27 de Janeiro 2019
Terceiro Domingo após Epifania
Salmo 19.7-14; Neemias 8.1-10;
1Corintios 12.12-31; Lucas 4.16-30
Texto para prédica: Neemias 8.10
Tema: A
alegria do Senhor é a vossa força (Ne 8.10)
Dizem que um dos maiores problemas no
cristianismo atual é o “analfabetismo bíblico”.
O “analfabetismo bíblico” se deve
ao desconhecimento das Escrituras e não incapacidade intelectual.
Mesmo que haja próximo de 40 versões
bíblicas na língua portuguesa, há muito desconhecimento bíblico. Muitos
cristãos desconhecem coisas simples da Bíblia: Onde Jesus nasceu? Qual é o primeiro
evangelho no Novo Testamento? Qual o primeiro evangelho escrito? Qual é o
último livro da Bíblia? Cite pelo menos três cartas do apostolo Paulo?
Apesar do “analfabetismo bíblico”, há
também outra situação inquietante: muitas pessoas, inclusive
cristãs, não entendem o lugar e a importância da Bíblia na sua vida diária.
Há os que usam a Bíblia como um mero amuleto, e pior é que, além da Bíblia,
agora acrescentaram uma “cabeça” de
alho e um punhado de sal grosso.
O conhecimento bíblico faz diferença na vida de uma pessoa?
Com a história de Neemias é possível observar
que uma renovação espiritual pode ser uma experiência vivida e experimentada
também em nossa geração.
O muro da cidade estava construído, e
a consolidação de Jerusalém estava por ser concluída. Nesse momento, Deus
interrompe a obra. Não poderiam continuar como estavam. Além dos traidores que
haviam entre eles e as intrigas, era necessário um fundamento sólido. Daniel
Webster enfatizou que “não existe base sólida para a civilização exceto na
Palavra de Deus”
E para que haja fundamentação sólida,
o povo pede a Esdras que leia a Lei. O povo está com fome da Palavra de Deus
(v.1).
Esdras aguça a esperança do povo
lembrando a eles a fidelidade do seu Deus que guarda as alianças.
Além de homens, havia também “mulheres e
crianças com idade para entender” (v.2).
Entre as outras religiões da época,
assim como hoje, mulheres e crianças não tinham significado. No judaísmo e cristianismo,
mulheres e crianças são tratados com dignidade e respeito.
Enquanto que Esdras lê (Deuteronômio
ou os 5 primeiros livros da Bíblia) claramente, os levitas explicam o texto ao
povo (Ne 8.7).
É possível perceber que as palavras
da lei foram entendidas, pois o povo reagiu emocionalmente (Ne 8.9) e
socialmente (Ne 8.10).
A Palavra de Deus renovou a mente do
povo (Ne 8.1-8). Eles reconheceram seu pecado (Sl 119.130; Rm 3.20). Essa
renovação é apresentada na reação emocional e social (Ne 8.9-12).
As festas do povo de Deus (v.1 –
sétimo mês (março/abril, páscoa), era momento de regozijo (Dt 16.11,14; 26.12;
1Sm 9.13; 2Sm 6.19).
O povo foi exortado a ir para casa e
comer carne gorda (Lv 2.1-3; 6.21), tomar bebida doce e enviar porções aos que
não têm nada (Dt 14.29; 16.10; 26.12); pois o dia era consagrado ao Senhor,
portanto não fiquem tristes, porque a alegria do Senhor é a vossa força.
Muitas vezes, devido a correria, a
falta de tempo para estudo da e na Palavra de Deus, caímos num desconhecimento
bíblico e assim deixamos de crescer espiritualmente.
Nossa alegria e força só são encontrados em Deus.
O povo só poderia ter alegria e dessa
alegria tirar forças, porque Deus, tornou-se o centro da vida deles.
Uma cidade destruída foi
reconstruída, mas, antes da sua conclusão, o povo precisa reconhecer que toda a
obra provinha das mãos de Deus.
Tendo voltado ao Senhor, na alegria do
Senhor o povo recebeu novas forças e assim, puderam olhar para o
futuro e se sentir seguros.
O que temos em nosso texto é um povo
unido e reunido num único desejo: ouvir, entender e aprender mais sobre a
Palavra de Deus.
Era um povo que estava enfrentando
desunião e intrigas. Era necessário um objetivo comum. Para esse objetivo “todos se
reuniram em Jerusalém...” (Ne 8.1).
O povo foi reunido para ouvir a Palavra de Deus (vv. 1-2)
Todos: homens, mulheres e crianças se
reuniram para ouvir a Palavra de Deus (vv.2-3).
É interessante notar que ao estar
reunido para ouvir a Palavra de Deus, encontraram um homem comprometido com a
Palavra de Deus (vv.2,4-5). (Es 7.10). A pregação é primordial nesse mundo de analfabetismo
bíblico. Houve impacto mediante a leitura da Bíblia.
É preciso estar sedento pela Palavra
de Deus (vv.1,3), mesmo que tudo esteja bem.
Esse povo se reúne como um só homem
(v.1), com ouvidos atentos (v.3), reverentes (v.6), chorando (v.9), alegrando
(v.12), prontos a obedecer (v.17).
Esse texto mostra algo primordial para toda igreja, e principalmente ao
pregador: ler o
texto (vv.2,3,5). O
sermão é feito de três partes: ler, explicar e
aplicar o texto. A igreja cristã séria na exposição é aquela que
prioriza o entendimento. Pregar é explicar o texto. Pela pregação, Deus governa
sua igreja. Lutero dizia que existe três Palavras. A Palavra de Deus escrita,
encarnada e pregada.
Me perguntam como consigo pregar
sermões que escrevo com antecedência. Estou agora trabalhando nos sermões de
junho de 2020. A resposta é simples: sermão é a exposição do texto. E ele é o
mesmo hoje, amanhã e depois de amanhã.
Neemias aplicou a leitura e explicação do texto (vv.9-12).
Todo sermão é uma ponte entre dois
mundos (John Stott). Sem interpretação correta, sermão equivocado.
A correta exposição do texto produziu
efeitos. Atingiu o intelecto (v.8), a emoção (v.9 -12), a vontade (v. 11-12).
Restaurar a igreja, sendo que seu problema
é “analfabetismo bíblico” só acontecerá pela volta as Escrituras, afinal, “...a alegria do Senhor será a vossa força”.
Edson Ronaldo
Tressmann
Bibliografia
BARBER, Cyril J. Neemias
e a dinâmica da liderança eficaz. Editora Vida, São Paulo, 1982. Pp. 107 -
113
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