto que, Judas recomenda para que se tenha compaixão dos que estão
em dúvida (Jd 22).
Os
falsos mestres estavam deturpando as cartas do apostolo Paulo, bem como as
Escrituras (Antigo Testamento). Espalhavam a mentira de que as Escrituras não
eram inspiradas.
O
profeta Jeremias condenou os falsos profetas (Jr 23.16), e Ezequiel fez
um alerta (Ez 13.3).
Pedro
precisou combater falsos ensinamentos que haviam adentrado na igreja pelos
falsos mestres que o disseminavam pelo fato de distorcerem as Escrituras. Os
falsos mestres fundamentavam-se no fato de que a Bíblia é apenas palavra
humana.
O que é a Bíblia? Para muitas
pessoas ela é apenas uma coletânea de lendas e mitos.
2Pedro 1.
16: “Nós não estávamos contando coisas inventadas quando
anunciamos a vocês a vinda poderosa do nosso Senhor Jesus Cristo, ...”
(2Pe 1.16).
O
termo Muthois – fábulas, pode significar também alegorias
ou profecias
fictícias. Os mitos ensinados pelos falsos mestres são heresias
destruidoras e rejeitarão Jesus (2.1) e escarnecerão da segunda vinda de Jesus
(3.3-4).
Os
falsos mestres estavam questionando a esperança da volta de Jesus e anunciavam
fábulas inventadas. Diante disso, Pedro nos versos 12 -15
se esforça para reavivar a memória de seus leitores e deixando essa carta
escrita. Nos
versos 16-18 enumera a condição de testemunha ocular, relatando
a transfiguração de Jesus, na qual temos a antecipação da glória do céu. Deus
abriu a cortina e mostrou a Pedro, Tiago e João a glória celestial. Nos versos
19-21 revela a certeza, a origem e a fonte das Escrituras sobre
a qual está fundamentada a certeza da esperança cristã.
Os
versos 17 e 18 é um breve relato do evento da transfiguração (Mt 17.1-8; Mc
9.2-8; Lc 9.28-35).
Ao
relatar que “nós
mesmos (Tiago, João e Pedro) ouvimos essa voz que veio do céu ...” o
apostolo está ressaltando o cumprimento da promessa de Deus a respeito da
ressurreição de Jesus (Sl 2.7; At 13.33) que é o seu filho (Hb 1.5; 5.5).
Por
Deus cumprir suas promessas conforme já anunciadas nas Escrituras, que não são
palavras meramente humanas, Pedro exalta a Bíblia escrevendo: “Assim temos mais
confiança ainda na mensagem anunciada pelos profetas...” (2Pe 1.19).
O adjetivo bebaioteron
indica confiança,
segurança, garantia. Ou seja, as Palavras das Escrituras me fazem
caminhar num lugar sólido e seguro. É um lugar firme, inabalável. Literalmente,
Pedro está dizendo que na mensagem das Escrituras Sagradas se ter segurança,
pois a mesma é inabalável. E nesse sentido segue: “Pois ela é como uma luz que brilha em lugar
escuro, até que o dia amanheça e a luz da estrela da manhã brilhe no coração de
vocês” (2Pe 1.19).
A
“estrela da
manhã” é Jesus (Nm 24.17; Ap 22.16). Toda Escritura conduz a
Cristo (Cl 2.17). Os falsos mestres, ao contrário, negam a Escrituras,
distorcendo a mesma e nos afastam de Cristo.
Querido irmão e irmã em Jesus: sendo a
Palavra de Deus um
caminho seguro e confiável, um farol que impede que o barco bata nas rochas,
Pedro enumera que “Vocês fazem bem em prestar atenção nessa mensagem”
(2Pe 1.19), ou melhor, como escreveu o autor a carta aos Hebreus: “Não abandonemos
como alguns estão fazendo, o costume de assistir as nossas reuniões ...”
(Hb 10.25).
A Escritura, que estava sendo
considerada pelos falsos mestres como um livro cheio de lendas e profecias
fictícias, é exaltada pelo apostolo Pedro como um caminho seguro
e inabalável e uma luz que brilha no escuro.
Pedro
combateu o falso ensino de que a Bíblia, escrita por homens não era a Palavra
de Deus. 2Pe 1.20 - 21.
As palavras do verso 20 e 21 são
extraordinárias, pois nos ensinam duas lições extraordinárias. Tanto
a interpretação das Escrituras
bem como a origem das
Escrituras
está
no Espírito Santo.
Ao
escrever: “ninguém
pode explicar, por si mesmo, uma profecia das Escrituras Sagradas”
(2Pe 1.20), o apostolo ataca os falsos mestres.
Afinal,
se interpretar as Escrituras não é algo produzido pelo próprio ser humano (1Co
2.13-14), Pedro com essas palavras ressalta que os falsos mestres não são
guiados pelo Espírito Santo, mas por suas próprias paixões (2e 3.3). Aos
Romanos (Rm 8.5-8), Paulo escreveu que àqueles que tem a sua mente
controlada pela natureza humana morrem espiritualmente.
