segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Uma confissão do Espírito: Cristo é Senhor


Segundo Domingo após Epifania
Dia 20 de janeiro de 2019
Salmos 128; Isaías 62.1-5; 1Coríntios 12.1-11; João 2.1-11
Texto para pregação: 1Co 12.1-11
Tema: Uma confissão do Espírito: Jesus é Senhor.

Nas comunidades há muitas perguntas. E assim como em 1Co 7.1 e 8.1, o apostolo Paulo em 1Co 12 está lidando com uma interrogação.
No entanto, diferente dos dias de hoje, Paulo não economiza palavras, tempo e folhas para sua resposta, pelo contrário, escreve três capítulos, o 12 a 14, para pontuar uma resposta.
A resposta demorada se deve ao fato de Paulo considerar esse ponto crucial. Uma pergunta que na realidade havia se tornado assunto corrente na comunidade e estava causando discórdias e divisões, ciúmes e contendas.
Ao escrever “a respeito dos dons que o Espírito Santo dá” (v.1), o apostolo Paulo desejava ressaltar a abrangência a respeito da atuação do Espírito Santo.
Enquanto que a comunidade e as pessoas se questionavam sobre qual era o maior dom, Paulo lhes responde sobre a atuação magnifica do Espírito Santo, que atua para que todos conheçam Jesus e não para que pessoas sejam exaltadas pelo seu dom. Não um dom melhor que o outro, o que há são dons que se complementam e objetivam levar outros à Cristo.
O apostolo Paulo esclarece que a abrangência da atuação do Espírito Santo não era apenas na operação de grandes dons, pelos quais muitos coríntios estavam s julgando melhores que outros. O apostolo ressalta que o Espírito Santo conduzia as pessoas ao testemunho, “Jesus é o Senhor” (v.3).
O que há de extraordinário nisso?
Esse testemunho na época era a maior exclamação que alguém poderia fazer. Afinal, um carpinteiro judeu, indefeso na cruz, insultado pelas pessoas, e abandonado por Deus, ser o Senhor, era até inaceitável por muitos. Esse Jesus ser o Senhor do universo, o juiz das pessoas. Só poderia ser brincadeira. E dessa maneira, Paulo declara que esse Jesus é o Senhor. E o mesmo só pode ser declarado com convicção pelo poder do Espírito Santo.
Muitas vezes julgamos como sendo algo simples o fato de exclamar “Jesus é o Senhor”, e nos esquecemos de tal confissão é o poder do Espírito Santo se mostrando por nossa boca que gosta de praguejar e murmurar.
Essa simples confissão “Jesus é o Senhor” provinda do poder do Espírito Santo, conduziu muitos homens a dedicarem suas vidas na defesa da mesma.
As pessoas estão buscando uma igreja cheia do Espírito Santo. E quando a buscam, a julgam encontrar num local onde supostamente há os mais variados milagres. As mais variadas línguas. Louvor fervoroso. Oração poderosa. E muitas vezes, se esquecem de que fazem parte de uma igreja cheia do Espirito Santo, pois, em suas fileiras há crianças que exclamam: “Jesus é o Senhor”.
Lembre-se: toda igreja, todo cristão, que vive nessa confissão: “Jesus é o Senhor”, é uma igreja e um cristão, cheio do Espírito Santo. Se não há línguas estranhas, se não há cura, não importa, o importante é que por essa confissão: “Jesus é o Senhor”, sabe-se que ali tem e há Espírito Santo (1Co 3.16).
Os dons não são dados pelo Espírito Santo para promoção pessoal. Ele o dá com um único objetivo: que “Jesus é o Senhor” seja conhecido, confessado e proclamado.
A igreja só é cristã por causa do Espírito Santo. Você e eu só somos cristãos por causa do Espírito Santo. Sem a atuação do Espírito Santo, não haveria a confissão que mantêm a igreja de pé: “Jesus é o Senhor”.
A igreja cheia do Espírito Santo confessa “Jesus é o Senhor”, ao mesmo tempo está cheia de vida e atividades do Espírito Santo através dos mais variados dons para que continue sendo edificada: versos 4.11.
O Espírito Santo conceda donspara que haja serviço (v.5) e para que todos tenham a prova da presença do Espírito Santo (v.7).
Os dons, sendo os mais variados, deveriam nos alegrar e nos levar ao louvor. No entanto, assim como era em Corinto, acontece conosco. Diante das variedades de dons, acabamos ficando cheios de inveja, ciúme e buscando defender esse ou aquele dom como maior e melhor. Paulo termina sua resposta “a respeito dos dons que o Espírito Santo dá” no capítulo 14, mostrando que enquanto valorizavam o dom de língua e desvalorizavam todos os outros dons, o amor deixava de ser o óculos pelo qual se via e vê o dom do outro como sendo a manifestação do poder do Espírito Santo entre nós (1Co 13).
Tudo o que somos como igreja, a maneira como servimos na igreja, tudo, é manifestação do poder do Espírito Santo. O que não pode é haver soberba da parte dos cristãos, de maneira especial aqueles que se destacam em algum serviço. Essa soberba foi condenada pelo salmista (Sl 19). A soberba nos leva a roubar a glória que se deve somente a Deus.
O que há de mais precioso na igreja cristã é justamente o fato de podermos pelo poder do Espírito Santo caminhar na diversidade.
Não adianta ter todos os dons, assim como temos, se o usamos mal. Corinto estava usando mal seus dons. Exaltando alguns e desprezando outros.
Pelos diferentes dons, o Espirito Santo age para que outras pessoas pelo poder do Espírito Santo confessem “Jesus é o Senhor”.
A diversidade de dons mostra que não somos únicos no Reino de Deus. A diversidade de dons são manifestações coordenadas para um fim proveitoso no Reino de Deus. Os dons são distribuídos pelo poder do Espírito Santo com o objetivo de que todos carreguem ou tragam junto, que se ajudem ou sejam produtivos (v.7).
O Espírito Santo age para que a comunidade sirva em conjunto, afinal os dons, não nos tornam únicos, eles nos fazem coparticipantes. Na igreja não há lugar para o individualismo. Não há lugar para o egocentrismo.
Todos os dons são importantes e a importância dos mesmos não está no se status, mas, na sua procedência, ou seja, todo e qualquer dom provém do Espírito Santo e são uma manifestação do Espírito Santo.
Sabe aquele seu dom ______________, é uma manifestação do Espírito Santo. E a missão do Espírito Santo é exaltar a Cristo. E essa exaltação de Jesus se dá pelos variados dons que há entre nós. E todos os dons visam a prontidão para servir (v.5). Os dons transbordam para o bem da comunidade (v.6). Os dons realiza coisas não para si, mas em favor de outro alguém. Afinal, tudo o que Deus deseja, é que todos façam a confissão do Espírito: Jesus é Senhor. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

Um comentário:

  1. muito bom Edson R T, se me permite farei uma ponte com aquilo que considero a ideia central das leituras deste domingo. O Sl exalta o servir a Deus e resultante é a benção na família, Is diz que Deus ama seu povo como uma esposa, Jesus estava num casamento e o Apóstolo sempre recorre a ideia de que a Igreja é a noiva de Cristo e nós somos família de Deus. Portanto na família de Deus não há concorrência," porém um só é o mesmo Esp. e que faz todas estas coisas. Grande abraço do colega Lino.

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