Dessa
maneira, entendo que Pedro está ressaltando que os falsos mestres, guiados por
suas paixões e perdidos, não compreendem as Escrituras e as distorcem e enganam
muitas pessoas.
Quando
Jesus ensinou a orar “santificado seja o teu nome”, nos mostrou que
a pregação clara e pura da Palavra de Deus é algo divino.
As palavras do verso 20 e 21 são extraordinárias,
pois nos ensinam duas lições extraordinárias. Tanto a interpretação das Escrituras
bem como a origem das
Escrituras
está
no Espírito Santo.
Diferentemente
das fábulas, as Escrituras não são dadas e inventadas pelo homem (1.21).
A
Bíblia é a palavra de Deus. Escrita por homens, mas homens inspirados pelo
Espírito Santo.
A
Sagrada Escritura não demonstra apenas o fato de ser Palavra de Deus, ela
também nos diz de maneira particular como Deus deu a sua palavra a nós seres
humanos, “as
pessoas eram guiadas pelo Espírito Santo quando anunciavam a mensagem que vinha
de Deus” (2Pe 1.21b).
Homens
mortais como nós, pecadores como nós, foram usados pelo Espírito Santo para
escrever o livro de Deus para o ser humano. O apostolo Paulo também escreveu
quem é o autor da Bíblia e para qual objetivo foi escrita 2Tm 3.16.
Observe
um detalhe em 2Tm 3.16: “somente nessa palavra de Deus, um servo está
completamente preparado para fazer qualquer tipo de boas ações”. Ou,
como escreveu o próprio Pedro na segunda carta, o pleno conhecimento de Deus nos leva a
uma vida frutífera: “... serão cada vez mais ativos e produzirão muita coisa
boa como resultado do conhecimento que vocês têm do nosso Senhor Jesus Cristo” (2Pe 1.8).
A
Bíblia é a voz de Deus - a voz de Jesus para ser testemunhada nesse mundo. O
Espírito Santo realizou a obra da escrita da Bíblia, realiza a obra da
interpretação das Escrituras e também realiza a obra da vivência, da prática da
Palavra de Deus. Por isso oramos: “santificado seja o teu nome”.
A
Bíblia foi escrita por homens não diferentes de nós. Não houve nada de especial
nesses homens que os tornou escritores da Palavra de Deus. Foram homens
resgatados por Jesus que falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
Deus lhes colocou na mente o que deviam escrever: 1Co 2.13.
Não
falamos em “inspiração de pensamentos” ou “inspiração de pessoas.” Ensinamos,
confessamos e ensinamos a “inspiração verbal”, ou seja, a inspiração pela qual o Espírito Santo soprou as mesmas palavras que os
santos escritores deviam colocar por escrito. Os escritores da Bíblia foram secretários
fiéis das palavras que lhes fora inspirada. Não escreveram o que achavam
melhor, escreveram o que de fato era para ser escrito.
A
inspiração divina não implica uma substituição dos funcionamentos mentais
normais do autor humano. Todos os livros da Bíblia foram escritos por homens
que foram movidos e protegidos pela autoridade do Espírito Santo. O Senhor
falou por intermédio de Jeremias, Isaías, Daniel, Ezequiel, Oseias, Joel,
Habacuque, Naum, Moisés, Paulo, Pedro, Marcos, Mateus e Lucas, sem anular a
humanidade de nenhum deles.
Uma breve aplicação
Vejo
que na IELB ainda se discute sobre a melhor tradução. ARA, BLH, NTLH, NVI, etc?
Enquanto
nós que cremos na inspiração verbal da Bíblia, ficarmos nos atendo a
particularidades, perdemos tempo e espaço para falsos mestres que estão
distorcendo a pregação pura e clara da Palavra de Deus.
Não
estamos errados em querer ser zelosos, mas creio que esse é um zelo, no qual os
tradutores das mais variadas versões também tiveram. Com amor, os tradutores se
dedicaram para realizar a tradução, seja ela qual for. De nenhuma maneira
tentaram enredar alguém ao engano.
A
Igreja zela pelo correto ensino bíblico não pela imposição de uma tradução, mas
recorrendo constantemente aos originais. Os originais da Bíblia são a bainha do
Espirito Santo. São os frutos comestíveis e suculentos.
A
palavra é infalível! Na Palavra estamos firmados. Qualquer que seja a tradução,
a mesma é falível. Não estamos firmados na tradução, mas na Palavra de Deus.
Da
Palavra, ouvimos a voz do Bom Pastor Jesus que se manifesta na Palavra,
inspirada pelo Espírito Santo aos escritores humanos da Bíblia. Amém.
Edson Ronaldo
Tressmann
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